Quando a cana-de-açúcar (que em julho teve queda de 1,34%) é excluída do cálculo do índice na ponderação dos produtos, o IqPR (geral sem cana) e IqPR-V (vegetal sem cana) fecham negativamente o mês de julho/2015 com ascensões respectivas de 0,10% e 1,56% (Tabela 1).

Os produtos do IqPR que apresentaram as maiores altas nas cotações do mês de julho/2015 em relação a junho/2015 foram, pela ordem: carne de frango (7,83%), trigo (4,68%) e banana nanica (4,29%) (Tabela 2). 

No caso da carne de frango, seu alto consumo no mercado interno (em substituição à carne bovina) e a elevação dos embarques do produto em direção ao mercado internacional, fruto do embargo direcionado ao mercado americano por alguns países devido aos casos de influenza, foram os principais instrumentos que pautaram o reajuste dos preços recebidos pelos avicultores em julho.

Para o trigo, a alta do dólar foi a principal interferência para o reajuste da precificação do produto em reais. Bolachas, biscoitos, macarrões e o famoso pãozinho francês estão na lista dos possíveis alimentos que, ao terem em suas confecções a farinha do trigo como matéria-prima básica, sofrerão repasses que atingirão os consumidores e pressionarão os índices de inflação nos meses vindouros. 

A baixa luminosidade do período de inverno retardou o crescimento e a formação dos cachos de banana, gerando a escassez que provocou aumento nos preços do produto.

Já os produtos que apresentaram quedas mais significativas de preços no mês de julho/2015 foram: laranja para mesa (12,41%), arroz (10,03%) e tomate para mesa (8,61%) (Tabela 2).

Na mesma linha do apresentado no mês anterior, a não efetivação de compras por parte das agroindústrias (que têm moído para suco matéria-prima de produções próprias), levou ao comércio de mesa (in natura) um excesso de laranja oriundo de citricultores independentes (sem contratos com essas empresas), o que incitou o mercado à desvalorização do produto.

Um excedente de arroz presente no final da safra gaúcha do produto e baixos indicativos de consumo pautaram a queda do preço do produto no mercado nacional em julho. Contudo, o escoamento via exportação e o reaquecimento da demanda já indicam para agosto uma reversão na curva dos preços com a entrada da entressafra.

Em resumo, no mês de julho, oito produtos apresentaram alta de preços (cinco de origem vegetal e três de origem animal) e nove apresentaram queda (sete vegetais e dois de origem animal). Feijão e laranja para indústria, em período de entressafras, não efetivaram negociações no mercado físico no mês de julho³.

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¹A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência = 01/07/2015 a 31/07/2015 e base = 01/06/2015 a 30/06/2015. 

²Artigo completo com a metodologia. PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v. 38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em: ago. 2015. 

³Devido às mudanças a partir de maio de 2015 na unidade de comercialização da cana-de-açúcar, de kg de ATR para tonelada, a consolidação da variação acumulada nos últimos 12 meses não foi realizada nesse artigo técnico-científico. A partir da normalização da base de dados, com a inclusão retroativa dos valores do produto no sistema que gera os índices quadrissemanais, voltar-se-ão a apresentar os cálculos da série histórica no intervalo anual. 

Palavras-chave: IqPR, índice, preços agrícolas, quadrissemana.