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Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Intenção de Plantio do Ano Agrícola 2019/20 e Levantamento Final do Ano Agrícola 2018/19, Setembro de 2019
1 – INTRODUÇÃO A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de
Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), realizou entre 2 e 27 de setembro de
2019 o primeiro levantamento para a safra agrícola 2019/20 dos principais grãos
e batata das águas, que sinaliza a provável área a ser plantada, em hectares,
pelos agricultores do Estado de São Paulo. Os dados foram obtidos pelo método
subjetivo2, que consolida e sistematiza as informações fornecidas
pelos técnicos das Casas de Agricultura nos 645 municípios paulistas. Ainda
neste levantamento, foram obtidos números finais da safra agrícola 2018/19 para
as culturas de inverno, café e banana, assim como o levantamento que antecede a
estimativa final para as culturas de cana-de-açúcar, cebola e laranja. O processo dos levantamentos estatísticos de produção está
passando por reformulação, com o objetivo de medir com maior aderência os
resultados da safra agrícola paulista. No presente levantamento, registram-se
duas importantes alterações para as culturas do algodão e do amendoim. Os
primeiros números para o algodão serão levantados na pesquisa a ser realizada
no mês de novembro de 2019 (safra agrícola 2019/20) e para a cultura do amendoim
não haverá separação de safras (das águas e da seca), decorrente de consulta feita
junto aos setores produtivos das respectivas cadeias. 2 - INTENÇÃO DE PLANTIO SAFRA AGRÍCOLA 2019/20 Para os seis principais grãos (plantio das águas) da safra agrícola
2019/20 da agricultura paulista, o levantamento de setembro de 2019, quando
comparado ao ano agrícola 2018/19, indica retração de 2,6% na provável área a
ser cultivada, totalizando 1.638,8 mil hectares (Tabela 1). Desse total a ser
plantado, a cultura do amendoim tem previsão de 144,2 mil hectares, 2,1% a mais
que a safra agrícola anterior; a cultura do arroz pode atingir 10,5 mil ha,
1,3% superior à área plantada na safra agrícola 2018/19; a área com feijão das
águas indica ligeiro decréscimo nesta safra (0,6%), podendo chegar a 56,9 mil ha;
a provável área cultivada com milho pode atingir a marca de 384,0 mil ha, maior
queda registrada para os presentes grãos (4,3%); e a cultura da soja que poderá
ocupar 1.043,1 mil ha, registra um decréscimo de 2,8%. É esperado incremento na
área plantada de batata das águas (2,9%), totalizando 8,4 mil ha. Os resultados do próximo levantamento (novembro/2019) serão
fundamentais para a confirmação ou revisão das estimativas de intenção de
plantio das águas desta safra agrícola, visto que o setor agrícola dá indícios
de que ainda há expectativa de plantio, por conta das condições climáticas
adversas (seca) no início de safra. 2.1 – Amendoim A estimativa para intenção
de plantio de amendoim, safra 2019/20, apresentou aumento de 2,1% da área
plantada em comparação com a soma das áreas correspondentes às safras das águas
e da seca anteriores, alcançando 144,2 mil ha, mantendo a tendência de expansão
da cultura (Figura 1). Os EDRs com previsões de
maior área em São Paulo são: Jaboticabal, Tupã, Presidente Prudente, Marília,
São José do Rio Preto, Assis e Barretos, respondendo por 71% da área plantada
do Estado. Comparativamente à safra passada, vários EDRs dão indícios de aumento
de área plantada com amendoim; contudo, são regionais com pouca expressão em
termos estaduais, exceto EDR de Tupã, com o provável aumento de 29% da área
plantada, que representa ao redor de 13% da área estadual, apenas superada por
Jaboticabal. 2.2 – Arroz Para a cultura do arroz de sequeiro, várzea e irrigado, o
levantamento da intenção de plantio da safra 2019/20 indica ganhos de 1,3% na
área cultivada, prevista em 10,5 mil ha. Desse total, aproximadamente 84,0%
corresponde ao sistema irrigado de plantio, adotado na região do Vale do
Paraíba, especialmente nos EDRs de Guaratinguetá (53,2%) e Pindamonhangaba
(28,1%), e em Registro (12,7%), que apresentam condições de cultivo favoráveis
ao arroz, totalizando 94% da área estadual. A área a ser plantada com arroz
irrigado apresenta intenção de aumento de 2,2%, em relação à safra agrícola
passada; já a cultura de sequeiro e várzea indica retração da ordem de 3%,
embora é sabido que o período prolongado de seca na época de plantio pode ter
causado esse comportamento. Entretanto, para a última quinzena de outubro são
esperadas chuvas que poderá reverter esse quadro. 2.3 - Batata das Águas O levantamento de
setembro relativo ao cultivo de batata das águas refere-se à intenção de
plantio. As informações obtidas nesse levantamento apontam elevação da área
cultivada em 2,9%, em relação à safra anterior que registrou 8.156 ha, passando
em 2018/19 para 8.393 ha. A intenção de aumento observado deve-se
principalmente aos bons preços praticados no ano passado. 2.4 - Feijão das Águas No levantamento de setembro, obtém-se a intenção de plantio para a
safra agrícola 2019/20 do feijão das águas, e as primeiras informações apontam
para o cultivo em uma área de 56,9 mil ha, indicando certa estabilidade (-0,7%)
em relação à área cultivada na safra 2018/19, encerrada em fevereiro de 2019.
Vale destacar que, ainda na safra 2018/19, a área plantada diminuiu 14,1% em
relação à safra anterior, devido aos fatores da conjuntura de preços pagos aos
produtores na época e, também, da concorrência com as culturas mais
remuneradoras como a soja e o milho. O próximo levantamento a ser realizado em
novembro de 2019 trará números mais concretos para essa safra. 2.5 - Milho (Primeira Safra) A área destinada ao plantio de milho 1ª safra, no Estado de São
Paulo, vem caindo ano após ano, e a intenção de cultivo para o próximo ciclo
mantém essa tendência de queda. O resultado do levantamento de intenção indica
que a área de plantio será de 384,0 mil ha, valor 4,3% inferior ao da safra
anterior. Esse movimento constante de encolhimento da área é atribuído à melhor
rentabilidade da soja, cultura concorrente do milho 1ª safra. 2.6 - Soja Na última safra, a área destinada à
cultura da soja superou 1 milhão de ha no estado pela primeira vez. No
levantamento atual, a intenção de plantio se mantém acima desta marca, com
1.043,1 mil há. Este valor, porém, é 2,7% inferior ao obtido no ano anterior.
Entretanto, essa queda deve ser vista com cuidado, pois, em virtude do tempo
seco, pode haver atraso no plantio. O setor informa que em São Paulo (e em
Minas Gerais também), a semeadura não chegou ainda nos 10%, sendo que a maior
parte dessa área já semeada é irrigada. Em Goiás e em Mato Grosso do Sul, o
semeio está em torno de 20%, mas a baixa umidade do solo pode levar ao
replantio em algumas regiões. Números mais consolidados virão no levantamento
que será realizado em novembro. 3 – PREVISÕES DA
SAFRA AGRÍCOLA PARA CANA-DE-AÇÚCAR, CEBOLAS E LARANJA, SAFRA 2018/19 O levantamento de setembro de 2019 traz estimativas preliminares
que antecedem o final da safra paulista de 2018/19 para as culturas da
cana-de-açúcar, cebola de muda e plantio direto e da laranja (Tabela 2). 3.1 -
Cana-de-açúcar O período de seca ocorrido nos últimos meses de 2018 tem trazido
incertezas quanto ao impacto na produtividade agrícola, apesar das chuvas
ocorridas em seguida. Somados a esses fatores, os canaviais mais velhos e
fragilizados, e o preço do açúcar, que vem declinando diante do superavit da produção mundial, também
têm impactado a produção menor. O volume previsto para a presente safra, ora
divulgado de 435,96 milhões de toneladas (1,5% menor que o volume da safra
passada), contempla a produção potencial paulista da cana para indústria, que
tem como destino a moagem industrial para etanol e açúcar, destilarias, garapa
e afins, inclusive a provável produção advinda de área bisada. Não está
incluída nessa estatística a cana destinada para alimentação animal. O setor dá indicativos de que o volume a ser produzido nesta safra
terá maior destino a produção de etanol, visto que seus preços estão melhores
que o do açúcar. Há um excedente de produção de açúcar nos outros países que
tem pressionado o preço da commodities no
mundo e no Brasil. A estabilidade na área cultivada de -0,2% dá indício de que o
setor continua em crise, acarretando um menor investimento na renovação dos
canaviais e no plantio de áreas novas. O setor também dá sinais de que há
devolução de áreas arrendadas e de fornecedores, que preferiram substituir o
plantio de cana-de-açúcar por outras culturas. A finalização de contratos de
arrendamento tem sido habitual, principalmente nas áreas impróprias à colheita
mecanizada, pois faz parte da estratégia das unidades de produção para se
tornarem mais eficientes, visto que as áreas não adequadas à colheita
mecanizada tendem a ser descontinuadas com o plantio de cana-de-açúcar. As regionais formadas por Barretos, Orlândia, Ribeirão Preto,
Araraquara, Andradina, São José do Rio Preto e Jaboticabal concentram uma área
total plantada (produção e nova) de aproximadamente 42,2%, e respondem pela
produção de 42,1% da cana-de- -açúcar
produzida no estado. 3.2 - Cebola de Muda e Plantio Direto O 4º levantamento da previsão e estimativa de safras
agrícolas, para cebola de muda e em plantio direto, indica aumentos na área cultivada
de 5,8 % e 6,0%, respectivamente. A área plantada com cebola de muda passou de
2,2 mil ha para 2,3 mil ha, enquanto a área cultivada com cebola no sistema de
plantio direto passou de 2,4 mil ha para 2,5 mil ha. A produção de cebola de muda atingiu 83,4 mil t,
5,9% maior que a safra passada, enquanto a cebola em plantio direto reduziu sua
produção de 121,2 mil t observadas na safra passada, passando a 117,7 mil t, ou
seja, 2,9% menor. A
cultura de cebola de muda apresentou produtividade praticamente estável,
passando de 36.473 kg/ha para 36.513 kg/ha. Já a cultura em plantio direto
reduziu a produtividade em 8,4%, passando de 51.144 kg/ha para 46.870 kg/ha.
Mesmo com a redução na produtividade da terra, a cebola produzida em plantio
direto apresenta produtividade muito superior em relação à cebola de muda
(acima de 10.000 kg/ha). 3.3 – Laranja
A quarta
estimativa preliminar da safra agrícola 2018/19 para a cultura da laranja,
decorrente do levantamento realizado em todos os municípios do Estado de São
Paulo, é de 334,8 milhões de caixas de 40,8 kg (13.658 mil t), 4,7% superior à
quantidade obtida na safra agrícola 2017/18 (13.041 mil t). O período de
deficiência hídrica, intensificado por altas temperaturas diurnas, ocorrido na
época da florada dos pomares e que se instalou em grande parte da região
produtora de laranja, pode ter afetado o pegamento. Essa situação climática foi
notada principalmente nas regiões de Botucatu e central do estado. Entretanto,
este efeito é muito amenizado nas regiões sudeste e noroeste, onde predomina a
laranja com destino para mesa, com uso de irrigação. Por se tratar de
estimativa preliminar, prevê-se produtividade agrícola de 31.695 kg/ha, equivalente a 2,0 cx./pé, registrando acréscimo de
5,3% em relação à safra agrícola anterior. A safra agrícola paulista 2018/19
será obtida na próxima pesquisa a ser realizada no mês de novembro de 2019. O volume
apresentado contabiliza a safra paulista de laranja destinada ao mercado e
indústria, as caixas perdidas no processo produtivo e na colheita, bem como os
frutos provenientes de pomares não expressivos economicamente, previsto para os
pomares do Estado de São Paulo. Quanto à
área total plantada (que inclui área com plantas ainda não produtivas),
prevê-se estabilidade (-0,1%), embora se registre expectativa de crescimento em
áreas onde, nesta safra, não se fará a colheita, ainda que de forma não
uniforme regionalmente. É conhecido que há continuidade no processo de
erradicação, por conta da eliminação de pomares comprometidos com a incidência
de problemas fitopatológicos, principalmente cancro cítrico e HLB (greening). A área ocupada com pomares de
laranja está em 452,4 mil ha, correspondendo a 182,0 milhões de plantas, sendo
ao redor de 94% aptas para produção. 4 - ESTIMATIVAS
FINAIS DA SAFRA 2018/19 Na pesquisa efetuada em setembro foram
também obtidos números finais da safra agrícola 2018/19 para as culturas de
inverno (batata e feijão), banana, café, milho da segunda safra, trigo e
triticale, disponíveis na tabela 3 para o total do Estado. 4.1 – Banana A estimativa final da safra 2018/19 da bananicultura
apontou aumento de produção (4,6%) e de produtividade (2,6%) em relação à safra
passada, ou seja, o total produzido foi de 1.118,9 mil t e 20,6 t/ha,
respectivamente. A área plantada teve pequena variação negativa de 0,9% em
relação ao ano anterior. A produção paulista se encontra muito concentrada no
EDR de Registro que representa 64,8% do total produzido do estado. Nesta
regional, os principais municípios produtores foram Sete Barras e Miracatu.
Paulatinamente, outros EDRs têm aumentado suas participações no cultivo desta
fruta como o de São Paulo, Itapetininga, Jales e Avaré, num total de 15,5%.
Observa-se, também, aumento com novas áreas plantadas da cultura em Jales (885
ha), General Salgado (496 ha), Votuporanga (330 ha), Araçatuba (271 ha),
sinalizando para o futuro aumento do volume produzido. 4.2 - Batata de Inverno A estimativa final para a batata de inverno, safra
agrícola 2018/19, apontou redução tanto na área plantada quanto na produção em
relação à safra anterior, 9,8% e 4,9% respectivamente. A área passou de 14,3
mil ha para 12,9 mil há, e a produção passou de 441,3 mil t para 419,7 mil t,
apesar do crescimento da produtividade em 5,5%, em torno de 32.493 ka/ha. Os
principais EDRs produtores são: São João da Boa Vista, Itapeva e Avaré, que
respondem por 85% do total. 4.3 – Café No
quinto e último levantamento de safra de café 2018/19, no Estado de São Paulo,
a estimativa final de colheita alcançou 4,41 milhões de sacas de café
beneficiado (264,9 mil t), constituindo nova revisão baixista de 2,7% para a
quantidade colhida frente ao levantamento de junho de 2019, e queda de 24,3% em
relação à safra de 2017/18 quando a produção alcançou 350 mil t. Efeitos das
elevadas temperaturas do final do ano passado e início do corrente ano
produziram estresse sobre as plantas em fase de enchimento dos frutos, que
repercutem nos seguidos decréscimos nas expectativas sobre a dimensão da safra.
Dentre os cinturões em que se
concentra a lavoura cafeeira no território paulista, a cafeicultura de montanha
situada no EDR de São João da Boa Vista foi a única que não foi afetada pelo
mencionado estresse climático. A condição de maior conforto climático para a
vegetação e frutificação das plantas se revelou fundamental para a estabilidade
da produção sob ciclo considerado de baixa. Em situação oposta se encontra o
EDR de Marília, em que a quebra de produção frente a temporada anterior superou
os 40% (de 572,2 mil sacas para 342,7 mil sacas). A baixa altitude em que
conduz a cafeicultura na região causou maior estresse nas plantas acarretando
menor volume de colheita entregue na atual temporada. 4.4 - Feijão de Inverno No levantamento final de feijão de
inverno (irrigado e sem irrigação) da safra agrícola 2018/19, foram estimadas
uma produção de 103,2 mil t, 36,3% superior à produção obtida na safra
anterior, por conta da expansão de 32,6% de área cultivada e do crescimento de
2,8% na produtividade (2.536 kg/ha). Vale destacar que cerca de 90% dessa
produção foi cultivada em área com irrigação. Quanto às principais regiões
produtoras no Estado de São Paulo, o EDR de Avaré concentra 35% da produção,
seguido pelas regionais de São João da Boa Vista (16%) e Barretos (15%). Consolidando os resultados finais das
três safras de feijão (águas, seca e de inverno) da safra 2018/19 no Estado de
São Paulo, quando comparados com a safra 2017/18, registraram-se aumentos de
8,0% área (121,9 mil ha cultivados), de 8,6% na produção (303,6 mil t de
quantidade colhida) e de 0,6% na produtividade média com 2.491 kg/ha ou 41,5
sc.60 kg (Tabela 4). 4.5 - Milho Safrinha Este levantamento traz os números
finais da safra de milho safrinha no estado. A área destinada à cultura foi de
474,3 mil ha, 4,3% inferior à de 2018, com produtividade de 88,4 sc. 60 kg/ha,
valor 45,0% superior ao obtido na última safra. Com isso, a produção foi 39,0%
superior à obtida em 2018, alcançando quase 42 milhões de sc. 60 kg. A
produtividade de milho safrinha vêm alternando anos de alta e de baixa em
função das condições climáticas, e a figura 2 traz a evolução dos últimos dez
anos, bem como a forte oscilação
dos últimos anos. Os EDRs de Assis, Itapeva e Ourinhos são as regiões de maior
produção no estado que, juntas, concentram 65% do total. 4.6 - Trigo e Triticale O quarto levantamento realizado em setembro de 2019 para a
triticultura paulista marca o fechamento da safra agrícola 2018/19 com a área
cultivada de 86,1 mil ha, que representa um acréscimo de 4,6 % ante a área da
safra anterior. A produção de 260,1 mil t, 10,4 % superior em relação aos
números de 2017/18, por conta do acréscimo em 5,5% na produtividade são
surpreendentes, frente às expectativas de queda na produtividade, apontadas
pelo setor. Neste levantamento houve uma
readequação nas expectativas de área e produção para mais, frente ao
levantamento de junho de 2019. Esse acréscimo está ligado a informações de área
e produção não contabilizadas anteriormente. Havia uma grande expectativa de menor
produtividade pois as condições climáticas, em algumas regiões produtoras, não
foram as melhores para o desenvolvimento da cultura. A falta de chuvas
regulares e a incidência de geada em fase mais vulnerável de crescimento da
planta além da incidência de pragas ajustaram para menos a previsão de junho. As adversidades climáticas deixaram as
produtividades do trigo, nas áreas que sofreram com a estiagem, entre 40 e 45 sc./ha,
e as que tiveram pouca chuva em 30 sc./ha, conforme fontes do setor. A irregularidade na entrada do período
favorável à cultura que exige temperaturas mais baixas e disponibilidade
hídrica no momento exato para a germinação impactou negativamente no resultado
final. Frente à safra passada, porém, os números são melhores com a produtividade
positiva. Conforme previsto anteriormente, a cultura sofreu com a falta de
chuva no plantio, as temperaturas mais altas no período que deveriam estar mais
baixas, pico de geadas no início de julho e a intercorrência de doenças que
comprometeram a qualidade e o volume de produção. Contudo, em reunião da câmara setorial
de trigo do Estado de São Paulo em agosto de 2019, as cooperativas paulistas de
trigo relataram que, em função das geadas de julho e também de um período de
escassez de chuvas no início de agosto, a previsão era de uma perda de
produtividade, variando entre 20% a 60%, conforme a propriedade agrícola.
Entretanto, como a pesquisa da SAA é em nível de município e a disposição da
informação é regional, a variação negativa pode se diluir. A cultura do triticale finaliza a
safra com área 3,2% inferior; contudo, por conta dos ganhos em 37,6% na
produtividade da terra, o volume estadual produzido do grão totaliza 6,4 mil t,
33,2% acima da quantidade da safra anterior. As informações também estão disponibilizadas nas tabelas 5, 6 e 7
por EDR, e nas tabelas 8, 9 e 10 por RA e RM. 1Os autores
agradecem aos técnicos do DEXTRU, das Casas de Agricultura e diretores dos EDRs,
da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), pelo desempenho
no levantamento. Agradecem também as contribuições dos pesquisadores
científicos Celso Luis Rodrigues Vegro (café), José Roberto da Silva (trigo),
Waldemar Pires Camargo Filho (cebola e batata) e o apoio técnico de Talita
Tavares Ferreira e da equipe do Núcleo de Informática para os Agronegócios do
IEA. 2Entende-se por
método subjetivo a coleta e sistematização de dados fornecidos pelos técnicos
da Casa de Agricultura, em função de seu conhecimento regional e/ou da coleta
de dados de forma declaratória, fornecida pelo responsável pela unidade de
produção. Palavras-chave: previsão de safras, área e produção, Estado de São Paulo,
estatísticas agrícolas, intenção de plantio, safra agrícola 2019/20, safra
agrícola 2018/19.
Data de Publicação: 31/10/2019
Autor(es):
Felipe Pires de Camargo (fpcamargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Eduardo Fredo (cfredo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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Celma Da Silva Lago Baptistella (csbaptistella@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Vagner Azarias Martins (vagnermartins@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor