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Alta Elevada dos Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista em Fevereiro/2019
Diferente de janeiro, que apresentou queda de 0,88%,
no segundo mês de 2019 o Índice de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista
(IqPR)1, 2 registrou uma elevada alta de 6,28% na comparação com o
mês anterior. Separado por grupos de produtos, esse indicador mede a variação
dos preços recebidos pelos produtores paulistas: o IqPR-V (grupo de produtos de
origem vegetal) contribuiu com um reajuste de 5,99% e o IqPR-A (produtos de
origem animal) subiu de forma mais intensa ao atingir variação positiva de
6,92% (Tabela 1). Na mesma tabela, são apresentadas as variações do final de
janeiro/2019 e das quatro quadrissemanas de fevereiro/2019 para os índices
calculados “com a cana-de-açúcar” e “sem a cana-de-açúcar”. Quando a cana-de-açúcar (que teve pequena alta de
0,20%) é excluída do cálculo do índice na ponderação dos produtos, a alta do
IqPR sem cana ultrapassa a casa dos dois dígitos com um reajuste de 11,23%, ou
seja, 4,95 pontos percentuais maior que o IqPR com cana. Já o IqPR-V sem cana
subiu mais acentuadamente em 16,79%, ou seja, 10,80 pontos percentuais a mais
que o IqPR-V com cana. Destaca-se nessa comparação o peso que a cana-de-açúcar
exerce no cálculo ponderado do índice vegetal (Tabela 1). A grande maioria dos produtos que compõem o IqPR
apresentou alta no mês de fevereiro/2019 em relação a janeiro/2019.
Destacaram-se nesse intervalo: batata (100,18%), tomate para mesa (66,59%),
feijão (59,40%) e ovos (41,28%) (Tabela 2). Para a batata, ademais a menor área de produção
observada na safra das águas, o fator clima se apresentou como principal
empecilho para o fluxo normal dessa cadeia produtiva. Chuvas acima da média nas
principais regiões produtoras, além de dificultarem a colheita, ocasionaram
perdas com o aparecimento de doenças características desse período chuvoso. Também influenciado pelo clima chuvoso concentrado
na última quinzena de fevereiro nas principais regiões produtoras paulistas,
perda de produtividade gerada predominantemente pelo aparecimento de
enfermidades nos tomateiros causaram sua menor oferta e a escalada dos preços
recebidos pelos produtores. Já no caso do feijão, uma primeira observação sobre
a elevada alta do produto no período atual leva ao entendimento de que os
produtores dessa leguminosa reduziram sua área de plantio após dois anos de
ofertas majoradas que causaram prejuízos para o setor. Aliado a isso, outro
fator que também interferiu no desequilíbrio atual do mercado do feijão foi a
estiagem que atingiu as principais regiões produtoras, reduzindo sua
produtividade. Nesse último mês, somente quatro produtos
apresentaram quedas de preços: laranja para a indústria (-5,39%), arroz
(-1,35%), algodão (-0,64%) e carne suína (-0,01%) (Tabela 2). Dos 19 produtos
analisados no mês de fevereiro, 15 produtos apresentaram alta de preços (11 de
origem vegetal e 4 de origem animal) e 4 apresentaram queda (3 vegetais e 1
animal). ACUMULADO DOS ÚLTIMOS 12 MESES PARA
O IqPR COM CANA No período de março/2018 a fevereiro/2019, tanto o
IqPR quanto o IqPR-V apresentaram suas maiores altas exatamente no último mês
analisado. Para o IqPR-A, o maior aumento (de 10,21%) ocorreu no mês de
junho/2018 (impulsionado pelas altas da carne de frango, ovos e carne suína)3,
e a maior baixa (de -2,66%) aconteceu no mês de janeiro/2019. O IqPR apresentou
variações positivas em dez meses: de março/2018 a junho/2018, de agosto/2018 a
dezembro/2018 e em fevereiro/2019. A variação negativa ocorreu em apenas dois
meses, em julho/2018 e janeiro/2019 (figura 1). No acumulado dos últimos 12 meses, todos os índices
apresentaram variação positiva: o IqPR (geral) ficou em 18,10%, o IqPR-V
(vegetal) em 20,54% e o IqPR-A (animal) em 11,92% (Figura 2). Reforçando a análise, apresenta-se a comparação dos
preços de fevereiro/2019 em relação a fevereiro/2018. Ao relacionar os
resultados das variações, observa-se que somente um produto apresentou variação
negativa, o café (-8,10%). Obtiveram variações positivas: batata (318,33%),
feijão (246,23%), laranja para mesa (51,00%), laranja para indústria (36,18%),
trigo (30,15%), milho (21,95%), carne de frango (18,68%), leite (18,42%),
amendoim (14,30%), carne suína (9,32%), ovos (7,46%), tomate para mesa (6,52%),
arroz (6,20%); banana nanica (5,86%), soja (4,03%), algodão (3,56%), carne
bovina (2,23%) e cana-de-açúcar (1,43%). 1A fórmula de
cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da
produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas
pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas
comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas
(base), sendo a referência = 01/02/2019 a 28/02/2019 e base =
01/01/2019 a 31/01/2019. 2Artigo completo
com a metodologia: PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos
pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.
38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em: 12
mar. 2019. 3INSTITUTO DE
ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Conjuntura:
quadrissemana. São Paulo: IEA, 2018. Disponível em:
<http://www.iea.agricultura.sp.gov.br/out/Quadrissemana2.php?codTipo=1&ano=2018>.
Acesso em: 1º mar. 2019. Palavras-chave: IqPR,
índice, preços recebidos, índices agrícolas, variações, indicadores.
Data de Publicação: 13/03/2019
Autor(es):
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor