Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Julho de 2015


De janeiro a julho de 2015, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$26,57 bilhões (23,5% do total nacional), e as importações2, US$39,45 bilhões (36,4% do total nacional), registrando um deficit de US$12,88 bilhões. Em relação a janeiro-julho de 2014, o valor das exportações paulistas diminuiu 10,1%, e o das importações 20,3%, com queda no deficit comercial (-35,3%) (Figura 1). Comparando-se janeiro a julho de 2015 com igual período de 2014, a queda nas exportações paulistas (-10,1%) ficou abaixo da média brasileira (-15,5%); nas importações, o decréscimo em São Paulo (-20,3%) foi maior do que no Brasil (-19,5%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o deficit da balança comercial paulista registrou queda de 35,3%, enquanto a balança comercial brasileira – deficitária nesse mesmo período em 2014 – apresentou superavit de US$4,61 bilhões.


015.

 

O agronegócio3 paulista apresentou exportações decrescentes (-10,7%), atingindo US$9,39 bilhões; as importações setoriais caíram mais (-11,8%), somando US$3,14 bilhões, resultando em diminuição de 10,2% no saldo comercial em relação aos sete primeiros meses de 2014, atingindo US$6,25 bilhões (Figura 2).


      

Há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$36,31 bilhões, e as exportações, US$17,18 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$19,13 bilhões. Assim, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo, embora decrescente.

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado diminuiu 0,3 ponto percentual, enquanto a participação das importações aumentou 0,8 ponto percentual na comparação do período janeiro-julho de 2015 com o de 2014 (Figura 3).

A balança comercial brasileira registrou superavit de US$4,61 bilhões de janeiro a julho de 2015, com exportações de US$112,86 bilhões e importações de US$108,25 bilhões. O superavit comercial resultou de queda nas exportações (-15,5%) inferior à das importações (-19,5%) (Figura 4).


 

De janeiro a julho de 2015, as exportações do agronegócio brasileiro diminuíram 10,8% em relação a igual período do ano anterior, atingindo US$52,37 bilhões (46,4% do total). Já as importações do setor caíram mais (-16,6%), também na comparação com o período de janeiro a julho de 2014, somando US$8,21 bilhões (7,6% do total). O superavit do agronegócio em janeiro-julho de 2015 foi de US$44,16 bilhões, sendo 9,7% inferior ao do mesmo período do ano passado (Figura 5).


Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações de US$60,49 bilhões e importações de US$100,04 bilhões, produziram no período um deficit de US$39,55 bilhões.

A participação do agronegócio nos totais do país aumentou em termos das exportações (+2,4 pontos percentuais) e também com relação às importações (+0,3 ponto percentual) (Figura 6).

 

A participação paulista no total da balança comercial brasileira aumentou em termos das exportações (1,4 ponto percentual) e caiu no tocante às importações (-0,4 ponto percentual) (Figura 7).


 

Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no período janeiro-julho de 2015 representaram 17,9%, o mesmo percentual que o dos sete primeiros meses de 2014, enquanto as importações representaram 38,2%, percentual superior ao verificado no ano passado (+2,0 pontos percentuais) (Figura 8).


 

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1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é aquela onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

2Estado importador (unidade da Federação importadora) é definido como aquela do domicílio fiscal do importador.

 

3Os grupos de produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat. Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>. Acesso em: ago. 2015. 

 

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.

Data de Publicação: 19/08/2015

Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor