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Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2018/19, Junho de 2019
1
– INTRODUÇÃO Entre 3 e 21 de junho de 2019, a Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de
Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável
(CDRS), realizou levantamento da previsão e estimativa da safra agrícola
2018/19 para as principais culturas paulistas, disponibilizando os resultados
finais e parciais de área e produção dos principais produtos agrícolas do
estado (Tabela 1). Os resultados foram obtidos em levantamento
utilizando se método subjetivo2, que consiste na coleta e
sistematização dos dados fornecidos pelos técnicos das Casas de Agricultura
(CAs) dos 645 municípios do Estado de São Paulo. 2
– INDICADORES GERAIS Para a elaboração dos números índices (Laspeyres)
que refletem a evolução da agricultura paulista no ano agrícola 2018/19 em
comparação ao período anterior, foram selecionadas as lavouras mais importantes
em valor da produção. Os resultados agregados indicam queda de 1,82% do volume
produzido, em consequência de perdas de 2,37% na produtividade da terra, uma
vez que a área cultivada cresceu 0,81% (Tabela 2). Ao analisar por grupo de produtos, o grupo de
culturas anuais apresentou crescimento 3,43% na área cultivada, mas queda de
1,94% na produção, devido a menor produtividade (-5,19%), puxados pela perda no
rendimento do milho primeira safra e da soja. Já para o grupo de cultura semiperene
e perene, a variação do índice de área ficou praticamente estável (-0,04%), mas
houve queda de 1,34% na produtividade, por conta das variações negativas do
café e da cana, uma vez que boa parte das culturas teve rendimento positivo, que
foram os casos de laranja e banana. 2
– INDICADORES GERAIS 3.1 - Algodão A cultura do algodão no Estado de São Paulo em seu
levantamento final para a safra 2018/19 surpreende novamente, com o crescimento
na área plantada e na produção. Em relação à safra anterior, o crescimento em
área foi de 56,81%, 13,9 mil hectares, e na produção 43,9%, 45,3 mil toneladas.
A produtividade, porém, não acompanhou este desempenho e caiu 8,28% em relação
à safra anterior, com a colheita de 3.267 kg/ha, aproximadamente. Esse desempenho mantém o crescimento em área e
produção para o Estado de São Paulo, amparado principalmente em indicadores de
conjuntura de preços mais atrativos para os produtores, mercado internacional
favorável e demandante por conta de menores estoques, crescimento na
participação brasileira no volume de aquisições da China desta commodity e a opção de rotação entre
culturas. Essa retomada no interesse pelo segmento produtor foi prejudicada
somente pela queda no rendimento da cultura que, provavelmente em decorrência
de problemas climáticos, não foi o equivalente a safra 2017/18. 3.2
– Amendoim O Estado de São Paulo é o maior produtor de amendoim
(safras das águas e da seca) do país, respondendo por aproximadamente 90% da
safra. Embora houvesse algumas dificuldades climáticas no desenvolvimento das
lavouras (particularmente para a safra das águas), em especial para os plantios
mais cedo, em novembro, seguido de altas temperaturas em janeiro, a produção do
grão da safra da seca totalizou 496,8 mil sacas de 25 kg, 20,6% a mais que o
volume obtido na safra passada, chegando a uma produtividade de 3.688 kg/ha. A versatilidade
do amendoim tem chamado atenção de produtores rurais, que aproveitam a
entressafra da cana-de-açúcar para cultivar o grão, além do aumento na receita
gerada nas fazendas, que em 2018 foi de aproximadamente R$870,7 milhões, 12,7%
acima dos valores obtidos em 20171. 3.3
– Arroz A safra paulista de arroz
em 2019 será 0,7% menor do que em 2018, com 60,3 mil t. A cultura de sequeiro e
várzea acusa quedas de 15,10% na área plantada e de 7,90% na produtividade da
terra, causando perdas de 21,80% no volume produzido, em especial na regional
de Itapeva, onde registra redução na área plantada de aproximadamente 28% e de
32% no volume produzido (22 mil sc. 60 kg a menos). O arroz irrigado fecha a
safra 2018/19 com aumento de 3,00% na área plantada e de 2,30% no volume
produzido, apesar do decréscimo de 0,70% na produtividade. 3.4
– Batata da Seca Os resultados finais para o cultivo de batata da
seca apontam para área 2,4% menor em relação à safra passada, com produção e
produtividade apresentando reduções na ordem de 5,1% e 2,8%, respectivamente. A
área ocupada passou de 8,3 mil ha para 8,1 mil ha, a produção de 266,2 para 252
mil t e uma produtividade de 31.009 kg/ha. A produção encontra-se concentrada
em três EDRs: São João da Boa Vista, Itapetininga e Itapeva. 3.5
- Cebolas de Bulbinho A área cultivada com cebola de bulbinho no Estado de
São Paulo passou de 720 ha para 564 ha, redução de 21,1%. A produção também
apresentou redução na ordem de 22,7% em relação à safra passada, enquanto a
produtividade da cultura permaneceu praticamente estável em torno de 38.712 kg/ha
(redução de 2,1%). Os
principais EDRs produtores são: São João da Boa Vista e Sorocaba. 3.6
- Feijão da Seca e das Águas O cultivo do feijão no Estado de São Paulo é
realizado em três safras, conforme o calendário agrícola: águas (setembro a
janeiro), seca (fevereiro a junho) e de inverno (abril a setembro). Na safra
das águas de 2018/19 (de maior cultivo dentre os 3 tipos), foram colhidas 173,7
mil t em 57,3 mil ha. Em junho foi realizado o último levantamento de
safra do feijão da seca, e os resultados finais mostraram expansão de 54,4% de
área cultivada (23,9 mil ha) e de 79,4% na produção, sendo colhidas 54,0 mil t
do produto, ante as 30,1 mil toneladas da safra 2017/18. A produtividade de
2.259 kg/ha foi 16,2% superior do que foi obtido em junho/2018. Esse quadro positivo
pode ser atribuído ao estímulo dos produtores nessa safra que, devido à menor
produção do feijão das águas (desde dezembro/2018 a abril/2019), elevou seus
preços em toda rede de comercialização (produtor, atacado e varejo). Destaque para o EDR de Avaré, que registrou 48% de
participação do total produzido no Estado de São Paulo, influenciado pelo
aumento da área cultivada, passando de aproximadamente 3 mil ha na safra
2017/18 para 10 mil ha na atual. 3.7
– Milho de 1ª Safra O levantamento de junho traz os números finais para
a cultura milho 1ª safra no Estado de São Paulo. Em relação a área em produção
(406,0 mil ha), considerando-se os sistemas com e sem irrigação, observa-se
queda de 3,7% na comparação com a safra anterior, e esse número é superior ao
divulgado no levantamento de abril (394,1 mil ha) porque se observou a falta de
informação em alguns municípios. Em relação à produção, a queda foi de 8,8% em
relação à safra anterior, com produtividade menor em 5,2%, possivelmente
comprometida pelas condições desfavoráveis no início do ano, com chuvas abaixo
da média em janeiro. As regiões de Itapeva, São João da Boa Vista e
Itapetininga concentram pouco mais de 1/3 da produção total paulista. 3.8
– Seringueira A estimativa final para
seringueira da safra 2018/19 apontou que o cultivo passou de 131,2 mil ha da
safra passada para 134,6 mil ha, aumento de 2,6%, sendo que 35,9 mil ha são em
área nova e 98,7 mil ha em produção. A produção foi estimada em 243,5 mil t de
coágulo, 9,3% maior que a apurada na safra anterior, e a produtividade é
praticamente a mesma do ano anterior, com média de 2.467 kg de coágulos/ha (ou
de 6,17 kg/pé). Embora tenha havido um
incremento da área em produção (8,6%), observou-se que o número de pés novos
diminuiu 11,1% em relação à safra anterior, considerando-se as árvores que em
entraram em produção, os novos plantios obtiveram 5% de acréscimo. A exploração da
seringueira está situada, principalmente, na região norte-noroeste do estado, sendo
o EDR de São José do Rio Preto o maior polo produtor, com 29,4% da produção
paulista, seguido pelos EDRs de General Salgado (12,8%), Votuporanga (12,4) e
Barretos (11,3%) (Figura 1). 3.9
- Soja A cultura da soja (considerando a 1ª safra e a
irrigada) perde produtividade devido à irregularidade das chuvas e ao forte
calor registrado nas épocas do plantio precoce e também em dezembro e janeiro,
principalmente nas regiões centro-sul e centro-oeste paulistas, atingindo a
marca de 13,0% inferiores à safra passada. Regiões como Itaí, Itapeva,
Paranapanema e Salto Grande refletem esse comportamento. Contudo, na região de
Capão Bonito o veranico de dezembro e de janeiro foi benéfico para a cultura
(maior índice de insolação). A produção da 1ª safra totalizou 48,6 milhões de
sc. 60 kg, 5,9% abaixo da safra passada, por conta da menor produtividade
(14,5%), apesar de ganhos de 10,1% na área plantada nesta safra. Já a área
plantada de soja irrigada obteve ganhos apreciáveis de 38,1%, o que impactou em
acréscimo de 38,9% no volume produzido do grão, visto que a produtividade foi
similar, positivamente, à da safra passada (0,6%). 4
- ACOMPANHAMENTOS DA SAFRA 4.1
- Culturas Anuais 4.1.1
- Batata de inverno A colheita da batata de inverno ocorre entre os meses
de agosto e setembro de cada ano. Os resultados deste levantamento indicam
redução no cultivo: a área ocupada passou de 14,3 mil ha para 12,5 mil ha,
redução de 12,5%. Por sua vez, a produção recuou em 12,2% chegando a 387,4 mil
t do produto, perfazendo produtividade de 30.908 kg/ha, 0,3% maior que na safra
passada. Os principais EDRs produtores são: São João da Boa Vista, Avaré e
Itapeva. 4.1.1
- Cebolas de muda e plantio direto O levantamento realizado em junho inclui o segundo
levantamento de acompanhamento das safras de cebola, a de muda e a cultivada em
plantio direto. A área ocupada com cebola de muda apresentou aumento em relação
à safra anterior de 7,1%, chegando à 2,3 mil ha, a produção também cresceu
7,1%, e chegou a 84,4 mil t, indicando estabilidade na produtividade. O levantamento de junho aponta reduções de área e
produção para o cultivo de cebola em plantio direto, 13,5% e 11,6%,
respectivamente, proporcionando uma produtividade de 52.241 kg/ha, 2,1%
maior quando comparada à safra passada. O EDR de Jaboticabal produz 47% do
total do estado. 4.1.3
- Feijão de inverno Para a safra de feijão de inverno (irrigado e sem
irrigação), o segundo levantamento promovido no mês de junho/2019 apresenta uma
área cultivada de 38,6 mil ha, 26,2% maior do que a safra anterior, e
estimativa de serem colhidas 99 mil t, que representa crescimento de 30,8%. Na
conjunção do aumento de área e de maior produção, espera-se uma produtividade
de 2.560 kg/ha, 3,7% superior ao da safra de 2017/18. Quanto ao sistema de plantio, o feijão irrigado
representou 87% da área cultivada na safra paulista de inverno 2018/19, aumento
de 39,7% em relação à safra 2017/18, enquanto o feijão sem irrigação diminuiu
23,4%. 4.1.4
- Milho 2ª safra (safrinha) A safra anterior (2017/18) foi severamente afetada
pelas condições climáticas adversas. Neste ano-safra, com o clima mais
favorável, as estimativas indicam recuperação na produção com aumento de 25,8%,
com produtividade superior em 36,6%, alcançando quase 5.000 kg/ha ante 3.650 kg/ha
obtidos no ciclo anterior. Em relação à área plantada, houve recuo de 7,9%. As
regiões de Assis, Itapeva e Ourinhos são responsáveis por mais de 60% da
produção estadual de milho safrinha. 4.1.5
- Trigo A triticultura paulista no levantamento de junho de
2019 para a safra de trigo de 2018/19 praticamente antecipa o resultado do
fechamento da safra que ocorre em setembro de 2019. A área cultivada de 81,9
mil ha apresenta um decréscimo de 1,4% ante a safra anterior, mas a produção é
6,19% superior em relação aos números de 2017/18. Apesar da queda na área,
houve o crescimento na produtividade de 7,83%, que resultou em uma produção de
250,2 mil t. A coordenação da cadeia de produção nessa cultura no
Estado de São Paulo tem favorecido o crescimento em área e produção, e os
resultados apresentados nos últimos anos são fruto de medidas coordenadas pela
cadeia de produção que estão melhorando o desempenho da base de produção.
Medidas como a seleção de variedades mais produtivas e resistentes têm elevado a
produtividade e a qualidade do trigo paulista, aumentando o interesse da
indústria moageira pelo produto. Neste levantamento houve uma readequação nas
expectativas para menos, frente ao levantamento de abril de 2019. Essa expectativa
de decréscimo está ligada aos efeitos do atraso na entrada do período favorável
à cultura que exige temperaturas mais baixas. Dado esse atraso, a cultura sofre
maior risco de comprometimento pelas pragas em função das temperaturas mais
altas; mais recentemente, um pico de geadas no início de julho pode comprometer
a qualidade e o volume de produção. O resultado definitivo é esperado no
próximo levantamento que será realizado em setembro, quando se marca o
encerramento do ano-safra 2018/19. 4.1.6
– Tomate Em junho de 2018, foram obtidas informações de safra
2018/19 dos tomates envarado e rasteiro. Para o tomate envarado (mesa),
destinado ao consumo in natura, as
estimativas apresentam uma produção prevista em 676,4 mil t, o que representa
ligeira queda de 1,1% na comparação com a safra anterior, por conta da
diminuição de 2,4% de área cultivada (8,7 mil ha ante 8,9 mil ha), uma vez que há
a indicação de 1,3% de ganhos na produtividade (78 t/ha). O EDR de Itapeva,
maior região produtora do Estado de São Paulo, concentra 63% da área plantada,
seguido das regionais de Campinas, Mogi Mirim e Bragança Paulista que, somadas,
detêm cerca de 20% desse total. No caso do tomate rasteiro, destinado à indústria,
as estimativas mostram reduções na área e na produção quando comparadas aos
resultados da safra anterior. A área cultivada diminuiu 33,9%, ocupando
atualmente 2.200 ha e com previsão de uma produção menor em 27,7%, sendo
esperada uma colheita de 184,2 mil t. Quanto ao rendimento, há expectativa de
crescimento de 9,4%, com 84,0 t/ha ante a 76,8 t/ha da safra passada. Essa
retração de área plantada foi observada no EDR de General Salgado e, conforme
informações da regional, os produtores de outras regiões deixaram de arrendar
as mesmas áreas para o plantio, evitando doenças na lavoura. 4.2
- Culturas Semiperenes e Perenes 4.2.1
- Banana A estimativa de área plantada com a cultura é de
54,8 mil ha, sendo 3,5 mil ha de área nova e 51,2 mil ha de área em produção. A
produtividade média estadual esperada para a safra atual é de 20,8 t/ha e o
volume total a ser produzido deve ficar em 1.070,4 mil t, 0,1% superior à safra
passada. O EDR mais importante na cultura é o de Registro, que representa 66,2%
da produção paulista, com área de 31,7 mil ha e produção estimada de 708,6 mil
t. Além do EDR de Registro, destacam-se na produção os EDRs de São Paulo (50,7
mil t), Jales (45,2 mil t), Avaré (38,9 mil t), Pindamonhangaba (24,8 mil t) e
Andradina (23,6 mil t). 4.2.2
– Café Em junho de 2019 foi realizado o quarto levantamento
de safra de café 2018/19 no Estado de São Paulo, tendo a nova estimativa de
quantidade a ser colhida alcançado 4,54 milhões de sacas beneficiadas (272,1
mil t), representando queda de 5,6% em relação ao levantamento anterior (abril/2019)
e de 22,3% quando comparada à safra 2017/18 (setembro/2018 - com 350,1 mil t
produzidas). Tal resultado consolida a previsão de que o atual ciclo é de renda
menor devido às condições climáticas desfavoráveis registradas nos meses de
dezembro/2018 e janeiro/2019 (temperatura acima da média e veranico) que se
associa ao ciclo bienal de baixa da produção. Essa
menor produção esperada na safra 2018/19 foi mais acentuada no EDR de Franca,
principal cinturão da cafeicultura paulista, onde a estimativa de produção de
1,50 milhão de sc. do produto (40% menor do que a safra passada - 2,58 milhões
sc.), refletindo a bienalidade da cultura. Outra regional que apresentou queda
foi o EDR de Marília, em razão da piora na produtividade média, passando de
23,7 sc./ha na safra passada para 19,0 sc./ha na atual, prevendo-se produção de
397 mil sc. e posicionando-se abaixo da regional (EDR) de Ourinhos, que aparece
com estimativa de 407 mil sc. a serem colhidas. Em contrapartida, o EDR de São
João da Boa Vista, segunda maior região produtora do Estado de São Paulo,
estimou-se aumento de colheita de 25 mil sc. devido ao incremento de área em
produção (7,6%), o que compensou o declínio da produtividade estimada de 4,8%
em relação à safra 2017/18. 4.2.3
- Cana-de-açúcar A estimativa preliminar da produção paulista é de
430,8 milhões de t, decréscimo de 2,6% em relação à safra agrícola anterior. As
chuvas ocorridas em março e abril, benéficas à cultura, não foram suficientes ainda
para reverter o quadro de uma produtividade menor em 2,0%. O setor dá indícios
de que o volume a ser produzido nesta safra terá maior destino a produção de
etanol, visto que seus preços estão melhores que o do açúcar. Há um excedente
de produção de açúcar nos outros países que tem pressionado o preço da commodities no mundo e no Brasil. O
volume previsto para a presente safra, ora divulgado, contempla a produção
potencial paulista da cana para indústria, que tem como destino a moagem
industrial para etanol e açúcar, destilarias, garapa e afins, inclusive a
provável produção advinda de área bisada. Não está incluída nesta estatística a
cana destinada para alimentação animal. A área plantada na safra agrícola 2018/19 é similar
à estimativa de 2017/18, embora a área apta a ser colhida nessa safra é 0,7%
inferior. A menor área apta a ser colhida pode ser justificada, principalmente,
pela devolução de áreas arrendadas e de fornecedores, que preferiram substituir
o plantio de cana-de-açúcar por outras culturas. A finalização de contratos de
arrendamento tem sido habitual, principalmente nas áreas impróprias à colheita
mecanizada, pois faz parte da estratégia das unidades de produção para se
tornarem mais eficientes, visto que as áreas não adequadas à colheita
mecanizada tendem a ser descontinuadas com o plantio de cana-de-açúcar.
Entretanto também não deve ser desprezada a crise que o mercado sucroalcooleiro
viveu nos últimos anos, que afetou o campo e a indústria. 4.2.4
– Laranja A estimativa preliminar da safra agrícola 2018/19
para a cultura da laranja, decorrente do levantamento realizado em todos os
municípios do Estado de São Paulo, é de 330,0 milhões de caixas de 40,8 kg
(13.464 mil t), 3,2% superior à quantidade obtida na safra agrícola 2017/18
(13.041 mil t). O período de deficiência hídrica, intensificado por altas
temperaturas diurnas, ocorrido na época da florada dos pomares e que se
instalou em grande parte da região produtora de laranja, pode ter afetado o
pegamento. Essa situação climática foi notada principalmente nas regiões de
Botucatu e central do estado. Entretanto, este efeito é muito amenizado nas
regiões sudeste e noroeste, onde predomina a laranja com destino para mesa, com
uso de irrigação. Por se tratar de estimativa preliminar, prevê-se
produtividade agrícola de 31.581 kg/ha, equivalente a 2,0 cx./pé, registrando
acréscimo de 4,1% em relação à safra agrícola anterior. Os próximos números
refletirão mais adequadamente o comportamento da safra. O volume apresentado contabiliza a safra paulista de
laranja destinada ao mercado e indústria, as caixas perdidas no processo
produtivo e na colheita, bem como os frutos provenientes de pomares não
expressivos economicamente, previsto para os pomares do Estado de São Paulo. Quanto à área total plantada (que inclui área com
plantas ainda não produtivas), prevê-se estabilidade (-0,6%), embora se
registre expectativa de crescimento em áreas onde, nesta safra, não se fará a
colheita, ainda que de forma não uniforme regionalmente. É conhecido que há
continuidade no processo de erradicação, por conta da eliminação de pomares
comprometidos com a incidência de problemas fitopatológicos, principalmente cancro
cítrico e HLB (greening). A área
ocupada com pomares de laranja está em 452,4 mil ha, correspondendo a 180,6
milhões de plantas, sendo 91% aptas para produção. 4.2.5
- Mandioca Os resultados deste levantamento em relação ao
cultivo de mandioca, tanto para indústria quanto para mesa, no Estado de São
Paulo foram menores quando comparados à safra anterior. A
mandioca para mesa apresentou redução de 1,6% na área e 1,8% na produção, o que
refletiu em produtividade 4,3% menor. Os principais EDRs produtores são:
Mogi-mirim, Itapeva e Jaboticabal. A área cultivada com mandioca para indústria também
diminuiu 6,1%, e atingiu 57,9 mil ha; já a expectativa da produção foi 5,9%
maior e a produtividade também 0,3% maior, chegando a 28.408 kg/ha. Os EDRs de
Marília, Presidente Venceslau e Presidente Prudente possuem as maiores áreas
plantadas com o produto. 5
– CONSIDERAÇÕES FINAIS As informações deste levantamento estão
disponibilizadas por estado (Tabela 1 e 5), por Escritório de Desenvolvimento
Rural (Tabela 3) e por Região Administrativa e Região Metropolitana (Tabela 4). O próximo levantamento, a ser efetuado em setembro
de 2019, trará informações de intenção de plantio das culturas da safra de
verão para 2019/20 e resultados finais dos produtos agrícolas de inverno e das
culturas perenes (banana, café e laranja) da safra 2018/19. ___________________________________________________________ ¹Os autores agradecem o desempenho no levantamento dos técnicos do
DEXTRU, das Casas de Agricultura e diretores dos EDRs e da Coordenadoria de
Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS); os comentários dos pesquisadores
Celso Luis Rodrigues Vegro, Marisa Zeferino Barbosa e Waldemar Pires de Camargo
do CPEEA do IEA; e também a colaboração da técnica de apoio do CCTC/NETC Talita
Tavares Ferreira, da Oficial de Apoio à Pesquisa Michele Quirino Bettencourt do
DTD/NIA, do Oficial de Apoio à Pesquisa Cleber Custódio da Silva do CAPD/NIN e
dos estagiários Beatriz Pontes Ruiz, Caio Daniel Pinto de Lima, Elisandra Silva
Santos e Victor Alef Pereira Santos, do Levantamento de Preços do CPIEA. 2Entende-se por método subjetivo a coleta e a sistematização de dados
fornecidos pelos técnicos das Casas de Agricultura, em função de seu
conhecimento regional e/ou da coleta de dados de forma declaratória, fornecida
pelo responsável pela unidade de produção. 3SILVA, J. R. et. al. Valor da
produção agropecuária do estado de São Paulo: resultado final 2018. Análises e Indicadores do Agronegócio,
São Paulo, v. 14, n. 5, p. 1-6, maio 2019. Palavras-chave: previsão de safras, área agrícola, Estado de São Paulo.
Data de Publicação: 16/08/2019
Autor(es):
Felipe Pires de Camargo (fpcamargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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