Preços agropecuários sobem 2,74% em janeiro de 2007

           Os preços recebidos pelos produtores paulistas aumentaram 2,74% no mês de janeiro de 2007. Essa alta no Índice Quadrissemanal de Preços Agropecuários Recebidos (IqPR) se deve principalmente aos produtos de origem vegetal (IqPR-V) cuja variação positiva foi de 3,81%. Já os produtos de origem animal (IqPR-A) registraram pequeno aumento de 0,54% (gráfico 1). Dessa maneira, os produtos vegetais tiveram níveis de preços pressionando a inflação futura, enquanto os preços dos produtos animais apresentaram movimentos similares aos índices de inflação (IPCA de 0,44%). 
  
  Gráfico 1 - Variação percentual dos preços recebidos pelos produtores no Estado de São Paulo, janeiro de 2007

 

Fonte: Instituto de Economia Agrícola

            No mês de janeiro, os preços agrícolas dos 20 produtos que compõem o IqPR apresentaram diferentes amplitudes de  variação (tabela 1).
 

Tabela 1 - Variações das cotações dos produtos, Estado de São Paulo, janeiro de 2007

 

Fonte: Instituto de Economia Agrícola

            Os produtos do IqPR que apresentaram a maior alta foram tomate para mesa (50,62%), laranja para mesa (28,63%), laranja para indústria (15,93%) e carne de frango (14,82%). Os produtos com maior queda foram banana nanica (-17,60%), ovos (-9,85%), arroz (-4,76%), carne suína (-4,56%) e feijão (3,93%) (gráfico 2).
 
 

Gráfico 2 - Variações das cotações dos produtos, Estado de São Paulo, janeiro de 2007

 

Fonte: Instituto de Economia Agrícola

            Em janeiro, os aumentos foram mais acentuados do que as quedas. Isso fez com que os índices (IqPR, IqPR-V e IqPR-A) registrassem variações positivas.

            O tomate para mesa registrou a maior elevação no período, devido às fortes chuvas ocorridas no Estado, o que prejudicou a produção. No caso da laranja, o aumento deve-se não apenas à entressafra, como também ao maior consumo de sucos no verão que levou as frutas para mesa a terem percentuais de aumentos superiores aos verificados na laranja para indústria.
            A carne de frango foi o único produto de origem animal com elevação, em função da baixa oferta e da demanda ligeiramente aquecida.
            A banana nanica apresentou a maior queda, ocasionada pelo aumento da oferta do produto no mês de janeiro devido às condições climáticas que favoreceram o seu desenvolvimento.
            Se desconsiderarmos a cana-de-açúcar, o resultado do IqPR pula de 2,74% para 4,75%, enquanto o IqPR-V vai de 3,81% para 8,84%. Isto se deve ao fato de a cana-de-açúcar ter sofrido queda de 1,23% e também pela sua elevada representatividade na produção agropecuária paulista (gráfico 3).
           
Gráfico 3 - Variação percentual dos índices de preços recebidos pelos produtores, no Estado de São Paulo, com ponderações paulistas e brasileira1, janeiro de 2007

 
 
 
 
Fonte: Instituto de Economia Agrícola

             Já o IqPR Brasil e o IqPR-V Brasil foram inferiores aos números de São Paulo, com valor de 1,05% e 0,50%, respectivamente, enquanto o IqPR-A Brasil ficou acima do equivalente paulista, com 1,74%. Essas discrepâncias se dão em virtude das diferenças de importância dos produtos.

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            1O Estado de São Paulo representa um espaço econômico formador de preços na agricultura brasileira. Daí a opção de apresentar os índices de preços, ainda que no mercado paulista, considerando uma ponderação para todo Brasil (consistida nas participações dos diferentes produtos considerados na produção agropecuária nacional) e também a ponderação para São Paulo (consistida nas participações dos diferentes produtos considerados na produção agropecuária estadual). Ainda em busca do maior aprofundamento na compreensão dos movimentos dos preços, apresentam-se as variações dos índices com ponderação paulista em duas tabulações: uma sem a cana para indústria e outra com a cana para indústria, lavoura que pela sua representatividade na produção estadual pode levar a interpretações não apropriadas do movimento dos preços.

 

Data de Publicação: 14/02/2007

Autor(es): Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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