Artigos
Afetados pela greve dos caminhoneiros, preços dos alimentos sobem e pressionam o orçamento das famílias paulistanas
O mês de maio foi marcado
pela paralisação do transporte rodoviário de cargas no Brasil, a partir do dia
21 e seguindo até o final do mês. Esse movimento causou sérias dificuldades
para o abastecimento de alimentos, influenciando sua comercialização e
provocando variações significativas nos preços de certos alimentos, afirma Vagner Azarias Martins, pesquisador
do Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo. A variação dos gastos médios
dispendidos por uma família composta por 4 pessoas em média foi de 0,50% em
maio, quando comparados com os efetuados no mês anterior. Em maio, o dispêndio
com os produtos de origem animal foi -0,57% menor que o de abril. “O pico de preços foi observado na
4ª semana do mês, período de intensificação da paralisação. O preço médio do
frango inteiro foi o que sofreu a maior variação do subgrupo entre a 2ª e a 4ª
semana (28,34%)”, destaca o pesquisador. Por outro lado, os produtos
de origem vegetal contribuíram em 1,60% para a composição do índice total,
sendo que o principal destaque foi a variação de 11,98% na compra de
hortaliças. A cebola, por exemplo, fechou o mês de abril a R$ 4,02/kg, mas, já
na 1ª semana de maio alcançou preço médio de R$ 6,31, essa variação pode ser
explicada pela entressafra do produto e pelo aumento da cotação do dólar que
influenciou a importação da cebola estrangeira. Na última semana, o preço médio
foi de R$ 7,27, nesse caso é possível afirmar que o aumento foi causado pela
paralisação. Quanto às Frutas, o
pesquisador destaca o comportamento dos preços médios da banana nanica, mamão e
laranja. Os primeiros são frutas que estão no período safra, por tanto,
espera-se redução de preços, e de fato ocorreu queda de preços no mês de maio
comparado a abril, contudo, mesmo em período favorável ocorreram aumentos
significativos entre a 2ª e a 4ª semana do levantamento, para a banana nanica o
preço médio passou de R$ 6,06/dz para R$ 7,22/dz; no mamão, o preço médio da 2ª
semana foi R$ 4,89/kg e na 4ª subiu para R$ 6,84 o quilo. A laranja pera está
em entressafra, portanto a variação positiva era esperada; contudo, o aumento
de 25,16% da 2ª para a 4ª semana foi muito grande, possivelmente causado pela paralisação
dos caminhoneiros). No subgrupo de Produtos
Básicos, que também integram a categoria de Vegetais, observa-se um aumento de
0,40%, com destaque para o pão francês e feijão. “Com esses resultados, têm-se pela primeira vez no
ano, a cesta de mercado apresentando variação positiva, com os consumidores
tendo que desembolsar um valor maior em relação a abril para adquirir os mesmos
produtos e quantidades”, concluiu o pesquisador. Metodologia: o
levantamento mensal de preços dos alimentos no município de São Paulo,
realizado pelo IEA, é organizado na forma de
uma cesta de mercado composta por 88 itens distribuídos em sete
subgrupos, três de origem animal e quatro de origem vegetal. A partir dos
preços ponderados pelo tipo e ou variedade dos produtos, equipamento de compra
e faixa de renda, além da quantidade consumida, são elaborados os índices de
acompanhamento do dispêndio: Índice de Preços da Cesta de Mercado Total
(IPCMT); Índice de Preços da Cesta de Mercado Animal (IPCMA) e Índice de Preços
da Cesta de Mercado Vegetal (IPCMV). Para conhecer mais sobre a
metodologia e consultar a tabela e os gráficos, clique aqui. Por: Nara Guimarães Mais
informações
Assessoria de Comunicação
Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Tel: (11) 5067-0562
Data de Publicação: 13/06/2018
Autor(es): Instituto de Economia Agrícola (iea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor