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Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, 2° Levantamento, Ano Agrícola 2018/19 e Levantamento Final, Ano Agrícola 2017/18, Novembro de 2018
1
– INTRODUÇÃO A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), realizou entre 1 e 20 de
novembro de 2018, para o Estado de São Paulo, os levantamentos das previsões de
área e produção de culturas, referentes à safra agrícola 2018/19, e das
estimativas finais da safra 2017/18 para cana para indústria, laranja e demais
produtos agrícolas de maior expressão econômica. São apresentados também os indicadores da
agricultura paulista do ano agrícola 2017/18, em relação à safra agrícola 2016/17,
que medem o comportamento da produção, da área e da produtividade da terra. Os resultados foram obtidos aplicando o método
subjetivo2, que consiste da coleta e sistematização dos dados
fornecidos pelos técnicos das Casas de Agricultura, em cada um dos 645
municípios do Estado de São Paulo. 2 – ACOMPANHAMENTO DA SAFRA AGRÍCOLA 2018/19 No
levantamento de novembro de 2018, foram realizadas as previsões de área e de
produção para a safra paulista 2018/19 de grãos (primeira safra ou safra de
verão) de algodão, amendoim das águas, arroz, feijão das águas, milho, soja e
sorgo granífero das águas e para as culturas da batata das águas, banana, café,
seringueira e uvas (Tabela 1). Para
a safra de verão de grãos 2018/19, os resultados parciais indicam estabilidade
na produção (0,63%), com previsão de ultrapassar 7,02 milhões de toneladas, em
1.684,9 mil hectares plantados, acréscimo de 2,11%. Os inexpressivos ganhos de
produção se devem ao comportamento da área, visto que, por conta das
adversidades climáticas no início do ano agrícola, provocaram possíveis perdas
na produtividade da terra de 1,43%, quando comparada com o mesmo período da
safra 2017/18. Tabela 1- Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo,
Ano Agrícola 2018/19, 2º Levantamento, Novembro de 20181 Produto Área (1.000
ha) Produção (1.000
t) Produtividade
(kg/ha) Final 2º lev. nov./2018 Var. % Final 2º lev. nov./2018 Var. % Final 2º lev. nov./2018 Var. % Algodão 8,8 15,5 76,1 31,5 53,8 70,8 3.562 3.478 -2,4 Amendoim das águas 133,6 135,7 1,6 519,7 531,1 2,2 3.891 3.913 0,6 Arroz total 10,5 10,2 -2,9 60,7 59,7 -1,6 5.809 5.838 0,5 Arroz de sequeiro e várzea 2,1 1,8 -14,3 7,5 6,2 -17,3 3.638 3.485 -4,2 Arroz irrigado 8,4 8,4 0,0 53,2 53,5 0,6 6.346 6.335 -0,2 Banana² 58,1 58,7 1,0 1.069,6 1.111,2 3,9 20.111 20.379 1,3 Batata das águas 7,6 8,2 7,9 228,8 222,4 -2,8 30.170 27.054 -10,3 Café² 211,7 217,0 2,5 350,1 297,2 -15,1 1.745 1.449 -17,0 Feijão das águas 66,7 57,7 -13,5 173,7 152,6 -12,1 2.602 2.643 1,6 Milho total (1º safra) 421,9 415,9 -1,4 2.817,3 2.770,7 -1,7 6.679 6.663 -0,2 Milho (1º safra) 366,8 354,8 -3,3 2.295,7 2.211,5 -3,7 6.259 6.233 -0,4 Milho irrigado (1º safra) 55,1 61,1 10,9 521,6 559,2 7,2 9.474 9.158 -3,3 Seringueira² 131,2 132,7 1,1 222,8 238,4 7,0 2.452 2.497 1,8 Soja total (1º safra) 958,5 1.025,3 7,0 3.334,0 3.535,9 6,1 3.479 3.449 -0,9 Soja (1º safra) 897,8 951,9 6,0 3.096,9 3.236,4 4,5 3.450 3.400 -1,4 Soja irrigada (1º safra) 60,7 73,4 20,9 237,1 299,5 26,3 3.907 4.082 4,5 Uva para indústria² 0,1 0,1 0,0 1,5 1,8 20,0 24.340 27.584 13,3 Uva para mesa total2 6,2 6,9 11,3 244,1 266,4 9,1 39.844 38.998 -2,1 Uva comum para mesa² 4,1 4,8 17,1 178,4 201,1 12,7 44.496 42.445 -4,6 Uva fina para mesa² 2,1 2,1 0,0 65,7 65,3 -0,6 31.033 31.193 0,5 1Este levantamento
foi efetuado de 1 a 20 de novembro de 2018. 2A área é o
somatório da área nova e área em produção, e produtividade calculada a partir
da área em produção. Fonte: Instituto de Economia Agrícola e
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. 2.1 – Algodão O cultivo de
algodão no estado, segundo levantamento de plantio da safra 2018/19, confirma o
comportamento de crescimento em área de 76,1%, já apresentado no ano anterior,
passando de 8,8 mil ha para 15,5 mil ha, sendo o Escritório de Desenvolvimento Rural
(EDR) de Avaré responsável por 51,7% da área total plantada no Estado de São
Paulo. Esse aumento de área, tanto em nível nacional quanto em nível estadual, deve-se
à conjugação de fatores internos assim como externos, que atuaram positivamente
no aumento de área. O câmbio e os preços praticados no mercado externo estão
entre os fatores que agem como delimitadores desse crescimento no país e mais
acentuadamente no estado, onde a cultura perdeu espaço. Há indícios de que se
mantenham favoráveis na safra em curso. Neste levantamento, a intenção
declarada na previsão de setembro se efetivou, superando as expectativas
anteriores. As condições climáticas, porém, que são fundamentais para o
desenvolvimento vegetativo, determinarão nos próximos meses os resultados para
esse produto. O mercado interno, importante peça do sistema, ainda é uma
incógnita, pois não se definiu o cenário para 2019 com a mudança de governo até
o momento. 2.2 - Amendoim das Águas As
estimativas da safra 2018/19 para amendoim das águas, quando comparadas à safra
anterior, apontam aumentos de 1,6% na área e de 2,2% na produção, resultado de
ganhos de produtividade, notadamente nos EDRs de Tupã, Assis e Barretos. Os
EDRs com maior participação na produção paulista são: Tupã (14,93%), Presidente
Prudente (14,71%), Jaboticabal (12,85%), Marília (12,35%) e Assis (7,23%). 2.3 – Arroz Os resultados do segundo levantamento para a safra 2018/19 para a
cultura de arroz (sequeiro-várzea e irrigado) indicam uma menor produção, com
volume total a ser colhido de 59,7 mil t. Essa produção, 1,6% menor que a
verificada na safra 2017/18, deve ocupar uma área cultivada de 10,2 mil ha,
2,9% inferior. Os EDRs de Guaratinguetá e Pindamonhangaba são as principais
regiões produtoras no estado com a produção de arroz irrigado. A cultura em São
Paulo ocupa a 44ª posição no valor da produção preliminar de 2018, divulgado
pelo IEA3, e verifica-se que o interesse na cultura pelos
agricultores paulistas vem decrescendo ao longo dos anos. No início dos anos
2000, a área plantada era de 52,7 mil ha, prevendo-se para a safra 2018/19 uma
área de arroz de 10,2 mil ha. 2.4 - Batata das Águas A área plantada com batata das águas, conforme o segundo levantamento
realizado em novembro de 2018, foi de 8,2 mil ha, 7,9 % maior que a área cultivada
no ano passado (7,6 mil ha). Apesar disso, a produção foi 2,8% menor em relação
ao mesmo período, ou seja, passou de 228,8 mil t para 222,4 mil t, apontando um
decréscimo na produtividade de 10,3%, que diminuiu de 30.170 para 27.054 t/ha,
por conta das condições climáticas adversas durante o desenvolvimento
vegetativo do tubérculo. No Estado de São Paulo, as principais regiões
produtoras são Itapetininga, Itapeva e Avaré, que juntas perfazem mais de 70%
da produção paulista. 2.5 - Feijão das Águas O segundo levantamento da
safra 2018/19 para a cultura de feijão das águas aponta retração de 13,5% na
área cultivada com 57,7 mil ha, resultado que reflete a conjuntura de preços
baixos recebidos pelos produtores durante toda safra passada (2017/18). Esse
comportamento pode ter influenciado na decisão dos produtores pela escolha de
outras culturas mais rentáveis, principalmente a de soja. Quanto à produção, a
previsão é que sejam colhidas 152,6 mil t, 12,1% abaixo do volume produzido na
safra anterior, apesar do ganho de 1,6% na produtividade da terra (2.643 kg/ha). O
cultivo do feijão é realizado em três safras: águas (setembro a janeiro), seca
(fevereiro a junho) e inverno (abril a setembro), sendo o das águas a principal
das três safras no Estado de São Paulo. Concentra cerca de 90% do plantio nas
regiões sul e sudoeste, formadas pelas regionais de Itapeva (44%), Avaré (33%)
e Itapetininga (14%). Vale destacar que 65% da lavoura paulista (37,6 mil ha)
foi realizada no sistema de plantio direto. O próximo levantamento a ser
realizado em fevereiro/2019 trará os resultados finais das safras das águas e
as primeiras informações da safra da seca do ano agrícola 2018/19. 2.6 - Milho O levantamento do milho 1ª safra (irrigado e
não irrigado) no ano agrícola 2018/19 indica uma redução de área de 1,4% em relação
ao ano anterior, além da produção também ser inferior à safra passada (1,7%),
com queda de 0,2% na produtividade. Contudo, esse resultado de rendimento pode
cair ainda mais nos próximos levantamentos, devido à alta probabilidade de
efeito no clima em função do fenômeno climático El Niño, segundo o Centro
Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA). Esse evento é caracterizado
pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico, causando um verão mais quente
que a média e, possivelmente, reduzindo a produtividade da cultura, e
consequentemente influenciando o comportamento do volume a ser produzido. Os
EDRs de maior produção de milho 1ª safra no estado são: São João da Boa Vista,
Itapeva e Itapetininga. 2.7 - Soja O levantamento da soja (irrigada e não irrigada), no atual ano
agrícola, indica o rápido avanço da cultura no estado. Estima-se um crescimento
de 7,0% na área produtiva e uma produção maior em 6,1%. Entretanto, este maior
volume produzido não vem de uma melhor produtividade (que na presente safra deve
reduzir 0,9% em relação ao ano anterior), mas sim da maior área plantada,
compensando a perda de rendimento agrícola. A ocupação de áreas com soja no estado
está muito relacionada à redução de áreas de milho 1ª safra. Entre 2000 e 2019,
a taxa anual de crescimento da área de soja no estado é de 2,4%, enquanto a de
milho cai a uma taxa de 3,7% a.a. (Figura 1). As regiões de Itapeva, Assis e
Ourinhos destinam mais de 430 mil hectares para o plantio da cultura e se
consolidam como os EDRs de maior produção de soja no estado. 2.8
– Banana O primeiro levantamento da safra de banana para
2018/19 indica aumento de 3,9% na produção, em relação à safra 2017/18,
projetando 1,11 milhão de t da fruta. A expectativa é que área em produção
alcance 58,7 mil ha e aumente de 1,0% em relação à safra anterior. A banana é a segunda fruta mais produzida no Estado
de São Paulo, atrás apenas da laranja, ocupando a primeira posição no ranking das frutas consumidas in natura. Sua produção está concentrada
no EDR de Registro, que responde por 67,6% da produção paulista, seguido pelos
EDRs de São Paulo (4,4%), Jales (3,8%), Avaré (3,2%) e Andradina (2,4%). 2.9 - Café Em novembro de 2018 foi conduzido o primeiro
levantamento de safra de café no Estado
de São Paulo. Os resultados apurados confirmam a esperada redução na produção,
em decorrência do ciclo de baixa e forte adoção por parte dos cafeicultores às
podas de manejo, estimando-se que o total produzido alcance 297,2 mil t (4,95
milhões de sc. 60 kg beneficiadas), ou seja, redução de 15,1% frente à safra
anterior. Isoladamente, o EDR de Franca responde por mais de 1 milhão de sacas
de declínio na produção paulista que não são compensadas pelas estimativas
promissoras dos demais cinturões produtores, particularmente os EDRs de São
João da Boa Vista (+14,7%), de Marília (+6,0%, com grande parte das lavouras
sob irrigação) e de Ourinhos (+5,6%). Fato que se destacou na atual
estimativa foi a elevação da área cultivada. Os dados informam que
aproximadamente 4,5 mil ha foram acrescentados ao parque produtivo paulista.
Considerando as técnicas vigentes para a condução e manejo das lavouras, esse
incremento de área pode agregar potencialmente mais de 150 mil sacas à produção
anual. 2.10 -
Seringueira Os primeiros resultados da safra 2018/19 para a
seringueira apontam para um incremento de 7,0% na produção em comparação à
safra 2017/18, projetando 238,4 mil t de coágulo. Os dados também indicam
aumento na área da cultura, alcançando 132,7 mil ha, que corresponde a
incremento de 1,1% em relação à safra anterior. A produtividade de 2.497 kg/ha
indicada no levantamento é 1,8% superior à safra 2017/18. De acordo com esse levantamento, os principais EDRs,
em termos de produção, são: São José do Rio Preto (29,1%), General Salgado
(12,8%), Votuporanga (12,5%), Barretos (11,0%) e Fernandópolis (6,3%), que
juntos representam 71,7% da produção paulista. O levantamento a ser efetuado em fevereiro de 2019
deve trazer informações mais precisas sobre a produção e a produtividade da
seringueira, para a safra 2018/19. 3 - RESULTADOS FINAIS, SAFRA AGRÍCOLA
2017/18 O levantamento de novembro de 2018 finaliza as
estimativas da safra 2017/18 para as culturas de cana para indústria, laranja,
cebola (muda e plantio direto), mandioca (indústria e mesa) e tomate (indústria
e mesa). Os resultados encontram-se na tabela 2, acrescidas das demais culturas
que tiveram suas safras encerradas em levantamentos anteriores. Tabela 2 - Comparativo de Área, Produção e
Produtividade Agrícola dos Principais Produtos Vegetais, Estado de São Paulo, Safra Agrícola 2017/18 Relativamente a
2016/17 Produto Área (1.000
ha) Produção (1.000
t) Produtividade
(kg/ha) Final Final Var. % Final Final Var. % Final Final Var. % Algodão 4,8 8,8 83,3 15,6 31,5 102,1 3.246 3.562 9,7 Amendoim total 124,0 136,8 10,3 461,0 530,0 15,0 3.717 3.874 4,2
Amendoim da seca 1,9 3,2 68,4 4,9 10,3 111,4 2.528 3.262 29,0
Amendoim das águas 122,1 133,6 9,4 456,1 519,7 14,0 3.735 3.891 4,2 Arroz total 10,9 10,5 -3,7 64,6 60,7 -6,1 5.928 5.781 -2,5 Arroz
de sequeiro e várzea 2,2 2,1 -4,5 7,9 7,5 -5,5 3.607 3.638 0,9 Arroz
irrigado 8,7 8,4 -3,4 56,7 53,2 -6,1 6.526 6.346 -2,8 Banana¹ 58,2 58,1 -0,2 1.160,4 1.069,6 -7,8 21.571 20.111 -6,8 Batata total 30,1 30,2 0,3 919,1 936,3 1,9 30.536 31.003 1,5 Batata
das águas 6,6 7,6 15,2 190,4 228,8 20,2 28.831 30.170 4,6 Batata
da seca 8,5 8,3 -2,4 266,0 266,2 0,1 31.409 31.918 1,6 Batata
de inverno 15,0 14,3 -4,7 462,7 441,3 -4,6 30.793 30.810 0,1 Café¹ 211,5 211,7 0,1 270,2 350,1 29,6 1.347 1.745 29,6 Cana para forragem 76,2 70,3 -7,7 4.543,1 4.214,5 -7,2 59.647 59.917 0,5 Cana para indústria¹ 6.117,9 6.164,9 0,8 450.138,9 442.624,5 -1,7 80.365 78.411 -2,4 Cebola total 5,0 5,3 6,0 216,8 231,2 6,6 43.360 43.623 0,6 Cebola
de bulbinho 0,6 0,7 16,7 24,9 28,3 13,9 40.020 39.523 -1,2 Cebola
de muda 2,3 2,2 -4,3 84,3 81,7 -3,1 36.967 37.360 1,1 Cebola
em plantio direto 2,1 2,4 14,3 107,6 121,2 12,7 51.701 51.144 -1,1 Feijão total 113,8 112,9 -0,8 275,0 279,5 1,6 2.417 2.476 2,4 Feijão
das águas 67,8 66,7 -1,6 166,4 173,7 4,4 2.454 2.602 6,0 Feijão
da seca 15,5 15,5 0,0 32,1 30,1 -6,3 2.070 1.944 -6,1 Feijão
de inverno irrigado 24,2 24,1 -0,4 66,3 64,8 -2,3 2.741 2.692 -1,8 Feijão
de inverno s/ irrigação 6,3 6,6 4,8 10,2 10,9 7,3 1.612 1.653 2,5 Laranja¹ 446,2 455,3 2,0 13.240,9 13.040,5 -1,5 31.480 30.344 -3,6 Mandioca para indústria¹ 53,2 61,6 15,8 1.013,6 1.070,2 5,6 29.248 28.329 -3,1 Mandioca para mesa¹ 21,1 21,7 2,8 243,0 266,0 9,5 16.070 15.821 -1,5 Milho total (1ª safra) 432,0 421,9 -2,3 2.817,4 2.817,3 0,0 6.522 6.678 2,4 Milho
(1ª safra) 383,5 366,8 -4,4 2.360,0 2.295,7 -2,7 6.154 6.259 1,7 Milho
irrigado (1ª safra) 48,5 55,1 13,6 457,4 521,6 14,0 9.434 9.474 0,4 Milho
safrinha 440,7 482,5 9,5 2.464,9 1.968,0 -20,2 5.594 4.079 -27,1 Seringueira¹ 114,9 131,2 14,2 200,8 222,8 11,0 2.521 2.452 -2,7 Soja total (1ª safra) 906,9 958,5 5,7 3.144,1 3.334,0 6,0 3.467 3.478 0,3 Soja
(1ª safra) 856,9 897,8 4,8 2.935,8 3.096,9 5,5 3.426 3.450 0,7 Soja
irrigada (1ª safra) 50,0 60,7 21,4 208,3 237,1 13,8 4.169 3.907 -6,3 Sorgo total 27,7 31,3 13,0 98,2 95,6 -2,6 3.545 3.054 -13,9 Sorgo granífero da seca 22,9 25,0 9,2 82,7 73,1 -11,6 3.607 2.921 -19,0 Sorgo granífero das águas 4,8 6,3 31,3 15,5 22,5 44,9 3.206 3.601 12,3 Tomate envarado (mesa) 9,8 8,9 -9,2 720,9 684,2 -5,1 73.389 76.990 4,9 Tomate rasteiro (indústria) 3,4 3,3 -2,9 269,8 254,8 -5,6 79.022 76.790 -2,8 Trigo 84,4 83,1 -1,5 268,7 235,6 -12,3 3.184 2.836 -10,9 Triticale 2,5 2,9 16,0 6,4 6,8 6,4 2.516 2.358 -6,3 Uva para indústria¹ 0,1 0,1 0,0 1,5 1,5 0,0 18.908 24.340 28,7 Uva para mesa total1 6,9 6,2 -10,1 242,1 244,1 0,8 35.043 39.844 13,7 Uva comum para mesa¹ 4,8 4,1 -14,6 183,2 178,4 -2,6 38.514 44.496 15,5 Uva fina para mesa¹ 2,1 2,1 0,0 58,9 65,7 11,5 28.475 31.033 9,0 1A área é o
somatório da área nova e área em produção, e produtividade calculada a partir
da área em produção. Fonte: Instituto de Economia Agrícola e
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. 3.1 – Cana para Indústria Para a cultura da cana para indústria, os resultados finais em
termos estaduais apontam estabilidade na área cultivada (+0,8%), menor
produtividade agrícola (2,4%), resultando em um volume produzido na safra de
1,7% a menos que o produzido na safra agrícola 2016/17, totalizando 442,6
milhões de t. Vale frisar que o volume ora divulgado contempla a produção
potencial paulista da cana para indústria, que tem como destino a moagem
industrial para etanol e açúcar, destilarias, garapa e afins, inclusive a
provável produção advinda de área bisada. Não está incluída nesta estatística a
cana destinada para alimentação animal. As chuvas irregulares, os canaviais
mais velhos e fragilizados e o preço do açúcar, que vem declinando diante do superavit da produção mundial, são
alguns dos fatores que impactaram a produção menor. Informa-se também que, na
presente safra que se finaliza, o volume industrial produzido convergirá mais
para a produção de etanol, em relação à produção de açúcar. A alta dos custos de produção na safra
2017/18 (2018/19 industrial) impactou os usineiros. Nesta temporada, ficou mais
caro produzir cana-de-açúcar e consequentemente seus produtos, que não
recompensaram a contento: o açúcar remunerou 10,75% a menos do que na temporada
2016/17 (2017/18 industrial) e o etanol, mesmo mais valorizado, não teve força
suficiente para gerar lucro real para as usinas. Preços baixos da commodity, clima adverso para a cultura e consequente redução da
matéria-prima, além da greve dos caminhoneiros, são alguns fatores que
incidiram no lado dos custos na balança das usinas4. O setor continua em crise acarretando um menor investimento na
renovação de canaviais e no plantio de áreas novas. A produção de cana para
indústria concentra-se em dez EDRs que representam 55,5 % do total da produção
estadual: Barretos, Orlândia, Ribeirão Preto, Andradina, Araraquara, São José
do Rio Preto, Jaboticabal, Jaú, Presidente Prudente e Catanduva. 3.2 - Cebola Os resultados do levantamento final para a cebola de
muda apresentam área cultivada de 2,2 mil ha, com produção de 81,7 mil t e
produtividade de 37,4 t/ha. Em comparação com a safra passada, registra-se
redução na produção da ordem de 3,1%, embora haja ganhos no rendimento agrícola
de 1,1%, que não compensaram a redução na área plantada de 4,3%. O último levantamento relativo à cebola cultivada em
plantio direto aponta uma área plantada de 2,4 mil ha, produção de 121,2 mil t,
com produtividade de 51,1 t/ha. Em relação à safra passada, verificou-se uma
elevação de 12,7% na produção, apesar da menor produtividade agrícola (1,1%),
que foi compensada pela maior área plantada (14,3%). A produção de cebola de muda está concentrada nos
EDRs de Itapeva, Sorocaba e Jaboticabal, enquanto a cultivada em plantio direto
nos EDRs de Itapeva, Franca, Jaboticabal e São João da Boa Vista. 3.3 - Mandioca O levantamento final da área
e produção da mandioca para indústria aponta área de 61,6 mil ha, 15,8% maior
que área no ano anterior, com uma produção de 1.070,2 mil t, 5,6% a mais que a
safra passada, apresentando um decréscimo na produtividade, que passou de 29,2
t/ha, para 28,3 t/ha. Os EDRs de Assis, Marilia e Presidente Venceslau são os
principais produtores. Os números finais para a
mandioca para mesa indicam crescimento da área cultivada, que passou de 21,1
mil ha na safra passada, para 21,7 mil ha, incremento de 2,8%. A produção foi
9,5% maior, chegando a 266 mil t, e a produtividade ficou em torno de 15,8 t/ha,
1,5% menor que a registrada na safra passada. O EDR de Mogi Mirim é o principal
produtor e concentra praticamente 30% da produção estadual. 3.4 - Tomate No levantamento de novembro
de 2018, foram obtidos os resultados finais da safra paulista de 2017/18 de
tomates envarado (para mesa) e rasteiro (para indústria). Em relação ao tomate para mesa,
consumo in natura, a produção
final foi de 684,2 mil t, 5,1% menor na comparação com a safra anterior, por
conta da redução de 9,2% da área plantada (8,9 mil ha), uma vez que a
produtividade apresentou crescimento de 4,9%, representando 77 t/ha. Essa
diminuição de área plantada (1 mil ha) foi registrada no EDR de Itapeva, maior
região produtora que corresponde a 65% da produção paulista. No caso do tomate para
indústria (ou rasteiro), a estimativa final da safra 2017/18 apontou quedas de
2,9% na área cultivada (3,3 mil ha), de 5,6% na produção (254,8 mil t) e 2,8%
na produtividade (76,8 t/ha), na comparação com a safra 2016/17. Mais de 80% da
produção paulista está localizada nas regiões norte e noroeste do Estado de São
Paulo, com destaque para as participações das regionais de Votuporanga (18,2%),
General Salgado (18,1%) e Barretos (16,7%). No cenário nacional, as
informações por cultivos de tomates (mesa e rasteiro) foram elaboradas com
dados disponíveis do IBGE5 e da estimativa da produção pelas
indústrias6 (ABRATOP). Assim, o Estado de São Paulo apresenta-se
como o maior produtor nacional de tomate para mesa (26% do total) e ocupa a
segunda posição para tomate rasteiro ou para indústria (18,5%), sendo superado
apenas pelo Estado de Goiás (68,5%). 3.5 - Laranja A
estimativa final da safra agrícola para a cultura da laranja, decorrente do
levantamento realizado em todos os municípios do Estado de São Paulo em
novembro de 2018, foi de 319,6 milhões de caixas de 40,8 kg (13.041
mil t), 1,5% a menos da quantidade obtida na safra agrícola 2016/17 (13.241 mil
t). Os números ora apresentados foram se consolidando por conta do
comportamento diferenciado nas regiões paulistas. Depois da seca que se
instalou em grande parte da região produtora de laranja, principalmente nos
meses de maio a julho, com estiagem de 45 a 70 dias variando entre as regiões,
as chuvas voltaram a ocorrer em agosto, intensificando-se em outubro e
novembro. A deficiência hídrica provocada pelo longo período de seca no início
da safra, além de inibir o crescimento das laranjas, interferiu negativamente
no vigor das plantas e deixou os frutos mais suscetíveis à queda e aos efeitos
das doenças e pragas. Como consequência, estima-se produtividade agrícola de
30.344 kg/ha, equivalente a 1,93 cx./pé ou 743,7 cx./ha, registrando uma queda
de 3,6% em relação à safra agrícola anterior. Do
volume apresentado, a estimativa da safra paulista de laranja com a finalidade
prioritária de atender à indústria é de 261,6 milhões de cx. de 40,8 kg (82% do
total estadual), as demais 58,0 milhões de cx. de 40,8 kg (18%) destinam-se ao
mercado de laranja para mesa. Contudo, essas quantidades podem ser alteradas
conforme o comportamento dos mercados, tanto para mesa quanto para indústria,
além dos volumes de suco mantidos em estoque. Quanto
à área total plantada (que inclui área com plantas ainda não produtivas), o
levantamento de novembro de 2018 estimou aumento na área cultivada de 2,0%,
relativamente ao ano agrícola anterior, totalizando 455,3 mil ha, sendo em
94,4% desta área apta para a colheita dos frutos. Na atual safra agrícola que
se finda, registra-se discreto crescimento na área nova, de forma não uniforme
regionalmente, embora seja conhecido que há continuidade no processo de
erradicação, por conta da eliminação de pomares comprometidos com a incidência
de problemas fitopatológicos, principalmente cancro cítrico e HLB (greening). 4 – INDICADORES DA AGRICULTURA PAULISTA Para compor os números
índices de 2017/18, que tem por base Laspeyres, em comparação ao período anterior,
foram selecionadas as lavouras mais importantes em valor da produção. Os
resultados agregados, que refletem a evolução da agricultura paulista no ano
agrícola 2017/18 indicam decréscimo de produtividade da terra de 1,43% que
reflete pequeno aumento de 0,63% do volume produzido, compensado pelo
incremento na área cultivada de 2,11% (Tabela 3). Tabela 3 - Evolução da Agricultura, Estado de São Paulo, Ano
Agrícola 2017/18 Relativamente à 2016/17 Cultura/produto Produção¹ Área² Produtividade da terra³ Anuais4 98,61 104,75 94,13 Grãos5 100,63 105,31 95,56 Perenes e semiperenes6 101,10 101,29 99,93 Total 100,63 102,11 98,57 1Índice Laspeyres; ano-base 2016/17 e
base de ponderação 2016/17=100. 2Índice simples de área cultivada;
2016/17=100. 3Índice Laspeyres de produção/índice
simples de área em produção. 4Abóbora; abobrinha; alface; algodão;
amendoim das águas e da seca; arroz em casca; batata das águas, de inverno e da
seca; batata doce; beterraba; cebola de muda e de bulbinho (soqueira); cenoura;
feijão das águas, de inverno e da seca; melancia; milho e safrinha; pimentão;
repolho; soja; sorgo granífero da seca e das águas; tomate envarado e rasteiro;
e trigo. 5Algodão; amendoim das águas e da seca;
arroz em casca; feijão das águas, de inverno e da seca; milho e safrinha; soja
e safrinha; sorgo granífero da seca e das águas; e trigo. 6Abacate; abacaxi; banana; café; cana
para indústria; caqui; figo para mesa; goiaba para mesa; goiaba para indústria;
laranja; limão; mandioca; manga; maracujá; pêssego para mesa; seringueira;
tangerina; e uva para mesa. Fonte: Instituto de Economia Agrícola
(IEA) e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). Ao analisar por grupo
de produtos, conforme sua característica de produção, verifica-se que existiu
acréscimo de área para todos os grupos nesta safra. Contudo, houve perdas das
produtividades agrícolas, influenciando de modo diverso no volume produzido por
conta de períodos extensivos de seca na época crítica do desenvolvimento
vegetativo das culturas. Dentre as culturas que compõem o grupo de grãos,
merecem destaques as perdas de produtividade da terra de milho safrinha, de
sorgo galífero da seca e de trigo, que provocaram, para o agregado, 4,4% a
menos no rendimento agrícola e, com o acréscimo de 5,3% na área, resultaram em
produção 0,6% acima da safra 2016/17. Para o grupo de perenes e semiperenes,
existem ganhos de produção (1,1%) e de área (1,3%), que compensaram a quase
estabilidade na produtividade da terra, embora negativa de 0,07%. Esse comportamento
pode ser justificado pelo desempenho do café. Os
resultados deste levantamento encontram-se nas tabelas 4 e 5 por Escritório de
Desenvolvimento Rural (EDR), nas tabelas 6 e 7 por Região Administrativa (RA);
na tabela 8 consta o total do estado para as demais culturas. 1Os autores agradecem aos técnicos do
DEXTRU, das Casas de Agricultura e diretores de EDRs, da Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral (CATI), pelo desempenho no levantamento. Agradecem
também as contribuições dos pesquisadores científicos do CPEEA Waldemar Pires
de Camargo Filho e Celso Luis Rodrigues Vegro, o apoio técnico de Talita
Tavares Ferreira e da equipe do Núcleo de Informática para os Agronegócios, do
IEA. 2Entende-se por método subjetivo a
coleta e sistematização de dados fornecidos pelos técnicos da Casa de
Agricultura, em função de seu conhecimento regional e/ou da coleta de dados de
forma declaratória, fornecida pelo responsável pela unidade de produção. 3SILVA,
J. R. et. al. Valor da produção agropecuária do Estado de São Paulo: resultado
preliminar de 2018. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 13, n. 11, p. 1-6,
nov. 2018. Disponível em: <http:// 4SETOR sucroenergético enfrenta custos mais altos de
produção na temporada 2018/19. Paraná: NovaCana.com, jan. 19. Disponível em:
<https://www.novacana.com/n/cana/safra/cresce-custo-producao-cana-de-acucar-safra-2018-19-290119?kmi=agrovisionsupri%40hotmail.com>. Acesso em: 30 jan. 2019. 5INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática
(SIDRA). Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Rio de
Janeiro: IBGE, 2018. Disponível em:
<https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/lspa/tabelas>. Acesso em: 30 jan.
2019. 6CAMARGO FILHO, W. P.; CAMARGO, F. P. Evolução
da produção e da comercialização das principais hortaliças no mundo e no
Brasil, 1970 a 2015. Informações Econômicas, São Paulo, v. 47, n. 3, p.
5-15, jul./set. 2017. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/ie/2017/tec1-0717.pdf>.
Acesso em: 30 jan. 2019. Palavras-chave: previsão de safras, área e produção, Estado de São Paulo,
estatísticas agrícolas,safra agrícola 2018/19.
2017/18
2018/19
2017/18
2018/19
2017/18
2018/19
2016/17
2017/18
2016/17
2017/18
2016/17
2017/18
www.iea.sp.gov.br/ftpiea/aia/AIA-74-2018.pdf>. Acesso
em: 30 jan. 2019.
Data de Publicação: 07/02/2019
Autor(es):
Felipe Pires de Camargo (fpcamargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Eduardo Fredo (cfredo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Roberto Ferreira Bueno Consulte outros textos deste autor
Celma Da Silva Lago Baptistella (csbaptistella@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Denise Viani Caser (dcaser@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Mario Pires De Almeida Olivette (olivette@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Vagner Azarias Martins (vagnermartins@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor