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Estimativa do Valor da Produção Agropecuária do Estado de São Paulo para 2020
O cálculo final do valor da produção agropecuária do
Estado de São Paulo (VPA) em 2020, com os dados de preços e produção consolidados,
resultou em R$96,47 bilhões. Comparativamente aos R$82,21 bilhões alcançados em
2019, esse resultado acusou aumento, em termos correntes, de 17,34 % (Tabela
1), e de 12,04 % em valores reais, considerando o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA)1. Esse resultado foi obtido a partir da seleção de 50
produtos de origem vegetal e animal. Para fins de análise, os produtos foram
agrupados em produtos para indústria, produtos de origem animal, grãos e
fibras, frutas frescas e produtos olerícolas. Os dados de produção foram
obtidos dos levantamentos sistemáticos de previsão e estimativas de safras
realizados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e pela Coordenadoria de
Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), ambos da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo2. Foram utilizados os preços
médios mensais recebidos pelos produtores, extraídos do banco de dados do IEA3,
especificamente para os grupos de produtos olerícolas e de frutas; os preços
foram obtidos a partir da ponderação e decomposição dos preços de atacado
obtidos na Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP)4,
exceto os de batata, cebola, mandioca para mesa, tomate, banana, laranja,
goiaba e tangerina, recolhidos do banco de dados do IEA. A variação do VPA foi calculada a partir dos índices
de preços e quantidades, baseados na fórmula de Fisher (base 2019 = 100), de
acordo com os agrupamentos de produtos homogêneos5. Ambos os
indicadores mostraram evolução positiva, predominantemente o de preços, cuja
variação atingiu 16,07%, enquanto o de produção foi de 1,09%. Excluindo--se a
cana-de-açúcar, cuja participação no VPA do Estado é elevada (33,13%), o índice
de preços atinge 21,07%, enquanto o de produção se elevou em 1,40%. Tabela
1 - Preço médio, produção e valor total da produção
agropecuária, Estado de São Paulo, 2019 e 2020 (continua) Produto Unidade Posição Preço médio (R$)1 Produção 2019 2020 2019 2020 Var.% 2019 2020 Var.% Cana-de-açúcar t 1 1 68,15 73,05 7,19 435.342.415 437.546.402 0,51 Carne bovina 15 kg 2 2 158,82 222,92 40,36 62.071.273 61.263.654 -1,30 Soja sc. 60 kg 5 3 72,62 110,93 52,75 54.073.293 63.941.767,00 18,25 Laranja para indústria cx. 40,8 kg 3 4 19,16 22,11 15,40 268.021.754 258.947.253 -3,39 Carne de frango kg 4 5 3,21 3,33 3,74 1.563.122.663 1.492.451.499 -4,52 Ovos cx. 30 dz. 6 6 76,51 91,69 19,84 47.182.477 47.066.398 -0,25 Milho sc. 60 kg 7 7 34,63 52,47 51,52 84.214.605 72.004.800 -14,50 Café beneficiado sc. 60 kg 9 8 407,37 533,11 30,87 4.414.367 6.362.485 44,13 Leite l 8 9 1,41 1,55 9,93 1.850.412.590 1.773.894.740 -4,14 Amendoim em casca sc. 25 kg 17 10 53,89 78,60 45,85 18.765.115 24.991.653 33,18 Laranja para mesa cx. 40,8 kg 12 11 24,67 30,87 25,13 60.839.294 58.779.438 -3,39 Banana cx. 21 kg 11 12 29,42 29,44 0,07 51.414.221 51.960.680 1,06 Tomate para mesa 25 kg 13 13 48,94 46,79 -4,39 27.055.211 30.879.604 14,14 Limão cx. 27 kg 14 14 30,28 32,97 8,88 37.382.861 42.169.351 12,80 Batata sc. 50 kg 10 15 96,15 80,71 -16,06 17.803.941 16.408.393 -7,84 Uva para mesa kg 15 16 4,46 4,59 2,91 244.376.222 244.921.121 0,22 Feijão sc. 60 kg 16 17 214,34 254,81 18,88 5.059.478 4.040.463 -20,14 Carne suína 15 kg 18 18 90,10 119,60 32,74 9.417.080 7.140.395 -24,18 Borracha kg 20 19 2,40 2,58 7,50 243.519.197 247.684.217 1,71 Tangerina cx. 26 kg 19 20 37,58 37,33 -0,67 17.609.446 16.992.117 -3,51 Manga kg 22 21 2,42 2,16 -10,74 210.278.112 220.519.750 4,87 Mandioca para indústria t 24 22 291,56 348,39 19,49 1.234.029 1.363.706 10,51 Cebola kg 21 23 2,55 1,98 -22,35 228.147.000 239.097.200 4,80 Abacate cx.K 22 kg 26 24 48,89 49,49 1,23 7.201.845 7.828.037 8,69 Trigo sc.60 kg 27 25 51,46 66,66 29,54 4.389.480 5.181.101 18,03 Alface engr.10 kg 25 26 14,95 10,51 -29,70 23.820.965 25.356.318 6,45 Caqui kg 23 27 2,86 1,95 -31,82 128.260.236 124.895.602 -2,62 Pimentão cx.11 kg 28 28 20,14 19,61 -2,63 10.166.962 10.503.120 3,31 Mandioca para mesa 23 kg 36 29 11,00 17,87 62,45 12.242.217 10.773.076 -12,00 Batata doce cx. K 22 kg 32 30 24,61 24,76 0,61 6.725.425 6.787.283 0,92 Sorgo sc. 60 kg 44 31 26,06 40,28 54,57 2.591.734 3.857.383 48,83 Pêssego para mesa cxta. 1,8 kg 38 32 5,93 7,60 28,16 19.798.167 20.214.402 2,10 Abacaxi cento 30 33 340,30 267,25 -21,47 531.086 566.987 6,76 Repolho sc. 25 kg 31 34 20,23 15,48 -23,48 8.625.533 8.530.201 -1,11 Cenoura kg 33 35 1,84 1,53 -16,85 76.957.450 83.360.675 8,32 Goiaba para mesa cxta. 3 kg 35 36 9,06 8,61 -4,97 15.187.901 14.142.536 -6,88 Abóbora kg 43 37 1,19 1,39 16,81 68.714.450 79.275.300 15,37 Melancia kg 29 38 0,88 0,67 -23,86 214.078.200 157.679.000 -26,35 Algodão em caroço 15 kg 41 39 34,94 40,25 15,20 3.018.012 2.615.440 -13,34 Figo para mesa engr. 3 gavetas 1,5 kg 34 40 21,78 16,44 -24,52 6.383.902 6.230.926 -2,40 Morango cxta. 1,6 kg 39 41 17,92 18,23 1,73 6.042.100 5.557.375 -8,02 Abobrinha cx. 20 kg 40 42 29,78 26,03 -12,59 3.545.037 3.844.520 8,45 Arroz em casca sc. 60 kg 45 43 53,98 93,9 73,95 1.005.564 1.036.844 3,11 Beterraba cx. 21 kg 37 44 26,61 19,77 -25,70 4.835.191 3.920.603 -18,92 Maracujá cx. 13 kg 42 45 41,57 40,18 -3,34 2.349.885 1.631.221 -30,58 Tomate para indústria kg 46 46 0,22 0,19 -13,64 207.764.500 272.682.000 31,25 Mel kg 47 47 8,42 8,65 2,73 4.534.661 4.515.349 -0,43 Goiaba para indústria t 48 48 410,00 460,00 12,20 83.275 72.585 -12,84 Triticale sc. 60 kg 49 49 32,76 57,20 74,60 106.075 103.631 -2,30 Casulo kg 50 50 19,35 19,18 -0,88 126.702 159.842 26,16 Total - - - - - - - - - - Grupo de
produtos Índice de preços Var.% Índice de
produção Var.% Produtos
para indústria 100,00 109,75 9,75 100,00 102,39 2,39 Produtos animais 100,00 124,72 24,72 100,00 96,97 -3,03 Grãos e fibras 100,00 147,29 47,29 100,00 105,32 5,32 Frutas frescas 100,00 103,11 3,11 100,00 100,67 0,67 Olerícolas 100,00 88,59 -11,41 100,00 102,10 2,10 Total 100,00 116,07 16,07 100,00 101,09 1,09 Total sem cana-de-açúcar 100,00 121,07 21,07 100,00 101,40 1,40 1Preço
médio corrente, de janeiro a dezembro para 2019 e 2020. Fonte: Dados da pesquisa. Tabela
1 - Preço médio, produção e valor total da produção
agropecuária, Estado de São Paulo, 2019 e 2020 (conclusão) Produto Valor da produção
(R$)2 Participação % do
valor da produção 2019 2020 Var.% 2019 % acum. 2020 % acum. Cana-de-açúcar 29.668.585.550,91 31.962.764.693,13 7,73 36,09 36,09 33,13 33,13 Carne bovina 9.858.159.577,86 13.656.893.749,68 38,53 11,99 48,08 14,16 47,29 Soja 3.926.802.544,92 7.093.060.246,59 80,63 4,78 52,86 7,35 54,64 Laranja para indústria 5.135.296.797,09 5.725.323.760,23 11,49 6,25 59,10 5,94 60,58 Carne de frango 5.017.623.748,87 4.969.863.490,01 -0,95 6,10 65,21 5,15 65,73 Ovos 3.609.931.337,47 4.315.517.994,11 19,55 4,39 69,60 4,47 70,20 Milho 2.916.351.772,89 3.778.091.871,74 29,55 3,55 73,14 3,92 74,12 Café beneficiado 1.798.280.599,26 3.391.904.612,96 88,62 2,19 75,33 3,52 77,64 Leite 2.609.081.751,90 2.749.536.847,00 5,38 3,17 78,51 2,85 80,49 Amendoim em casca 1.011.252.068,91 1.964.343.925,80 94,25 1,23 79,74 2,04 82,52 Laranja para mesa 1.500.905.378,96 1.814.521.245,62 20,90 1,83 81,56 1,88 84,40 Banana 1.512.606.392,46 1.529.722.414,23 1,13 1,84 83,40 1,59 85,99 Tomate para mesa 1.324.082.019,00 1.444.856.647,77 9,12 1,61 85,01 1,50 87,49 Limão 1.131.953.043,19 1.390.323.509,07 22,83 1,38 86,39 1,44 88,93 Batata 1.711.848.927,15 1.324.321.399,03 -22,64 2,08 88,47 1,37 90,30 Uva para mesa 1.089.917.949,23 1.124.187.945,39 3,14 1,33 89,80 1,17 91,47 Feijão 1.084.448.591,68 1.029.550.448,40 -5,06 1,32 91,12 1,07 92,53 Carne suína 848.478.908,00 853.991.283,85 0,65 1,03 92,15 0,89 93,42 Borracha 584.446.071,60 639.025.279,86 9,34 0,71 92,86 0,66 94,08 Tangerina 661.762.983,36 634.315.739,18 -4,15 0,80 93,66 0,66 94,74 Manga 508.873.031,04 476.322.660,00 -6,40 0,62 94,28 0,49 95,23 Mandioca para indústria 359.793.495,24 475.101.393,98 32,05 0,44 94,72 0,49 95,73 Cebola 581.774.850,00 473.412.456,00 -18,63 0,71 95,43 0,49 96,22 Abacate 352.098.202,05 387.409.551,13 10,03 0,43 95,86 0,40 96,62 Trigo 225.882.630,51 345.372.192,66 52,90 0,27 96,13 0,36 96,98 Alface 356.123.432,73 266.494.902,21 -25,17 0,43 96,56 0,28 97,25 Caqui 366.824.274,96 243.546.423,90 -33,61 0,45 97,01 0,25 97,50 Pimentão 204.762.617,67 205.966.182,75 0,59 0,25 97,26 0,21 97,72 Mandioca para mesa 134.664.390,08 192.514.868,92 42,96 0,16 97,42 0,20 97,92 Batata doce 165.512.706,43 168.053.124,12 1,53 0,20 97,63 0,17 98,09 Sorgo 67.540.588,04 155.375.391,67 130,05 0,08 97,71 0,16 98,25 Pêssego para mesa 117.403.132,96 153.629.452,92 30,86 0,14 97,85 0,16 98,41 Abacaxi 180.728.684,91 151.527.363,94 -16,16 0,22 98,07 0,16 98,57 Repolho 174.494.528,53 132.047.514,59 -24,33 0,21 98,28 0,14 98,71 Cenoura 141.601.708,00 127.541.832,75 -9,93 0,17 98,45 0,13 98,84 Goiaba para mesa 137.602.383,06 121.767.234,96 -11,51 0,17 98,62 0,13 98,96 Abóbora 81.770.195,50 110.192.667,00 34,76 0,10 98,72 0,11 99,08 Melancia 188.388.816,00 105.644.930,00 -43,92 0,23 98,95 0,11 99,19 Algodão em caroço 105.449.339,28 105.271.460,00 -0,17 0,13 99,08 0,11 99,30 Figo para mesa 139.041.379,69 102.436.421,46 -26,33 0,17 99,25 0,11 99,40 Morango 108.274.432,00 101.310.946,25 -6,43 0,13 99,38 0,11 99,51 Abobrinha 105.571.210,79 100.072.855,60 -5,21 0,13 99,51 0,10 99,61 Arroz em casca 54.280.344,72 97.359.651,60 79,36 0,07 99,57 0,10 99,71 Beterraba 128.664.443,56 77.510.321,88 -39,76 0,16 99,73 0,08 99,79 Maracujá 97.684.725,87 65.542.457,79 -32,90 0,12 99,85 0,07 99,86 Tomate para indústria 45.708.190,00 51.809.580,00 13,35 0,06 99,90 0,05 99,92 Mel 38.181.845,62 39.057.768,85 2,29 0,05 99,95 0,04 99,96 Goiaba para indústria 34.142.946,80 33.389.238,00 -2,21 0,04 99,99 0,03 99,99 Triticale 3.475.017,00 5.927.693,20 70,58 0,00 100,00 0,01 100,00 Casulo 2.451.683,70 3.065.769,56 25,05 0,00 100,00 0,00 100,00 Total 82.210.581.241,45 96.466.791.411,34 17,34 - - - - Grupo de
produtos Produtos
para indústria 37.626.253.650,90 42.279.318.558,16 12,37 45,77 45,77 43,83 43,83 Produtos animais 21.983.908.853,42 26.587.926.903,06 20,94 26,74 72,51 27,56 71,39 Grãos e fibras 9.395.482.897,95 14.574.352.881,66 55,12 11,43 83,94 15,11 86,50 Frutas frescas 8.094.064.809,74 8.402.208.295,84 3,81 9,85 93,78 8,71 95,21 Olerícolas 5.110.871.029,44 4.622.984.772,62 -9,55 6,22 100,00 4,79 100,00 Total 82.210.581.241,45 96.466.791.411,34 17,34 100,00 - 100,00 - Total sem cana-de-açúcar 52.541.995.690,54 64.504.026.718,21 22,77 63,91 - 66,87 - 2Preço
médio corrente, de janeiro a dezembro para 2019 e 2020. Fonte: Dados da pesquisa. Verifica-se que a variação dos índices de preços foi
potencializada principalmente pelos preços de produtos dos grupos de grãos e
fibras e de produtos animais, cujos índices acusaram crescimento de 47,29% e
24,72%, respectivamente, destacando-se aqueles que se encontram entre as dez
primeiras posições no ranking de VPA do estado e que destinam parte
considerável da produção ao mercado internacional, produtos estes bastante
favorecidos pelas altas taxas de câmbio dos últimos anos, superiores a R$4,00/US$
a partir de meados de 2019 e acima dos R$5,00/US$ durante praticamente todo ano
de 2020. Produtos pertencentes ao grupo de grãos e fibras apresentaram
aumentos expressivos em seu VPA, com destaque para o amendoim em casca, com uma
variação de 94,25%, que saiu da 17ª posição em 2019 para a 10ª em 2020,
impulsionado tanto pelo aumento de produção (33,18%) quanto pelo de preço
(45,85%). O VPA da soja, com um aumento de 80,63%, saltou da quinta para terceira
posição no total do estado, precedido apenas pelo da cana-de-açúcar e o da
carne bovina. O VPA do milho, apesar da quebra de produção em função de
adversidades climáticas, teve seu VPA majorado em 29,55%, mantendo a sétima
posição, graças ao expressivo aumento de preço, de 51,52%. O VPA do trigo
registrou uma variação de 52,90%, decorrente tanto da alta dos preços (29,54%)
quanto da produção (18,03%). Assim como o mercado de outros produtos, o do
trigo também foi fortemente afetado pela pandemia, mas se revelou como boa
alternativa de consumo nos períodos de isolamento, mesmo tendo seu suprimento
formado por mais de 50% de produto importado, chegando a apresentar picos de
aumento de consumo, especialmente de massas. Por outro lado, o feijão, grão
componente de prato importante no hábito de consumo do brasileiro, apresentou
queda 5,06% em seu VPA, predominantemente em função de menor produção (20,14%),
pois os preços apresentaram elevação de 18,88%, além de que é um produto cuja
questão de seu consumo fora de casa versus domiciliar é muito importante
em seu mercado, sendo também, portanto, fortemente afetado pelas políticas de
isolamento, ante a pandemia. O VPA da carne bovina acusou elevação de 38,53%,
refletindo a elevação de 40,36% em seu preço, compensando largamente a queda de
produção (1,30%). O VPA da carne suína apresentou crescimento de 0,65%,
influenciado pela queda de produção (24,18%), e compensada pela elevação de
32,74% em seus preços. O VPA da carne de frango foi menor em 0,95%, decorrente
de queda de produção (4,52%), muito em função dos desarranjos do mercado, em face
das políticas de isolamento, principalmente no primeiro semestre do ano. O
aumento de preço, de 3,74%, não foi suficiente para compensar a menor produção.
O aumento do VPA dos ovos foi decorrente da elevação de 19,84% em seu preço,
impactado pela elevação dos preços dos insumos utilizados no processo
produtivo, uma vez que a produção acusou redução de 0,25%. O aumento do consumo
de ovos, geralmente, segue a elevação do preço das carnes. Entre os produtos animais, o aumento de preço do leite
(9,93%) compensou a queda de 4,14% na produção, proporcionando o aumento de
5,38% em seu VPA. No geral, com exceção do grupo de olerícolas, todos
os outros apresentaram crescimento do VPA. O grupo de frutas frescas apresentou
crescimento de 3,81%, basicamente em função da elevação de 3,11% em seus preços
e um acréscimo de 0,67% na produção. Esses dois grupos foram os que mais
sentiram as condições adversas do mercado, decorrentes de medidas de combate à
pandemia, isolamento, fechamento de equipamentos de consumo fora de casa, bares
e restaurantes, entre outros. São produtos consumidos predominantemente frescos
e de maior perecibilidade. A queda de 9,55% no VPA do grupo de olerícolas foi
fortemente impactada pela queda dos preços (-11,41%), uma vez que houve um
crescimento de 2,10% de produção. Pequenos produtores familiares têm
participação expressiva nesse grupo de produtos e foram também afetados pela
pandemia. Entre as olerícolas, as mais bem posicionadas são o
tomate para mesa (13ª posição no ranking de VPA), seguido pela batata
(15ª) e pela cebola, que perdeu duas posições, caindo para a 23ª posição quando
comparada com o ano de 2019. O VPA do tomate para mesa aumentou 9,12%,
decorrente da elevação de 14,14% na produção, embora tenha havido recuo de
4,39% em seu preço. Os VPAs da batata e da cebola apresentaram queda de 22,64%
e 18,63%, respectivamente: o da batata por reduções de preço e produção, e o da
cebola por queda de preço exclusivamente. Entre as poucas olerícolas que
acusaram aumento de VPA, destacam-se a mandioca para mesa, com elevação de
42,96%, e a abóbora, com 34,76%; contudo, elas se encontram na 29ª e na 37ª
posição no ranking e, portanto, apenas impediram que a queda do grupo
fosse maior ainda. O VPA do grupo de produtos para indústria cresceu
12,37%. Esse grupo constitui-se de alguns dos produtos mais bem posicionados no
ranking do VPA do estado, como a cana--de-açúcar, responsável por 33,13%
do total estadual, que acusou crescimento de 7,73%. A laranja para indústria, quarta
colocada no ranking, teve seu VPA aumentado em 11,49%. O café
beneficiado, oitava posição, se destacou com uma elevação de 88,62% em seu VPA,
tanto por expressivo aumento de preço (30,87%) quanto de produção (44,13%), em
face da bienalidade, característica de sua produção. O VPA da mandioca para
indústria, 22ª posição no ranking estadual, acusou aumento de 32,05%,
resultado beneficiado tanto pelo preço (19,49%) quanto pela produção (10,51%). Os
preços do produto encontravam-se em patamares baixos e em declínio no início da
pandemia. Contudo, no segundo semestre, com a elevação dos preços dos produtos
concorrentes, por área e por destino, notadamente do milho e da soja, os preços
da mandioca também se elevaram em relação ao ano anterior. De modo geral, a
perspectiva para 2021 é de que o valor da produção agropecuária paulista continue
crescendo, uma vez que os agentes do mercado se mostram mais adaptados às
mudanças impostas pelas políticas de combate à pandemia da covid-19. 1INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA – IBGE. Indicadores IBGE – Sistema Nacional de Índices de Preços ao
Consumidor. Brasília: IBGE, 12 jan. 2021. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/236/inpc_ipca_2020_dez.pdf.
Acesso em mar. 2021. 2INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA – IEA. Preços médios mensais recebidos pelos
agricultores. São Paulo: IEA, 2021. Disponível em: http://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/precos_medios.aspx?cod_sis=2.
Acesso em mar. 2021. 3Op. cit. nota 2. 4SILVA, M. A. B.
da. Solicitação de dados Ceagesp 2020. Destinatário: Carlos Bueno. São
Paulo, 28 jan. 2021. 1 e-mail. 5HOFFMANN, R. Estatísticas para economistas. 2. ed.
São Paulo: Pioneira, 1991. 426 p. Palavras-chave: renda, produção
agropecuária, preços, valor da produção. COMO
CITAR ESTE ARTIGO SILVA, J. R da. Estimativa do Valor da Produção
Agropecuária do Estado de São Paulo para 2020. Análises e Indicadores do
Agronegócio, São Paulo, v. 16, n. 4, abr. 2021, p. 1-7. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.
Data de Publicação: 19/04/2021
Autor(es):
José Roberto Da Silva (josersilva@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Denise Viani Caser (dcaser@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Roberto Ferreira Bueno Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor