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Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2017/18, Junho de 2018
1
– INTRODUÇÃO Entre 1 e 20 de junho de 2018,
a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do
Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica
Integral (CATI), realizou levantamento da previsão e estimativa da safra
agrícola 2017/18 para as principais culturas paulistas, disponibilizando os
resultados finais e parciais de área e produção dos principais produtos
agrícolas do estado (Tabela 1). Os resultados foram obtidos em levantamento por meio
de método subjetivo2, que consiste na coleta e sistematização dos
dados fornecidos pelos técnicos das Casas de Agricultura (CAs) dos 645
municípios do Estado de São Paulo. O segundo trimestre de 2018 foi marcado pela falta
de chuvas, o que ocasionou redução nas expectativas de produção principalmente
dos grãos e da cana de açúcar. 2 – INDICADORES GERAIS Os
resultados agregados das 48 principais atividades agrícolas, selecionadas a
partir do valor da produção agropecuária paulista, demonstram aumento de 1,62%
na área e de 1,53% na produção, e um decréscimo de 0,51% na produtividade em
relação aos resultados da safra anterior.
O
conjunto das culturas anuais apresentou aumento de área na ordem de 4,00%,
enquanto a produção foi reduzida em 2,77%, reflexo de uma produtividade 6,52%
menor (Tabela 2). A
área ocupada com grãos aumentou 4,55% em relação à safra passada, e a produção
teve um incremento de 1,90%; a produtividade, porém, foi menor em 2,53%,
resultado fortemente influenciado pela escassez de chuvas observada no segundo
trimestre de 2018 (Tabela 2). Quando consideradas as
culturas perenes e semiperenes, observam-se resultados positivos para área,
produção e produtividade, 0,88%, 2,53% e 1,14% respectivamente (Tabela 2). Tabela 1 – Previsões
e Estimativas das Safras Agrícolas, Comparativo de Área, Produção e
Produtividade, Estado de São Paulo, Safra Agrícola 2017/18, Junho de 20181 Produto Área (1.000 ha) Produção (1.000
t) Produtividade
(kg/ha) Final Jun./2018 Var. Final Jun./2018 Var. Final Jun./2018 Var. Algodão 4,8 8,8 84,0 15,6 31,5 101,7 3.246 3.562 9,7 Amendoim total 124,0 136,8 10,3 461,0 530,0 15,0 3.718 3.875 4,2 Amendoim da seca2 1,9 3,2 66,2 4,9 10,3 110,2 2.528 3.261 29,0 Amendoim das águas3 122,1 133,6 9,4 456,1 519,7 13,9 3.735 3.890 4,2 Arroz total 10,9 10,5 -4,0 64,6 60,8 -5,9 5.928 5.809 -2,0 Arroz de sequeiro e várzea2 2,2 2,1 -5,8 7,9 7,5 -4,6 3.607 3.638 0,9 Arroz irrigado2 8,7 8,4 -3,6 56,7 53,2 -6,1 6.526 6.346 -2,8 Banana4 58,2 58,5 0,5 1.160,4 1.165,7 0,5 21.571 21.775 0,9 Batata das águas5 6,6 7,6 15,2 190,4 228,8 20,2 28.831 30.170 4,6 Batata da seca2 8,5 8,3 -1,9 266,0 266,2 0,1 31.409 31.918 1,6 Batata de inverno 15,0 13,9 -7,1 462,7 422,8 -8,6 30.793 30.329 -1,5 Café4 211,5 212,6 0,5 270,2 348,8 29,1 1.347 1.733 28,7 Cana para forragem 76,2 69,4 -8,9 4.543,1 4.145,9 -8,7 59.647 59.753 0,2 Cana para indústria4 6.117,9 6.141,3 0,4 450.138,9 442.476,5 -1,7 80.365 78.203 -2,7 Cebola total 5,0 5,1 2,8 216,8 244,5 12,8 43.360 47.541 9,6 Cebola de bulbinho2 0,6 0,7 19,2 24,9 28,3 13,5 40.020 39.523 -1,2 Cebola de muda 2,3 2,2 -4,9 84,3 81,7 -3,0 36.967 37.360 1,1 Cebola em plantio direto 2,1 2,2 6,6 107,6 134,4 24,9 51.701 60.044 16,1 Feijão das águas5 67,8 66,7 -1,6 166,4 173,7 4,4 2.454 2.602 6,0 Feijão da seca2 15,5 15,5 0,0 32,1 30,1 -6,2 2.070 1.944 -6,1 Feijão de inverno total 30,5 30,2 -0,9 76,5 79,1 3,4 2.508 2.617 4,3 Feijão de inverno irrigado 24,2 24,7 2,2 66,3 69,0 4,0 2.741 2.790 1,8 Feijão de inverno s/ irrigação 6,3 5,5 -12,6 10,2 10,1 -0,6 1.612 1.842 14,3 Laranja4 446,2 460,0 3,1 13.240,9 14.221,4 7,4 31.480 32.718 3,9 Mandioca para indústria4 53,2 52,7 -0,9 1.013,6 965,0 -4,8 29.248 28.357 -3,0 Mandioca para mesa4 21,1 19,4 -8,1 243,0 233,1 -4,1 16.070 15.868 -1,3 Milho total (primeira safra)2 432,0 421,9 -2,3 2.817,4 2.817,3 0,0 6.522 6.679 2,4 Milho (primeira safra)2 383,5 366,8 -4,4 2.360,0 2.295,7 -2,7 6.154 6.259 1,7 Milho irrigado (primeira safra)2 48,5 55,1 13,5 457,4 521,6 14,0 9.434 9.474 0,4 Milho safrinha 440,7 482,5 9,5 2.464,9 1.968,0 -20,2 5.594 4.079 -27,1 Seringueira2, 4 114,9 131,2 14,2 200,8 222,8 11,0 2.521 2.452 -2,7 Soja total (primeira safra)2,
6 906,9 958,5 5,7 3.144,1 3.334,1 6,0 3.467 3.479 0,3 Soja (primeira safra)2, 6 856,9 897,8 4,8 2.935,8 3.096,9 5,5 3.426 3.450 0,7 Soja irrigada (primeira safra)2 50,0 60,7 21,4 208,3 237,1 13,8 4.169 3.907 -6,3 Tomate envarado (mesa) 9,8 7,8 -20,5 720,9 573,9 -20,4 73.389 73.683 0,4 Tomate rasteiro (indústria) 3,4 3,2 -5,1 269,8 237,2 -12,1 79.022 73.492 -7,0 Trigo 84,4 80,5 -4,6 268,7 259,3 -3,5 3.184 3.221 1,2 Triticale 2,5 2,4 -4,0 6,4 6,1 -5,2 2.516 2.538 0,9 Uva para indústria3, 4 0,1 0,1 0,0 1,5 1,8 20,0 18.908 28.037 48,3 Uva para mesa total 6,9 6,7 -2,9 241,8 254,1 5,1 35.043 37.925 8,2 Uva comum para mesa3, 4 4,8 4,1 -14,6 183,2 187,5 2,3 38.514 46.632 21,1 Uva fina para mesa2, 4 2,1 2,6 23,8 58,6 66,6 13,7 28.353 25.739 -9,2 1Este levantamento
foi efetuado de 1 a 20 de junho de 2018. 2Estimativa final da
safra agrícola 2017/18, dados de jun./2018. 3Estimativa final da
safra agrícola 2017/18, dados de abr./2018. 4Somatório da área
nova e área em produção, e produtividade calculada a partir da área em
produção. 5Estimativa final da
safra agrícola 2017/18, dados de fev./2018. 6Dados de 2016/17
retificados. Fonte: Instituto
de Economia Agrícola e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Tabela 2 - Evolução da
Agricultura no Ano Agrícola 2017/18 Relativamente a 2016/17, Estado de São
Paulo Culturas/produtos Produção1 Área2 Produtividade Anuais4 97,23 104,00 93,48 Grãos5 101,90 104,55 97,47 Perenes e semiperenes6 102,53 100,88 101,14 Total 101,53 101,62 99,49 1Índice Laspeyres; ano-base 2016/17 e
base de ponderação 2016/17=100. 2Índice simples de área cultivada;
2016/17=100. 3Índice Laspeyres de produção/índice
simples de área em produção. 4Abóbora; abobrinha; alface; algodão;
amendoim das águas e da seca; arroz em casca; batata das águas, de inverno e da
seca; batata doce; beterraba; cebola de muda e de bulbinho (soqueira); cenoura;
feijão das águas, de inverno e da seca; melancia; milho e safrinha; pimentão;
repolho; soja e safrinha; sorgo granífero da seca e das águas; tomate envarado
e rasteiro; e trigo. 5Algodão; amendoim das águas e da seca;
arroz em casca; feijão das águas, de inverno e da seca; milho e safrinha; soja
e safrinha; sorgo granífero da seca e das águas; e trigo. 6Abacate; abacaxi; banana; café; cana
para indústria; caqui; figo para mesa; goiaba de mesa; goiaba para indústria;
laranja; limão; mandioca; manga; maracujá; pêssego para mesa; seringueira;
tangerina; e uva para mesa. Fonte: Instituto de Economia Agrícola e
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. 3 – ESTIMATIVAS
FINAIS 2017/18 3.1 – Algodão O levantamento
final para a cultura do algodão no Estado de São Paulo surpreende com o
crescimento na área plantada para 8,8 mil hectares (84,0%) e na produção para
31,5 mil toneladas (101,7%). A produtividade também acompanhou esse desempenho
e incrementou em 9,7% o resultado em relação à safra anterior, permitindo a
colheita média de 3.562 kg/ha. Esse
desempenho parece confirmar as expectativas do setor, no início do ano, que
previu crescimento na produção de 20,7% da fibra no Brasil. Os indicadores
dessa previsão conforme divulgado pela imprensa seria a combinação de: a)
preços mais atrativos para os produtores; b) mercado internacional sinalizando
menores estoques; e c) crescimento no uso da cultura como opção de rotação
entre culturas. Essa reação do segmento produtor parece que se repetirá na
safra seguinte, 2018/19 ainda no caminho dos motivos que fizeram com que a
safra 2017/18 apresentassem esse resultado. As principais
regiões produtoras são os Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) de Avaré
(64,0%), Itapeva (11,0%), Limeira (6,0%), Votuporanga (6,0%), Presidente
Prudente (5,0%) e Presidente Venceslau (5,0%) que, somadas, representam 97,0%
da produção paulista. 3.2 – Amendoim da Seca Na safra anterior, o amendoim da
seca ocupava 1.900 ha com produção de 4.900 t, e os resultados do levantamento
de junho de 2017/18 apontam aumento significativo para área, produção e
produtividade. A área aumentou 66,2%, passando para 3.200 ha, e a produção
cresceu 110,2%, ou seja, 10.300 t, resultando em uma produtividade de 3.261
kg/ha, 29,0% maior que a safra passada. O crescimento ocorreu principalmente no
EDR de São João da Boa Vista que, atualmente, cultiva 1.214 ha do produto. 3.3 – Arroz A estimativa final da safra 2017/18
de arroz (de sequeiro, várzea e irrigado) aponta para produção de 60,8 mil t,
5,9% menor que a obtida na safra passada, por conta tanto da queda da
produtividade da terra em 2,0%, quanto de 4,0% a menos na área plantada na
safra. A área cultivada de 10,5 mil ha se
distribui em 2,1 mil ha do arroz de sequeiro e várzea, e em 8,4 mil ha do
irrigado, valores inferiores aos do ano agrícola passado em 5,8% e 3,6%,
respectivamente. A substituição por outras culturas de maior rentabilidade pode
justificar essa queda de área, associada à concorrência com o arroz do Rio
Grande do Sul (principal produtor do Brasil). Contudo, nos últimos dez anos,
enquanto houve decréscimos de área da ordem de 69,0% (perde 4,6 mil ha), houve
ganhos ao redor de 45,0% na produtividade da terra para a cultura de sequeiro e
várzea. Para o arroz irrigado, o resultado é similar – perda de 6,6 mil ha na
área plantada estadual (44,0%) e aumento de 22,0% na produtividade da terra.
Porém, mesmo com a atividade recuando nos últimos anos no Estado de São Paulo,
ela continua tendo papel fundamental na economia regional, principalmente na
região do Vale do Paraíba (EDRs de Guaratinguetá e Pindamonhangaba), que
participa com 71,0% da produção paulista do arroz irrigado. Quanto ao arroz de
sequeiro e várzea, as regionais de Registro e Itapeva respondem por 86,0% da
produção do estado. 3.4 – Batata da
Seca Os resultados finais para o cultivo de batata da
seca apontam para área 1,9% menor em relação à safra passada, com produção e
produtividade tendo pequenas elevações, de 0,1% e 1,6%, respectivamente. A
produção encontra-se concentrada em três EDRs: São João da Boa Vista (44,4%),
Itapetininga (23,5%) e Itapeva (19,4%). 3.5 - Cebolas de Bulbinho A área cultivada com cebola de
bulbinho no Estado de São Paulo passou de 600 ha para 720 ha, aumento de 19,2%.
A produção também apresentou aumento na ordem de 13,5% em relação à safra
passada, enquanto a produtividade da cultura permaneceu praticamente estável
(redução de 1,2%). Esses resultados podem indicar que os produtores na época do
plantio esperavam boa remuneração para sua safra, devido à conjuntura de
mercado que apontava queda na produção nacional e dólar desfavorável a
importação. 3.6 - Feijão da Seca e das Águas O cultivo do feijão no
Estado de São Paulo é realizado em três safras, conforme o calendário agrícola:
águas (setembro a janeiro), seca (fevereiro a junho) e de inverno (abril a
setembro). Na safra das águas de 2017/18, já encerrada (de maior cultivo dentre
os 3 tipos), foram colhidas 173,7 mil t em 66,7 mil ha. Em junho foi finalizado
levantamento da safra 2017/18 do feijão da seca, os resultados apontaram
estabilidade na área plantada em relação a junho/17 com 15,5 mil ha; a produção,
porém, registrou queda de 6,2%, sendo colhidas 30,1 t do grão. Essa queda é em
função da menor da produtividade na mesma proporção, recuando de 2.000 kg/ha da
safra 2016/17 para 1.944 kg/ha da atual safra. 3.7 – Milho de 1ª Safra Os resultados finais do milho de 1ª safra mostram
que houve recuo de 2,3% na área em produção, estabilidade no volume produzido
em relação ao ano safra 2016/17 e produtividade 2,4% maior, com rendimento de
6.679 kg/ha (Tabela 3). As condições climáticas para o desenvolvimento da
cultura no estado foram adequadas, não ocasionando prejuízos a produção. A
redução de área justifica-se pela concorrência com a soja, cultura que se
mantém com melhor rentabilidade para o produtor. As regiões de maior produção
no estado são os EDRs de São João da Boa Vista, Itapeva e Itapetininga, que,
juntos, somam 36,2% do total produzido em São Paulo. Tabela 3 – Evolução do Milho de 1ª safra, Estado de São
Paulo, 2017 e 2018 Produto 2017 2018 Var. % Área em produção (ha) Produção (sc. 60 kg) Produtiv. (sc. 60 kg/ha) Área em produção (ha) Produção (sc. 60 kg) Produtiv. (sc. 60 kg/ha) Área em produção (ha) Produção (sc. 60 kg) Produtiv. (sc. 60 kg/ha Milho 1ª safra s/ irrig. 383.475,51 39.332.686 102,57 366.771,21 38.261.216 104,32 -4,36 -2,72 1,71 Milho 1ª safra irrigado 48.478,20 7.623.938 157,27 55.055,55 8.692.961 157,89 13,57 14,02 0,40 Milho 1ª safra 431.953,71 46.956.624 108,71 421.826,76 46.954.177 111,31 -2,34 -0,01 2,40 Fonte: Instituto de Economia Agrícola e
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. 3.8 - Soja Os resultados apurados para a
cultura da soja mostram crescimento de área de 5,7% e de 6,0% na produção, esta
decorrente do pequeno aumento da produtividade de 0,3% em relação à safra
anterior. O fator climático nessa safra teve pouca influência no resultado, não
sendo prejudicial à produção e nem contribuindo para um resultado melhor. No
Estado de São Paulo, a soja não irrigada contabiliza 94,0% da área total
plantada. Os EDRs de Itapeva e Assis são as regiões que concentraram a maior
área do estado nesta safra, com 24,0% e 16,0%, respectivamente. 4 -
ACOMPANHAMENTOS DA SAFRA 4.1 -
Culturas Anuais 4.1.1 - Batata
de inverno A colheita da batata de
inverno ocorre entre os meses de agosto e setembro de cada ano. Os resultados
deste levantamento indicam redução no cultivo: a área ocupada passou de 15.000
ha para 13.900 ha, redução de 7,1%. Por sua vez, a produção recuou em 8,6%
chegando a 422,8 mil t do produto, perfazendo produtividade de 30.329 kg/ha,
1,5% menor que na safra passada. 4.1.1 - Cebolas
de muda e plantio direto O levantamento realizado
em junho inclui o segundo levantamento de acompanhamento da safra de cebola de
muda e cultivada em plantio direto. A área ocupada com cebola de muda
apresentou redução em relação à safra anterior (4,9%), enquanto a produção
diminuiu 3,0%, indicando pequeno ganho de produtividade (1,1%). O EDR de
Jaboticabal participa com 39,5% da produção do estado, Sorocaba com 37,1% e
Itapeva com 16,1%. O cultivo de cebola em
plantio direto vem ganhando importância no Estado de São Paulo. O levantamento
de junho aponta crescimento de 6,6% na área e 24,9% na produção, proporcionando
um aumento de produtividade na ordem de 16,1%. A produtividade nesse sistema de
cultivo é significativamente maior em relação aos outros, uma vez que a cebola
em plantio direto produz em média mais de 60 t/ha, enquanto a cebola de muda
37,4 kg/ha, e a cebola de bulbinho, 39,5 t/ha. Jaboticabal é o principal EDR
produtor do estado com 55,8% da produção, seguido de São João da Boa Vista, que
participa com 37,6%. 4.1.3 -
Feijão de inverno Os resultados do segundo
levantamento de área e produção para a cultura do feijão de inverno (irrigado e
sem irrigação) da safra 2017/18 indicam pequeno recuo de 0,9% em relação à
safra passada. Apresenta, porém, ganhos de 4,3% na produtividade (2.617 kg/ha)
e de 3,4% na produção, devendo atingir 79,1 mil t, dos quais 69,0 mil t (87,0%)
são do cultivo irrigado, sendo que o uso dessa tecnologia permite obter maior
produtividade (2.790 kg/ha) do que o cultivo sem irrigação (1.842 kg/ha). 4.1.4 -
Milho 2ª safra (safrinha) No levantamento realizado
em junho, apurou-se aumento de 9,5% na área em produção quando comparada ao ano
anterior. Esse resultado mostra que os produtores estavam animados com a
cultura nesse ano-safra, mas a queda significativa de produção 4.1.5 -
Trigo O levantamento de junho
de 2018 apresenta números para a safra de trigo de 2017/18 que antecedem o
fechamento da safra que ocorre em setembro. A área cultivada de 80,5 mil ha
apresenta queda de 4,6% ante a safra anterior, e de 3,5% em relação à produção
de 2016/17. Apesar disso, os produtores de trigo podem obter acréscimo na
produtividade de 1,2%, que resultou em produção de 259,3 mil t. Essa cultura tem
apresentado um crescimento em área e produção no Estado de São Paulo graças à
sua participação como uma opção de cultura de inverno, podendo se expandir
muito, já que o estado é o maior consumidor de trigo do Brasil. Neste
levantamento, houve revisão baixista nas expectativas produtivas frente ao
levantamento de abril de 2018 e, a julgar pelo grau de comprometimento da safra,
em função da estiagem verificada nesse período de maio a julho. Espera-se,
portanto, que no próximo levantamento, que será realizado em setembro quando se
encerra do ano-safra 2017/18, possa ocorrer novo decréscimo na produção
esperada em virtude da menor produtividade. 4.1.6 –
Tomate Em junho de 2018, foram
obtidas informações sobre o terceiro levantamento da atual safra dos tomates
envarado e rasteiro. Para o tomate envarado (mesa), destinado ao consumo in natura, os resultados parciais
mostram redução de 20,5% de área cultivada, passando de 9,8 mil para 7,8 mil ha
na comparação com a safra anterior. A estimativa da produção também apresenta
queda de 20,4%, com previsão de serem colhidas 573,9 mil t do fruto, e a
produtividade média de 73,7 t/ha é praticamente a mesma da safra passada. Essas
reduções foram verificadas no EDR de Itapeva, que é a maior região produtora e
representa 62,0% da produção do Estado de São Paulo. O tomate rasteiro,
destinado à indústria, também apresenta redução na área e na produção no Estado
de São Paulo quando elas são comparadas às da safra anterior. A área cultivada
tem queda de 5,1%, ocupando atualmente 3.200 ha, e a previsão da produção de
237,2 mil t é 12,1% inferior, por conta de perdas de 7,0% na produtividade que
atingiu 269,8 mil t, com 73,5 t/ha ante a 79,0 t/ha da safra passada. O cultivo
do tomate para indústria concentra-se sua maior parte nas regiões noroeste e
norte do Estado de São Paulo, com destaque para os EDR de Votuporanga (20%),
Barretos (18%) e General Salgado (15%), que somados participam com 53% da
produção paulista. 4.2 -
Culturas Semiperenes e Perenes 4.2.1 -
Banana Em junho de 2018, o
levantamento da produção da banana no Estado de São Paulo realizado pelo
IEA/CATI indica redução de área e produção em relação ao levantamento anterior,
feito em abril desse ano. Os dados da produção de banana são levantados 5 vezes
por ano. Os resultados de junho correspondem ao 4º levantamento da safra 2017/18,
indicando, portanto, resultados preliminares. Os dados finais da safra serão
determinados no levantamento de setembro. Em relação ao
levantamento de abril, os dados atuais indicam redução de 3,7% na área em
produção, que foi estimada em 53,5 mil ha, enquanto a queda registrada na
produção foi de 3,4%, com 1,2 milhão de toneladas da fruta. Em relação à safra
anterior, observam-se aumentos de área e produção em 0,5%, e produtividade
superior em 0,9%. A produção é bastante
concentrada na EDR de Registro, que responde por 69,2% da produção paulista,
seguida pelos EDRs de São Paulo (5,15%), Jales (3,75%) e Avaré (3,21%). 4.2.2 –
Café Finalizado o quarto
levantamento de safra de café (junho de 2018) no Estado de São Paulo,
constatou-se nova elevação na estimativa de quantidade a ser colhida em
2017/18, totalizando 5,8 milhões de sacas (348,8 mil t), o que representa
incremento de 0,5% na expectativa de produção frente ao levantamento anterior,
e de 29,1% quando comparada à temporada 2016/17. O EDR de Franca, com
produtividade média acima das 39 sc./ha, congrega 44,7% da produção paulista,
constituindo-se em um dos cinturões cafeeiros mais importantes do país. Na
sequência aparece o EDR de São João da Boa Vista, com produtividade de 24,4 sc./ha
e 18,8% da produção do estado, destacando que esse EDR tem pouca oscilação na produção
devido sua condição geográfica (cafeicultura de montanha), enquanto na região
de Franca a produção é mais suscetível devido à bienalidade da cultura. 4.2.3 -
Cana-de-açúcar O levantamento de junho
mostra aumento de área total (área nova mais área para corte) destinada a
cultura de 1,2%, com produção menor em 1,7%, devido à produtividade de -2,7% em
relação ao ano anterior. O principal motivo dessa queda produtiva situa-se nos
índices pluviométricos abaixo da média histórica, em especial, no 2º trimestre
do ano. Os EDRs de maior produção do estado indicam queda de produção: Barretos
(-3,5%), Orlândia (-1,1%), Ribeirão Preto (-2,2%), Araraquara (-1,8%), São José
do Rio Preto (-2,3%) e Jaboticabal (-3,3%). Juntas, essas regiões produzem mais
de 162 milhões de toneladas, equivalente a 37,0% da produção paulista. Ademais,
houve queda de área nova em relação a 2017, uma vez que os dados evidenciam
diminuição de 6,5%. Somados ambos fatores, não são otimistas as expectativas
para a cultura no próximo ciclo produtivo. 4.2.4 –
Laranja O
levantamento realizado nos municípios paulistas, em junho de 2018, traz
estimativa preliminar da safra agrícola 2017/18 para a cultura da laranja.
Espera-se volume a ser produzido na safra de 348,6 milhões de
caixas de 40,8 kg (14.221 mil t), 7,4% superior ao obtido na safra de 2017
(324,5 milhões de caixas de 40,8 kg, equivalentes a 13.240 mil t).
Estima-se produtividade agrícola de 32.717 kg/ha, equivalente a 2,1 cx./pé ou
802 cx./ha. O tempo adequado para o desenvolvimento dos pomares, por conta das
chuvas que ocorreram no fim de 2017 em todas as regiões produtoras, e
potencializado pela melhora dos tratos culturais dos pomares, estão
influenciando esses resultados. Contudo, o volume de chuvas abaixo da média,
durante segundo trimestre de 2018, influenciou negativamente o desenvolvimento
dos frutos, principalmente em pomares sem irrigação. Com isso, a maior
participação de laranjas com menor calibre tem dificultado a comercialização no
mercado in natura, reduzindo a
oferta, mas aumentando a disponibilidade para processamento. No volume de caixas
divulgado estão computados o volume a ser destinado ao mercado, as caixas
perdidas no processo produtivo e na colheita, bem como os frutos provenientes
de pomares não expressivos economicamente.
Quanto à área total
plantada de 460,0 mil ha (que inclui área com plantas ainda não produtivas), o
levantamento prevê área cultivada maior em 3,1% relativamente ao ano agrícola
anterior. Embora novas técnicas tenham sido aplicadas para minimizar e/ou
resolver a incidência de problemas fitopatológicos, em especial cancro cítrico e
HLB (greening), ainda há continuidade
no processo de erradicação e expansão menor de pomares. 4.2.5 -
Mandioca Os resultados deste levantamento em relação ao cultivo de mandioca tanto
para indústria quanto para mesa no Estado de São Paulo foram menores quando comparados à safra anterior. A mandioca para mesa apresentou
redução de 8,1% na área e 4,1% na produção, o que refletiu em produtividade
1,3% menor. A área cultivada com mandioca para indústria permaneceu
praticamente estável, 0,9% menor, a expectativa da produção foi 4,8% e a
produtividade 3,0% inferior à safra anterior. Atualmente os principais
EDRs produtores de mandioca para mesa são Mogi Mirim, Jaboticabal e Sorocaba. A
mandioca para indústria é produzida principalmente em Assis, Marilia,
Presidente Venceslau e Piracicaba. 5 –
CONSIDERAÇÕES FINAIS As informações deste
levantamento estão disponibilizadas por estado (Tabela 1 e 6), por Escritório
de Desenvolvimento Rural (Tabela 4) e por Região Administrativa e Região
Metropolitana (Tabela 5). O próximo levantamento, a
ser efetuado em setembro de 2018, trará informações de intenção de plantio das
culturas da safra de verão para 2018/19 e resultados finais dos produtos
agrícolas de inverno e das culturas perenes (banana, café e laranja) da safra 2017/18. ¹Os
autores agradecem o desempenho no levantamento dos técnicos do DEXTRU, das
Casas de Agricultura e diretores dos EDRs e da Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral (CATI); os comentários dos pesquisadores do IEA Celso
Luis Rodrigues Vegro, Marisa Zeferino Barbosa, Rejane Cecília Ramos, Renata
Martins Sampaio e Waldemar Pires de Camargo do CPEEA do IEA; e também a
colaboração da técnica de apoio do CCTC/NETC Talita Tavares Ferreira, da
Oficial de Apoio à Pesquisa Michele Quirino Bettencourt do DTD/NIA, do Oficial
de Apoio à Pesquisa Cleber Custódio da Silva do CAPD/NIN e dos estagiários
Beatriz Pontes Ruiz, Caio Daniel Pinto de Lima, Elisandra Silva Santos e Victor
Alef Pereira Santos do Levantamento de Preços do CPIEA. 2Entende-se
por método subjetivo a coleta e a sistematização de dados fornecidos pelos
técnicos das Casas de Agricultura, em função de seu conhecimento regional e/ou
da coleta de dados de forma declaratória, fornecida pelo responsável pela
unidade de produção. 3Informações
climáticas (precipitação) obtidas no Centro Integrado de Informações
Agrometeorológicas (CIIAGRO). Palavras-chave: previsão e estimativa de safras, EDR, Estado de São Paulo.
2016/17
2017/18
%
2016/17
2017/18
%
2016/17
2017/18
%
da terra3
(-20,2%) em virtude de produtividade inferior à de 2016/17 em 27,1%,
comprometeu as boas expectativas para a produção do milho safrinha. A causa
desse resultado é a baixa precipitação ocorrida no 2º trimestre desse ano. Por
exemplo, no município de Cândido Mota, o volume de chuvas foi 75,2% inferior ao
observado no ano anterior e, em Itaberá, o acumulado entre abril e junho foi de
47,9 mm, valor 87,9% inferior ao do ano anterior3. O levantamento a
ser realizado em setembro trará os números finais da cultura nesse ano safra.
Data de Publicação: 31/08/2018
Autor(es):
Vagner Azarias Martins (vagnermartins@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Eduardo Fredo (cfredo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Roberto Ferreira Bueno Consulte outros textos deste autor
Celma Da Silva Lago Baptistella (csbaptistella@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Denise Viani Caser (dcaser@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Felipe Pires de Camargo (fpcamargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Mario Pires De Almeida Olivette (olivette@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor