Artigos
Preços médios de terra agrícola de primeira sobem 41,53% em um ano
Os preços médios de terra agrícola de primeira aumentaram 41,53%, para R$ 7.384,82 o hectare, entre junho de 2002 e junho último, no Estado de São Paulo, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) com base em levantamento feito em conjunto com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), ambos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Já os preços médios da terra de segunda subiram 71,01% no mesmo período, para R$ 5.655,81 o hectare. Com menores acréscimos, aparecem os preços médios das terras de pastagem (36,97%, para R$ 4.530,10 o hectare), de reflorestamento (32,98%, para R$ 3.250,34 o hectare) e de campo (37,93%, para R$ 3.167,17 o hectare).
O mesmo levantamento aponta aumento de 21,12% no preço médio de aluguel de pasto, para R$ 9,06 a cabeça de gado por mês.
Assim, ocorreu uma forte valorização real das terras agrícolas, pois, no mesmo período, os preços recebidos pelos agricultores cresceram 30,20%, o IGP-M aumentou 28,23% e o IPC-Fipe evoluiu 16,57%, segundo o diretor do IEA Nelson Martin.
Por região, os maiores aumentos nos preços da terra de primeira ocorreram nas regiões de Presidente Venceslau (131,76%, para R$ 2.231,40 o hectare) e de Franca (103,09%, para R$ 8.359,82 o hectare). Os maiores valores nominais foram alcançados nas regiões de Campinas (R$ 15.176,56 o hectare), Mogi-Mirim (R$ 14.504,13) e Jaboticabal (R$ 13.459,27).
Para a terra de segunda, destacam-se as regiões de Franca (aumento de 183,86%, para R$ 6.541,64 o hectare), Presidente Venceslau (mais 132,80%, para R$ 2.021,12), Araraquara (132,44%, para R$ 6.291,32), Jaú (106,11%, para R$ 6.542,70) e Pindamonhangaba (105,02%, para R$ 4.368,36). Os maiores preços nominais estão nas regiões de Campinas (R$ 12.471,83 o hectare), Jaboticabal (R$ 11.835,89), Mogi-Mirim (R$ 11.002,07) e Orlândia (R$ 10.487,60).
'Nesse período, observou-se alta instabilidade dos mercados financeiros, principalmente em relação a possíveis calotes na dívida pública, com impacto nos investimentos em bens, como terras', observa Martin. 'Isto, associado à forte expansão do setor, com mercado externo favorável e taxa de câmbio também atuando na mesma direção, gerou maior taxa de rentabilidade nas principais atividades agropecuárias do Estado (cana-de-açúcar, laranja, soja e milho), com maior demanda por terras para plantio, o que pressionou os seus preços.'
Mais informações podem ser obtidas na tabela.
Data de Publicação: 22/09/2003
Autor(es): José Venâncio De Resende Consulte outros textos deste autor