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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Julho de 2019
1 - BALANÇA
COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO No acumulado de janeiro a julho
de 2019, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$28,06
bilhões (21,6% do total nacional) e as importações2 US$34,72 bilhões
(34,2% do total nacional), registrando deficit
comercial de US$6,66 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2018,
houve queda nas exportações (-4,5%) e também nas importações (-0,9%); essa
conjunção de desempenhos resultou em maior deficit
(18,1%) na balança paulista neste período em 2019 na comparação com igual
período de 2018. 1.1 - Análise Setorial
do Agronegócio Na análise setorial do
agronegócio, o resultado de janeiro a julho de 2019, na comparação com o mesmo
período de 2018, indica que o agronegócio3 paulista apresentou
quedas nas exportações (-14,1%), atingindo US$8,46 bilhões e nas importações
(-5,1%), somando US$2,80
bilhões, registrando dessa forma superavit
de US$5,66 bilhões (Figura 2). Embora positivo, o saldo comercial nos sete
primeiros meses de 2019 é inferior Há que se destacar que as exportações paulistas nos
demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$19,60 bilhões
de janeiro a julho de 2019, e as importações US$31,92 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$12,32
bilhões. Desta forma, conclui-se que o deficit
do comércio exterior paulista neste período só não foi maior devido ao
desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$5,66
bilhões). 1.2
- Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas
exportações do agronegócio paulista, de janeiro a julho de 2019, foram:
complexo sucroalcooleiro (US$2,15 bilhões, sendo que desse total o açúcar
representou 80,7% e o álcool 19,3%), seguido do complexo soja (US$1,18 bilhão),
do setor de carnes (US$1,09 bilhão, em que a carne bovina respondeu por 88,9%),
dos produtos florestais (US$1,05 bilhão, com participações de 56,5% de papel e
34,3% de celulose), e de sucos (US$918,04 milhões, dos quais 96,5% referentes a
sucos de laranja). Esses cinco agregados representaram 75,5% das vendas
externas setoriais paulistas (Tabela 1). Ainda de acordo com a tabela
1, na comparação com o mesmo período de 2018, houve importantes variações,
todas negativas nos valores exportados dos principais grupos de produtos da
pauta paulista, com destaque para o complexo sucroalcooleiro (-26,9%), complexo
soja (-22,3%), carnes (-4,4%), produtos florestais (-0,7%) e sucos (-26,1%).
Além desses produtos, o café, tradicional produto do agronegócio paulista, com
exportações de US$358,47 milhões em 2019, apresentou alta de 24,9% em relação a
2018. Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas pela
composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados. 1.3
- Participação dos Agronegócios na Balança Comercial Paulista A participação das exportações do agronegócio
paulista no total do estado diminuiu 3,4 pontos percentuais, enquanto a
participação das importações caiu 0,3 ponto percentual, comparando-se os
resultados dos sete primeiros meses de 2019 aos de 2018 (Figura 3). 2 – BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A balança comercial brasileira registrou superavit de US$28,48 bilhões nos sete
primeiros meses de 2019, com exportações de US$130,00 bilhões e importações de
US$101,52 bilhões. Esse resultado indica redução de 16,0% no superavit comercial em relação ao mesmo
período de 2018, devido ao maior recuo das exportações (-4,7%) do que as
importações (-0,9%) (Figura 4). 2.1 - Análise Setorial do Agronegócio Na análise setorial, as exportações do agronegócio
brasileiro de janeiro a julho de 2019 apresentaram redução (-4,0%) em relação
ao mesmo período do ano anterior, alcançando US$56,61 bilhões (43,5% do total
nacional). Já as importações recuaram em menor nível (-2,0%) no período,
registrando US$8,13 bilhões (8,0% do total nacional). O superavit
do agronegócio no período foi de US$48,48 bilhões, sendo 4,3% inferior na
comparação ao igual período de 2018 (Figura 5). Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi
deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores
da economia, com exportações de US$73,39 bilhões e importações de US$93,39
bilhões, produziram no período de 2019 um deficit
de US$20,00 bilhões. 2.2
- Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos Os
cinco principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro, de janeiro a
julho de 2019, foram: complexo soja (US$22,14 bilhões), carnes (US$8,89
bilhões, com a carne de frango representando 45,6% desse total, e as carnes
bovina e suína com 41,9% e 9,5%, respectivamente), produtos florestais (US$8,24
bilhões, com participações de 60,9% de celulose e 24,6% de madeira), complexo
sucroalcooleiro (US$3,26 bilhões, dos quais 86,2% de açúcar) e o grupo de cereais,
farinhas e preparações (US$3,17 bilhões, sendo 85,7% do milho em grão). Esses
cinco grupos agregados representaram 80,7% das vendas externas setoriais
brasileiras (Tabela 2). O café (US$2,94 bilhões),
importante grupo na pauta das exportações brasileiras, embora com variação
positiva do valor apurado no período (5,2%), caiu uma posição no ranking e passou a ocupar o sexto lugar,
reflexo da queda do preço internacional do café verde em grão, ainda que o
embarque do produto tenha aumentado (50,8%), passando de 835 mil toneladas até
julho de 2018, para 1,26 milhão de toneladas no acumulado de 2019. 2.3- Participação dos Agronegócios na Balança Comercial
Brasileira A participação do agronegócio nos totais do país
apresentou ligeiras variações, aumento de 0,2 ponto percentual nas exportações
e recuo de 0,1 ponto percentual nas importações na comparação dos sete
primeiros meses de 2019 e 2018 (Figura 6). 3 – PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO
PAULO NO BRASIL A participação paulista no total da balança
comercial brasileira não apresentou variações no período analisado quando
comparado com o mesmo período de 2018, mantendo as mesmas representatividades
de 21,6% nas exportações e de 34,2% para as importações (Figura 7). As exportações setoriais de São Paulo de janeiro a julho
de 2019 representaram 14,9% em relação ao agronegócio brasileiro, 1,8 ponto
percentual abaixo do mesmo período de 2018. Já as importações representaram
34,4%, diminuição de 0,9 ponto percentual em relação ao verificado no ano
anterior (Figura 8). _____________________________________________________________ 1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de
divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram
cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens
manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é
aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que
o produto adote sua forma final. 2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a
Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos em: MINISTÉRIO
DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat. Brasília:
MAPA, 2019. Disponível em: http://agrostat2.agricultura. Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações,
comércio exterior.
(-18,0%) ao superavit do igual
período de 2018, quando alcançou US$6,90 bilhões.
gov.br/index.htm. Acesso em: ago. 2019.
Data de Publicação: 23/08/2019
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor