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São Paulo agroindustrial-exportador num Brasil primário-exportador
As estatísticas das balanças comerciais paulista e brasileira, organizadas e analisadas pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), vêm sendo aprimoradas não apenas no tocante à qualidade das informações disponibilizadas neste site como, principalmente, no que diz respeito à apresentação de análises fundamentais para a compreensão da dinâmica da agricultura, principal setor das economias, mesmo aquelas que empreenderam amplos processos de industrialização.
A novidade que agora está sendo colocada à disposição dos interessados corresponde a análises comparativas entre as exportações e as importações. Para isso, é cotejado o desempenho paulista com o do conjunto do Brasil sob a ótica da agregação de valor.
Nas importações dos agronegócios, esses estudos mostram que São Paulo tem participação preponderante nas aquisições externas do setor, por concentrar parcela relevante da agroindústria de bens de capital e insumos que irradia modernidade e competitividade para toda a agricultura brasileira. São questionáveis, portanto, as análises que pontificam os saldos comerciais de unidades da federação, uma vez que estes não são comparáveis com o resultado paulista, dado que por São Paulo entram produtos que sustentam a competitividade e a dinâmica exportadora das outras unidades da federação.
Nas exportações dos agronegócios ocorre similar diferenciação estrutural. Em São Paulo, que concentra o mais moderno parque agroindustrial brasileiro, a agricultura processa proporcionalmente muito mais produtos que sua agropecuária fornece na forma de matéria-prima. Isto porque a agricultura paulista se diferencia de forma muito nítida da das demais unidades da federação pela magnitude da sua estrutura de transformação agroindustrial que impulsiona a agregação de valor.
Daí a agricultura paulista configurar-se como agroindustrial-exportadora (dada a proporção do processamento dos produtos exportados), enquanto nas demais unidades da federação a estrutura ainda se mostrar primário-exportadora (pela maior proporção de venda externa de produtos básicos) (figura 1). Isso, necessariamente, enseja diferenciações nos desenhos de políticas públicas, nem sempre concretizadas nas ações governamentais.
Figura 1 - Comparação entre os perfis de agregação de valor nas exportações dos agronegócios, São Paulo e soma dos outros estados brasileiros, primeiros semestres, 2005 e 2006
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
As novidades anunciadas estão nos seguintes textos:
- agregação de valor nas importações 1997-2005
- agregação de valor nas importações primeiro semestre de 2006
- agregação de valor nas exportações 1997-2005
- agregação de valor nas exportações primeiro semestre de 2006
Data de Publicação: 11/09/2006
Autor(es):
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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