volume 47, Tomo 1, 2000 |
Relações entre as
Exportações Brasileiras de Carnes e a Economia Brasileira
Flávia Maria de Mello Bliska,
Joaquim José Martins Guilhoto
RESUMO: Este estudo analisa
como alterações em variáveis macroeconômicas,
domésticas e externas podem causar impactos nas exportações
brasileiras de carnes e conseqüentemente na economia brasileira.
O estudo é conduzido em duas etapas principais: a) utiliza-se um
modelo de auto-regressão vetorial (VAR) para avaliar os impactos
de alterações nas variáveis macroe-conômicas
domésticas e externas sobre as exportações brasileiras
de carnes bovina e de aves e b) os resultados obtidos no VAR são
aplicados em um modelo de insumo-produto para avaliar as mudanças
nos níveis de importância dos diferentes setores produtivos
e, especialmente, dos setores de produção e de abate e processamento
animal. Os resultados indicam que alterações nas variáveis
macroeconômicas podem causar impactos sobre as exportações
de carnes, as quais podem afetar a economia brasileira principalmente nos
setores de produção de milho, produção de bovinos,
aves e outros animais, outros produtos agropecuários, química,
farmácia e veterinária, produtos plásticos, abate
e processamento de animais, outros produtos alimentí-cios, comércio
e transporte; serviços públicos e serviços financeiros
ou não.
RESUMO: Este estudo investiga os
fatores e ações empresariais que afetam o de-sempenho econômico
de fazendas orgânicas. O estudo empírico visa entender a relação
entre estratégias de diferenciação e competitividade
dessas fa-zendas no mercado. Para esse fim, produtores de uma amostra de
fazendas orgâ-nicas foram entrevistados sobre desempenho técnico
e econômico. A amos--tra representa 30% do total de fazendas orgânicas
na região de Campania, no sul da Itália. Um mo-de-lo qualitativo
de respostas (logit) foi utilizado para estimar a prob-a-bilidade de sucesso
de uma fazenda orgânica, relacionando as variáveis em nível
de mercado e de fa-zen-da. O modelo empírico confirmou alguns dos
resultados obtidos em estudos de cadeia de produção orgânica
no que diz respeito a tamanho da fazenda, localiza-ção
geográfica e cone-xões com o mercado. Além disso,
caracterizaram-se alguns tópicos re-la--cionados com as dificuldades
em se viabilizar a diferenciação desses produtos, como a
capacitação dos produtores e a distância do centro
urbano consumidor. Finalmente, pode-se concluir que os órgãos
tomadores de decisões deveriam se preocupar não apenas com
políticas monetárias, mas, e em maior grau, com políticas
de mercado e de pesquisas para estimular a produção orgânica.
RESUMO: O Programa Estadual
de Microbacias Hidrográficas de São Paulo (PEMBH) foi concebido
com múltiplos objetivos a serem otimizados com atividades em conformidade
com a Capacidade de Uso Sustentável da Terra (CUST). A implementação
destas atividades depende dos interesses, das possibilida-des e das prioridades
atribuídas aos objetivos dos agricultores da microbacia. A otimização
dos objetivos (minimizar a erosão do solo, minimizar o uso de defensivos
químicos, maximizar a produção de alimentos básicos,
maximizar a margem bruta, mini-mizar a estacionalidade da renda, maximizar
o uso da mão-de-obra fixa e minimizar a estacionalidade do uso da
mão-de-obra), sujeita às restrições de disponibilidade
de máquinas, mão-de-obra permanente e capital, foi obtida
usando a Programação por Metas Lexicográficas (PML).
A PML permitiu selecionar determinados usos para as terras de 6 propriedades
estudadas, as quais representam os três grupos da microbacia. A adoção
das alternativas selecionadas afetaria diferen-temente os sistemas de produção
em termos de mudanças no “layout” das glebas, racionalizando o uso
da mão-de-obra, de máquinas e de defensivos químicos,
mantendo ou aumentando a renda e a produção de alimentos
básicos e promovendo a conservação dos solos. O método
proposto para o Planejamento do Uso Sustentável da Terra (PUST),
por considerar os múltiplos objetivos hierarquizados pelos tomadores
de de-cisão, produz recomendações mais aceitáveis
pelos produtores rurais. Concluiu-se que o método pode ser usado
no contexto de mi-crobacias hidrográficas.
RESUMO: Neste artigo discute-se a organização de estratos e analisa-se um estudo de caso: a estratificação de unidades de produção agrícola para o levantamento de estatísticas agrícolas no Estado de São Paulo. Variáveis como área plantada (laranja, café, cana-de-açúcar, etc.), trabalho (trabalhadores permanentes e temporários) e outras são consideradas para formar os estratos. As 41 variáveis utilizadas foram condensadas em 16 fatores e estes usados para agru-par as unidades de produção agrícola empregando análise de agrupamentos. Apresenta-se um estudo de Monte Carlo para verificar os estratos assim obtidos. A produção de café foi estima-da em condições de campo, e os resultados são discutidos. Um esquema amostral é proposto a fim de estabelecer o Sistema Estadual de Informação Estatística do Agronegócio.