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PERSPECTIVA ECONÔMICA DA BANANA NÃO É NEGRA E FUTURO INDICA: SIGA A MODERNIDADE E TOCA INOVAÇÃO
Resumo:
Apesar das apostas de que a presença da doença chamada Sigatoka Negra iria
dizimar os bananais paulistas, mesmo tendo sido detectada no primeiro semestre
de 2004, até o momento não foram constatados efeitos nas exportações brasileiras
e no mercado interno. Esse é o resultado do trabalho de pesquisadores do IEA,
"Perspectiva econômica da banana não é negra e futuro indica: siga a modernidade
e toca inovação", apresentado na XIII Reunião Itinerante de Fitossanidade do
Instituto Biológico (XIII REFIB), realizada em Registro (SP) em 23 e 24 de
novembro de 2005. Com
isso, a banana é a fruta mais importante e o quarto alimento vegetal mais
consumido no mundo, superada pelo arroz, trigo e milho. Os
plantios de banana se distribuem por todo território brasileiro envolvendo
inúmeras variedades com diferentes produtividades, sendo a maioria plantios não
diretamente voltados para os grandes mercados urbanos. Isso cria uma condição de
convivência entre bananais estrativos e bananais comerciais o que acaba gerando
enormes diferençasde padrão técnico No
Vale do Ribeira: A
análise realizada mostra que, em grandes linhas, da ótica do comportamento dos
mercados não se nota, até o momento, impactos relevantes da detecção da Sigatoka
Negra nos bananais do sul/sudeste do Brasil. Do ponto de vista micro-econômico
do produtor de banana há que se considerar que as pressões de custos pelo maior
número de tratamento fitossanitário, que nesse ítem específico de despesas
representam aumentos de 15 a 35% dependendo do grau de infestação e da qualidade
do manejo, estão sendo absorvidas.
O
trabalho mostra a banana como alimento relevante no Brasil e no mundo, na medida
em que:
A
análise das exportações brasileiras de banana mostram que:
Em
São Paulo:
Em
função isso é relevante ter nítido que o progresso técnico se mostra como única
alternativa para quem quiser continuar a produzir banana, estando condenadas
opções que não perfilem esse caminho. a pressão pela profissionalização da
produção rompendo com o quase extrativismo bananeiro de algumas estruturas
produtivas é inexorável. Também ficam comprometidas propostas de uso de
variedades alternativas à nanica, pois existem questões de ajustes difíceis na
aceitação pelo mercado dado o paladar distinto, o que preconizaria ampla
alteração não previsível de hábitos de consumo. a perspectiva formada até o
momento dão conta de que a banana continuará a ser produzida e consumida com
produtividades crescentes e preços estáveis.
Da
ótica regional do Vale do Ribeira, a diferença de dinamismo entre a banana da RA
de Registro e da RM da Baixada Santista pode indicar os efeitos localizados que
a Sigatoka Negra pode causar, qual seja condenar bananais velhos e de baixo
nível tecnológico e ampliar as oportunidades para bananais novos, inseridos
dentro de estratégias de produção integrada de frutas que em muitas áreas de
banana do vale do ribeira têm apresentado sucesso.
A
análise econômica nesse caso vem apenas confirmando a tendência de mercado uma
vez que até agora, não há fenômeno que permita mensurar efeitos diferentes das
tendências de preços e oferta que vem sendo mantidas como continuidade das
observadas antes da detecção da doença. Isso não significa dizer que estão
descartadas mudanças estruturais de médio e longo prazo e nem mesmo efeitos
conjunturais drásticos em função de um fenômeno aleatório que impulsione o
efeito deletério dessa doença dos bananais, simplesmente aponta que a presença
da sigatoka negra não afetou a renda e o movimento dos mercados.
Em
síntese, a banana tende a evoluir enquanto fruta relevante com maior progresso
técnico. os produtores de menor padrão tecnológico terão dificuldades de
sustentação numa realidade de maiores custos e maior
profissionalização.
Data de Publicação: 21/11/2005
Autor(es):
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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