Artigos
IEA completa 76 anos equilibrando memória e inovação
A cerimônia de comemoração do 76º aniversário do Instituto de Economia Agrícola (IEA), realizada nesta quarta-feira, 07 de novembro, na Capital, contou com a presença de Francisco Sérgio Ferreira Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; Wilson Vaz de Araújo, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); dos coordenadores Orlando Melo de Castro, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta); João Brunelli Junior, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati); e Celso Luís Rodrigues Vegro, diretor do Instituto. Francisco Jardim lembrou a época em que o Brasil era importador de alimentos e os movimentos que fizeram com o País, em menos de meio século se tornasse o quinto maior produtor mundial. Ressaltou a importância da pesquisa em um momento que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla do inglês Food and Agriculture Organization) alerta para a necessidade de ampliar em 40% a produção para alimentar uma população que deverá chegar a 9 bilhões de habitantes, até 2050. Acompanhar, registrar e analisar essa trajetória, no Estado de São Paulo - que é o maior produtor de muitos dos produtos pauta de exportação brasileira - é o métier do IEA, afirmou Celso Vegro, destacando a longevidade da instituição, que é reconhecida pela credibilidade das informações e competência de sua equipe técnica. Marcado por momentos de reflexão sobre a contribuição do instituto - que se notabilizou por ser a primeira instituição de pesquisa especializada em economia agrícola do País - e pela capacidade de oferecer soluções inovadoras para demandas recorrentes da sociedade, o evento contou com a apresentação de três palestras de pesquisadores do IEA. Felipe Pires de Camargo apontou os avanços metodológicos do levantamento do preço de terra rural no estado de São Paulo. A sondagem, que existe desde 1969, foi sendo modernizada ao longo do tempo culminando com essa nova apresentação que utiliza três vezes mais informações o que torno o dado mais preciso. “Por meio da ciência, estamos conseguindo estabelecer uma base de cálculo para o valor de terra rural adequada aos fins tributários como os impostos sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e sobre Transmissão "Causa Mortis" e Doação (ITCMD) e todo tipo de negociação. Isso é transparência e justiça tributária”, ressaltou o pesquisador. Na sequência, Paulo José Coelho, responsável pela área de TI (Tecnologia da Informação) do Instituto, apresentou as funcionalidades da calculadora do valor venal da terra rural. O primeiro aplicativo desenvolvido pela Secretaria de Agricultura coloca na palma da mão do usuário todo conhecimento gerado pelo levantamento do preço de terra rural e permite depurações em tempo real enquanto o usuário faz o cálculo. A terceira palestra apresentou os resultados preliminares do Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária (Lupa) 2016/2017, realizado em parceria com a Cati. O Lupa, também chamado de censo agropecuário paulista, reúne centenas de milhares de informações dos 645 municípios paulistas, abrangendo as explorações vegetais e animais no que tange à ocupação do solo, mão de obra, adoção de novas tecnologias, utilização de máquinas e benfeitorias existentes nas propriedades rurais. Trata-se de uma verdadeira radiografia de um dos mais importantes segmentos da economia do Estado. De acordo com Denise Viani Caser, esse primeiro conjunto de informações revela que a zona rural do Estado de São Paulo é formada por 334.741 Unidades de Produção Agropecuária (UPAs), pouco mais de 3,1% superior ao apurado no levantamento anterior, acomodada em 20.288.051,53 hectares. Os resultados indicam avanço do grau de instrução dos produtores rurais, o que impactou na capacidade de absorver as tecnologias, que se traduzem em maior produtividade e conservação do meio ambiente. "As políticas públicas desenvolvidas nesse período, em especial os estudos de custo de produção, estatísticas de preço e previsões de safra, desenvolvimento de novas cultivares e controle biológico, crédito e seguro rural, assistência técnica e orientação e fiscalização sanitária, contribuíram para esse resultado”, afirmou a pesquisadora. Um momento emocionante da cerimônia foi a entrega da medalha Ruy Miller Paiva - patrono do IEA - aos autores do melhor trabalho científico: “Estoque Brasileiro de Tratores Agrícolas: evolução e estimativas de 1960 a 2016” aos pesquisadores Rodrigo Peixoto da Silva, Luís Gustavo Baricelo e Carlos Eduardo de Freitas Vian. A insígnia de personalidade do agronegócio foi concedida a Ivan Wedekin. Também participaram do evento: José Benedito de Oliveira, secretário-adjunto de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; Omar Cassim Neto, chefe de Gabinete da Pasta; Fernando Gomes Buchala, coordenador da Defesa Agropecuária (CDA); Carlos Nabil Ghobril, ex-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp); Alexandre Penteado Pires, presidente em exercício da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp); Antônio Batista Filho, diretor do Instituto Biológico (IB); Renata Helena Branco Arnandes, diretora do Instituto de Zootecnia (IZ); Alcides Torres (diretor da Scot Consultoria; Décio Zylbersztajn (Professor Titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP); José Luiz Tejon, presidente da TCA Internacional; Otávio Wedekin, prefeito de Auriflama; Álvaro Duarte, presidente da ?Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag); João Lâmel, presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (Aeasp); funcionários e pesquisadores do IEA. Por: Nara Guimarães Fotos: João Luiz (https://www.flickr.com/photos/agriculturasp/albums/72157697443667000)
Data de Publicação: 09/11/2018
Autor(es): Instituto de Economia Agrícola (iea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor