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Participação do Estado de São Paulo e dos Agronegócios na Balança Comercial Brasileira no Período 1997-2007
                                 A visão global do período 1997-2007 revela que o Estado de São Paulo consiste na mais importante plataforma de comércio exterior do Brasil, com percentuais significativos das vendas externas e ainda mais expressivos de importações. Em linhas gerais, portanto, pela corrente de comércio realizada, a economia paulista configura a face competitiva e moderna da brasileira.              Isso também se verifica nos agronegócios. Nas exportações paulistas dos agronegócios prevalecem os produtos com agregação de valor e nas importações, a aquisição de elementos que movem a moderna agroindústria estadual de bens de capital e insumos, que abastece a moderna agricultura brasileira.              A participação das exportações paulistas no total brasileiro apresentou tendência reduzida, porém persistente de queda no período 1997-2007, passando de 34,14% em 1997 para 32,20% em 2007 (Figura 1 e Tabela 1). 
Figura 1- Participação das Exportações Paulistas no Total Brasileiro, 1997-2007. 
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A participação das importações paulistas também sofreu diminuição, iniciando o período com percentual de 47,74% e terminando com 40,13% (Figura 2 e Tabela 1).
As exportações dos agronegócios paulistas, que respondiam por 25,47% das exportações dos agronegócios brasileiros em 1997, aumentaram em participação até 1999, quando se iniciou tendência de queda que se estendeu até 2003, e voltaram a crescer proporcionalmente desse ano em diante, atingindo 2006 com o percentual de 28,34%, mas mostra novo recuo alcançando 25,05% em 2007 (Figura 3 e Tabela 1).
Tabela 1 - Participação do Estado de São Paulo na Balança Comercial Nacional, 1997-2007
(em %)
| Ano |        |            | ||
|        Exportação  |            Importação  |            Exportação  |            Importação   | |
| 1997 |        34,14  |            47,74  |            25,47  |            44,08  | 
| 1998 |        35,64  |            48,40  |            26,92  |            42,67  | 
| 1999 |        36,54  |            47,37  |            28,65  |            42,50  | 
| 2000 |        35,92  |            45,85  |            25,07  |            40,58  | 
| 2001 |        35,42  |            44,59  |            24,78  |            41,51  | 
| 2002 |        33,31  |            41,99  |            25,09  |            39,31  | 
| 2003 |        31,57  |            42,09  |            23,65  |            37,25  | 
| 2004 |        32,18  |            43,15  |            24,19  |            36,86  | 
| 2005 |        32,13  |            41,43  |            25,38  |            37,54  | 
| 2006 |        33,49  |            40,56  |            28,34  |            37,86  | 
| 2007 |        32,20  |            40,13  |            25,05  |            31,75  | 
 Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
 Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A participação das importações dos agronegócios paulistas nas importações dos agronegócios brasileiros apresentou forte redução, caindo de 44,08% em 1997 para 31,75% em 2007, com acentuado decréscimo entre 2001 e 2007 (Figura 4 e Tabela 1).
Figura 4 - Participação das Importações dos Agronegócios Paulistas nas Importações dos Agronegócios Brasileiros, 1997-2007. 
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A participação das exportações dos agronegócios brasileiros nas exportações nacionais, no período de 1997-2007, também se reduziu, exceto entre 2001 e 2003, quando experimentou certa recuperação (Figura 5 e Tabela 2).
Figura 5 - Participação das Exportações dos Agronegócios Brasileiros nas Exportações Nacionais, 1997-2007. 
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Com exceção do período 2002-2003, a participação das importações dos agronegócios brasileiros nas importações nacionais sofreu acentuada queda, de 21,24% em 1997, para 14,13% em 2007 (Figura 6 e Tabela 2).
Em relação às exportações estaduais, em linhas gerais, a participação das exportações dos agronegócios paulistas reduziu-se de patamar da ordem de 35% no período 1997-1999, para patamar na casa dos 32% em 2002-2006, com resultados mais modestos em 2000 e em 2001, e em 2007 ficou abaixo de 30% (Figura 7 e Tabela 2).
Tabela 2 - Participação dos Agronegócios na Respectiva Balança Comercial, Brasil, São Paulo e Outras Unidades da Federação, 1997-2007
| Ano |        |            |            | |||
|        Exportação  |            Importação  |            Exportação  |            Importação   |            Exportação  |            Importação   | |
| 1997 |        47,11  |            21,24  |            35,15  |            19,61  |            53,31  |            22,72  | 
| 1998 |        45,08  |            21,27  |            34,04  |            18,76  |            51,19  |            23,63  | 
| 1999 |        45,12  |            18,51  |            35,39  |            16,61  |            50,73  |            20,22  | 
| 2000 |        39,54  |            16,98  |            27,60  |            15,03  |            46,23  |            18,63  | 
| 2001 |        42,95  |            15,40  |            30,04  |            14,34  |            50,03  |            16,26  | 
| 2002 |        43,18  |            16,26  |            32,53  |            15,23  |            48,50  |            17,01  | 
| 2003 |        44,38  |            17,62  |            33,25  |            15,59  |            49,51  |            19,09  | 
| 2004 |        43,03  |            16,23  |            32,35  |            13,87  |            48,10  |            18,03  | 
| 2005 |        39,13  |            13,68  |            30,91  |            12,39  |            43,03  |            14,59  | 
| 2006 |        37,76  |            12,98  |            31,96  |            12,12  |            40,68  |            13,57  | 
| 2007 |        38,49  |            14,18  |            29,94  |            11,22  |            42,55  |            16,16  | 
Figura 6 - Participação das Importações dos Agronegócios Brasileiros nas Importações Nacionais, 1997-2007. 
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC. 
Figura 7 - Participação das Exportações dos Agronegócios Paulistas nas Exportações Estaduais, 1997-2007. 
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A nítida tendência de queda na participação das importações dos agronegócios paulistas no total de importações estaduais, observada de 1997 a 2001, voltou a ser perceptível a partir de 2003, após certo crescimento em 2002 e 2003. Inicia-se com 19,61% em 1997 e finaliza com 11,22% em 2007 (Figura 8 e Tabela 2).
Figura 8 - Participação das Importações dos Agronegócios Paulistas nas Importações Estaduais, 1997-2007. 
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
Nas outras Unidades da Federação, a participação das exportações dos agronegócios nas exportações totais também diminuiu no período de 1997-2006, exceto ente 2001 e 2003, de 53,31% em 1997 para 40,68% em 2006. Em 2007 há novo incremento, alcançando 42,55% (Figura 9 e Tabela 2). 
  
Figura 9 - Participação das Exportações dos Agronegócios nas Exportações Totais, Outras Unidades da Federação, 1997-2007. 
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
O mesmo comportamento foi exibido pelas importações dos agronegócios das outras Unidades da Federação, cuja participação no total nacional diminuiu de 22,72% em 1997 para 13,57% em 2006. Entretanto, tal como em 1998, 2002 e 2003 em que se registrou crescimento em relação ao ano anterior, em 2007 há significativo aumento para 16,16% (Figura 10 e Tabela 2).
Figura 10 - Participação das Importações dos Agronegócios nas Importações Totais, Outras Unidades da Federação, 1997-2007. 
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
As participações estaduais e/ou setoriais no comércio exterior associam-se a elementos que formam o ambiente macroeconômico que condicionam as transações entre nações. Desde logo o câmbio, que apresentou desvalorização da moeda nacional entre 1997 e 2004, acabou por estimular exportações tornando as importações menos atrativas. Com a valorização pós 2004, tem-se o movimento reverso. Assim, ocorrem impactos nas participações setoriais e estaduais em função desse movimento cambial. Essa condição manifesta-se na presença de outro determinante, qual seja, o patamar de preços internacionais, uma vez que preços internacionais crescentes com câmbio em valorização podem levar aos incrementos de exportação. Mas isso não se dá de forma uniforme em todo o Brasil, dada a especialização regional em alguns produtos, caso, por exemplo, dos agronegócios paulistas que, tendo como principal mercadoria exportada o açúcar, face a preços internacionais cadentes em 2007, perdem participação nacional, uma vez que as demais Unidades da Federação foram favorecidas com os maiores preços de soja e derivados, seu principal produto em 2007.
Palavras-chave: agronegócios, balança comercial, exportações, importações.
Data de Publicação: 18/03/2008
                Autor(es): 
                José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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