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Custos do transporte rodoviário: o caso da soja
O cenário da safra de soja 2005/06 foi marcado pela forte elevação do custo de produção, pela baixa cotação da saca da soja e pela forte queda na taxa de câmbio, decorrente do intenso movimento de ingresso de capitais no país desde 2003. Vale lembrar que, tanto na safra 2004/05 quanto na safra 2005/06, os produtores plantaram com um câmbio bem superior ao que está sendo praticada agora na comercialização do produto. Tabela 1 - Custos operacionais do modal rodoviário
Assim, esse ambiente torna-se competitivo e exige das empresas e dos produtores a adoção de técnicas de gestão mais modernas, que passem, principalmente, por um profundo conhecimento de sua estrutura de custos operacionais e de transação.
Nesse sentido, vale destacar o custo rodoviário, importante componente ligado à logística de movimentação de cargas. O transporte rodoviário apresenta-se como um grande integrador das principais regiões produtoras com os portos exportadores e o mercado doméstico. Isto se dá seja via rodoviário direto ou via intermodal seja por meio do acesso aos terminais ferroviários e/ou hidroviários.
Em alguns casos, o frete rodoviário acaba sendo o balizador dos demais fretes; ou seja, é o indicador do mercado de fretes, tanto para o ferroviário quanto para o hidroviário. Os operadores desses modais atrelam os seus preços ao frete rodoviário, considerando as rotas praticadas pelo modal rodoviário em relação às rotas rodoferroviárias e rodohidroviárias para um mesmo trecho de origem/destino.
Em maio de 2006, observou-se o comportamento dos custos rodoviários para o transporte de soja entre Barretos e o porto de Santos. A composição do custo foi feita a partir de cotações dos preços praticados nas cidades de São Paulo e Barretos. Considerou-se a aquisição do conjunto (carreta + cavalo) novo mais vendido por fabricantes da região.
Os custos são formados, na sua maior parte, por variáveis representadas pelas despesas com combustível, lubrificantes, filtros, manutenção e pedágios (78%). Já os custos fixos representam 22% do total, considerando as despesas com pessoal, veículo e administração.
Dessa forma, são discriminados na tabela 1 os coeficientes dos custos envolvidos e o custo em reais por tonelada. O custo total somado ao pedágio foi de aproximadamente R$ 61,50 reais por tonelada para um trecho de 970 quilômetros (ida e volta, considerando a distância de 485 km de Barretos a Santos).
Os principais componentes dos custos variáveis são as despesas com custos do conjunto de rodagem (pneus, câmaras e protetores), seguidas das despesas com pedágios. Já, para os custos fixos, o principal dispêndio é a despesa com o veículo.
Algumas premissas foram adotadas para o transporte de soja, dentre elas:
- Carreta: bi-trem
- Cavalo: 380 cv
- Distância percorrida cheio: 485 Km
- Distância percorrida vazio: 485 Km
- Distância total por viagem: 970 Km
- Velocidade média caminhão: 50 Km/h
- Forma de aquisição dos veículos: FINAME
- Taxa de juros: 13,15% a.a.
- Prazo de pagamento do financiamento: 60 vezes
- Preço do diesel: 1,88 R$/l.
Dessa forma, a sistematização periódica dos custos rodoviários apresenta-se como uma importante ferramenta gerencial, o que permite a melhor negociação do transporte por parte das empresas e/ou produtores. 1
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1 Artigo registrado no CCTC-IEA sob número HP-52/2006.
Veja também: Custo Rodoviário
Data de Publicação: 28/06/2006
Autor(es):
Andréa Leda Ramos De Oliveira (andrea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Fernando Bergantini Miguel (fbmiguel@aptaregional.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Ivana Marino Bárbaro (imarino@aptaregional.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marcelo Ticelli (mticelli@aptaregional.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Fernanda de Paiva Badiz Furlaneto (fernandafurlaneto@aptaregional.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo César Reco (reco@aptaregional.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Gilberto Bernadi (gilberto@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor