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Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista: nova alta em junho de 2015
O Índice
Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,
2 (que mede a variação dos preços recebidos pelos produtores
paulistas) registrou alta de 0,72% no mês de junho de 2015, na comparação com o
mês anterior. Na decomposição dos grupos de produtos, com encaminhamentos
diferenciados, o IqPR-V (produtos de origem vegetal) fechou o mês negativamente
em 0,84%, enquanto o IqPR-A (produtos de origem animal) teve ascensão de 5,41%
(Tabela 1). Quando a
cana-de-açúcar (que em junho teve queda de 1,36%) é excluída do cálculo do
índice na ponderação dos produtos, o IqPR (geral sem cana) e IqPR-V (vegetal
sem cana) apresentam altas e fecham o mês de junho de 2015 com ascensões
respectivas de 2,96% e 0,28%, respectivamente (Tabela 1). Os produtos do IqPR
que apresentaram as maiores altas nas cotações do mês de junho de 2015 em
relação a maio de 2015 foram, pela ordem: batata (75,32%), carne de frango
(13,12%), ovos (10,03%), leite cru resfriado (9,05%) e carne suína (8,27%)
(Tabela 2). Nota-se que com a exceção da carne bovina, que teve recuo de
-0,72%, os outros quatro produtos de origem animal fecharam o mês com forte
valorização. Para batata, as
chuvas excessivas ocorridas no período do plantio da safra de inverno reduziram
a produtividade do produto, o que elevou os preços recebidos pelos agricultores
que cultivaram o tubérculo no último período. No caso da carne de
frango, seu alto consumo no mercado interno (em substituição à carne bovina) e
a elevação dos embarques do produto em direção ao mercado internacional foram
os principais instrumentos que pautaram o reajuste dos preços recebidos pelos
avicultores em junho. Para a avicultura de
postura, além do efeito substituição em relação às carnes que sobrepujaram a
demanda por ovos no intervalo analisado, o aumento dos custos dos insumos e a
tradicional redução da produtividade ocorrida nos dias mais curtos de inverno
elevaram os preços recebidos pelas granjas paulistas. A menor luminosidade
característica desse período do ano dificulta a brotação e respectiva qualidade
das pastagens. Sendo assim, conforma-se o período de entressafra da pecuária,
quando leites e derivados são encarecidos devido ao repasse da elevação dos
custos de produção aos preços recebidos pelos produtores. Aumento das exportações e do consumo via efeito substituição à carne
bovina em descompasso à oferta reduzida no mês de junho elevou as cotações da
carne suína no Estado de São Paulo. Já os produtos que apresentaram quedas mais
significativas de preços no mês de junho de 2015 foram: tomate para mesa (15,55%), laranja para mesa
(7,16%), banana nanica (6,91%), trigo (6,50%) e milho (5,96%) (Tabela 2). Para
o tomate para mesa, as baixas cotações praticadas na última semana de junho na
região de Itapeva (quando os preços da caixa de 22 kg do produto chegaram a
R$14,65) apresentam-se como o principal indicativo da desvalorização na média
mensal dos preços recebidos pelos produtores paulistas. Com
a não efetivação de compras por parte das agroindústrias (que tem moído para
suco matéria-prima de produções próprias), um excesso de laranja oriundo de
citricultores independentes (sem contratos com essas empresas) foi direcionado
para o comércio de mesa (in natura), o que incitou o mercado à
desvalorização do produto. No
caso da banana, a chegada das massas de ar frio na proximidade do inverno
desacelerou a formação dos cachos, o que reduziu a oferta do produto. Por outro
lado, o consumo recuou acima desse montante, influenciado principalmente pela
oferta de frutas concorrentes, como laranja e tangerina poncã. Em resumo, no mês de
junho, sete produtos apresentaram alta de preços (três de origem vegetal e
quatro de origem animal) e dez apresentaram queda (nove vegetais e um de origem
animal). Feijão e laranja para indústria, em período de entressafras, não
efetivaram negociações no mercado físico no mês de junho3. ______________________________________________ 1A fórmula de
cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da
produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas
pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas
comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os
preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência =
01/06/2015 a 30/06/2015 e base = 01/05/2015 a 31/05/2015. 2Artigo completo com a metodologia.
PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária
Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas,
São Paulo, v. 38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em:<
http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em: jul.
2015. 3Devido às mudanças na unidade de
comercialização da cana-de-açúcar, de kg de ATR para tonelada, a partir de maio
de 2015, a consolidação da variação acumulada nos últimos 12 meses não foi
realizada nesse artigo técnico-científico. A partir da normalização da base de
dados, com a inclusão retroativa dos valores do produto no sistema que gera os
índices quadrissemanais, voltar-se-ão a apresentar os cálculos da série
histórica no intervalo anual. Palavras-chave: IqPR, índice,
preços agrícolas, quadrissemana.
Data de Publicação: 20/07/2015
Autor(es):
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor