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Resultado da Balança Comercial do Agronegócio Paulista de Janeiro a Agosto de 2006
                                 Nos primeiros oito meses de 2006, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$ 29,23 bilhões (33,2% do total nacional) e as importações2, US$ 23,79 bilhões (40,6% do total nacional), gerando superávit de US$ 5,44 bilhões. Esse resultado mantém a tendência de saldos crescentes da balança comercial paulista (gráfico 1). 
Gráfico 1 - Balança comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Agosto, 2005 e 2006 
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
            O crescimento nas exportações paulistas (+20,4%) nos oito primeiros meses de 2006, em relação ao mesmo período de 2005, foi superior à média brasileira (+15,9%). Nas importações, ocorre tendência inversa, com incremento em São Paulo (+21,0%) inferior ao do Brasil (+22,7%). Assim, o aumento percentual do saldo da balança comercial paulista (+18,0%) foi muito maior que o da brasileira (+4,5%) (tabela 4). Dessa forma, o desempenho paulista, como mais relevante centro importador nacional, sustentou o aumento do saldo da balança comercial brasileira, que cresceria menos pelo resultado das demais unidades da federação (+1,8%). 
            O agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes (+17,4%) atingindo US$ 9,10 bilhões, enquanto as importações cresceram 14,7%, somando US$ 2,73 bilhões. Estes resultados permitiram alcançar o saldo de US$ 6,37 bilhões3, que se mostra 18,6% maior do que o de janeiro a agosto de 2005 (gráfico 2). 
Gráfico 2 - Balança comercial do agronegócio, Estado de São Paulo, Janeiro a Agosto, 2005 e 2006 
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
            Em função disso, as exportações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio – somaram US$ 20,13 bilhões para importações de US$ 21,06 bilhões, gerando um déficit externo, desse agregado, de US$ 930 milhões de janeiro a agosto de 2006. Isto permite concluir que os superávits do comércio exterior paulista continuam a depender do desempenho do agronegócio, uma vez que os resultados comerciais estaduais seriam negativos sem o agronegócio, conquanto o Estado de São Paulo constitua a principal estrutura industrial e de serviços da economia brasileira. 
            A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 0,8 ponto percentual, enquanto a participação das importações decresceu 0,6 ponto percentual (gráfico3). 
Gráfico 3 - Participação do agronegócio na exportação e na importação, Estado de São Paulo, Janeiro a Agosto, 2005 e 2006 
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 29,57 bilhões de janeiro a agosto de 2006, com exportações de US$ 88,16 bilhões e importações de US$ 58,59 bilhões. Esse pequeno incremento do superávit, 4,5% maior do que o do mesmo período em 2005, resultou de aumento nas exportações (+15,9%) muito inferior ao das importações (+22,7%) (gráfico 4).
Gráfico 4- Balança comercial nacional, Brasil, Janeiro a Agosto, 2005 e 2006 
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 9,6% em relação a janeiro-agosto do ano anterior, atingindo US$ 33,39 bilhões (37,9% do total). Já as importações do setor tiveram aumento superior ao das vendas externas (+12,6%) e somaram US$ 7,22 bilhões (12,3% do total). O superávit do agronegócio de janeiro a agosto de 2006 foi de US$ 26,17 bilhões4, 8,8% superior ao do mesmo período do ano anterior (gráfico 5), percentual este maior que o total nacional (+4,5%). Isso revela incremento da importância relativa dos agronegócios no saldo do comércio externo brasileiro.
Gráfico 5 - Balança comercial do agronegócio, Brasil, Janeiro a Agosto, 2005 e 2006 
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
A participação do agronegócio brasileiro no total da balança comercial do País diminuiu relativamente tanto em termos de exportação (-2,1 pontos percentuais) quanto de importações (-1,1 ponto percentual) (gráfico 6). Isto decorreu do avanço das transações externas de outros setores e dos preços internalizados que diminuíram a competitividade das commodities agropecuárias.
Gráfico 6 - Participação do agronegócio na exportação e na importação, Brasil, Janeiro a Agosto, 2005 e 2006 
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
Em relação à economia brasileira, as exportações de São Paulo de janeiro a agosto de 2006 representavam 33,2% ou 1,3 ponto percentual a mais que as de janeiro-agosto de 2005. Já as importações equivaliam a 40,6% ou 0,6 ponto percentual a menos que no ano anterior (gráfico 7).
Gráfico 7- Participação do Estado de São Paulo no Brasil, exportação e importação, Janeiro a Agosto, 2005 e 2006 
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações de São Paulo, de janeiro a agosto de 2006, representavam 27,3% ou 1,9 ponto percentual a mais que as de janeiro-agosto de 2005. Já as importações respondiam por 37,8% ou 0,7 ponto percentual a mais do que no ano anterior (gráfico 8).
Gráfico 8 - Participação do agronegócio paulista no agronegócio Brasileiro, exportação e importação, Janeiro a Agosto, 2005 e 2006 
 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC
Os agregados da balança comercial do Brasil e de São Paulo, para o total e para o agronegócio, são apresentados nas tabelas 1 a 4.
Tabela 1 - Brasil – Balança comercial, Janeiro a Agosto, 2005 e 2006 
(US$ bilhão) 
| Ano |        |            |     Partic. do Agronegócio(%) | |||||
|        Exportação  |            Importação  |            Saldo  |            Exportação  |            Importação   |            Saldo  |            Exportação  |            Importação  | |
|        2005  |            76,08  |            47,77  |            28,31  |            30,47  |            6,41  |            24,06  |            40,0  |            13,4  | 
|        2006  |            88,16  |            58,59  |            29,57  |            33,39  |            7,22  |            26,17  |            37,9  |            12,3  | 
Tabela 2 - Estado de São Paulo - Balança comercial, Janeiro a Agosto, 2005 e 2006 
(US$ bilhão) 
| Ano |        |            |     Partic. do Agronegócio(%) | |||||
| Exportação | Importação | Saldo | Exportação | Importação | Saldo | Exportação |        Importação  | |
|        2005  |            24,27  |            19,66  |            4,61  |            7,75  |            2,38  |            5,37  |            31,9  |            12,1  | 
|        2006  |            29,23  |            23,79  |            5,44  |            9,10  |            2,73  |            6,37  |            31,1  |            11,5  | 
Tabela 3 - Participação da balança comercial do Estado de São Paulo no brasileiro, total e agronegócio, Janeiro a Agosto, 2005 e 2006 
(%) 
| Ano |        |            | ||
|        Exportação  |            Importação  |            Exportação  |            Importação   | |
|        2005  |            31,9  |            41,2  |            25,4  |            37,1  | 
|        2006  |            33,2  |            40,6  |            27,3  |            37,8  | 
Tabela 4 - Balança comercial do Brasil e de São Paulo, variação percentual, Janeiro a Agosto, 2006 / 2005
| Ano |        |            | ||||
|        Exportação  |            Importação  |            Saldo  |            Exportação  |            Importação   |            Saldo  | |
| Brasil |        15,9  |            22,7  |            4,5  |            9,6  |            12,6  |            8,8  | 
| São Paulo |        20,4  |            21,0  |            18,0  |            17,4  |            14,7  |            18,6  | 
_____________________________ 
1 Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 
2 Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador. 
3 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio paulista foi de US$ 6,74 bilhões. 
4 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio brasileiro foi de US$ 27,63 bilhões. 
Veja também a tabela: Resumo Mensal da Balança Comercial dos Agronegócios, 2005 e 2006 (janeiro a agosto).
Data de Publicação: 15/09/2006
                Autor(es): 
                Sueli Alves Moreira Souza Consulte outros textos deste autor
Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor
José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor              

                    
                        