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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Janeiro a Novembro de 2020
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- BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO De janeiro a novembro de 2020, as
exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$38,09 bilhões (19,9%
do total nacional) e as importações2, US$46,87 bilhões (33,4% do
total nacional), registrando deficit
comercial de US$8,78 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2019,
houve queda nas exportações (-14,9%) e nas importações (-15,1%); essa conjunção
de desempenhos resultou em redução do deficit
(-16,1%) na balança paulista nos 11 primeiros meses de 2020. Ao se analisar o comportamento mensal, no mês de novembro/2020
as exportações do Estado de São Paulo somaram US$3,60 bilhões e as importações,
US$4,72 bilhões, registrando um deficit de US$1,12 bilhão (Tabela 1). Na
comparação com novembro/2019, o valor das exportações paulistas teve queda de
13,3%, e o valor das importações aumentou 0,6%. Observa-se na tabela 1 que as exportações mensais
de 2020 registraram variações negativas em relação aos meses de 2019,
principalmente nos meses de abril (-35,8%) e maio (-28,1%). O principal motivo
dessa expressiva queda no acumulado de 2020 é a pandemia da covid-19, afetando
as exportações de algumas das principais mercadorias da indústria extrativista
e de transformação, como os óleos brutos de petróleo, aviões peso superior 15
toneladas, automóveis, querosenes de aviação, gasolina e óleo combustível, entre
outros. 1.1 - Análise
Setorial do Agronegócio Na
análise setorial do agronegócio, o resultado no acumulado de janeiro a novembro
de 2020, na comparação com o mesmo período do ano anterior, indica que o
agronegócio3 paulista apresentou aumento nas exportações (+12,5%),
alcançando US$15,82 bilhões, e queda nas importações (-12,9%), totalizando
US$3,73 bilhões; com estes resultados, obteve--se superavit de US$12,09 bilhões, +23,6% superior ao mesmo período de
2019 (Figura 1). A participação das
exportações do agronegócio paulista no total do estado é de 41,5%, enquanto a
participação das importações setoriais é de 8,0% (Figura 1). Há que se destacar que as
exportações paulistas nos demais setores da economia - exclusive o agronegócio
- somaram US$22,27 bilhões, e as importações, US$43,14 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de
US$20,87 bilhões. Dessa forma, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao
desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$12,09
bilhões). A tabela 2 apresenta os resultados mensais da
balança comercial do agronegócio paulista. Analisando o comportamento de
novembro de 2020, as exportações do Estado de São Paulo somaram US$1,40 bilhão
e as importações, US$0,37 bilhão, registrando superavit de US$1,03 bilhão.
AGROSTAT.html. Acesso em: dez. 2020. 1.2 - Exportações
do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio
paulista, de janeiro a novembro de 2020, foram: complexo sucroalcooleiro
(US$5,83 bilhões sendo que, desse total, o açúcar representou 84,1% e o álcool,
15,9%), setor de carnes (US$2,09 bilhões, dos quais a carne bovina respondeu
por 87,3%), seguido do grupo de complexo soja (US$1,90 bilhão), dos produtos
florestais (US$1,43 bilhão, com participações de 48,9% de papel e 38,6% de
celulose) e dos sucos (US$1,25 bilhão, dos quais 97,0% referentes a sucos de
laranja). Esses cinco agregados representaram 78,9% das vendas externas
setoriais paulistas (Tabela 3). Ainda
de acordo com a tabela 3, na comparação com os 11 primeiros meses de 2019,
houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de
produtos da pauta paulista, com aumentos para os grupos do complexo
sucroalcooleiro (+53,5%), complexo soja (+18,1%) e de carnes (+3,3%), e quedas
para produtos florestais (-9,2%) e sucos (-24,7%). Essas variações nas receitas
do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços
como de volumes exportados. 1.3 - Exportações
dos Principais Produtos do Agronegócio Paulista Os
dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais
relevantes do agronegócio paulista no acumulado até novembro/2020, em
comparação com o mesmo período de 2019, são apresentados na tabela 4. Desses
grupos relevantes, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação (36,8%)
nas exportações paulistas. No total, o grupo cresceu 53,5% em valores e 64,6%
em volumes exportados, devido ao bom desempenho das vendas externas do açúcar
(67,6% em valores e 69,8% em volume). Para o álcool, os embarques apresentaram
aumento de 25,1% em volume e de 6,2% em valores, quando comparados com o mesmo
período de 2019. O
grupo de carnes tem a segunda posição na pauta do estado, apresentando avanço
(3,3%) em valores e volume (4,0%) em relação aos 11 primeiros meses de 2019. A
carne bovina foi o produto de maior contribuição no grupo, com crescimentos de
6,4% em valores e de 7,6% em volume exportados. O desempenho da carne de frango
foi de retração em valores (-14,4%) e em volumes (-1,6%). A carne suína
apresentou aumentos expressivos de 87,4% em valores e de 84,1% na quantidade
embarcada. O
grupo composto pelo complexo soja apresenta-se na terceira posição, com alta
nos embarques (19,9%) e em valores (18,1%). A soja em grão apresentou as maiores
variações de valores e volumes (27,4% e 31,7%, respectivamente). Os
produtos florestais apresentaram menor desempenho de janeiro a novembro de
2020, com queda de 9,2% em valores em relação ao ano anterior. O produto papel,
principal item do grupo na pauta paulista, obteve variação negativa quanto aos
valores (-23,0%) e ao volume (-11,7%). As exportações dos produtos de celulose
apresentaram aumento nos valores (8,1%) e nos embarques (49,1%). O
suco de laranja (FCOJ concentrado) exibiu queda de 20,5% no valor e aumento de
2,0% em volume exportado. Já para o suco NFC (não congelado), as vendas
externas recuaram em valores (-12,7%) e em volume (-6,7%). A variação total das
exportações do grupo de sucos foi de -24,7% em valores na comparação com o acumulado
dos 11 primeiros meses de 2019. Para o grupo do café, os resultados apontaram
variações ligeiramente negativas de -0,2% nos valores das exportações paulista.
O principal produto deste grupo é o café verde, que apresentou aumento de 6,4%
em valores e 1,7% em quantidades exportadas pelo estado, enquanto o café
solúvel, apesar da queda de -15,2% em valores, apresentou aumento de 2,0% em
volume comercializado. 2 - BALANÇA COMERCIAL
DO BRASIL A balança comercial
brasileira registrou superavit de
US$51,04 bilhões no período de janeiro a novembro de 2020, com exportações de
US$191,56 bilhões e importações de US$140,52 bilhões. Esse resultado indica
aumento de 21,3% no superavit comercial
em relação ao mesmo período de 2019, devido ao menor recuo das exportações
(-7,4%) em relação as importações (-14,7%) (Figura 2). A tabela 5 apresenta o comportamento mensal,
indicando que em novembro/2020 as exportações brasileiras somaram US$17,53
bilhões e as importações, US$13,80 bilhões, apresentando superavit de
US$3,73 bilhões. Na comparação com novembro/2019, o valor das exportações
recuou 1,2% e, para as importações, a queda foi de 2,6% (Tabela 5), resultado
esse impactado pelos efeitos econômicos causados pelo coronavírus. 2.1 - Análise
Setorial do Agronegócio Na análise setorial, as
exportações do agronegócio brasileiro nos 11 primeiros meses de 2020 (Figura 2)
apresentaram alta (4,9%) em relação ao mesmo período do ano anterior,
alcançando US$93,62 bilhões (48,9% do total nacional). Já as importações
recuaram 6,9% no período, registrando US$11,69 bilhões (8,3% do total nacional). O superavit do agronegócio foi de US$81,93 bilhões no período, sendo
6,8% superior na comparação entre janeiro e novembro de 2019 (Figura 2). Nota-se, nos últimos
meses, um aumento da participação do agronegócio no total de exportações brasileiras,
em decorrência dos efeitos do coronavírus sobre os demais setores da economia,
sendo que a participação das exportações do agronegócio no total nacional
aumentou 5,8 pontos percentuais, enquanto a das importações aumentou 0,7 p.p.
no período analisado (Figura 2). Portanto, o comércio
exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio,
uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$97,94 bilhões
e importações de US$128,83 bilhões, produziram um deficit de US$30,89 bilhões nos 11 primeiros meses de 2020. A tabela 6 mostra os resultados mensais da balança
comercial do agronegócio nacional. Em novembro de 2020, as exportações somaram
US$7,94 bilhões, e as importações US$1,31 bilhão, registrando superavit de
US$6,63 bilhões. Na comparação com novembro de 2019, o valor do saldo da
balança comercial mensal foi menor em 5,2%. 2.2 - Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de
Produtos Os cinco principais
grupos nas exportações do agronegócio brasileiro no acumulado de janeiro a
novembro de 2020 foram: complexo soja (US$34,76 bilhões), carnes (US$15,65
bilhões, com carne bovina, de frango e suína representando respectivamente, desse
total, 49,4%, 34,8% e 13,2%), produtos florestais (US$10,50 bilhões, com participações
de 53,3% de celulose e 31,3% de madeira), complexo sucroalcooleiro (US$9,03
bilhões, dos quais 87,9% foram de açúcar), e o grupo de cereais, farinhas e
preparações (US$5,88 bilhões, sendo deles 84,0% do milho em grão e 8,3% de
arroz). Esses cinco grupos agregados representaram 80,9% das vendas externas
setoriais brasileiras (Tabela 7). Ainda conforme a tabela
7, na comparação com os 11 primeiros meses de 2019, houve importantes variações
nos valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio
brasileiro, com destaque os grupos de complexo soja (+12,7%), carnes (+4,4%),
produtos florestais (-12,7 %), complexo sucroalcooleiro (+58,4%) e do grupo de
cereais, farinhas e preparações (-18,2%). Essas variações nas receitas do
comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços
como de volumes exportados. 2.3 -
Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Brasileiro A
tabela 8 apresenta os dados de valor e volume exportados dos principais
produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio brasileiro e suas
respectivas variações no período de janeiro a novembro de 2020, em comparação
com o mesmo período de 2019. Desses
grupos relevantes, o complexo soja é o que apresenta a maior participação
(37,1%) nas exportações brasileiras, com alta de 12,7% em valores e de 15,0% em
volumes exportados em 2020. A soja em grão, principal produto do grupo, exibiu
aumentos de 14,5% e 16,9% em valores e quantidades exportadas, respectivamente.
A China representa 60,5% das compras em valores desse grupo, seguida pela União
Europeia (16,1%) e Tailândia (4,7%); os demais países importadores somam 18,7%. O
grupo de carnes, que tem a segunda posição na pauta brasileira, apresentou
avanço de 4,4% em valores e 5,9% em volume em relação aos primeiros 11 meses de
2019. A carne bovina contribuiu nesse resultado com crescimento de 13,9% em
valores e 9,0% em volume exportados. Com resultados positivos mostra-se a carne
suína (45,7% e 38,3%), enquanto a de frango teve perdas em valores (-14,1%) e
em volume (-1,0%). Nesse grupo, a China se destacou como principal destino e
representa 38,0% das compras de carnes, provocadas pela maior demanda de
proteína animal, sofrendo ainda com a redução do plantel de suínos. Na
sequência aparecem Hong Kong (11,0%), União Europeia (6,6%), Arábia Saudita
(4,9%), Japão (4,2%), Emirados Árabes Unidos (3,6%), Chile (3,2%), Egito (3,0%)
e Estados Unidos (2,6%); os demais países somam 22,9% de participação. No grupo produtos florestais, todos os subgrupos de produtos
apresentaram variações negativas nos valores exportados, de 12,7% no valor
total do grupo, embora tenha apresentado um aumento de 7,2% no volume
exportado. Os principais países importadores desse grupo em valores são China
(27,9% de participação), Estados Unidos (23,9%) e União Europeia (19,4%); os
demais importadores somam 28,8% de participação. Para o grupo sucroalcooleiro, os resultados foram positivos,
com crescimento expressivo em valores e quantidades embarcadas (58,4% e 67,3%,
respectivamente). O açúcar puxou o bom desempenho do grupo, apresentando
aumentos para valores (66,5%) e volumes (70,1%) no período analisado. O destino
das exportações desse grupo é bem diversificado, apresentando como principais
compradores China (12,5%), Estados Unidos (7,7%), Bangladesh (6,9%), Argélia
(6,5%), Índia (5,4%), Indonésia (4,8%), Nigéria (4,4%), Marrocos (3,9%), Arábia
Saudita e Coreia do Sul (3,8% para ambos); os demais países somam 40,3% de
participação. O
grupo de cereais, farinhas e preparações apresenta desempenho negativo em valores
(-18,2%) e em quantidades (-20,5%). O milho em grão, principal item do grupo,
registrou menor exportação em volume (-22,7%) e em valores (-24,1%). Os
principais países compradores desse grupo são União Europeia (12,0%), Japão
(11,3%), Irã (10,9%), Vietnã (9,4%), Egito (6,8%), Taiwan (6,3%), Coreia do Sul
(5,8%) e Venezuela (4,2%); os demais importadores somam 33,3% de participação. O
grupo do café apresenta ganho em valores (4,7%) e em quantidade (3,7%), sendo o
café verde o principal produto, com variações de 6,2% em valores e de 3,8% em
quantidades exportadas pelo país. Quanto às participações dos países destinos
das exportações em valores, a União Europeia representa 48,8% desse grupo, seguida
de Estados Unidos (18,6%), Japão (5,9%), Rússia (3.0%), Turquia (2,9%) e Canadá
(2,1%); os demais países importadores somam 18,7% de participação. 3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A participação paulista no total da balança comercial brasileira (todos
os setores da economia) apresentou quedas de 1,7 ponto percentual nas
exportações e de 0,1 p.p. nas importações de janeiro a novembro de 2020,
apontando valores de 19,9% nas exportações e de 33,4% de representatividade
para as importações (Figura 3). Para o agronegócio, as
exportações setoriais de São Paulo nos 11 primeiros meses de 2020 representaram
16,9% em relação ao agronegócio brasileiro, valor 1,1 ponto percentual superior
ao registrado no mesmo período de 2019; já as importações tiveram queda (2,2
p.p.), passando de 34,1% para 31,9% (Figura 3). 1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de
divulgação estatística de exportação, é a unidade da Federação onde foram
cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens
manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é
aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que
o produto adote sua forma final. 2Estado importador (unidade da Federação importadora) é definido como a
unidade da Federação do domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de
produtos dos agronegócios podem ser vistos na opção “Tabela de Agrupamentos” de
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília:
MAPA, 2020. Disponível em:
http://indicadores.agricultura.gov.br/agrostat/index.htm. Acesso em: dez.
2020. Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações,
comércio exterior, grupo de produtos. COMO
CITAR ESTE ARTIGO ANGELO,
J. A.; OLIVEIRA, M. D. M.; GHOBRIL, C. N. Balança Comercial dos Agronegócios
Paulista e Brasileiro, Janeiro a Novembro de 2020. Análises e Indicadores do
Agronegócio, São Paulo, v. 15, n. 12, dez. 2020. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.
Data de Publicação: 04/01/2021
Autor(es):
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor