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EXPORTAÇÕES AGRÍCOLAS E DESINDUSTRIALIZAÇÃO: UMA CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE
Resumo: O objetivo do
trabalho é contribuir para o debate sobre desindustrialização no Brasil,
atribuído à apreciação cambial, que para vários autores, decorre do aumento das
exportações agrícolas. Do emprego do método constant market share sobre as
informações de comércio exterior procedentes da FAO, para o período 1991-2003,
chegou-se à conclusão que a exportação agrícola brasileira cresceu a taxa bem
superior à potencial, resultado de aumento expressivo da competitividade. Depois
da mudança do regime cambial, em 1999, o aumento em competitividade foi em parte
neutralizado pelo aumento da participação na pauta de produtos cuja demanda
mundial está em declínio. A decomposição do valor exportado mostrou que
prevaleceu o efeito do aumento da quantidade, fato mais evidente depois da
adoção do câmbio flutuante, porque nessa fase o efeito preço foi negativo. Mesmo
descontando o efeito da depreciação real do câmbio, a mudança nos preços
internacionais foi desfavorável à agricultura brasileira. O efeito flexibilidade
da pauta apresentou sinal negativo em todo o período, o que indica grande
participação de produtos em desacordo com a lei geral da oferta, fato mais grave
no período recente, quando a maior parte dos produtos cujas exportações
aumentaram em volume estava com preço em baixa no mercado
internacional.
Trabalho apresentado no XLIV Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural (SOBER), período de 23 a 27 de Julho de 2006 em Fortaleza, Ceará.
Data de Publicação: 08/08/2006
Autor(es): Maria Auxiliadora de Carvalho (macarvalho@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor