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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Abril de 2019
1 - BALANÇA
COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO No primeiro quadrimestre de 2019, as exportações do
Estado de São Paulo1 somaram US$15,94 bilhões (22,1% do total
nacional) e as importações2 US$19,33 bilhões (34,7% do total
nacional), registrando deficit
comercial de US$3,39 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2018,
houve queda tanto nas exportações (-6,9%) como nas importações (-0,6%), e essa
conjunção de desempenhos resultou em maior deficit
na balança paulista no primeiro quadrimestre de 2019. 1.1 - Análise Setorial
do Agronegócio Na análise setorial do agronegócio, o resultado de
janeiro a abril de 2019, na comparação com o mesmo período de 2018, indica que
o agronegócio3 paulista apresentou queda nas exportações (-19,3%),
atingindo US$4,35 bilhões, e também nas importações Há que se destacar que as exportações paulistas nos
demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$11,59 bilhões
nos quatro primeiros meses de 2019, e as importações US$17,67 bilhões, gerando
um deficit externo desse agregado de
US$6,08 bilhões. Dessa forma, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista nesse período só não foi
maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo manteve-se
positivo (US$2,69 bilhões). 1.2
- Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos Os cinco
principais grupos nas exportações do agronegócio paulista, de janeiro a abril
de 2019, foram: complexo sucroalcooleiro (US$1.051,84 milhões), seguido dos
produtos florestais (US$582,33 milhões), do setor de carnes (US$560,35
milhões), complexo soja (US$542,86 milhões) e de sucos (US$492,12 milhões).
Esses cinco agregados representaram 74,2% das vendas externas setoriais
paulistas (Tabela 1). Ainda de
acordo com a tabela 1, na comparação com o mesmo período de 2018, houve
importantes variações, todas negativas nos valores exportados dos principais
grupos de produtos da pauta paulista, com destaque para o complexo
sucroalcooleiro (-32,8%), produtos florestais (-5,9%), carnes (-14,8%),
complexo soja (-17,5%) e dos sucos (-26,3%). Além desses produtos, o café,
tradicional produto do agronegócio paulista, com exportações de US$185,63
milhões em 2019, apresentou ligeira alta de 0,7% em relação a 2018. Essas
variações nas receitas do comércio exterior são causadas pela composição das
oscilações tanto de preços como de volumes exportados. 1.3
- Destinos das Exportações do Agronegócio Paulista Em relação aos destinos das exportações do
agronegócio paulista entre janeiro e abril de 2019, a União Europeia é o maior
destino das exportações de São Paulo (19,8%) seguida da China (19,4%). Na
sequência aparecem os Estados Unidos (13,0%), Argélia (2,8%) e Bangladesh
(2,6%). A tabela 2 apresenta os 20 principais destinos das exportações
paulistas em 2019, que somados representam 80,4% do total, e as respectivas
pautas (em %) por grupos de produtos. Ainda de acordo com a
tabela 2, observa-se uma diferenciação na composição das pautas dos principais
parceiros comerciais do agronegócio paulista. A União Europeia tem, entre os
principais produtos da pauta de importações paulista, os produtos do grupo de
sucos (37,6%, basicamente suco de laranja) e os produtos florestais (20,8%),
enquanto a China importa principalmente produtos do complexo soja (49,1%) e de
carnes (20,7%). Já os Estados Unidos apresentam pauta bastante diversificada,
composta principalmente pelos grupos de complexo sucroalcooleiro (20,4%), os
sucos (17,1%), as carnes (14,3%) e os produtos florestais (14,2%). Na
sequência, os países Argélia e Bangladesh têm no complexo sucroalcooleiro
participação de sua pauta em torno de 90% de representatividade. 1.4 -
Participação dos Agronegócios na Balança Comercial Paulista A participação das exportações do agronegócio paulista no
total do Estado diminuiu 4,2 pontos percentuais, enquanto a participação das
importações caiu 0,6 ponto percentual, comparando-se os resultados dos
primeiros quatro meses de 2019 aos de 2018 (Figura 3). 2 – BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A
balança comercial brasileira registrou superavit
de US$16,39 bilhões no primeiro quadrimestre de 2019, com exportações de
US$72,15 bilhões e importações de US$55,76 bilhões. Esse resultado indica
redução de 9,8% no superavit
comercial em relação ao mesmo período de 2018, devido ao recuo das exportações (-3,0%)
maior que das importações (-0,8%) (Figura 4). 2.1 - Análise Setorial do Agronegócio Na
análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a abril
de 2019 se mantiveram praticamente estáveis (0,2%) em relação ao mesmo período
do ano anterior, alcançando US$30,42 bilhões (42,2% do total nacional). Já as
importações recuaram -2,4% no período, registrando US$4,79 bilhões (8,6% do
total nacional). O superavit do agronegócio no quadrimestre
foi de US$25,63 bilhões, sendo 0,7% superior na comparação com o mesmo período
de 2018 (Figura 5). Portanto,
o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do
agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de
US$41,73 bilhões e importações de US$50,97 bilhões, produziram no período de
2019 um deficit de US$9,24 bilhões. 2.2
- Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos Os cinco
principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro, de janeiro a abril
de 2019, foram: complexo soja (US$11,52 bilhões), produtos florestais (US$4,82
bilhões), carnes (US$4,64 bilhões), café (US$1,75 bilhão) e o grupo de cereais,
farinhas e preparações (US$1,54 bilhão), destacando-se o milho em grão como o
principal produto do grupo. Esses cinco grupos agregados representaram 79,8%
das vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 3). 2.3
– Destinos das Exportações do Agronegócio Brasileiro Em
relação aos destinos das exportações do agronegócio brasileiro nos quatro
primeiros meses de 2019, a liderança permanece com a China (32,8% de
participação), seguida pela União Europeia (18,4%), Estados Unidos (7,4%), Irã
(2,7%), Japão (2,6%) e Hong Kong (2,2%). A tabela 4 apresenta os 20 principais
destinos das exportações brasileiras até o mês de abril 2019, que somados
representam 85,7% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de
produtos. Ainda de acordo com a tabela 4, observa-se uma
diferenciação na composição das pautas dos principais países. A China importa
principalmente produtos do complexo soja (71,7%), enquanto a União Europeia
possui pauta mais diversificada, com destaque para o complexo soja (32,4%),
produtos florestais (21,2%) e café (14,3%). Os Estados Unidos têm como
principal produto na pauta os produtos florestais (43,4%), seguido pelo café
(15,0%). Na sequência o Irã apresenta-se como importador dos grupos complexo
soja (48,1%) e do milho em grão (33,7%). Dos
produtos da pecuária brasileira, o grupo de carnes destaca-se como importante
exportador de proteína animal e tem com expressiva participação de suas
importações dos seguintes países, conforme a tabela 4: Hong Kong (90,8%),
Emirados Árabes (71,0%), Arábia Saudita (57,2%), seguidos do Chile (50,2%),
Egito (40,4%), Rússia (34,2%) e Japão (32,5%). 2.4
- Participação dos Agronegócios na Balança Comercial Brasileira A
participação do agronegócio nos totais do país aumentou 1,4 ponto percentual
nas exportações e se manteve estável nas importações na comparação dos
primeiros quatro meses de 2019 e 2018 (Figura 6). 3 – PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO
PAULO NO BRASIL A participação paulista no total da balança comercial brasileira
apresentou pouca variação no período analisado, -0,9 ponto percentual nas
exportações e 0,1 ponto percentual nas importações na comparação com o mesmo
período de 2018 (Figura 7). As
exportações setoriais de São Paulo de janeiro a abril de 2019 representaram
14,3% em relação ao agronegócio brasileiro, 3,5 pontos percentuais abaixo do
mesmo período de 2018, já as importações representaram 34,7%, 1,6 ponto
percentual a menos que o verificado no ano anterior (Figura 8). 1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de
divulgação estatística de exportação, é a unidade da Federação onde foram
cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens
manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é
aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que
o produto adote sua forma final. 2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a
Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos em: MINISTÉRIO
DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agrostat.
Brasília: MAPA, 2019. Disponível em:
http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso em: mar.
2019. Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações,
comércio exterior.
(-6,7%), somando US$1,66 bilhão, registrando dessa forma superavit de US$2,69 bilhões (Figura 2). Embora positivo, o saldo
do primeiro quadrimestre de 2019 é inferior (-25,5%) ao superavit do mesmo período de 2018, quando alcançou US$3,61 bilhões.
Data de Publicação: 10/05/2019
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor