Perdigão dará férias coletivas em Capinzal

          A Perdigão vai dar férias coletivas a 1,2 mil funcionários de sua unidade de Capinzal, no oeste catarinense, a partir do dia 2 de maio. A empresa é a terceira em Santa Catarina a conceder férias por conta da queda nas exportações de frango em decorrência do pânico provocado pela gripe aviária.
         Segundo a Federação dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação de Santa Catarina (Fetiaesc), a empresa informou em comunicado que serão 30 dias de paralisação, com retorno previsto para junho. 'Mas é difícil saber o que vai acontecer até lá', disse o presidente da Fetiaesc, Luiz Medeiros Maria.Os 1,2 mil funcionários fazem parte do terceiro turno da unidade, que tem cerca de 6 mil funcionários no total, e abatia 500 mil frangos por dia, segundo informações do mercado. Procurada ontem, a Perdigão não se pronunciou sobre o assunto.Desde março, já são três os frigoríficos que anunciaram férias coletivas. Além de Perdigão, Seara e a Coopercentral Aurora estão fazendo o mesmo. A Aurora parou por 10 dias o terceiro turno na unidade em Quilombo, colocando cerca de 300 funcionários em férias. Já a Seara, que é controlada pela Cargill, vai paralisar praticamente toda a sua unidade na cidade de Seara a partir do dia 17 deste mês, colocando 900 funcionários em férias por 30 dias.
         Recentemente, a Seara demitiu cerca de 300 trabalhadores na unidade de Forquilinha, também em Santa Catarina. E outras 250 pessoas acabaram aderindo a um Plano de Demissão Voluntária (PDV) na Macedo, indústria sediada na região da Grande Florianópolis.
         Por conta desse quadro, o sindicato vai organizar hoje um ato público em Chapecó, um dos pólos de produção de frango em Santa Catarina. Haverá um fórum para debater a gripe aviária e serão distribuídos 2 mil frangos para a população gratuitamente. 'Queremos demonstrar a qualidade dos frangos produzidos aqui e incentivar o consumo no mercado interno. O objetivo final é a manutenção dos empregos', disse Medeiros. As discussões sobre a data-base da categoria acontecem em maio. 'Sabemos que será uma negociação complicada. Mas as empresas vêm lucrando nos últimos anos em alta velocidade. Temos que buscar a recuperação das perdas salariais e a manutenção dos benefícios'.
        Depois de forte pressão por causa da queda das exportações, o mercado de frango vivo em São Paulo segue em recuperação. Ontem, o quilo subiu R$ 0,05 para R$ 0,95, de acordo com levantamento da Jox Assessoria Agropecuária.(12/04/06-www.valoronline.com.br)

Data de Publicação: 12/04/2006

Autor(es): Juliana Guerra Paes Consulte outros textos deste autor