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Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista Começam Abril em Alta Desacelerada
Mesmo dando continuidade à escalada de altas verificada desde fevereiro, o Índice de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1, 2 registrou desaceleração em seus reajustes ao subir 2,71% na primeira semana de abril, em comparação com o mês anterior. Na última semana de março o índice apresentou alta de 3,62%. Separado por grupos de produtos, nessa primeira semana do mês, o IqPR-V (grupo de produtos de origem vegetal) e o IqPR-A (produtos de origem animal) fecharam com altas respectivas de 2,00% e 4,27% (Tabela 1). Nessa mesma tabela são apresentadas as variações das quatro quadrissemanas de março/2019 para os índices calculados “com a cana-de-açúcar” e “sem a cana-de-açúcar”. Verifica-se que em todos esses intervalos quadrissemanais, houve variações positivas de todos os indicadores. Destaca-se que, após um pico de altas entre a primeira e a segunda semana de março, os indicadores apresentaram um arrefecimento nas semanas subsequentes, o que indica uma desaceleração que está dando encaminhamento para reajustes menores. Quando a cana-de-açúcar (que teve pequena baixa de
0,51% na primeira semana de abril) é excluída do cálculo do índice na
ponderação dos produtos, a alta do IqPR (sem cana) alcança um valor percentual
maior, de 5,33%. Já o IqPR-V sem cana subiu mais acentuadamente em 6,69%.
Destaca-se nessa comparação o peso que a cana de açúcar exerce no cálculo
ponderado do índice vegetal (Tabela 1). A grande maioria dos produtos que compõem o IqPR se
manteve em alta na primeira semana do mês de abril/2019 em relação à primeira
semana de março/2019. Destacaram--se nesse intervalo: tomate para mesa
(48,60%), banana nanica (43,54%), carne de frango (10,67%), carne suína (8,27%)
e laranja para mesa (6,80%) (Tabela 2). Para o tomate para a mesa produzido no Estado de São
Paulo, perdas oriundas das chuvas de fevereiro, que acometeram plantas ainda em
formação com a enfermidade ocasionada pelo cancro bacteriano, reduziram ainda
mais a oferta do produto, o que gerou uma elevação de quase 50% nos preços
médios recebidos pelos produtores. Em todas as regiões em que o levantamento
foi realizado, os preços do tomate para mesa apresentaram reajuste no intervalo
analisado. Mesmo com as quedas de seus preços observadas nas
últimas duas semanas do mês de março e na primeira semana de abril/2019, a
redução da oferta da banana nanica frente ao colocado de maneira concentrada no
mercado, com o adiantamento da colheita, ocasionado pelo calor e as chuvas de
fevereiro, levaram a uma ascensão dos valores médios recebidos pelos
bananicultores no Vale do Ribeira nos últimos 30 dias. No que se refere às carnes de frango e suína, os
aumentos dos embarques para exportação reduziram a oferta do produto no mercado
interno, o que reajustou os preços recebidos pelos produtores. Os produtos que mais reduziram seus preços entre a
primeira semana de março/2019 e a primeira semana de abril/2019 foram: feijão
(-22,57%), batata (-4,23%) e café (-3,03%). Após uma quebra de produção da 1ª safra de feijão devido
à estiagem visualizada no último verão do Centro-Sul, o período entre o final de março e o começo de abril
apresentou um maior volume do produto negociado a preços mais baixos no comparativo
com fevereiro. Somado à dimensão daquilo que entrará no mercado e às vésperas
do início da 2ª safra do produto no Centro-Sul do país (que, segundo
estimativas, será em torno de 7% maior que a anterior), o indicativo que se faz
é de uma volta à normalidade e equilíbrio de mercado para os próximos meses. Após o período de altas precipitações na segunda
metade de fevereiro que retardou o ritmo das colheitas e encareceu os preços da
batata no campo, um novo fluxo de oferta se expandiu com a pequena estiagem no
final de março. Regiões produtivas como Avaré iniciaram abril vendendo a saca
de 50 kg a menos de R$100. Contudo, as chuvas do último final de semana, que
adentram num avolumar que se estende para a primeira quinzena desse mês, tendem
a prejudicar novamente as colheitas, subindo os preços recebidos pelos seus
produtores. Já para o café, especulações permanentes advindas do
mercado financeiro internacional sobre o mercado físico do produto exportável
nacional têm afetado a estabilidade dos produtores brasileiros. Com a alta do
dólar, desde o período pré-eleitoral, especuladores principalmente da Bolsa de
Nova York têm forçado para baixo a cotação do produto em moeda estrangeira, com
o intuito de absorverem para seus cofres a diferença em reais que a desvalorização
cambial traria para os produtores brasileiros. Do conjunto analisado, 12 produtos apresentaram alta
de preços (7 de origem vegetal e 5 de animal) e 7 tiveram queda (todos de
origem vegetal). 1A fórmula de cálculo do índice
(IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção
agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e
divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se
os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios
das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência = 09/03/2019 a 08/04/2019
e base =
08/02/2018 a 08/03/2018. 2Artigo completo
com a metodologia: PINATTI, E. et
al. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR)
e seu comportamento em 2007. Informações
Econômicas, São Paulo, v. 38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em:
http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573. Acesso em: 12 mar.
2019. Palavras-chave: IqPR, índice,
preços recebidos, índices agrícolas, variações, indicadores.
Data de Publicação: 18/04/2019
Autor(es):
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor