Agropecuárias paulista e brasileira: crescimento do produto e investimento em P&D

            O debate atual sobre a política econômica brasileira destaca o aumento dos gastos correntes como um dos problemas dos limites fiscais que impedem o aumento do investimento governamental, notadamente no plano federal. Ao mesmo tempo, considera-se que, no caso paulista, tenha ocorrido aumento das inversões.
            O conceito de investimento utilizado corresponde aos dispêndios governamentais em infra-estrutura e na alavancagem da capacidade produtiva privada. São considerados gastos correntes todas as despesas com a máquina pública, incluindo todas as funções e tipos de despesas. Isto deriva da constatação de que a economia brasileira apresentou nas últimas décadas taxas médias de crescimento do produto não apenas baixas como inferiores às dos países emergentes, levando a perda de importância relativa no contexto internacional.
            A carga tributária supera os 36% do Produto Interno Bruto (PIB). Assim, as pressões dos gastos com a previdência e a proporção da divida pública (que supera a metade do produto nacional) exigem ajustes que permitam reduzir a proporção dívida interna/PIB e, dessa maneira, buscar taxas de juros menores para a economia como um todo. Já a dívida externa está equacionada face aos sucessivos superávits comerciais e da balança de pagamentos e, além disso, há intransponível rigidez de curto prazo para a redução dos gastos previdenciários.
            Dessa forma, resta buscar solução pelo lado dos dispêndios correntes, também em razão de que se deva honrar os compromissos da dívida pública, evitando quebras de contratos. E essa solução se mostraria necessária pois as baixas taxas de crescimento decorreriam do fato de que os investimentos privados estariam sendo penalizados por juros altos e que há reduzido investimento público.
            A questão não é tão simplória assim, uma vez que entre os dispêndios computados como gastos correntes estão desde a aplicação de recursos na manutenção e na ampliação da infra-estrutura até os necessários serviços de defesa sanitária animal e vegetal, passando por educação e ciência e tecnologia. Ademais, é preciso frisar que o denominado superávit primário necessário para a redução da proporção dívida/PIB tem sido concretizado exatamente pela redução das aplicações orçamentárias nesses serviços públicos essenciais.
            Para citar a agricultura, têm-se menores investimentos na infra-estrutura de transporte, na defesa agropecuária e na pesquisa e desenvolvimento. As opções encontradas por governos estaduais como o paulista, no caso da infra-estrutura de transportes, deram-se pela adoção de vigoroso processo de concessão implementado nos principais eixos rodoviários estaduais. Na função agricultura, os recursos orçamentários alocados mostram-se não apenas cadentes como são bastante reduzidos1.
            Desse modo, a proposta de redução de gastos governamentais correntes como caminho para acelerar a diminuição da relação dívida /PIB, ao aumentar o superávit primário, e com isso abrir espaço para queda mais decisiva e sustentável da taxa básica de juros, enfrenta limites muito consistentes à sua efetivação. Essa medida, que permitiria ampliar as possibilidades de incrementar os investimentos privados, só poderia ser efetivada com restrições ainda mais significativas na aplicação de recursos em funções estratégicas para a competitividade produtiva da agricultura brasileira. Dentre essas funções, encontra-se o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
            Uma medida da consistência do investimento público em P&D normalmente utilizada consiste na proporção desse investimento com o produto nacional. Geralmente, considera-se como patamar consistente a aplicação de mais de 1% do PIB.
            Procura-se, assim, destacar a evolução dos orçamentos institucionais da principal estrutura federal de realização de pesquisa para a agricultura, consubstanciada na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), e da sua congênere paulista - a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) -, bem como sua comparação em termos proporcionais com a trajetória do PIB agropecuário estadual e nacional.
            O investimento paulista em P&D para a agricultura, medido pelos orçamentos da APTA (incluindo no passado a soma das unidades que lhe deram origem), apresenta, após manter-se em torno do patamar de R$ 80 milhões no período 1957-1964, um ciclo crescente que eleva os recursos totais aplicados a R$ 160 milhões no final do período 1970-1978. A crise fiscal do final dos anos 1970 produziu uma queda abrupta do investimento em P&D para agricultura em 1980-1984, que volta ao patamar dos R$ 80 milhões em 1984.
            Esse movimento de crescimento e queda repetiu-se nos anos seguintes. Dessa maneira, o orçamento da APTA avançou para R$ 140 milhões em 1986 e mergulhou, novamente, para R$ 80 milhões em 1991 (figura 1).

Figura 1 - Evolução dos investimentos em P&D para a agricultura do Governo do Estado de São Paulo, realizados na APTA, segundo as fontes de recursos, período 1957-2005


Fonte: relatórios governamentais paulistas, vários anos, corrigidos para refletirem valores médios de 2005 pelo Deflator Implícito do PIB do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE)

            Na fase seguinte, os investimentos mantiveram-se no patamar pouco superior a R$ 100 milhões no período 1992-1998, quando então sobe para R$ 120 milhões no período 1999-2005. Esse nível recente de investimentos em P&D para agricultura, aplicados na APTA (1999-2005), em média é maior do que os observados em cada ano desde o início dos anos 1990. Porém, tem como característica o notável incremento da participação de outras fontes (captação e recursos próprios), uma vez que os recursos do Tesouro do Estado têm se mantido na média dos R$ 90 milhões no período 1991-2005 (figura 1).
            A composição dos recursos aplicados pelo Tesouro do Estado mostra que os investimentos em pesquisa refletem de forma direta a política de recursos humanos praticada em cada fase, dada a elevada participação dos dispêndios com pessoal e reflexos nos dispêndios totais da APTA. Assim, as medidas de recomposição da isonomia entre pesquisadores científicos, que estão submetidos ao regime de tempo integral (RTI), e os professores universitários das instituições públicas estaduais em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa (RDIDP) estão diretamente relacionadas com o patamar orçamentário da APTA, bem como com as realizações de concursos públicos para recomposição de equipes (figura 2)2.

Figura 2 - Evolução dos investimentos em P&D para a agricultura do Governo do Estado de São Paulo, realizados na APTA, aplicações do Tesouro do Estado segundo os tipos de dispêndio, período 1957-2005


Fonte: relatórios governamentais paulistas, vários anos, corrigidos para refletirem valores médios de 2005 pelo deflator implícito do PIB do IBGE

            Todos os picos estão associados a uma dessas medidas isoladamente ou às duas em conjunto, tais como a recomposição dessa isonomia que explica o crescimento verificado em 1999-2000 e a contratação de novos pesquisadores que produziu o aumento ocorrido em 2005. Essa perspectiva fica mais nítida ao se verificar que os recursos alocados para custeio das ações institucionais mostram notável estabilidade em torno dos R$ 20 milhões em todo período 1957-2005 (figura 2).
            Quatro destaques podem ser notados na trajetória dos recursos alocados pelo Tesouro do Estado para o custeio das atividades da APTA. Os dois positivos são representados pelos dois últimos blocos maciços de investimentos em modernização da infra-estrutura de pesquisa (equipamentos, laboratórios e novos campos experimentais). Tratam-se dos esforços realizados nos períodos 1972-1976 e 1985-1989, que montaram a atual condição de trabalho da APTA, com destaque para a compra de equipamentos e para a construção de novas unidades experimentais no Oeste Paulista e no Vale do Ribeira na primeira metade dos anos 1980. Os destaques negativos ficaram por conta da sub-alocação pelo Tesouro do Estado de recursos para custeio nos períodos 1979-1983 e 1990-1992 (figura 2).
            Em linhas gerais, pode se afirmar que os recursos orçamentários investidos pelo Governo do Estado de São Paulo em P&D para agricultura apresentam evolução pró-cíclica; ou seja, cresceram de forma consistente nos anos 1970, quando se estruturava a internalização do padrão agrário inerente à 2ª Revolução Industrial. Esse padrão foi completado no final daquela década quando o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) tinha internalizado as agroindústrias de bens de capital e insumos (D1 da agricultura) com as plantas de fertilizantes, máquinas e equipamentos.
            Esse processo se configurou ainda num movimento associado ao crédito de investimento, que multiplicou as agroindústrias processadoras ao mesmo tempo em que o crédito rural subsidiado, enquanto crédito ao consumidor, promovia a modernização agropecuária pelo uso dos novos produtos agroindustriais. Na estrutura de mercado e formação de preços, emergem os supermercados que revolucionam a comercialização de produtos da agricultura, primeiro nos grandes conglomerados urbanos e depois no interior.
            Nessa construção da modernidade das cadeias de produção da agricultura, a P&D mostrava-se estratégica para o sucesso da globalidade da estratégia transformadora. Daí terem sido crescentes os investimentos públicos não apenas na pesquisa paulista para a agricultura, mas também e principalmente na federal. Nesse último caso, a transformação deu-se pela incorporação das estruturas dos nove institutos de pesquisa do então Departamento Nacional de Pesquisa e Experimentação Agrícola (DNPEA) à EMBRAPA, criada em 1973. De qualquer maneira, o modelo institucional da P&D para a agricultura que aí está, tanto no caso brasileiro quanto no paulista, remonta a arranjos institucionais dos anos 19703.
            O crescimento dos investimentos federais em P&D para a agricultura, mensurados pelos recursos aplicados na EMBRAPA, foi acelerado no período 1974-1982 quando atingiu pouco mais de R$ 800 milhões. Porém, passou a ritmo menos elevado, embora positivo, no período 1982-1996 quando alcançou valor próximo de R$ 1,2 bilhão. Após isso, na média do período 1996-2005, acomodou-se em níveis pouco menores que R$ 1,0 bilhão (figura 3).

Figura 3 - Evolução dos investimentos em P&D para a agricultura do Governo Federal, realizados na EMBRAPA, segundo os tipos de dispêndio, período 1974-2005.


Fonte: dados básicos obtidos em GASQUES; VILLA VERDE & BASTOS (2006)1, corrigidos para refletirem valores médios de 2005 pelo deflator implícito do PIB do IBGE


            A trajetória dos investimentos federais na EMBRAPA, durante toda a década de 1980, não apresentou descontinuidade da tendência dos volumes de recursos alocados. Já no plano estadual, os altos e baixos ocorrem desde o início dos anos 1980. A similaridade apresentada nos anos posteriores a 1995 está no fato de que se verifica tendência de manutenção dos patamares orçamentários, tanto na EMBRAPA quanto na APTA.
            A leitura do orçamento da EMBRAPA mostra também a notável estabilidade dos dispêndios com custeio que têm girado em torno dos R$ 200 milhões desde o final dos anos 1970. Este montante representa dez vezes os recursos de custeio da APTA (R$ 20 milhões). Além disso, os dispêndios com pessoal e reflexos apresentam, após ter subido de patamar no final dos anos 1980, certa estabilidade em cerca de R$ 670 milhões anuais, também pouco inferior a 10 vezes os dispêndios da APTA (R$ 70 milhões).
            Desse modo, a relação entre gastos com custeio e com pessoal e reflexos mostra-se similar entre as duas instituições de pesquisa para a agricultura. As diferenças certamente serão encontradas quando se comparam salários e o quadro de pessoal, com maiores salários médios no caso da EMBRAPA. Também se mostra distinta a política de inversões em ampliação e modernização da infra-estrutura de pesquisa (despesas com capital), que é persistente no caso da EMBRAPA e praticamente inexistente no caso da APTA, daí a diferença de dinâmica institucional.
            No período recente de 'austeridade fiscal', ocorre a manutenção do patamar de recursos orçamentários tanto da EMBRAPA quanto da APTA. Dessa maneira, haveria condições de sustentar a perenidade dos programas institucionais, sem, entretanto, permitir a abertura de novos campos de investigação fundamentais para a competitividade futura das respectivas agropecuárias. É o caso da emergência das mudanças operadas pela biotecnologia que vem reconfigurando estratégias tecnológicas e abrindo novos horizontes para a investigação, na medida em que, progressivamente, coloca em questão os limites de técnicas tradicionais como o melhoramento genético. Noutras palavras, para ampliar as ações de P&D nas novas fronteiras tecnológicas que se apresentam, os investimentos deveriam ser crescentes.
            A proporção dos investimentos em P&D em relação ao PIB agropecuário revela com maior consistência a aderência da política governamental às necessidades setoriais, uma vez que permite acompanhar o esforço despendido na sua relação com a magnitude do produto setorial. No caso paulista, os investimentos em P&D para a agricultura situavam-se no patamar de 0,6% do PIB agropecuário estadual até 1965. No momento seguinte, no período 1970-1990, mostram significativas oscilações: avançam para níveis próximos a 1,4% do PIB agropecuário em 1970; recuam para o mesmo patamar de 0,6% do produto setorial em 1976; atingem o ápice de mais de 1,4 % do PIB em 1979; caem para 0,4% do PIB em 1984; voltam para 0,9% do PIB em 1986 e recuam para 0,4% do PIB em 1990 (figura 4).

Figura 4 - Evolução do percentual, em relação ao PIB agropecuário estadual, dos investimentos em P&D para a agricultura do Governo do Estado de São Paulo, realizados na APTA, no período 1974-2005

Fonte: a mesma da Figura 1 e PIB agropecuário em valores constantes do IBGE

            No período 1991-2000, tais investimentos variaram em torno de 0,45% do PIB setorial, quando em 2000 atingiram 0,6% do PIB agropecuário. Entretanto, desde então, vêm apresentado constância no ínfimo patamar de 0,3% do PIB agropecuário.
            Duas constatações são fundamentais nesse comportamento: a primeira é que todos os picos de recuperação denotam fases de recomposição da aludida isonomia entre os salários dos pesquisadores científicos e professores universitários; e a segunda consiste no fato de que os recursos orçamentários da APTA não têm correspondido a uma proporção razoável do PIB agropecuário. Neste caso, apresentou, no período 2002-2005, o preocupante menor patamar histórico da relação investimento em P&D e PIB agropecuário desde o final dos anos 1950.
            No caso da EMBRAPA, da qual se dispõe de série histórica mais curta de orçamento institucional, abrangendo o período 1975-2005, também ocorrem enormes oscilações do indicador. Este evolui para 0,6% do PIB agropecuário no biênio 1979-1980; recua para níveis médios de 0,5% do PIB agropecuário no período 1981-1988 (com algumas oscilações em função do investimento, como em 1982); salta para patamares acima de 0,7% do PIB agropecuário em todo período 1989-2001 (com picos que chegam superar 1,0% do PIB setorial, como em 1991); e então volta a níveis inferiores a 0,6% do PIB agropecuário em 2003-2004 para revelar reduzida recuperação em 2005 (figura 5).

Figura 5 - Evolução do percentual, em relação ao PIB agropecuário nacional, dos investimentos em P&D para a agricultura do Governo Federal, realizados na EMBRAPA, período 1974-2005

Fonte: A mesma da Figura 3 e PIB agropecuário em valores constantes do IBGE

            Fica nítido dessa maneira a maior consistência da política federal de P&D para agricultura, quando comparada com a paulista. Isto por certo está no cerne das diferença de dinamismo institucional entre a APTA e a EMBRAPA desde o início dos anos 1990.
            Para finalizar, exatamente esse desempenho recente de manutenção dos valores investidos em P&D para a agricultura, numa realidade de PIB agropecuário crescente e com ampliação da demanda tecnológica, coloca enorme rigidez na possibilidade de sucesso de propostas de redução dos dispêndios governamentais pelo corte de gastos correntes. Por certo, há amplo espaço para a melhoria da qualidade dos gastos públicos, inclusive em ciência e tecnologia, com mecanismos de monitoramento e avaliação mais eficientes dos resultados.
            Porém, não há dúvidas de que a idéia de cortar gastos correntes enfrenta enorme rigidez estrutural e dificilmente poderá ser executada sem redução dos orçamentos fundamentais para a agricultura, e não apenas de P&D. Poderia ser feito igual raciocínio, por exemplo, para a defesa agropecuária.4

________________________
1 Ao computar apenas os orçamentos da pesquisa, defesa e extensão rural nas alocações de recursos pelo Governo Federal, tem-se uma proporção de 0,3% do orçamento total, indicador pouco inferior ao do Governo do Estado de São Paulo, que gasta nessas sub-funções cerca de 0,4% dos recursos estaduais anuais, e dos orçamentos dos municípios paulistas que, na média, aplicam 0,3% dos recursos em agricultura. Sobre os gastos federais, ver GASQUES, José Garcia; VILLA VERDE, Carlos Monteiro & BASTOS, Eliana Teles. Gastos públicos na agricultura: retrospectiva e prioridades. MAPA- Assessoria de Gestão Estratégica. Brasília (DF). 2006. Sobre os orçamentos paulistas, estaduais e municipais, ver GONÇALVES, José Sidnei, ANGELO, José Alberto & SOUZA, Sueli Alves Moreira. 'Recursos orçamentários dos municípios paulistas alocados na função agricultura: representatividade nas despesas totais e perfil distributivo para o ano de 2003'. V International PENSA Conference on Agri-food Chains/Networks Economics and Management July, 27–29th, 2005 Ribeirão Preto, Brazil (Esse trabalho também pode ser encontrado por consulta no Banco de Textos do IEA em www.iea.sp.gov.br).
2 Mais detalhes desses aspectos podem ser vistos em GONÇALVES, José S.; JUNQUEIRA, José R C de M & BARROS FILHO, Silvio de Conhecimento para o desenvolvimento: uma análise da evolução dos investimentos na pesquisa pública paulista para os agronegócios 1957-2003. Revista Informações Econômicas 34 (7):58-90, 2004.
3 A pesquisa paulista, que continua estruturada na antiga visão isolada de institutos com concepção disciplinar, não executou na plenitude transformações organizacionais compatíveis com a modernidade das cadeias de produção e menos ainda das teias de agronegócios. Distingue assim da modernidade conceitual implementada na construção da EMBRAPA como superação do modelo corporativista de institutos isolados do DNPEA, que configurou a mais dinâmica e consistente instituição brasileira de pesquisa para a agricultura, com base em centros por cadeias de produção e centros regionais especializados. Sobre isso, ver ÁVILA, Antonio Flávio Dias O corporativismo na EMBRAPA; o fim de um modelo de gestão. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v.12, n.1/3, p.83-94, 1995
4 Artigo registrado no CCTC-IEA sob número HP- 97/2006.

Data de Publicação: 02/10/2006

Autor(es): José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor