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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Outubro de 2018
1- BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO No acumulado de janeiro a outubro
de 2018, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$43,78
bilhões (22,0% do total nacional) e as importações2, US$51,57
bilhões (34,1% do total nacional). Em relação ao mesmo período de 2017, o valor
das exportações paulistas cresceu 3,3%, e o das importações 12,5%, elevando o deficit comercial para US$7,79 bilhões
(Figura 1). Ao se analisar o comportamento
mensal de outubro de 2018, as exportações do Estado de São Paulo somaram
US$4,97 bilhões e as importações, US$5,81 bilhões, registrando um deficit de US$0,84 bilhão. Na comparação
com outubro de 2017, o valor das exportações paulistas cresceu 11,9%, enquanto
o valor das importações apresentou aumento de 12,2% (Tabela 1). Na
análise setorial do agronegócio, no acumulado dos dez primeiros meses de 2018,
na comparação com o mesmo período do ano anterior, o agronegócio3
paulista apresentou queda nas exportações (-13,1%), atingindo US$13,99 bilhões,
enquanto as importações subiram (+2,2%), somando US$4,15 bilhões, reduzindo em
18,3% o saldo comercial em relação a 2017, registrando ainda assim superávit de US$9,84 bilhões (Figura 2).
Há que se destacar que as exportações paulistas nos
demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$29,79 bilhões
de janeiro a outubro de 2018, e as importações US$47,42 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de
US$17,63 bilhões. Assim, conclui-se que o deficit
do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do
agronegócio estadual, cujo saldo manteve-se positivo (US$9,84 bilhões). A
tabela 2 apresenta os resultados mensais da balança comercial do agronegócio
paulista. Nota-se uma redução de 6,3% nas exportações no mês de outubro de 2018
em relação ao mês anterior. Tal resultado é derivado do menor embarque em
volume dos três principais grupos de produtos: complexo sucroalcooleiro
(-22,7%), carnes (-12,0%) e complexo soja (-53,7%). Em contrapartida, os grupos
de sucos e café aumentaram os volumes exportados em 78,6% e 34,7%,
respectivamente. Já a comparação de outubro de 2018 com outubro de 2017 mostra
uma queda acentuada de 19,2%. Os
cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista, no acumulado
até outubro de 2018, foram: complexo sucroalcooleiro (US$4,37 bilhões), seguido
do setor de carnes (US$1,78 bilhão), complexo soja (US$1,70 bilhão), sucos
(US$1,66 bilhão) e produtos florestais (US$1,49 bilhão). Esses cinco agregados
representaram 78,7% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 3). Ainda
de acordo com a tabela 3, na comparação com o mesmo período de 2017, houve
importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos
da pauta paulista, com destaque para o complexo sucroalcooleiro (-40,0%),
carnes (+15,8%), complexo soja (+31,3%), sucos (+10,2%) e produtos florestais
(+4,2%). Além desses produtos, o café, tradicional produto do agronegócio
paulista, com exportações de US$433,70 milhões nos dez primeiros meses de 2018,
apresentou queda de 27,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Essas variações nas receitas do comércio exterior se devem a composições das
variações tanto de preços como de volumes exportados. A participação das exportações do agronegócio paulista
no total do estado diminuiu 6,0 pontos percentuais, enquanto a participação das
importações recuou 0,9 ponto percentual, comparando-se o acumulado dos dez
primeiros meses de 2018 e de 2017 (Figura 3). 2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A
balança comercial brasileira registrou superavit
de US$47,64 bilhões no período de janeiro a outubro de 2018, com exportações de
US$199,08 bilhões e importações de US$151,44 bilhões. O menor superavit comercial em relação ao mesmo
período de 2017 No
tocante aos dados mensais, em outubro de 2018 na comparação com setembro, os
resultados indicam exportações e importações apresentando elevação de 14,0%. Já
na comparação com o mês de outubro de 2017, as exportações brasileiras
cresceram 16,6%, totalizando US$22,01 bilhões no mês, enquanto as importações
cresceram 17,7% no mesmo período, somando US$16,10 bilhões. Assim, o resultado
da balança comercial brasileira apresentou superavit
de US$5,91 bilhões no mês, 13,9% maior do que o registrado em outubro de 2017
(Tabela 4). Na
análise setorial, no acumulado de janeiro a outubro de 2018, as exportações do
agronegócio brasileiro aumentaram 3,6% em relação ao mesmo período do ano
anterior, alcançando US$84,95 bilhões (42,7% do total nacional). O superavit do agronegócio nesse período
foi de US$73,22 bilhões, sendo 4,3% superior na comparação com o mesmo período
do ano passado (Figura 5). Portanto,
o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do
agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de
US$114,13 bilhões e importações de US$139,71 bilhões, produziram nos primeiros
dez meses deste ano um deficit de
US$25,58 bilhões. A tabela 5 apresenta os resultados mensais da
balança comercial do agronegócio nacional. Na comparação do mês de outubro de
2018 com o mês anterior, as exportações cresceram 4,0%, enquanto as importações
tiveram aumento de 11,2% também na comparação com o mês de setembro. Esses
resultados indicaram um superavit de
U$7,29 bilhões em outubro. Os
cinco principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro, no acumulado
de janeiro a outubro de 2018 foram: complexo soja (US$36,27 bilhões), seguido
por carnes (US$12,12 bilhões), produtos florestais (US$11,61 bilhões), complexo
sucroalcooleiro (US$6,31 bilhões) e café (US$3,79 bilhões). Esses cinco grupos
agregados representaram 82,5% das vendas externas setoriais brasileiras, com
destaque para o grupo do complexo soja que no período analisado aumentou sua
participação de 35,7% em 2017 para 42,7% em 2018 (Tabela 6). A
participação do agronegócio nos totais do País diminuiu em termos das
exportações (-2,0 ponto percentual) e também no tocante às importações (-1,8
ponto percentual) (Figura 6). 3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A participação paulista no total da balança comercial brasileira
apresentou ligeira diminuição nas exportações (-1,1 ponto percentual) e nas
importações (-2,6 pontos percentuais) (Figura 7). Isso ocorreu, pois enquanto
as exportações paulistas cresceram 3,3% de janeiro a outubro de 2018, e as
exportações brasileiras cresceram, no mesmo período 8,5%, enquanto com as
importações, o aumento em São Paulo foi de 12,5%, inferior ao do Brasil de
21,1%. Em relação ao agronegócio brasileiro, as
exportações setoriais de São Paulo no período analisado representaram 16,5%, ou
seja, 3,1 pontos percentuais inferior ao mesmo período de 2017, enquanto as
importações representaram 35,4%, sendo 1,1 ponto percentual superior ao
verificado nos dez primeiros meses de 2017 (Figura 8). _______________________________________________ 1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora),
para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação
onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou
fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o
estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de
fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador (Unidade da Federação
importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do
importador. 3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser
vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA.
Agrostat. Brasília: MAPA, 2018. Disponível em:
<http://indicadores.agricultura. Palavras-chave: agronegócio,
balança comercial, exportações, importações, comércio exterior.
(-18,5%) resultou do aumento nas importações (+21,1%) superior ao das
exportações (+8,5%) (Figura 4).
gov.br/agrostat/index.htm >. Acesso em: nov. 2018.
Data de Publicação: 14/11/2018
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor