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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro no Ano de 2013
No ano de 2013, as exportações1 do Estado
de São Paulo somaram US$ 56,32 bilhões (23,3% do total nacional), e as
importações2, US$ 89,76 bilhões (37,5% do total
nacional), registrando déficit de US$ 33,44 bilhões. Em relação ao ano de 2012,
o valor das exportações paulistas caiu 5,1% e o das importações subiu 15,3%, aumentando
em 81,0% o déficit comercial (Figura 1). A queda nas exportações paulistas (-5,1%),
comparando-se os anos de 2013 e 2012, foi maior do que a das exportações brasileiras
(-0,2%), enquanto que, nas importações, o acréscimo O agronegócio3 paulista apresentou exportações
crescentes (+2,3%), atingindo US$ 20,78 bilhões. As importações também
aumentaram (+7,2%), somando US$ 6,12 bilhões, e o saldo, de US$ 14,66 bilhões, foi
0,4% maior que o do ano de 2012 (Figura 2). Destaque-se que as importações
paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$ 83,64 bilhões
para exportações de US$ 35,54 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$ 48,10 bilhões em
2013. Assim, conclui-se que o comércio exterior paulista seria bem mais deficitário
não fosse o desempenho do agronegócio estadual. Os cinco principais grupos nas
exportações do agronegócio paulista no ano de 2013, foram: complexo
sucroalcooleiro (US$ 9,22 bilhões, com as exportações de
álcool representando 17,7% desse total); carnes (US$ 2,62
bilhões, em que a carne bovina respondeu por 80,6%); sucos (US$ 2,16 bilhões,
dos quais 99,2% referentes a sucos de laranja); produtos florestais (US$ 1,83 bilhão);
e complexo soja (US$ 1,40 bilhão). Esses cinco
agregados representaram 82,9% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Tiveram crescimento,
na comparação do ano de 2013
com o de 2012, as exportações paulistas de: complexo soja (+51,4%); animais
vivos (+29,0%); rações para animais (+18,6%); bebidas (+15,7%); demais produtos
de origem animal (+9,7%); carnes (+6,9%); couros, produtos de couro e peleteria
(+4,8%); produtos apícolas (+4,6%); frutas (+4,2%); sucos (+3,5%) e produtos
alimentícios diversos (+3,0%) Houve redução nas demais, ou seja: fumo e seus
produtos (sem exportações em 2013); chá, mate e especiarias (-44,1%); fibras e
produtos têxteis (-31,1%); café (-17,2%); demais produtos de origem vegetal (-16,9%);
plantas vivas e produtos de floricultura (-11,0%); produtos hortícolas,
leguminosas, raízes e tubérculos (-7,5%); cereais, farinhas e preparações (-7,3%);
pescados (-6,8%); cacau e seus produtos (-6,5%); lácteos (-1,3%); produtos
oleaginosos (-0,6%); produtos florestais (-0,4%) e complexo sucroalcooleiro (-0,3%)(Tabela
1). A participação das exportações do
agronegócio paulista no total do Estado aumentou 2,7 pontos percentuais,
enquanto a participação das importações diminuiu 0,5 ponto percentual, na comparação
dos anos de 2012 e 2013 (Figura 3). A balança comercial brasileira registrou superávit de
US$ 2,56 bilhões em 2013, com exportações de US$ 242,18 bilhões e importações
de US$ 239,62 bilhões. A queda de 86,8% no saldo comercial ocorreu em função da
queda nas exportações (-0,2%) e do aumento nas importações (+7,4%) (Figura 4). No
ano de 2013, as exportações do agronegócio brasileiro cresceram 4,3% em relação
ao ano anterior, atingindo US$ 99,97 bilhões (41,3% do total). Já as importações
do setor aumentaram 4,0%, também na comparação com o ano de 2012, somando US$ 17,06
bilhões (7,1% do total). O superávit do agronegócio no período foi de US$ 82,91
bilhões, 4,4% superior ao do ano anterior (Figura 5). Portanto, o comércio
exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio,
uma vez que os demais setores, com exportações US$ 142,21 bilhões e importações
de US$ 222,56 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 80,35 bilhões. Os cinco principais grupos do agronegócio brasileiro nas
exportações do ano de 2013 foram: complexo soja (US$ 30,96 bilhões); carnes
(US$ 16,80 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$ 13,72 bilhões); produtos
florestais (US$ 9,63 bilhões); e cereais, farinhas e preparações (US$ 7,25
bilhões). Esses cinco agregados responderam por 78,4% das vendas externas do
agronegócio nacional (Tabela 2). Na comparação com o
ano de 2012, aumentaram as exportações de: bebidas (+29,6%); rações para
animais (+28,9%); chá, mate e especiarias (+26,6%); animais vivos (+21,8%); complexo
soja (+18,6%); couros, produtos de couro e peleteria (+15,4%); cereais,
farinhas e preparações (+8,7%); carnes (+6,8%); produtos florestais (+6,3%); demais
produtos de origem animal (+5,9%); produtos apícolas (+5,9%); produtos
alimentícios diversos (+4,3%); pescados (+3,8%); produtos oleaginosos (+1,4%);
fumo e seus produtos (+0,5%) e sucos (+0,4). Diminuíram as exportações de: fibras
e produtos têxteis (-39,1%); cacau e seus produtos (-19,0%); café (-18,4%); demais
produtos de origem vegetal (-12,5%); complexo sucroalcooleiro (-8,8%); plantas
vivas e produtos de floricultura (-8,2%); frutas (-3,5%); lácteos (-1,6%) e produtos
hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (-0,8%)(Tabela 2). A participação do agronegócio no total do País aumentou
1,8 ponto percentual nas exportações, mas diminuiu 0,3 ponto percentual nas
importações (Figura 6). A participação paulista no total da balança comercial
brasileira caiu em termos das exportações (-1,2 ponto percentual) e subiu no
tocante às importações (+2,6 pontos percentuais) (Figura 7). Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações
setoriais de São Paulo no ano de 2013 representaram 20,8%, ou seja, menos 0,4
ponto percentual que em 2012, enquanto as importações representaram 35,9%,
sendo 1,1 ponto percentual superior à representatividade verificada no ano
anterior (Figura 8). A participação do agronegócio paulista no agronegócio
nacional, no ano de 2013, destacou-se nos grupos de: sucos (87,9%); lácteos (81,2%);
produtos alimentícios diversos (68,6%); complexo sucroalcooleiro (67,2%); plantas
vivas e produtos de floricultura (65,8%); demais produtos de origem animal (49,8%);
demais produtos de origem vegetal (49,5%); produtos oleaginosos (48,9%); rações
para animais (34,2%); e produtos apícolas (30,5%)(Tabela 3). Em relação ao ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas
participações de São Paulo nos grupos complexo sucroalcooleiro (+5,7 pontos
percentuais); sucos (+2,7 pontos
percentuais); cacau e seus produtos (+2,1 pontos percentuais); demais produtos
de origem animal (+1,7 ponto percentual) e complexo soja (+1,0 ponto
percentual). Já as maiores quedas ocorreram nas participações dos grupos: chá,
mate e especiarias (-3,1 pontos percentuais); rações para animais (-3,0 pontos
percentuais); demais produtos de origem vegetal (-2,7%); bebidas (-2,2 pontos
percentuais); e plantas vivas e produtos de floricultura (-2,0 pontos
percentuais)(Tabela 3). NOTAS 1Estado produtor
(Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de
exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos
agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou
parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi
completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua
forma final. 2Estado importador
(Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do
domicílio fiscal do importador. 3Os
grupos de produtos do agronegócio podem ser vistos em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/
servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat> Palavras-chave: agronegócio, balança
comercial, exportações, importações. Tabela
Complementar TABELA 1. Valor das
Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Produtos, Brasil e Estado de São
Paulo, Janeiro a Dezembro, 2012 e 2013.
Data de Publicação: 20/01/2014
Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor