Artigos
Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro no Ano de 2018
1 - BALANÇA
COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Em 2018, as exportações do Estado
de São Paulo1 somaram US$52,26 bilhões (21,8% do total nacional) e
as importações2 US$60,83 bilhões (33,6% do total nacional). Em
relação a 2017, o valor das exportações paulistas cresceu 3,2% e o das
importações 10,1%, elevando o deficit
comercial para US$ 8,57 bilhões (Figura 1). 1.1- Análise dos Resultados Mensais Ao se analisar o comportamento
mensal de dezembro de 2018, as exportações do Estado de São Paulo somaram US$4,29 bilhões e as importações US$4,33 bilhões, registrando um pequeno deficit de US$0,04 bilhão no mês. Na
comparação com dezembro de 2017, o valor das exportações paulistas decresceu
0,9%, enquanto o valor das importações apresentou queda de 1,4% (Tabela 1). 1.2 - Análise
Setorial do Agronegócio Na análise setorial do agronegócio, o resultado de 2018,
na comparação com o ano anterior, indica que o agronegócio3 paulista
apresentou queda nas exportações (-12,9%), atingindo US$16,41 bilhões, enquanto
as importações apresentaram resultado próximo da estabilidade em relação a
2017, somando US$4,92 bilhões, reduzindo dessa forma em 17,4% o saldo
comercial. Ainda assim, em 2018 o saldo registrou superavit de US$11,49 bilhões (Figura 2). Há que
se destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia -
exclusive o agronegócio - somaram US$35,85 bilhões em 2018, e as importações
US$55,91 bilhões, gerando um deficit
externo desse agregado de US$20,06 bilhões. Desta forma, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista só
não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se
manteve positivo (US$11,49 bilhões). 1.2-
Análise Mensal dos Agronegócios A tabela
2 apresenta os resultados mensais da balança comercial do agronegócio paulista.
A comparação de dezembro de 2018 com dezembro de 2017 mostra queda acentuada de
12,3% nas exportações. Contudo, há aumento de 0,8% nas exportações em relação
ao mês anterior. 1.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio
Paulista Em
relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista em 2018, a
liderança passou a ser a China (17,4% de participação), ultrapassando a União
Europeia (17,2%), que anteriormente estava na liderança e agora ocupa a segunda
posição. Na sequência aparecem os Estados Unidos (11,9%), Hong Kong (3,1%) e
Irã (2,8%). A tabela 3 apresenta os 20 principais destinos das exportações
paulistas em 2018, que somados representam 79,1% do total, e as respectivas
pautas (em %) por grupos de produtos. Ainda de
acordo com a tabela 3, observa-se uma diferenciação na composição das pautas
dos principais parceiros comerciais do agronegócio paulista. A China importa
principalmente produtos do complexo soja e de carnes, enquanto a União Europeia
tem pauta mais diversificada, com destaque para os sucos (basicamente laranja)
e os produtos florestais. Os Estados Unidos apresentam também pauta bastante
dispersa, sendo os sucos, o complexo sucroalcooleiro, as carnes e os produtos
florestais os grupos de produtos mais exportados para este destino. Da quarta
posição (Hong Kong) até o oitavo lugar (Arábia Saudita) no ranking dos importadores, todos têm acima de 80% de
representatividade do complexo sucroalcooleiro, incluindo nesse grupo de países
o Irã, o Japão e a Coreia do Sul. 1.5- Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de
Produtos Os cinco
principais grupos nas exportações do agronegócio paulista, em 2018, foram:
complexo sucroalcooleiro (US$5,00 bilhões), seguido do setor de carnes (US$2,13
bilhões), sucos (US$1,96 bilhão), produtos florestais (US$1,88 bilhão) e
complexo soja (US$1,72 bilhão). Esses cinco agregados representaram 77,4% das
vendas externas setoriais paulistas (Tabela 4). Ainda de
acordo com a tabela 4, na comparação com 2017, houve importantes variações nos
valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com
destaque para o complexo sucroalcooleiro (-39,7%), carnes (+12,1%), sucos
(+6,0%), produ-tos florestais (+9,4%) e complexo soja (+29,0%). Além desses
produtos, o café, tradicional produto do agronegócio paulista, com exportações
de US$565,59 milhões em 2018, apresentou queda de 20,5% na comparação com o ano
anterior. Essas variações nas receitas do comércio exterior se devem a
composições das oscilações tanto de preços como de volumes exportados. 1.6- Participação dos Agronegócios na Balança
Comercial Paulista A
participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado
diminuiu 5,8 pontos percentuais, enquanto a participação das importações recuou
0,8 ponto percentual, comparando-se os resultados finais de 2018 e de 2017
(Figura 3). 2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A
balança comercial brasileira registrou superavit
de US$58,66 bilhões em 2018, com exportações de US$239,89 bilhões e importações
de US$181,23 bilhões. O menor superavit
comercial em relação a 2017 (-12,4%) resulta do aumento nas importações
(+20,2%) superior ao das exportações (+10,2%) (Figura 4). Apesar da redução do
saldo comercial em 2018, esse resultado representa o segundo maior superavit da série histórica4
iniciada em 1997. 2.1 - Análise dos
Resultados Mensais No
tocante aos dados mensais, em dezembro de 2018 na comparação com novembro, os
resultados indicam exportações e importações apresentando reduções,
respectivamente de 7,3% e 23,4%. Na
comparação com o mês de dezembro de 2017, as exportações brasileiras cresceram
11,1%, totalizando US$19,56 bilhões no mês,
enquanto as importações cresceram 2,5% no mesmo período, somando US$12,92 bilhões. Assim, o resultado da balança comercial
brasileira apresentou superavit de US$6,64 bilhões no mês, 32,8% maior do que o registrado em
dezembro de 2017 (Tabela 5). 2.2- Análise Setorial do Agronegócio Na
análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro em 2018 aumentaram
5,9% em relação ao ano anterior, ultrapassando a casa dos US$100 bilhões pela
primeira vez, alcançando US$101,69 bilhões (42,4% do total nacional). Já as
importações se mantiveram praticamente estáveis no período (-0,8%), registrando
US$14,04 bilhões (7,7% do total nacional). O superavit do agronegócio em 2018 foi de
US$87,65 bilhões, sendo 7,1% superior na comparação com 2017 (Figura 5). Portanto,
o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do
agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de
US$138,20 bilhões e importações de US$167,19 bilhões, produziram em 2018 um deficit de US$28,99 bilhões. 2.3-
Evolução das Exportações, Importações e Saldo Comercial, 1997 a 2018 A
análise da séria histórica desde 1997 indica que o saldo comercial dos agronegócios
em 2018, que registrou US$87,65 bilhões, é o mais elevado para o período
analisado. A figura 6 apresenta os resultados das exportações,
importações, e os resultantes saldos comerciais dos agronegócios brasileiros de
1997 a 2018, permitindo a análise da evolução longitudinal nesse período.
Observa-se uma tendência de crescimento no período analisado, porém, há dois
movimentos de queda: o primeiro em decorrência da crise internacional de 2008 e
2009; o segundo, em 2015 e 2016, causado pela queda nos preços interna- 2.4-
Análise Mensal dos Agronegócios A tabela
6 apresenta os resultados mensais da balança comercial do agronegócio nacional.
Na comparação do mês de dezembro de 2018 com o mês anterior, as exportações
cresceram 5,3%, enquanto as importações tiveram queda de 4,2%. Esses resultados
indicaram um superavit de U$7,56
bilhões em dezembro. 2.5- Destinos
das Exportações do Agronegócio Brasileiro Em
relação aos destinos das exportações do agronegócio brasileiro em 2018, a
liderança permanece com a China (35,0% de participação, forte aumento em
relação aos 27,7% de 2017), seguida pela União Europeia (17,5%), Estados Unidos
(6,7%), Hong Kong (2,5%) e Irã (2,2%). A tabela 7 apresenta os 20 principais
destinos das exportações brasileiras em 2018, que somados representam 85,4% do
total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos. Ainda de
acordo com a tabela 7, observa-se uma diferenciação na composição das pautas
dos principais países. A China importa principalmente produtos do complexo soja,
enquanto a União Europeia tem pauta mais diversificada, com destaque para o
complexo soja, os produtos florestais e o café. Os Estados Unidos têm como
principal produto na pauta os produtos florestais, seguido por café, complexo
sucroalcooleiro e sucos. Já Hong Kong tem no grupo de carnes quase a totalidade
de sua importação. 2.6- Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos
de Produtos Os cinco
principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro, no acumulado de
2018 foram: complexo soja (US$40,91 bilhões), seguido por carnes (US$14,70
bilhões), produtos florestais (US$14,15 bilhões), complexo sucroalcooleiro
(US$7,43 bilhões) e café (US$4,96 bilhões). Esses cinco grupos agregados
representaram 80,8% das vendas externas setoriais brasileiras, com destaque
para o grupo do complexo soja que aumentou sua participação de 33,0% em 2017
para 40,2% em 2018 (Tabela 8). 2.7- Participação dos Agronegócios na Balança
Comercial Brasileira A
participação do agronegócio nos totais do país diminuiu 1,7 ponto percentual tanto
para as exportações como para as importações, na comparação do ano de 2018 com
2017 (Figura 7). 3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A participação paulista no total da balança comercial brasileira
apresentou ligeira diminuição nas exportações (-1,5 ponto percentual) e nas
importações (-3,1 pontos percentuais) (Figura 8). Em
relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo em
2018 representaram 16,1%, ou seja, 3,5 pontos percentuais inferiores a 2017,
enquanto as importações representaram 35,0%, sendo 0,2 ponto percentual
superior ao verificado em 2017 (Figura 9). A perda na participação paulista se
deve em grande parte à redução de quase 40% das exportações do setor
sucroalcooleiro, principal grupo da pauta paulista, conforme indicado na tabela
4. 1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de
divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram
cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens
manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é
aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que
o produto adote sua forma final. 2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a
Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos em: MINISTÉRIO
DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. AGROSTAT
– Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro. Brasília: MAPA,
2018. Disponível em: <http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html>.
Acesso em: jan. 2019. 4Elaborada pelos autores a partir de dados da SECRETARIA DE COMÉRCIO
EXTERIOR – MDIC/SECEX. Sistema Comex Stat. Brasília: MAPA, 2018.
Disponível em: <http://comexstat.mdic.gov.br>. Acesso em: jan. 2019. 5BRANCO, M. Exportações
do agronegócio caem em 2015 e ficam em US$88,2 bilhões. Agência Brasil, 11 jan. 2016.
Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-01/exportacoes-do-agronegocio-caem-em-2015-e-ficam-em-us-882-bilhoes>.
Acesso em: jan. 2019. Palavras-chave: agronegócio,
balança comercial, exportações, importações, mercado externo.
cionais de algumas das principais commodities
de nossa pauta de exportação, principalmente soja e carnes5.
Data de Publicação: 15/01/2019
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor