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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Primeiro Bimestre de 2022
1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO No primeiro bimestre de 2022, as
exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$8,29 bilhões (19,4% do total nacional) e as importações2
US$11,02 bilhões (28,5% do total nacional), registrando deficit comercial de US$2,73 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2021,
houve aumento nas exportações (+27,1%) e nas importações (+14,6%); essa
conjunção de desempenhos resultou na redução do deficit (-11,9%) no saldo da balança comercial paulista. 1.1 – Análise
Setorial do Agronegócio Na análise setorial do
agronegócio3, o resultado do primeiro bimestre de 2022, na
comparação com o mesmo período do ano anterior, indica que o setor paulista
apresentou aumento nas exportações (+27,4%), alcançando US$2,88 bilhões, e 4,1%
nas importações, totalizando US$0,77 bilhão; com esses resultados, obteve-se superavit de US$2,11 bilhões, 38,8%
superior ao primeiro bimestre de 2021 (Figura 1). A participação das
exportações do agronegócio paulista no total do estado é de 34,7%, enquanto a
participação das importações setoriais é de 7,0% (Figura 1). Há que se destacar que as
exportações paulistas nos demais setores da economia - exclusive o agronegócio
- somaram US$5,41 bilhões, e as importações, US$10,25 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$4,84
bilhões. Dessa forma, conclui-se que o deficit
do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio
estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$2,11 bilhões). 1.2 -
Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos Os cinco principais
grupos nas exportações do agronegócio paulista, nos primeiros dois meses de
2022, foram: complexo sucroalcooleiro (US$787,35 milhões), setor de carnes (US$479,89
milhões), grupo dos produtos florestais (US$413,88 milhões), sucos (US$264,35
milhões) e complexo soja (US$199,42 milhões). Esses cinco agregados
representaram 74,6% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Ainda de acordo com a tabela
1, no primeiro bimestre de 2022 em comparação com o mesmo período de 2021,
houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de
produtos da pauta paulista, com aumentos para os grupos: complexo soja
(+159,8), produtos florestais (+89,4%), carnes (+55,3%) e sucos (+18,0%); por
outro lado, houve queda do complexo sucroalcooleiro (-11,6%). Essas variações
nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto
de preços como de volumes exportados. 1.3 - Exportações dos Principais Produtos do
Agronegócio Paulista Os
dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais
relevantes do agronegócio paulista no primeiro bimestre de 2022, em relação ao mesmo
bimestre do ano anterior, são apresentados na tabela 2. Desses grupos
relevantes, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação (27,4%)
nas exportações paulistas. No total, o grupo caiu 11,6% em valores e 27,7% em
volumes exportados, devido à queda do desempenho das vendas externas do açúcar
(-7,7% em valores e -24,8% em volume). Para o álcool, os embarques apresentaram
quedas ainda mais acentuadas, de 55,8% em volume e de 31,9% em valores, quando
comparados com o mesmo período de 2021. Os destinos das exportações desse
grupo são bem diversificados em termos de participação dos países. Os
resultados apontam como principais compradores: Argélia (9,8%), Nigéria (9,5%),
China (9,0%) Marrocos (7,0%), Rússia (6,8%), Coreia do Sul (6,0%), União
Europeia (5,6), enquanto os demais países somam 46,8%. O grupo de
carnes tem a segunda posição na pauta do estado, apresentando ganhos em valores
(55,3%) e volumes (30,1%) em relação ao primeiro bimestre de 2021. A carne
bovina, com maior contribuição no grupo, registrou aumentos de 54,1% em valores
e de 26,2% em volume exportado. O desempenho da carne de frango teve expansão
em valores (69,5%) e em volumes (38,2%). A carne suína apresentou resultados
negativos em valores (-34,2%) e volumes (-30,6%). Os principais
destinos em participação são: China (55,3%), Estados Unidos (12,1%), União
Europeia (5,9%), Hong Kong (3,6%), Filipinas (3,0%), enquanto os demais países
compradores somam 20,2% de participação. Os produtos florestais aparecem na terceira posição da pauta paulista,
com ganhos em desempenho em 2022, e aumentos de 89,4% em valores e de 84,1% na
quantidade em relação ao ano anterior. O produto papel, principal item do
grupo, obteve variação positiva quanto aos valores (43,8%) e volumes (12,4%).
As exportações dos produtos de celulose apresentaram elevação nos valores
(198,0%) e nos embarques (160,7%). O principal
destino em participação de valores exportados é a China (35,9%), seguida de
União Europeia (11,2%), Estados Unidos (9,0%), Argentina (6,9%), Peru e Chile
(5,7% cada). Os demais países somam 25,6% de participação. O
suco de laranja (FCOJ concentrado) exibiu aumentos de 3,8% no valor e queda de
3,2% em volume exportado. Para o suco NFC (não congelado), as vendas externas
cresceram em valores (30,6%) e em volume (23,1%). Já os outros sucos de laranja
não fermentados obtiveram ganhos de 22,0% em valores e de 10,4% em volumes. A
variação total das exportações do grupo de sucos foi positiva de 18,0% em
valores e 16,1% em volume, na comparação com o primeiro bimestre de 2021. Os maiores compradores desse grupo são União
Europeia (60,5%), Estados Unidos (19,3%), Japão (6,3%) e China (5,7%); os
demais compradores somam 8,2% em participação. Para o complexo
soja, os resultados apontaram aumento de 159,8% nos valores e de 117,7% no
volume das exportações paulistas. O principal produto deste grupo é a soja em
grãos, que apresentou aumento de 174,2% em valores e de 119,2% em quantidades
exportadas pelo estado. A China é o principal destino e suas compras
representam 71,5% do valor exportado. Na sequência aparecem Irã (5,6%),
Tailândia (5,5%), Índia (4,8%) e Paquistão (4,3%); os demais países participam
com 8,3%. O grupo do café
apresentou no primeiro bimestre de 2022 desempenho positivo em valores (61,2%)
e redução nos embarques (-1,2%), quando comparado com igual período de 2021. O
café verde, principal item do grupo, apresentou aumento de 65,6% nas receitas e
redução de 3,0% no volume. A União Europeia (43,6%) foi o principal
destino em termos de participação de valores, seguida dos Estados Unidos
(21,8%), Japão (8,6%), Canadá (3,5%) e Argentina (3,2%); os demais importadores
somam 20,1%. 1.4 - Importações do Agronegócio
Paulista Os principais produtos da pauta de
importação do agronegócio paulista nos dois primeiros meses de 2022 foram:
salmões (US$56,47 milhões), seguido dos óleos de palma e dendê (US$53,92
milhões), do papel (US$50,81 milhões) e do trigo (US$42,34 milhões). A figura 2
apresenta os dez principais produtos que representam 49,5% (US$382,63 milhões)
do total importado no total do primeiro bimestre de 2022 (US$772,34 milhões). 2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A balança comercial
brasileira registrou superavit de US$3,93
bilhões no primeiro bimestre de 2022, com exportações de US$42,64 bilhões e
importações de US$38,71 bilhões. Esse resultado indica aumento de 144,1% em
relação ao mesmo período de 2021, quando alcançou US$1,61 bilhão (Figura 3). 2.1 - Análise
Setorial do Agronegócio Na análise setorial, as
exportações do agronegócio brasileiro no primeiro bimestre de 2022 (Figura 3)
apresentaram aumento (61,8%) em relação a igual período de 2021, alcançando US$19,32
bilhões (45,3% do total nacional). Já as importações diminuíram 6,3% no
período, registrando US$2,36 bilhões (6,1% do total nacional). O superavit do agronegócio foi de US$3,93 bilhões no período, sendo
144,1% superior na comparação entre os primeiros bimestres de 2022 e 2021
(Figura 3). Portanto, o comércio
exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio,
uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$23,32 bilhões
e importações de US$36,35 bilhões, produziram um deficit de US$13,03 bilhões no primeiro bimestre de 2022. 2.2 -
Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos Os cinco principais
grupos nas exportações do agronegócio brasileiro no primeiro bimestre de 2022
foram: complexo soja (US$6,10 bilhões), carnes (US$3,40 bilhões), produtos
florestais (US$2,44 bilhões), café (US$1,60 bilhão) e cereais, farinhas e
preparações (US$1,45 bilhão). Esses cinco grupos agregados representaram 77,6%
das vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 3). Ainda conforme a tabela
3, na comparação com os dois primeiros meses de 2021, houve importantes
variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos do
agronegócio brasileiro, com destaque para os aumentos dos grupos de café
(62,1%), complexo soja (+64,0%), carnes (41,1%), produtos florestais (40,8%), e
queda do grupo de cereais, farinhas e preparações (-17,0%), Essas variações nas
receitas do comércio exterior no período analisado são derivadas da composição
das oscilações tanto de preços como de volumes exportados. 2.3 - Exportações dos Principais Produtos do
Agronegócio Brasileiro A
tabela 4 apresenta os dados de valor e volume exportados dos principais
produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio brasileiro e suas
respectivas variações nos meses de janeiro e fevereiro de 2022, em comparação
com o mesmo período de 2021. Desses grupos
relevantes, o grupo complexo soja é o que apresenta a maior
participação (31,6%) nas exportações brasileiras. No total, o grupo cresceu
194,1% em valores e 148,5% em volumes exportados, devido ao desempenho das
vendas externas da soja em grão (principal item do grupo com 72,3% de
participação), com aumento de 313,9% em valores e 223,6% em volume, resultado
que mostra a valorização do preço dessa commodity
e a retomada da produção em 2022. Para o óleo de soja, os embarques
apresentaram aumentos de 271,1% em valores e 182,1% em volume, enquanto o farelo
de soja teve aumentos de 47,0% em valores e de 48,8% em volume, quando
comparados com 2021. A China representa
52,0% das compras em valores desse grupo, seguida por União Europeia (18,3%),
Tailândia (4,4%), Índia (4,1%), Indonésia (3,9%), Vietnã (3,1%); os demais
países importadores somam 14,2%. O grupo de
carnes, que tem a segunda posição na pauta brasileira, apresentou avanço de
40,2% em valores e 16,2% em volume em relação ao primeiro bimestre de 2021. A carne bovina
teve crescimento de 60,7% em valores e de 33,8% em volume exportado. A carne de
frango teve também resultado positivo (33,6% e 12,4%) enquanto a carne suína
apresenta redução de volume da ordem de 7,6% e aumento de 0,9% nos embarques.
Nesse grupo, a China se destacou como principal destino e representa 34,4% das
compras de carnes. Na sequência aparecem Estados Unidos (7,0%), Emirados Árabes
Unidos (6,0%), União Europeia (5,2%), Hong Kong (3,9%) Egito (3,8%), Japão
(3,7%) e Chile (3,1%), enquanto os demais países somam 33,0% de participação O
grupo de produtos florestais aparece na terceira posição na pauta brasileira,
apresentando variação positiva tanto em valores como em volume exportado (45,6%
e 22,4%, respectivamente). As variações de valores e volume, respectivamente,
foram de 40,0% e 19,5% para a celulose, 44,4% e 24,3% para a madeira, e de
67,2% e 36,4% para o papel. A borracha apresentou desempenho negativo, com
redução de 68,6% em valores e de 80,6% em volume
exportado. Os principais países importadores desse grupo em valores são Estados
Unidos (24,9%), China (19,6%), União Europeia (18,9%), Argentina (4,6%) e
México (2,8%); os demais importadores somam 29,3% de participação. O
grupo do café apresenta ganho em valores (66,1%) e perda em quantidade O grupo de cereais, farinhas e preparações apresenta desempenho positivo em valores
(79,1%) e em quantidades (38,5%). O milho em grão, principal item do grupo,
registrou maior exportação em volume (10,5%) e em valores (37,5%). O arroz em
grão apresentou resultados positivos bastante expressivos em termos de variação,
com aumento em valores (162,9%) e em quantidade (221,9%). Os principais países
compradores desse grupo são Irã (12,8%), Egito (11,8%), Coreia do Sul (9,6%),
Arábia Saudita (7,9%), Indonésia (5,9%) Vietnã (5,3%) e Japão (5,1%), enquanto
os demais importadores somam 41,7% de participação. 2.4 -
Importações do Agronegócio Brasileiro Os principais produtos da pauta de importação do
agronegócio brasileiro no primeiro bimestre de 2022 foram: trigo (US$279,96
milhões), papel (US$124,57 milhões), malte (US$121,44 milhões) e salmões
(US$114,84 milhões). A figura 4 apresenta os dez principais produtos, que
representam 45,7% (US$1,08 bilhão) do total importado (US$2,36 bilhões). 3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A participação paulista no total da balança comercial brasileira (todos
os setores da economia) apresentou quedas de 1,4 ponto percentual nas
exportações e de 3,9 p.p. nas importações no primeiro bimestre de 2022,
apontando valores de 19,4% nas exportações e de 28,5% de representatividade
para as importações (Figura 5). Para o agronegócio, as
exportações setoriais de São Paulo no período representaram 14,9% em relação ao
agronegócio brasileiro, valor 4,0 pontos percentuais menor que o registrado no
mesmo período de 2021; já as importações tiveram aumento (3,2 p.p.), passando
de 29,4% para 32,6% (Figura 5). 1Estado produtor (unidade
da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação,
é a unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos
os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste
último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do
processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador
(unidade da Federação importadora) é definido como a unidade da Federação do
domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de
produtos dos agronegócios podem ser vistos na opção Tabela de Agrupamentos em
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA
E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília:
MAPA, 2022. Disponível em:
http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso em: mar. 2022. Palavras-chave:
agronegócio, balança comercial, exportações,
importações, comércio exterior, grupo de produtos. COMO CITAR ESTE ARTIGO GHOBRIL,
C. N.; OLIVEIRA, M. D. M.; ANGELO, J. A. Balança Comercial dos Agronegócios
Paulista e Brasileiro, Primeiro Bimestre de 2021. Análises e Indicadores do
Agronegócio, São Paulo, v. 17, n. 3, p. 1-13, mar. 2022. Disponível em: colocar o link do
artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.
(-5,9%), sendo o café verde o principal produto com aumento de 69,0% em valores
e queda de 6,4% em quantidades exportadas pelo país. Quanto às participações
dos países destinos das exportações em valores, a União Europeia representa
48,7% desse grupo, seguida por Estados Unidos (20,3%), Japão (4,6%), Turquia
(3,7% e Rússia (3,3%); os demais países importadores somam 19,4%.
Data de Publicação: 31/03/2022
Autor(es):
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor