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Balança Comercial dos Agronegócios Paulistas e Brasileiros em Janeiro de 2009
Em janeiro de 2009, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$ 2,75 bilhões (28,1% do total nacional), e as importações2, US$4,44 bilhões (43,1% do total nacional), registrando um déficit de US$1,69 bilhão. Em relação ao mês de janeiro de 2008, o valor das exportações paulistas diminuiu 30,6% e o das importações, 8,1%, quase dobrando o déficit comercial (+94,3%) (Figura 1). O desempenho das exportações paulistas (-30,6%), comparando-se o primeiro mês de 2009 com o de 2008, ficou abaixo da média brasileira (-26,4%), enquanto que nas importações, a queda no Brasil foi maior (-16,5%) do que em São Paulo (-8,1%). Assim, na conjunção das performances das exportações e importações, o saldo da balança comercial paulista teve aumento do déficit enquanto que a brasileira apresentou inversão, de superávit para déficit. Trata-se da manifestação da realidade da crise econômica mundial, uma vez que todos os indicadores de comércio exterior apresentam recuos expressivos.
Figura 1 - Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro de 2008 e 2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Os agronegócios paulistas também apresentaram exportações decrescentes (-8,8%), atingindo US$1,03 bilhão; como as importações tiveram maior diminuição (-29,2%), somando US$0,46 bilhão, houve aumento de 18,8% no saldo comercial em relação a janeiro de 2008, somando US$0,57 bilhão3 (Figura 2). Há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$3,98 bilhões para exportações de US$1,72 bilhão, gerando um déficit externo desse agregado, de US$ 2,26 bilhões. Assim, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho dos agronegócios estaduais, cujos saldos se elevaram, pois as importações diminuíram mais do que as exportações.
Figura 2 - Balança Comercial dos Agronegócios Estado de São Paulo, Janeiro de 2008 e 2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado cresceu 9,0 pontos percentuais, enquanto a participação das importações diminuiu em 3,1 pontos na comparação do primeiro mês de 2008 com o de 2009 (Figura 3).
Figura 3 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro de 2008 e 2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A balança comercial brasileira, após oito anos, registrou déficit de US$0,53 bilhão em janeiro de 2009, com exportações de US$9,78 bilhões e importações de US$10,31 bilhões. Esse déficit, que não ocorria desde março de 2001, aconteceu em função de queda das exportações (-26,4%) muito maior que a diminuição das importações (-16,5%) (Figura 4). Mais uma vez a economia brasileira sofre os impactos da crise econômica sobre o comércio internacional.
Figura 4 - Balança Comercial, Brasil, Janeiro de 2008 e 2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
No primeiro mês de 2009, as exportações dos agronegócios brasileiros recuaram 11,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, atingindo US$4,34 bilhões (44,4 do total). Já as importações do setor diminuíram 29,6%, também em comparação com janeiro de 2008, somando US$1,40 bilhão (13,6% do total). O superávit dos agronegócios de janeiro de 2009 foi de US$2,94 bilhões4, 1,0% superior ao do mesmo período do ano anterior (Figura 5). Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$ 5,44 bilhões e importações de US$ 8,91 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 3,47 bilhões.
Figura 5 - Balança Comercial dos Agronegócios, Brasil, Janeiro de 2008 e 2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
As participações dos agronegócios nos totais do País cresceram em termos das exportações (+7,5 pontos percentuais) e recuaram em relação às importações (-2,5 pontos percentuais) (Figura 6). Isso revela a elevada capacidade dos agronegócios brasileiros em responder aos movimentos da crise internacional.
A participação paulista no total da balança comercial brasileira caiu em termos das exportações (-1,7 pontos percentuais) mas aumentou no tocante às importações (+4,0 pontos percentuais) (Figura 7).
Figura 6 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Brasil, Janeiro de 2008 e 2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Figura 7 - Participação da Balança Comercial Paulista no Total do Brasil, Janeiro de 2008 e 2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Em relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo no primeiro mês de 2009 representaram 23,7%, ou seja, 0,6 ponto percentual a mais que no mesmo mês em 2008, enquanto as importações representaram 32,9%, sendo 0,2 ponto percentual superior à verificada no ano anterior (Figura 8).
Figura 8- Participação do Agronegócio Paulista no Brasileiro, Balança Comercial, Janeiro de 2008 e 2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
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1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
3Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios paulistas foi de US$0,66 bilhão.
4Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios brasileiros foi de US$3,34 bilhões.
Palavras-chave: agronegócios, balança comercial, exportações, importações.
Data de Publicação: 11/02/2009
Autor(es):
José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor