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Destino das exportações dos agronegócios brasileiros no primeiro semestre de 2006: vendas para a Argentina
As exportações brasileiras dos agronegócios para a Argentina atingiram US$ 764 milhões no primeiro semestre de 2006, o que representou acréscimo de 9,5% comparado com o mesmo período de 2005 (US$ 697 milhões). Os agronegócios exportaram no total US$ 22,6 bilhões, uma variação positiva menor (4,7%) uma vez que as vendas do setor alcançaram US$ 21,5 bilhões nos primeiros seis meses do ano anterior. A participação das vendas dos agronegócios para a Argentina nas exportações brasileiras do setor aumentou de 3,2% para 3,4% (tabelas 1 e 2). Tabela 1 - Exportações brasileiras para a Argentina no primeiro semestre, totais e dos agronegócios, 2005 e 2006, em US$ 1000
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Exportação do Brasil | 53.677.166 | 60.900.301 | 13,46 |
Exportação para Argentina | 4.548.880 | 5.308.316 | 16,70 |
Exportação dos Agronegócios | 21.544.619 | 22.550.537 | 4,67 |
Agronegócios para Argentina | 697.523 | 763.827 | 9,51 |
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
Tabela 2 - Participação das vendas para a Argentina nas exportações brasileiras no primeiro semestre, 2005 e 2006, em porcentagem
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Agronegócios para Argentina nos agronegócios | 3,2% | 3,4% |
Agronegócios nas vendas para Argentina | 15,3% | 14,4% |
Agronegócios para Argentina nas exportações totais | 1,3% | 1,3% |
Exportações para Argentina nas exportações totais | 8,5% | 8,7% |
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
Os principais grupos dos agronegócios importados pelos argentinos, por ordem de importância, foram Bens de Capital e Insumos, com 29,1%; Produtos Florestais, com 24,6%; Têxteis, com 19,6%; Café e Estimulantes, com 10,4%; e Agronegócios Especiais, com 4,9%. Estes cinco grupos representam 88,4% do total exportado para a Argentina, enquanto os demais grupos juntos respondem por 11,6% (tabela 3).
Tabela 3 - Principais grupos de cadeias de produção das exportações brasileiras para a Argentina no primeiro semestre, 2005 e 2006
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Bens de Capital/Insumos | 206.350 | 29,58 | 222.029 | 29,07 | 7,60 |
Produtos Florestais | 177.582 | 25,46 | 187.764 | 24,58 | 5,73 |
Têxteis | 131.400 | 18,84 | 149.352 | 19,55 | 13,66 |
Café e Estimulantes | 74.505 | 10,68 | 79.084 | 10,35 | 6,15 |
Agronegócios Especiais | 35.458 | 5,08 | 37.114 | 4,86 | 4,67 |
| 625.295 | 89,65 | 675.344 | 88,42 | 8,00 |
Bovídeos | 19.583 | 2,81 | 23.874 | 3,13 | 21,91 |
Suínos e Aves | 24.521 | 3,52 | 21.116 | 2,76 | -13,89 |
Cereais, Legum/Oleagin | 5.212 | 0,75 | 13.829 | 1,81 | 165,34 |
Fumo | 5.665 | 0,81 | 10.233 | 1,34 | 80,64 |
Pescado | 3.945 | 0,57 | 8.195 | 1,07 | 107,76 |
Frutas | 7.871 | 1,13 | 6.402 | 0,84 | -18,67 |
Olerícolas | 3.641 | 0,52 | 3.020 | 0,40 | -17,05 |
Cana e Sacarídeas | 1.495 | 0,21 | 1.316 | 0,17 | -11,94 |
Flores e Ornamentais | 295 | 0,04 | 498 | 0,07 | 68,61 |
| 72.227 | 10,35 | 88.483 | 11,58 | 22,51 |
| 697.523 | 100,00 | 763.827 | 100,00 | 9,51 |
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
Os Bens de Capital e Insumos são o principal grupo no que se refere ao mercado Argentino, com US$ 222 milhões, um crescimento de 7,6% em relação a 2005 (tabela 3). Neste grupo, os produtos básicos representaram 0,01%, os semimanufaturados responderam por 0,15% e os manufaturados, por 99,8% (tabela 4, gráfico 1). Assim, pode se notar claramente que os produtos básicos e os semimanufaturados quase nada representam, enquanto os manufaturados são bastante representativos. São destaque deste grupo maquinaria e peças com US$ 167 milhões em manufaturados.
Tabela 4 - Agregação de valor nos principais grupos de cadeias de produção das exportações brasileiras para a Argentina no primeiro semestre de 2006
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Bens de Capital/insumos | 21 | 0,01 | 331 | 0,15 | 221.678 | 99,84 |
Produtos Florestais | 27 | 0,01 | 10.012 | 5,33 | 177.724 | 94,65 |
Têxteis | 16.974 | 11,37 | 36 | 0,02 | 132.341 | 88,61 |
Café e Estimulantes | 27.723 | 35,06 | 28.635 | 36,21 | 22.726 | 28,74 |
Agronegócios Especiais | 5.353 | 14,42 | 2.015 | 5,43 | 29.747 | 80,15 |
| 50.098 | 7,42 | 41.029 | 6,08 | 584.217 | 86,51 |
Bovídeos | 0 | 0,00 | 2.488 | 10,42 | 21.386 | 89,58 |
Suínos e Aves | 18.778 | 88,93 | 12 | 0,06 | 2.326 | 11,02 |
Cereais, Legum/Oleagin | 6.429 | 46,49 | 570 | 4,12 | 6.830 | 49,39 |
Fumo | 2.508 | 24,51 | 0 | 0,00 | 7.725 | 75,49 |
Pescado | 1.982 | 24,18 | 2 | 0,03 | 6.211 | 75,79 |
Frutas | 4.440 | 69,36 | 139 | 2,17 | 1.823 | 28,48 |
Olerícolas | 1.893 | 62,67 | 1.119 | 37,06 | 8 | 0,26 |
Cana e Sacarídeas | 0 | 0,00 | 19 | 1,42 | 1.298 | 98,58 |
Flores e Ornamentais | 46 | 9,32 | 0 | 0,00 | 452 | 90,68 |
| 36.075 | 40,77 | 4.350 | 4,92 | 48.058 | 54,31 |
| 86.174 | 11,28 | 45.379 | 5,94 | 632.274 | 82,78 |
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
Gráfico 1 - Agregação de valor nos principais grupos de cadeias de produção das exportações brasileiras para a Argentina no primeiro semestre de 2006
Fonte: Elaborado pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
Produtos Florestais, com US$ 188 milhões, são o segundo grupo e tiveram um crescimento de 5,7% em relação a 2005 (tabela 3). Neste grupo, os produtos básicos representaram 0,01%, os semimanufaturados ficaram com 5,3% e os manufaturados, 94,7% (tabela 4, gráfico 1). Também neste grupo os produtos básicos pouco representaram, enquanto os manufaturados foram os mais importantes. Neste grupo, pode se destacar a celulose (produto manufaturado), com US$ 152 milhões.
O grupo de Têxteis é terceiro em importância, com US$ 149 milhões, uma variação positiva de 13,7% em relação a 2005 (tabela 3). Neste grupo, os produtos básicos representaram 11,4%, os semimanufaturados ficaram com 0,02% e os manufaturados, com 88,6% (tabela 4, gráfico 1). Também neste grupo os manufaturados foram o grande destaque. Salientam-se os têxteis de algodão, com US$ 103 milhões, dos quais US$ 91 milhões de manufaturados.
O grupo Café e Estimulantes é o quarto em importância, com US$ 79 milhões, uma variação positiva de 6,2% em relação a 2005 (tabela 3). Neste grupo, os produtos básicos representaram 35,1%, os semimanufaturados, 36,2% e os manufaturados, 28,7% (tabela 4, gráfico 1). Diferentemente dos três primeiros grupos, os produtos básicos e os semimanufaturados foram os mais representativos. Assim, este grupo está exportando principalmente matéria-prima. Desta para o cacau, embora com maior valor nos produtos semimanufaturados (US$ 26 milhões de um total de US$ 38 milhões).
O grupo de Agronegócios Especiais é quinto em importância, com US$ 37 milhões, uma variação positiva de 4,7% (tabela 3). Os produtos básicos responderam por 14,4%, os semimanufaturados, por 5,4% e os manufaturados, por 80,2% (tabela 4, gráfico 1). De novo, os manufaturados foram os mais representativos.
Os demais grupos somaram US$ 88 milhões, com variação positiva de 22,5% em relação a 2005 (tabela 3). Nestes grupos, os produtos básicos representaram 40,8%, os semimanufaturados, 4,9% e os manufaturados, 54,3% (tabela 4). Pode se notar um equilíbrio entre os produtos básicos e os manufaturados, com pouca representação dos semimanufaturados.
No total dos agronegócios brasileiros exportados para a Argentina, os produtos básicos representaram 11,3%, com US$ 86 milhões; os produtos semimanufaturados ficaram limitados a 5,9% (US$ 45 milhões) e os produtos manufaturados atingiram 82,8% (US$ 632 milhões) (tabela 5). Assim, a maior parte das exportações dos agronegócios para o mercado argentino constituiu-se de produtos que possuem valor agregado, como já se havia constatado na análise dos grupos; a maioria tem este perfil, com exceção de Café e estimulantes.
No total das exportações dos agronegócios brasileiros, 44,4% são produtos básicos, 20,0% são produtos semimanufaturados e 35,6%, manufaturados (tabela 5); ou seja, no total dos agronegócios os produtos básicos são mais importantes. Assim, o perfil da Argentina é mais atrativo para o Brasil, o que é um indicador interessante para o País melhorar as exportações para os demais mercados.
Tabela 5 - Participação dos diferentes perfis de agregação do valor nas exportações dos agronegócios brasileiros no primeiro semestre de 2006, em porcentagem
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Básicos | | |
Semimanufaturados | | |
Manufaturados | | |
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC
Pelos dados apresentados, pode se observar que os argentinos adquirem principalmente maquinaria e peças (manufaturados), celulose (manufaturados), têxteis de algodão (manufaturados) e cacau (semimanufaturado). Também pode se verificar que o perfil das exportações brasileiras para a Argentina é mais interessante que o dos demais mercados, já que a maioria dos produtos exportados é manufaturada.
Clique aqui para ver a tabela 6 - Exportações para Argentina, por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil, Janeiro a Junho de 2005 e 2006
Data de Publicação: 05/09/2006
Autor(es):
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor