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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Setembro de 2018
1- BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO No acumulado de janeiro a
setembro de 2018, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$38,72
bilhões (21,9% do total nacional), e as importações2 US$45,77
bilhões (33,8% do total nacional). Em relação ao mesmo período de 2017, o valor
das exportações paulistas cresceu 2,1%, e o das importações 12,5%, elevando o deficit comercial para US$7,05 bilhões
(Figura 1). Ao se analisar o
comportamento mensal no mês de setembro de 2018, as exportações do Estado de
São Paulo somaram US$4,35 bilhões e as importações US$4,88 bilhões, registrando
um deficit de US$0,53 bilhão. Na
comparação com setembro de 2017, o valor das exportações paulistas decresceu
1,6%, enquanto o valor das importações apresentou queda de 3,2% (Tabela 1). Setorialmente,
no acumulado dos nove primeiros meses de 2018, na comparação com o mesmo
período do ano anterior, o agronegócio3 paulista apresentou queda
nas exportações (-12,1%), atingindo US$12,68 bilhões enquanto as importações
subiram (+2,5%), somando US$3,74 bilhões, reduzindo em 17,1% o saldo comercial
em relação a 2017, registrando ainda assim superávit
de US$8,94 bilhões (Figura 2). Há que se destacar que as exportações paulistas nos
demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$26,04 bilhões
de janeiro a setembro de 2018, e as importações US$42,03 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$15,99
bilhões. Assim, conclui-se que o deficit
do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do
agronegócio estadual, cujo saldo manteve-se positivo (US$8,94 bilhões). A tabela
2 apresenta os resultados mensais da balança comercial do agronegócio paulista.
Nota-se um aumento de 3,0% nas exportações no mês de setembro de 2018 em
relação ao mês anterior. Tal resultado é derivado da composição de aumentos e
das quedas nas receitas das exportações em alguns dos principais grupos de
produtos, sendo destaques positivos o complexo sucroalcooleiro (+17,7%), de
carnes (+6,3%), e de cacau e seus produtos (+1.394,5%) passando de US$3,4 para
US$51,2 milhões; as principais quedas foram no complexo soja (-52,6%), nos
sucos (-15,1%) e nos produtos florestais (-12,7%). Apesar do aumento das
exportações em relação ao mês anterior, a comparação de setembro de 2018 com
setembro de 2017 mostra uma queda acentuada de 23,6%. Os cinco
principais grupos nas exportações do agronegócio paulista, no acumulado até
setembro de 2018, foram: complexo sucroalcooleiro (US$3,86 bilhões), seguido do
setor de carnes (US$1,68 bilhão), complexo soja (US$1,67 bilhão), sucos (US$1,49
bilhão) e produtos florestais (US$1,35 bilhão). Esses cinco agregados
representaram 79,2% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 3). Ainda de
acordo com a tabela 3, na comparação com o mesmo período de 2017, houve
importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos
da pauta paulista, com destaque para o complexo sucroalcooleiro (-40,8%),
carnes (+24,3%), complexo soja (+30,6%), sucos (+13,7%) e produtos florestais
(+5,6%). Além desses produtos, o café, tradicional produto do agronegócio
paulista, com exportações de US$378,58 milhões nos nove primeiros meses de
2018, apresentou queda de 29,5% na comparação com o mesmo período do ano
anterior. Essas variações nas receitas do comércio exterior se devem a
composições das variações tanto de preços como de volumes exportados. A participação das exportações do agronegócio paulista no
total do estado diminuiu 5,3 pontos percentuais, enquanto a participação das
importações recuou 0,8 ponto percentual, comparando-se o acumulado dos nove
primeiros meses de 2018 e de 2017 (Figura 3). A tabela
4 apresenta os dez principais destinos das exportações dos agronegócios
paulistas em 2018, e para cada um desses destinos a respectiva composição por
grupo de produtos (em porcentagem). A China
passou a figurar como principal destino das exportações do agronegócio paulista
em 2018 com participação de 18,7%, superando a União Europeia com 16,9%. A pauta
de exportações para a China está concentrada no complexo soja e nas carnes que,
juntas representam 79,9% das exportações paulistas para esse país. Já a
União Europeia possui uma pauta mais diversificada, com destaque para os sucos,
que representaram 39,3% nos primeiros nove meses de 2018. Na
sequência aparecem os Estados Unidos, tendo como os dois principais grupos de
produtos os sucos (26,9%) e o complexo sucroalcooleiro (25,2%), que juntos
possuem mais de 50% de representatividade. Os
países que figuram em seguida, da Índia até a Arábia Saudita, têm participação
individual abaixo de 4%, sendo que a maioria deles tem como principal item da
pauta o grupo do complexo sucroalcooleiro, com exceção de Hong Kong e Japão,
que têm como principal produto, respectivamente, carnes e sucos. Esses
dez países representam 64,4% das exportações do agronegócio paulista no período
analisado. A pauta dos demais países, que representam os restantes 35,6%,
também está apresentada na tabela 4. 2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A
balança comercial brasileira registrou superavit
de US$44,31 bilhões no período de janeiro a setembro de 2018, com exportações
de US$179,66 bilhões e importações de US$135,35 bilhões. O menor superavit comercial em relação ao mesmo
período de 2017 No
tocante aos dados mensais, no mês de setembro de 2018 na comparação com agosto,
os resultados indicam exportações apresentando redução de 21,4%, enquanto as
importações tiveram redução mais acentuada de 24,8%. Já na comparação com o mês
de setembro de 2017, as exportações brasileiras cresceram 2,1%, totalizando US$19,06
bilhões no mês, enquanto as importações cresceram 4,7% no mesmo período,
somando US$14,12 bilhões. Assim, o resultado da balança comercial brasileira
apresentou superavit de US$4,94
bilhões no mês, porém, 4,5% menor do que registrado em setembro de 2017 (Tabela
5). Na
análise setorial, nos três primeiros trimestres de 2018, as exportações do
agronegócio brasileiro aumentaram 7,3% em relação ao mesmo período do ano
anterior, alcançando US$79,38 bilhões (44,2% do total nacional). Já as
importações do setor recuaram 1,3% no período, somando US$10,54 bilhões (7,8%
do total nacional). O superavit do
agronegócio nesse período foi de US$68,84 bilhões, sendo 8,8% superior na
comparação com o mesmo período do ano passado (Figura 5). Portanto,
o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do
agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$100,28
bilhões e importações de US$124,81 bilhões, produziram nos primeiros nove meses
deste ano um deficit de US$24,53
bilhões. A tabela
6 apresenta os resultados mensais da balança comercial do agronegócio nacional.
Na comparação do mês de setembro de 2018 com o mês anterior, as exportações
caíram 32,2%, enquanto as importações tiveram redução de 6,1% também na
comparação com o mês de agosto. Esses resultados indicaram um superávit de US$7,10
bilhões em setembro. Os cinco
principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro, no acumulado de
janeiro a setembro de 2018 foram: complexo soja (US$33,65 bilhões), seguido por
carnes (US$10,95 bilhões), produtos florestais (US$10,49 bilhões), complexo
sucroalcooleiro (US$5,61 bilhões), e cereais, farinhas e preparações (US$5,40
bilhões). Esses cinco grupos agregados representaram 83,3% das vendas externas
setoriais brasileiras, com destaque para o grupo do complexo soja que no
período analisado aumentou sua participação de 37,6% em 2017 para 42,4% em 2018
(Tabela 7). A
participação do agronegócio nos totais do país diminuiu em termos das
exportações (-0,7 ponto percentual) e também no tocante às importações (-1,8
ponto percentual) (Figura 6). A tabela 8 apresenta os dez principais destinos das
exportações do agronegócio brasileiro em 2018, e para cada um desses destinos a
respectiva composição por grupo de produtos (em porcentagem). Os três primeiros
neste ranking mantiveram suas
posições em relação a 2017; porém, a China elevou sua participação que era de
27,7% em 2017 para 34,8%, enquanto a União Europeia praticamente se manteve
estável, indo de 17,6% em 2017 para 16,8% em 2018, o mesmo ocorrendo com os
Estados Unidos, que passaram de 7% para 6,2%. A China, principal destino com US$ 27,63 bilhões,
tem suas importações concentradas no complexo soja, que representou 80,2% das
exportações brasileiras de janeiro a setembro de 2018, seguido pelos grupos de
produtos florestais (10,1%) e carnes (6,9%). A União Europeia ocupa o segundo lugar na lista de principais destinos
das exportações do agronegócio nacional, apresentando maior diversidade na
composição dos grupos de produtos, com complexo soja (34,4%), produtos
florestais (19,9%), café (12,0%), carnes (8,9%) e demais grupos (21,7%). Em terceiro lugar aparecem os Estados Unidos (6,2%), tendo como
principais grupos de produtos os florestais (40,8%), o café (11,5%), o complexo
sucroalcooleiro (9,5%) e os sucos (9,2%). Já a soma dos demais grupos
representou 33,2%. Na sequência vem o Irã (5,7%), com destaque para o grupo de cereais,
farinhas e preparações (mais especificamente o milho), que correspondeu por
77,6% da pauta de exportação para esse país, seguido do complexo soja com
15,9%. Os outros seis países que completam os dez principais destinos das
exportações do agronegócio brasileiro em 2018 têm participação individual
abaixo de 3%, sendo que os grupos de carnes e complexo soja geralmente aparecem
como o principal item na pauta de exportações, com exceção da Argentina, que
aparece na décima colocação neste ranking,
e possui como principal item da pauta os produtos florestais. Além do detalhamento da pauta dos dez principais destinos das
exportações do agronegócio nacional em 2018, a tabela 8 ainda apresenta a pauta
agregada dos demais países, que representam 25,4% do total exportado, em que
não se verifica grande concentração, sendo os principais grupos de produtos o
complexo sucroalcooleiro (21,5%), carnes (20,2%), complexo soja (18,0%) e
produtos florestais (10,7%). 3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A
participação paulista no total da balança comercial brasileira apresentou
ligeira diminuição nas exportações (-1,5 ponto percentual) e nas importações
(-2,7 pontos percentuais) (Figura 7). Isso ocorreu pois, enquanto as
exportações paulistas cresceram 2,1% de janeiro a setembro de 2018, as
exportações brasileiras cresceram mais fortemente no mesmo período, alcançando
9,2%, o mesmo ocorrendo com as importações, tendo aumento em São Paulo de
12,5%, inferior ao do Brasil de 21,6%. Em
relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no
período analisado representaram 16,0%, ou seja, 3,5 pontos percentuais inferior
ao mesmo período de 2017, enquanto as importações representaram 35,5%, sendo
1,3 ponto percentual superior ao verificado nos nove primeiros meses de 2017
(Figura 8). 1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora),
para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação
onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou
fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o
estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de
fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador (Unidade da Federação
importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do
importador. 3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser
vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA.
Agrostat. Brasília: MAPA, 2018. Disponível em:
<http://indicadores.agricultura. Palavras-chave: agronegócio,
balança comercial, exportações, importações, comércio exterior.
(-16,8%) resultou do aumento nas importações (+21,6%) superior ao das
exportações (+9,2%) (Figura 4).
gov.br/agrostat/index.htm >. Acesso em: out. 2018.
Data de Publicação: 17/10/2018
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor