O agronegócio³ paulista apresentou exportações crescentes (+10,3%), atingindo US$ 15,90 bilhões. As importações também aumentaram (+5,8%), somando US$ 4,54 bilhões, e o saldo, de US$ 11,36 bilhões, foi 12,1% maior que o do período de janeiro a setembro do ano de 2012 (Figura 2). Destaque-se que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$ 62,64 bilhões para exportações de US$ 25,95 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$ 36,69 bilhões de janeiro a setembro de 2013. Assim, conclui-se que o comércio exterior paulista seria bem mais deficitário não fosse o desempenho do agronegócio estadual.

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista, no período de janeiro a setembro de 2013, foram: complexo sucroalcooleiro (US$ 7,10 bilhões, com as exportações de álcool representando 18,5% desse total); carnes (US$ 1,90 bilhão, em que a carne bovina respondeu por 81,6%); sucos (US$ 1,58 bilhão, dos quais 99,0% referentes a sucos de laranja); produtos florestais (US$ 1,36 bilhão); e complexo soja (US$ 1,33 bilhão). Esses cinco agregados representaram 83,5% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1).

Tiveram crescimento, na comparação do período de janeiro a setembro de 2013 com o de 2012, as exportações paulistas de: complexo soja (+51,6%); animais vivos (+29,2%); bebidas (+19,8%); complexo sucroalcooleiro (18,7%); produtos apícolas (+18,6%); rações para animais (+14,8%); demais produtos de origem animal (+12,7%); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (+9,5%); couros, produtos de couro e peleteria (+5,9%); carnes (+5,1%); lácteos (+1,0%); e frutas (+0,6%). Houve redução nas demais, ou seja: fumo e seus produtos (sem exportações no período, em 2013); chá, mate e especiarias (-58,1%); fibras e produtos têxteis (-22,8%); demais produtos de origem vegetal (-20,9%); plantas vivas e produtos de floricultura (-12,1%); pescados (-9,1%); café (-9,0%); produtos florestais (-4,4%); produtos oleaginosos (-2,8%); cereais, farinhas e preparações (-2,1%); sucos (-1,2%); produtos alimentícios diversos (-0,8%); e cacau e seus produtos (-0,4%)(Tabela 1).

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado aumentou 5,0 pontos percentuais, enquanto a participação das importações diminuiu 0,5 ponto percentual, na comparação dos períodos de janeiro a setembro de 2012 e 2013 (Figura 3).

A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,61 bilhão de janeiro a setembro de 2013, com exportações de US$ 177,65 bilhões e importações de US$ 179,26 bilhões. O saldo comercial negativo - ao contrário do período de janeiro a setembro do ano anterior - ocorreu em função de queda nas exportações (-1,6%) e aumento nas importações (+8,7%) (Figura 4).

De janeiro a setembro de 2013, as exportações do agronegócio brasileiro cresceram 9,5% em relação a igual período do ano anterior, atingindo US$ 78,00 bilhões (43,9% do total). Já as importações do setor aumentaram 5,3%, também na comparação com os nove primeiros meses de 2012, somando US$ 12,67 bilhões (7,1% do total). O superávit do agronegócio no período foi de US$ 65,33 bilhões, 10,3% superior ao do período janeiro-setembro do ano anterior (Figura 5). Portanto, o déficit do comércio exterior brasileiro só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações US$ 99,65 bilhões e importações de US$ 166,59 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 66,94 bilhões.

Os cinco principais grupos do agronegócio brasileiro nas exportações de janeiro a setembro de 2013 foram: complexo soja (US$ 27,63 bilhões); carnes (US$ 12,40 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$ 10,34 bilhões); produtos florestais (US$ 7,13 bilhões); e cereais, farinhas e preparações (US$ 4,85 bilhões). Esses cinco agregados responderam por 79,9% das vendas externas do agronegócio nacional (Tabela 2).

Na comparação com o período de janeiro a setembro de 2012, aumentaram as exportações de: bebidas (+39,1%); cereais, farinhas e preparações (+34,8%); rações para animais (+27,5%); chá, mate e especiarias (+20,5%); complexo soja (+19,2%); couros, produtos de couro e peleteria (+13,4%); carnes (+8,6%); complexo sucroalcooleiro (+8,2%); demais produtos de origem animal (+7,1%); produtos florestais (+6,3%); produtos apícolas (+4,0%); animais vivos (+2,4%); produtos alimentícios diversos (+1,4%) e pescados (+0,0%). Diminuíram as exportações de: fibras e produtos têxteis (-33,5%); cacau e seus produtos (-20,6%); demais produtos de origem vegetal (-15,6%); café (-14,4%); plantas vivas e produtos de floricultura (-9,6%); frutas (-7,1%); sucos (-4,6%); lácteos (-4,6%); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (-3,8%); produtos oleaginosos (-2,8%); e fumo e seus produtos (-2,4%)(Tabela 2).

A participação do agronegócio no total do País aumentou 4,4 pontos percentuais nas exportações, mas diminuiu 0,2 ponto percentual nas importações (Figura 6).

A participação paulista no total da balança comercial brasileira caiu em termos das exportações (-0,6 ponto percentual) e subiu no tocante às importações (+1,9 ponto percentual) (Figura 7).

Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no período de janeiro a setembro de 2013 representaram 20,4%, ou seja, mais 0,2 ponto percentual que em igual período de 2012, enquanto as importações representaram 35,8%, sendo 0,1 ponto percentual superior à representatividade verificada no mesmo período do ano anterior (Figura 8).

A participação do agronegócio paulista no agronegócio nacional, de janeiro a setembro de 2013, destacou-se nos grupos de: sucos (89,3%); lácteos (85,3%); plantas vivas e produtos de floricultura (68,7%); produtos alimentícios diversos (68,7%); complexo sucroalcooleiro (68,7%); produtos oleaginosos (51,2%); demais produtos de origem animal (49,9%); demais produtos de origem vegetal (48,3%); rações para animais (34,3%); e produtos apícolas (33,1%)(Tabela 3).

Em relação ao período janeiro-setembro do ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas participações de São Paulo nos grupos complexo sucroalcooleiro (+6,1 pontos percentuais); lácteos (+4,7 pontos percentuais); produtos apícolas (+4,1 pontos percentuais); cacau e seus produtos (+3,2%); e sucos (+3,1%). Já as maiores quedas ocorreram nas participações dos grupos: chá, mate e especiarias (-4,4 pontos percentuais); rações para animais (-3,8 pontos percentuais); demais produtos de origem vegetal (-3,2%); bebidas (-2,9 pontos percentuais); e produtos florestais (-2,1 pontos percentuais)(Tabela 3).

NOTAS

¹Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

²Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.

³Os grupos de produtos do agronegócio podem ser vistos em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/ servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.

Tabela Complementar

TABELA 1. Valor das Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Produtos, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro, 2012 e 2013.