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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro Primeiro Semestre de 2019
1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO No primeiro semestre de 2019, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$23,84 bilhões (21,7% do total nacional) e as importações2 US$29,24 bilhões (34,9% do total nacional), registrando déficit comercial de US$5,40 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2018, houve queda tanto nas exportações (-6,8%) como nas importações (-1,7%), essa conjunção de desempenhos resultou em maior déficit na balança paulista no primeiro semestre de 2019. 1.1 - Análise Setorial do Agronegócio Na análise setorial do agronegócio, o resultado de janeiro a junho de 2019, na comparação com o mesmo período de 2018, indica que o agronegócio3 paulista apresentou queda nas exportações (-16,3%), atingindo US$7,09 bilhões, e também nas importações (-5,1%), somando US$2,40 bilhões, registrando dessa forma superávit de US$4,69 bilhões, conforme indicado na figura 2. Embora positivo, o saldo do primeiro semestre de 2019 é inferior (-21,0%) ao superávit do mesmo período de 2018, quando alcançou US$5,94 bilhões. Há que se destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia - incluindo o agronegócio - somaram US$16,75 bilhões nos seis primeiros meses de 2019, e as importações US$26,84 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$10,09 bilhões. Desta forma, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista neste período só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo manteve-se positivo (US$4,69 bilhões). 1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista, de janeiro a junho de 2019, foram: complexo sucroalcooleiro (US$1.78 bilhão, sendo que desse total o açúcar representou 82,1% e o álcool 17,9%), seguido do complexo soja (US$1,01 bilhão), do setor de carnes (US$902,18 milhões, em que a carne bovina respondeu por 83,6%), produtos florestais (US$892,61 milhões, com participações de 56,3% de papel e 34,5% de celulose) e de sucos (US$750,19 milhões, dos quais 96,9% referentes a sucos de laranja). Esses cinco agregados representaram 75,2% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Ainda de acordo com a tabela 1, na comparação com o mesmo período de 2018, houve importantes variações, todas negativas nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com destaque para o complexo sucroalcooleiro (-29,2%), complexo soja (-24,8%) e dos sucos (-30,0%). Além desses produtos, o café, tradicional produto do agronegócio paulista, com exportações de US$303,28 milhões em 2019, apresentou alta de 21,3% em relação a 2018. Essas variações nas receitas do comércio exterior são causadas pela composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados. 1.3 - Destinos das Exportações do Agronegócio Paulista Em relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista entre janeiro e junho de 2019, a China (20,1%) é principal destino das exportações de São Paulo seguido da União Europeia (18,6%). Na sequência aparecem os Estados Unidos (12,6%), Argélia (2,7%) e Bangladesh (2,2%). A tabela 2 apresenta os 20 principais destinos das exportações paulistas em 2019, que somados representam 80,0% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos. Ainda de acordo com a tabela 2, observa-se uma diferenciação na composição das pautas dos principais parceiros comerciais do agronegócio paulista. A União Europeia tem entre os principais produtos da pauta de importações paulista, os produtos do grupo de sucos (37,5%, basicamente suco de laranja) e os produtos florestais (17,9%), enquanto que a China importa principalmente produtos do complexo soja (50,8%) e de carnes (19,5%). Já os Estados Unidos apresentam pauta bastante diversificada, composta principalmente pelos grupos de complexo sucroalcooleiro (24,5%), os sucos (15,2%), as carnes (13,8%) e os produtos florestais (14,1%). Na sequência os países Argélia e Bangladesh têm no complexo sucroalcooleiro participação de sua pauta em torno de 90% de representatividade. 1.4 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial Paulista A participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado diminuiu 3,4 pontos percentuais, enquanto a participação das importações caiu 0,3 pontos percentuais, comparando-se os resultados dos primeiros seis meses de 2019 aos de 2018 (Figura 3). 2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A balança comercial brasileira registrou superávit de US$26,07 bilhões no primeiro semestre de 2019, com exportações de US$109,84 bilhões e importações de US$83,77 bilhões. Esse resultado indica redução de 13,2% no superávit comercial em relação ao mesmo período de 2018, devido ao recuo das exportações (-3,5%) uma vez que as importações mantiveram-se estáveis (Figura 4). 2.1 - Análise Setorial do Agronegócio Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a junho de 2019 apresentaram queda (-3,6%) em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 47,69 bilhões (43,4% do total nacional). Já as importações recuaram -1,3% no período, registrando US$ 6,95 bilhões (8,3% do total nacional). O superávit do agronegócio no semestre foi de US$ 40,74 bilhões, sendo 4,0% inferior na comparação com o mesmo período de 2018 (Figura 5). Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$62,15 bilhões e importações de US$76,82 bilhões, produziram no período de 2019 um déficit de US$14,67 bilhões. 2.2 - Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro, de janeiro a junho de 2019, foram: complexo soja (US$18,91 bilhões), carnes (US$7,42 bilhões, com a carne de frango representando 45,7% desse total, e as carnes bovina e suína 41,9% e 9,4%, respectivamente), produtos florestais (US$7,25 bilhões, com participações de 61,8% de celulose e 24,2% de madeira), complexo sucroalcooleiro (US$2,62 bilhões dos quais 86,9% de açúcar) e café (US$2,56 bilhões). Esses cinco grupos agregados representaram 81,3% das vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 3). 2.3 - Destinos das Exportações do Agronegócio Brasileiro Em relação aos destinos das exportações do agronegócio brasileiro nos seis primeiros meses de 2019, a liderança permanece com a China (33,6% de participação), seguida pela União Europeia (17,8%), Estados Unidos (7,4%), Irã (2,7%), Japão (2,5%) e Hong Kong (2,2%). A tabela 4 apresenta os 20 principais destinos das exportações brasileiras até o mês de junho 2019, que somados representam 85,5% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos. Ainda de acordo com a tabela 4, observa-se uma diferenciação na composição das pautas dos principais países. A China importa principalmente produtos do complexo soja (72,5%), enquanto que a União Europeia possui pauta mais diversificada, com destaque para o complexo soja (34,7%), os produtos florestais (19,6%) e o café (14,0%). Os Estados Unidos têm como principal produto na pauta os produtos florestais (44,7%) seguidos pelo café (13,5%). Na sequência o Irã apresenta-se como importador dos grupos complexo soja (46,4%) e do milho em grão (36,2%). O Japão tem como principais pautas carnes (33,4%), café (19,4%) e produtos florestais (14,8%). Dos produtos da pecuária brasileira o grupo de carnes destaca-se como importante exportador de proteína animal e tem expressiva participação de suas importações dos seguintes países, conforme a tabela 4: Hong Kong (90,4%), Emirados Árabes (73,7%), Arábia Saudita (57,8%), seguidos do Chile (51,3%), Egito (45,0%) e Rússia (34,2%). 2.4 - Participação do Agronegócio na Balança Comercial Brasileira A participação do agronegócio nos totais do País permaneceu praticamente estável com uma variação de -0,1 pontos percentual nas exportações e nas importações na comparação dos primeiros seis meses de 2019 e 2018 (Figura 6). 3 – PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A participação paulista no total da balança comercial brasileira apresentou pouca variação no período analisado, -0,8 ponto percentual nas exportações e 0,6 ponto percentual nas importações na comparação com o mesmo período de 2018 (Figura 7). As exportações setoriais de São Paulo de janeiro a junho de 2019 representaram 14,9% em relação ao agronegócio brasileiro, 2,2 pontos percentuais abaixo do mesmo período de 2018, já as importações representaram 34,5%, 1,4 ponto percentual a menos que o verificado no ano anterior (Figura 8). 1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos em MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília: MAPA, 2019. Disponível em: http://agrostat2.agricultura.gov.br/index.htm. Acesso em: jul. 2019. Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações, comércio exterior.
Data de Publicação: 25/07/2019
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor