Resultado da Balança Comercial do Agronegócio Paulista de Janeiro a Maio de 2006

            Nos primeiros cinco meses de 2006, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$ 16,39 bilhões (33,1% do total nacional) e as importações2, US$ 14,18 bilhões (41,7% do total nacional), gerando superávit de US$ 2,21 bilhões. Esse resultado reverte tendência crescente do saldo da balança comercial paulista (gráfico 1). Em relação a janeiro a maio de 2005, o valor das exportações paulistas aumentou 17,8% e o das importações, 22,8%. O crescimento nas exportações paulistas (+17,8%) nos cinco primeiros meses de 2006, em relação ao mesmo período de 2005, foi superior à média brasileira (+13,8%). Nas importações, ocorre tendência similar, com incremento em São Paulo (+22,8%) pouco superior ao Brasil (+22,1%). Assim, o percentual de queda do saldo da balança comercial paulista (-6,4%) foi muito maior que o da brasileira (-1,0%)(tabela 4). Dessa forma, o desempenho paulista, como mais relevante centro importador nacional, aprofundou a queda do saldo da balança comercial brasileira.

Gráfico 1 - Balança Comercial Estadual, Estado de São Paulo, Janeiro a Maio, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            O agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes (+8,3%) atingindo US$ 4,70 bilhões, enquanto as importações cresceram 13,6%, somando cerca de US$ 1,59 bilhão, com saldo de US$ 3,11 bilhões3, 5,8% maior do que o de janeiro a maio de 2005 (gráfico 2). As aquisições de produtos estrangeiros relacionados ao agronegócio, realizadas por importadores baseados em São Paulo, tiveram aumento de 13,6%, enquanto as importações totais estaduais cresceram 22,8%. Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio – somaram US$ 12,59 bilhões para exportações de US$ 11,69 bilhões, gerando um déficit externo, desse agregado, de US$ 900 milhões de janeiro a maio de 2006. Isto permite concluir que os superávits do comércio exterior paulista continuam a depender do desempenho do agronegócio estadual.

Gráfico 2 - Balança Comercial do Agronegócio, Estado de São Paulo, Janeiro a Maio, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 2,5 pontos percentuais, enquanto a participação das importações decresceu apenas 0,9 ponto percentual (gráfico3).

Gráfico 3 - Participação do Agronegócio na Exportação e na Importação, Estado de São Paulo, Janeiro a Maio, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 15,46 bilhões de janeiro a maio de 2006, com exportações de US$ 49,47 bilhões e importações de US$ 34,01 bilhões. Esse superávit, 1,0% menor do que o do mesmo período em 2005, resultou de aumento nas exportações (+13,8%) muito inferior ao das importações (+22,1%) (gráfico 4). Assim, dada a persistência do atual patamar do câmbio, vem ocorrendo aumento das exportações em ritmo muito menor que o das importações e, com isso, uma redução no superávit comercial.

Gráfico 4- Balança Comercial Nacional, Brasil, Janeiro a Maio, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 6,2% em relação a janeiro-maio do ano anterior, atingindo US$ 18,12 bilhões (36,6% do total). Já as importações do setor somaram US$ 4,02 bilhões (11,8% do total). O superávit do agronegócio de janeiro a maio de 2006 foi de US$ 14,10 bilhões4, 5,3% superior ao do mesmo período do ano anterior (gráfico 5). Isso revela incremento da importância relativa dos agronegócios no saldo do comércio externo brasileiro.

Gráfico 5 - Balança Comercial do Agronegócio, Brasil, Janeiro a Maio, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            A participação do agronegócio brasileiro no total da balança comercial do País diminuiu relativamente tanto em termos de exportação (-2,7 pontos percentuais) quanto de importações (-1,4 ponto percentual) (gráfico 6). Isto decorreu do avanço das transações externas de outros setores e dos efeitos do câmbio que diminuiu a competitividade das commodities agropecuárias.

Gráfico 6 - Participação do Agronegócio na Exportação e na Importação, Brasil, Janeiro a Maio, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            Em relação à economia brasileira, as exportações de São Paulo de janeiro a maio de 2006 representaram 33,1%, ou 1,1 ponto percentual a mais que as de janeiro-maio de 2005. Já as importações representaram 41,7%, ou 0,2 ponto percentual a mais que no ano anterior (gráfico 7).

Gráfico 7- Participação do Estado de São Paulo no Brasil, Exportação e Importação, Janeiro a Maio, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações de São Paulo de janeiro a maio de 2006 representaram 25,9%, ou 0,5 ponto percentual a mais que as de janeiro-maio de 2005. Já as importações representaram 39,6%, ou 1,6 ponto percentual a mais do que no ano anterior (gráfico 8).

Gráfico 8- Participação do Agronegócio Paulista no Agronegócio Brasileiro, Exportação e Importação, Janeiro a Maio, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC.

            Os agregados da balança comercial do Brasil e de São Paulo, para o total e para o agronegócio, são apresentados nas tabelas 1 a 4.

Tabela 1 - Brasil - Balança Comercial, Janeiro a Maio, 2005 e 2006
(US$ bilhão)

Ano
Total
Agronegócio
Partic. do Agronegócio(%)
Exportação
Importação
Saldo
Exportação
Importação 
Saldo
Exportação
Importação
2005
43,47
27,85
15,62
17,07
3,68
13,39
39,3
13,2
2006
49,47
34,01
15,46
18,12
4,02
14,10
36,6
11,8
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 2 - Estado de São Paulo - Balança Comercial, Janeiro a Maio, 2005 e 2006
(US$ bilhão)

Ano
Total
Agronegócio
Partic. do Agronegócio(%)
Exportação Importação Saldo Exportação Importação  Saldo Exportação
Importação
2005
13,91
11,55
2,36
4,34
1,40
2,94
31,2
12,1
2006
16,39
14,18
2,21
4,70
1,59
3,11
28,7
11,2
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 3 - Participação da Balança Comercial do Estado de São Paulo no Brasileiro, Total e Agronegócio, Janeiro a Maio, 2005 e 2006
(%)

Ano
Total
Agronegócio
Exportação
Importação
Exportação
Importação 
2005
32,0
41,5
25,4
38,0
2006
33,1
41,7
25,9
39,6
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 4 - Balança Comercial do Brasil e de São Paulo, Variação Percentual, Janeiro a Maio, 2006 / 2005

Ano
Total
Agronegócio
 .
Exportação Importação Saldo Exportação Importação  Saldo
Brasil
13,8
22,1
-1,0
6,2
9,2
5,3
São Paulo
17,8
22,8
-6,4
8,3
13,6
5,8
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

______________________
1 Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
2 Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
3 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio paulista foi de US$ 3,25 bilhões.
4 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio brasileiro foi de US$ 14,65 bilhões.

Veja também a tabela: Resumo Mensal da Balança Comercial dos Agronegócios, 2005 e 2006 (janeiro a maio).

Data de Publicação: 23/06/2006

Autor(es): Sueli Alves Moreira Souza Consulte outros textos deste autor
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