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Pequena Alta nos Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista na Terceira Semana de Abril
O Índice de Preços Recebidos pela Agropecuária
Paulista (IqPR)1, 2 continuou registrando desaceleração em seus
reajustes ao subir 0,71% na terceira quadrissemana do mês de abril de 2019.
Separado por grupos de produtos, enquanto o IqPR-V (grupo de produtos de origem
vegetal) caiu 1,13%, o IqPR-A (produtos de origem animal) fechou em alta de 4,80%
(Tabela 1). Nesta mesma tabela são apresentadas as variações das duas últimas
quadrissemanas de março e as três primeiras de abril/2019 para os índices
calculados “com a cana-de-açúcar” e “sem a cana-de-açúcar”. Verifica-se que em
quase todos esses intervalos quadrissemanais houve variações positivas de todos
os indicadores. Exceto os produtos de origem animal, destaca-se que após um
pico de alta na terceira semana de março, índice geral e índice de produtos
vegetais apresentaram um arrefecimento nas semanas subsequentes, representando
uma desaceleração que culmina em variações negativas para o IqPR-V na última
semana analisada. Quando a cana-de-açúcar (que teve baixa de 0,81% na
terceira semana de abril) é excluída do cálculo do índice na ponderação dos
produtos, a alta do IqPR (sem cana) alcança um valor percentual maior, de
1,95%. Contudo, ao contrário, o índice vegetal sem cana tem queda mais
contundente de 1,73%. Destaca-se nessa comparação o peso que a cana de açúcar
exerce no cálculo ponderado do índice vegetal (Tabela 1). Dez dos produtos que compõem o IqPR apresentaram
altas na terceira semana do mês de abril/2019. Destacaram-se nesse intervalo
tomate para mesa (25,14%), carne de frango (11,22%), ovos (4,51%) e carne suína
(3,81%) (Tabela 2). Perdas e descartes oriundos do calor e das chuvas
entre fevereiro e março reduziram demasiadamente a oferta de tomate, o que
gerou uma elevação de 25% nos preços médios recebidos pelos produtores nessa
terceira semana de abril. Segundo estimativas da CONAB, os preços do produto
podem finalizar esse mês dentre os mais altos da história recente de nosso
país. No que se refere às carnes de frango e suína, os
aumentos dos embarques para exportação reduziram a oferta do produto no mercado
interno, o que reajustou os preços recebidos pelos produtores. Para
os ovos, a redução do consumo das carnes bovina, suína e de frango no último
final de semana desencadeada pela comemoração da Páscoa colocou o consumo do
produto como um dos substitutos mais acessíveis para o período. Destaca-se que
os dados acumulados nos últimos 12 meses indicam que os preços recebidos nas granjas
paulistas aumentaram 6,53%. Analisando os produtos que mais reduziram seus
preços na terceira semana de abril/2019, observam-se: feijão (29,24%), batata
(22,40%) e café (2,93%). Às vésperas da 2ª safra do Centro-Sul e com baixos
níveis de negociações, a cadeia do feijão segue apreensiva com as
possibilidades de quedas maiores nos preços com o aumento dos volumes que
entrarão no mercado no início de maio. Os preços da batata, produto de alta perecibilidade,
flutuam segundo as oscilações pluviométricas que permitem ou não a colheita do
produto no campo. Tendo nos últimos 30 dias chovido menos que o final do verão
nas regiões produtoras paulistas, a oferta de batata atingiu níveis maiores nas
últimas semanas, fato que nem a demanda de Páscoa (quando é usada de
acompanhamento aos pescados) possibilitou melhores preços aos produtores. Já os preços do café, num movimento que tem se
descolado do mercado físico de oferta e procura e caminhado ao sabor dos
interesses permanentes de especuladores e fundos do mercado financeiro
internacional, apresentam oscilações baixistas que prejudicam a estabilidade
dos produtores brasileiros. Com a subida do dólar desde a primeira metade de
2018, especuladores, principalmente da Bolsa de Nova York, têm forçado para
baixo a cotação do produto em moeda estrangeira com o intuito de absorverem
para seus cofres a diferença em reais que a desvalorização cambial traria para
os produtores brasileiros. Do conjunto
analisado, 10 produtos apresentaram alta de preços (5 de origem vegetal e 5 de
animal) e 9 tiveram queda (todos de origem vegetal). 1A fórmula de
cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da
produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas
pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas
comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os
preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência = 24/03/2019
a 23/04/2019 e base = 22/02/2018 a 23/03/2018. 2Artigo completo
com a metodologia: PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos
pela agropecuária paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.
38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573. Acesso em: 12
mar. 2019 Palavras-chave: IqPR,
índice, preços recebidos, índices agrícolas, variações, indicadores.
Data de Publicação: 03/05/2019
Autor(es):
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor