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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de 2019
1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE
SÃO PAULO Em 2019, as exportações do Estado de São Paulo1
somaram US$48,36 bilhões (21,6% do total nacional) e as importações2
US$59,35 bilhões (33,5% do total nacional), registrando deficit comercial de US$10,99 bilhões (Figura 1). Em relação ao ano
de 2018, houve queda nas exportações (-8,1%) e também nas importações (-2,4%);
essa conjunção de desempenhos resultou em maior deficit (33,7%) na balança paulista no ano de 2019. 1.1 - Análise Setorial do
Agronegócio Na análise setorial do agronegócio, o resultado de
2019, na comparação com o ano anterior, indica que o agronegócio3
paulista apresentou quedas nas exportações (-8,2%), recuando para US$15,13
bilhões, e nas importações (-4,7%), totalizando US$4,69 bilhões; com estes
resultados, obteve-se superavit de US$10,44
bilhões (Figura 1). Embora positivo, o saldo comercial no ano de 2019 é
inferior (-9,8%) ao superavit de
2018, quando alcançou US$11,57 bilhões. A participação das exportações do agronegócio
paulista no total do estado permaneceu estável em 31,3%, enquanto a
participação das importações é de 7,9%, queda de 0,2 ponto percentual,
comparando-se ao resultado de 2018 (Figura 1). Há que se destacar que as exportações paulistas nos
demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$33,23 bilhões
em 2019, e as importações US$54,66bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$21,43 bilhões. Dessa forma,
conclui-se que o deficit do comércio
exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio
estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$10,44 bilhões). 1.2
- Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas exportações do
agronegócio paulista, no ano de 2019, foram: complexo sucroalcooleiro (US$4,07
bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 76,9% e o álcool 23,1%),
seguido do setor de carnes (US$2,25 bilhões, em que a carne bovina respondeu
por 85,0%),dos sucos (US$1,83 bilhão, dos quais 97,4% referentes a sucos de
laranja), dos produtos florestais (US$1,68 bilhão, com participações de 57,7%
de papel e 32,4% de celulose), e do complexo soja (US$1,61 bilhão). Esses cinco
agregados representaram 75,6% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela
1). Ainda de acordo com a tabela 1, na comparação com o
ano de 2018, houve importantes variações nos valores exportados dos principais
grupos de produtos da pauta paulista, com destaque para o complexo sucroalcooleiro
(-18,9%), carnes (+5,6%), sucos 1.3
– Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Paulista Os dados de valor e volume
exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio
paulista do ano de 2019 em comparação com o ano de 2018 são apresentados na
tabela 2. Desses grupos relevantes,
o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação nas exportações
paulistas e, embora tenha tido resultados negativos em seu total, o álcool
apresentou resultados positivos em valor e volume em 2019, quando comparados ao
ano de 2018 (12,9% e 16,9%, respectivamente). Já o açúcar acompanhou o grupo
com desempenho negativo para valores (25,1%) e volumes (20,9%) no período
analisado, devido à conjuntura
mundial de maior produção nos últimos três anos, principalmente da Índia, elevando o estoque global e diminuindo a
cotação da commodity no mercado
internacional. O grupo de carnes, que tem
a segunda posição na pauta do estado, apresentou em 2019 avanços de 5,6% em
valores e menor volume (-5,1%) em relação ao ano de 2018. A carne bovina foi o
produto de maior contribuição nesse resultado, com crescimento de 9,7% em
valores e 1,8% em volume exportados. A carne suína (-33,1% e -40,4%) e a de
frango (-13,9% e -17,3%) apresentaram variações negativas no período. O suco de laranja,
principal produto do grupo de sucos, exibiu resultados negativos de 8,1% no
valor e 5,8% em volume exportado. Contribuiu para esse resultado a queda
(25,2%) dos embarques do suco para os Estados Unidos, recuando de 789,5 para
590,7 mil toneladas. Os produtos florestais
apresentaram menor desempenho em 2019. O produto papel principal item do grupo
na pauta paulista, embora tenha obtido variação negativa quanto aos valores
(-3,0%) em relação ao volume apresentou número positivo de 2,7%. As exportações
dos produtos de celulose apresentaram quedas significativas com variação de O grupo complexo soja
apresentou queda de 11,1% em valores e 1,1% na quantidade em 2019. A soja em
grão, principal produto do grupo, em 2019 comparativamente a 2018, apresentou
recuo de 23,5% e 13,7% em valores e volumes exportados, respectivamente. Para o grupo do café, os
resultados apresentaram positivos entre 2018 e 2019, sendo o café verde o
destaque com variação positiva de 10,7% em valores e de 35,2% em quantidades
exportadas pelo estado. Alguns produtos de outros
grupos de menor expressão na pauta paulista vêm apresentando resultados
bastante satisfatórios em seu desempenho, que é o caso do algodão e do milho em
grão. 1.4 – Destinos das Exportações do
Agronegócio Paulista Em relação aos destinos das exportações do
agronegócio paulista no ano de 2019, a China (US$2,92 bilhões e 19,3% de
participação) é o principal destino das exportações de São Paulo, seguidos da
União Europeia (US$2,76 bilhões, 18,4%) e Estados Unidos (US$2,01 bilhões,
13,3%). Na sequência aparecem Arábia Saudita (2,7%), Bangladesh (2,3%), e
Argélia, Japão e Coréia do Sul (2,2%). A tabela 3 apresenta os 20 principais
destinos das exportações paulistas em 2019, que somados representam 80,3% do
total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos. Ainda
de acordo com a tabela 3, observa-se uma diferenciação na composição das pautas
dos principais parceiros comerciais do agronegócio paulista. A China importa
principalmente produtos do complexo soja (38,9%) e de carnes (32,6%), enquanto
a União Europeia tem entre os principais produtos da pauta de importações
paulista, os produtos do grupo de sucos (43,9%, basicamente suco de laranja) e
os produtos florestais (13,7%). Já os Estados Unidos apresentam pauta bastante
diversificada, composta principalmente pelos grupos de complexo sucroalcooleiro
(30,4%), os sucos (16,2%), as carnes (13,8%) e os produtos florestais (10,7%).
Na sequência, os países Arábia Saudita, Bangladesh e Argélia têm no complexo
sucroalcooleiro participação de sua pauta acima de 80% de representatividade. 2 – BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A balança comercial brasileira registrou superavit de US$46,66bilhões em 2019,
com exportações de US$224,00 bilhões e importações de US$177,34 bilhões. Esse
resultado indica redução de 19,6% no superavit
comercial em relação ao ano de 2018, devido ao maior recuo das exportações
(-6,4%) do que das importações (-2,1%) (Figura 2). 2.1 - Análise Setorial do Agronegócio Na análise setorial, as exportações do agronegócio
brasileiro no ano de 2019 (Figura 2), apresentaram redução (-4,3%) em relação
ao ano anterior, alcançando US$96,79 bilhões (43,2% do total nacional). Já as
importações recuaram 1,9% no período, registrando US$13,77 bilhões (7,8% do
total nacional). O superavit
do agronegócio foi de US$83,02 bilhões, sendo 4,7% inferior na comparação com o
ano de 2018 (Figura 2). A participação das exportações do agronegócio no
total nacional aumentou 0,9 ponto percentual, enquanto a participação das
importações teve ligeiro crescimento de 0,1 ponto percentual em relação a 2018
(Figura 2). Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi
deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores
da economia, com exportações de US$127,21 bilhões e importações de US$163,57
bilhões, produziram em 2019 um deficit
de US$36,36 bilhões. 2.2
- Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas exportações do
agronegócio brasileiro, em 2019, foram: complexo soja (US$32,63 bilhões),
carnes (US$16,52 bilhões, com a carne de bovina representando 45,8% desse total
e as carnes de frango 41,7% e suína 9,6%), produtos florestais (US$12,90
bilhões, com participações de 58,1% de celulose e 26,5% de madeira), o grupo de
cereais, farinhas e preparações (US$8,13 bilhões, sendo 90,4% do milho em
grão), e complexo sucroalcooleiro (US$6,26 bilhões, dos quais 84,1% de açúcar).
Esses cinco grupos agregados representaram 79% das vendas externas setoriais
brasileiras (Tabela 4). Em comparação aos cinco principais grupos de São Paulo,
há inversão de posicionamento entre os complexos de soja e o sucroalcooleiro, e
os sucos substituem os cereais, farinhas e preparações na lista dos grupos mais
relevantes (Tabela 4 e 1). O café (US$5,13 bilhões), importante grupo na pauta
das exportações brasileiras, embora com variação positiva do valor apurado no
período (3,4%), permaneceu na sexta posição no ranking, reflexo da queda do preço internacional do café verde em
grão, ainda que o embarque do produto tenha aumentado (21,2%), passando de 1,83
milhão de tonelada em 2018 para 2,21 milhões de tonelada no ano de 2019. Conforme a tabela 4, na comparação com o ano e 2018,
houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de
produtos do agronegócio brasileiro, com destaque para o complexo soja (-19,8%),
carnes (+12,5%), produtos florestais (-7,6%), cereais, farinhas e preparações
(73,5%) e complexo sucroalcooleiro (-15,9%). Essas variações nas receitas do
comércio exterior são derivadas pela composição das oscilações tanto de preços
como de volumes exportados. 2.3 - Exportações dos Principais
Produtos do Agronegócio Brasileiro A tabela 5 apresenta dados
de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes
do agronegócio do ano de 2019 em comparação com o ano de 2018. Desses grupos relevantes,
o complexo soja é o que apresenta a maior participação nas exportações
brasileiras, mostrando queda de 19,8% em valores e de 9,5% na quantidade em
2019. A soja em grão, principal produto do grupo, em 2019 comparativamente a
2018, apresentou recuo de 21,0% e 11,1% em valores e quantidades exportadas
respectivamente, mais em função da perda do rebanho suíno na China, que reduziu
a demanda de ração animal no principal mercado de destino das exportações
brasileiras. O grupo de carnes, que tem
a segunda posição na pauta brasileira, apresentou em 2019 avanços de 12,5% em
valores e 5,8% em volume em relação ao ano de 2018. A carne bovina foi o
produto de maior contribuição nesse resultado com crescimento de 15,6% em
valores e 12,5% em volume exportados. Com resultados expressivos mostram-se
também a carne suína (33,0% e 16,0%) e a de frango (7,7% e 2,6%), com aumentos
em valores e volume. Nesse grupo a China se destacou como principal comprador, registrando
aumentos significativos, principalmente das carnes bovina (+53,4%) e suína
(59,2%), provocados pela maior demanda de proteína animal com a redução do
plantel de suínos. Do grupo produtos
florestais, todos os produtos apresentaram variações negativas nos valores,
porém, com maiores volumes exportados. A celulose, principal produto do grupo,
apresentou variação de -9,4% no valor e 0,2% na quantidade embarcada. No grupo de cereais
farinhas e preparações, destaca-se o milho com valores maiores em 87,4% e 88,5%
em volume em relação a 2018. N grupo sucroalcooleiro,
embora tenha tido resultados negativos em seu total, o álcool apresentou
resultados positivos em volume e quantidade em 2019 quando comparados ao ano de
2018 (11,2% e 14,6% respectivamente). Já o açúcar acompanhou o grupo com
desempenho negativo para valores (-19,6%) e volumes (-15,1%) no período
analisado. O grupo do café apresenta resultados positivos entre 2018 e 2019,
sendo o café verde o destaque com variação positiva de 4,2% em valores e de
21,2% em quantidades exportadas pelo país. O suco de laranja,
principal produto do grupo de sucos, exibiu resultados negativos, enquanto
alguns produtos de outros grupos de menor expressão na pauta brasileira vêm
apresentando resultados bastante satisfatórios em seu desempenho, como é o caso
do algodão, mangas, melões e uvas frescas. 2.4 - Destinos das Exportações
do Agronegócio Brasileiro Em relação aos destinos das exportações do
agronegócio brasileiro em 2019, a liderança permanece com a China (US$31,01
bilhões e 32,0% de participação), seguida pela União Europeia (US$16,74 bilhões,
17,3%), Estados Unidos (US$7,18 bilhões, 7,4%), Japão (US$3,34 bilhões, 3,5%),
Irã (US$2,21 bilhões, 2,3%) e Hong Kong (US$2,10 bilhões, 2,2%). A tabela 6
apresenta os 20 principais destinos das exportações que somados representam
84,7% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos. Ainda de acordo com a tabela 6, observa-se uma
diferenciação na composição das pautas dos principais países. A China importa
principalmente produtos do complexo soja (66,6%) e carnes (14,6%), e em relação
ao ano de 2018 a exportação de soja para China registrou queda de 25% (-US$6,90
bilhões) e aumento de 7,4% no grupo de carnes (+US$1,93 bilhão). Já a União Europeia possui pauta mais diversificada,
com destaque para o complexo soja (30,1%), os produtos florestais (17,4%) e o
café (14,3%). Os Estados Unidos têm como principal produto na pauta os produtos
florestais (38,5%), seguidos pelo café (13,9%). Na sequência, o Japão tem como
principais pautas o grupo de cereais (34,5%), carnes (25,5%) e café (11,8%). O
Irã apresenta-se como importador dos grupos de cereais (45,2%, sendo a
totalidade do milho em grão), complexo soja (37,1%) e do grupo sucroalcooleiro
(7,5%). Dos produtos da pecuária brasileira o grupo de
carnes, destaca-se como importante exportador de proteína animal e tem
expressiva participação das vendas para os seguintes países (Tabela 6): Hong
Kong (91,5%), Emirados Árabes (64,2%), Arábia Saudita (52,5%), seguidos do
Chile (52,4%), Egito (37,5%) e Rússia (34,8%). 3 – PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO
PAULO NO BRASIL A participação paulista no total da balança
comercial brasileira (todos os setores da economia) apresentou ligeiras
variações: queda de 0,4 ponto percentual nas exportações e de 0,1 ponto percentual
nas importações em 2019, apontando valores de 21,6% nas exportações e de 33,5%
de representatividade para as importações (Figura 3). Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo
em 2019 representaram 15,6% em relação ao agronegócio brasileiro, 0,7 ponto
percentual menor do que 2018; já as importações representaram 34,1%, 0,9 ponto
percentual inferior ao verificado no ano anterior (Figura 3). 1Estado produtor
(Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de
exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos
agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou
parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi
completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua
forma final. 2Estado importador
(Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do
domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de
produtos dos agronegócios podem ser vistos em MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília: MAPA, 2020. Disponível em:
http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat.
Acesso em: jan. 2020. Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações,
comércio exterior, grupo de produtos, países destinos.
(-8,1%), produtos florestais (-10,4%) e complexo soja (-11,1%). Além desses
produtos, o café, tradicional produto do agronegócio paulista, com exportações
de US$594,87 milhões em 2019, apresentou alta de 5,3% em relação ao ano de
2018. Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas pela
composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.
-23,0% em valor e -26,1% no volume.
Data de Publicação: 22/01/2020
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor