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Estimativa da Produção Animal no Estado de São Paulo em 2017
O Instituto de Economia Agrícola (IEA) e a
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento (SAA), realizaram, em novembro de 2017,
levantamento por município da produção animal e da área de pastagem para o
Estado de São Paulo, indicando as estimativas finais para o ano de 2017. Neste
levantamento, é aplicado o método subjetivo2, que consiste da
pesquisa e sistematização dos dados fornecidos pelos técnicos das Casas de
Agricultura, em cada um dos 645 municípios do Estado de São Paulo. Os
dados indicam que a área total de pastagem no estado apresentou ligeira queda
em 2017 (0,17%) em relação ao resultado de 2016, atingindo 6,9 milhões de
hectares (Figura 1). A
figura 2 mostra as variações nos três tipos levantados de áreas de pastagem,
indicando queda nas áreas de pastagem cultivada (1,32%), e crescimento nas
áreas de pastagens naturais e de capim para semente. A estimativa para o número total de bovinos no
Estado de São Paulo foi de 10,48 milhões de cabeças, com decréscimo de 1,00% em
relação a 2016 (Figura 3). Os dados desagregados, e classificados por aptidão
do rebanho, mostram que o número de bovinos de corte apresenta aumento de 3,24
%, totalizando 6,26 milhões de cabeças. Os números também mostram uma redução
de 3,75% no número de bovinos destinados à produção de leite em relação ao ano
anterior, totalizando 1,19 milhão de cabeças, e na categoria gado misto um
decréscimo de 7,81% em 2017, atingindo 3,03 milhões de cabeças. A evolução do rebanho paulista
de bovinos nos últimos anos parece ter atingido um equilíbrio entre a demanda
pelo setor de beneficiamento, laticínios e frigoríficos e a oferta pelos
produtores. O crescimento no agregado do rebanho não é constante e por
categoria parece refletir o comportamento de cada segmento que o compõe. O
setor da pecuária leiteira enfrenta dificuldades de ajustar seus números ante
as necessidades de aumento de produção e redução de custo da atividade no Estado
de São Paulo. Trabalhar com animais da categoria misto, o que equivale a dizer,
animais sem a especialização no ganho de peso ou na produção de leite, pode
significar uma menor margem de retorno ao criador quando se leva em conta o peso total que
este tipo de animal pode atingir, e em quanto tempo e o volume de produção de
leite que esta categoria pode fornecer, pois consideram-se animais cuja exploração é mista, produção tanto de carne quanto
de leite também. Em 2017, foi estimado que 3,72 milhões de cabeças estavam
prontas para abate, 0,64% a menos que o verificado no ano de 2016,
representando potencialmente uma oferta de 948 mil toneladas de carne bovina
(Figura 4). Apesar da instabilidade que o setor de abate viveu nos dois últimos
anos, o número de animais abatidos parece não ter se alterado de forma
significativa. A produção leiteira em 2017 foi estimada em
aproximadamente 1,58 bilhão de litros (Figura 5), praticamente a mesma produção
de 2016, apesar da redução de 3,75% do plantel leiteiro no Estado de São Paulo.
O produtor de leite paulista vê aumentar as
pressões sobre sua atividade, com necessidade de aumento no volume de produção
e no rendimento de litros de leite por animal que a cada dia deve ser maior
para equilibrar seus custos. Com
relação à produção paulista de aves para postura, as estatísticas indicam um
plantel de cerca 50,94 milhões de cabeças em 2017. A produção de ovos deverá
apresentar em 2017 um crescimento em relação à 2016 de 5,82%, totalizando 1,12
bilhão de dúzias (Figura 6). A
produção paulista de aves para corte em 2017 aponta para a existência de um
plantel de 130,50 milhões de cabeças alojadas (Figura 7) e um total de abate
previsto em 682,04 milhões de cabeças, equivalendo a uma oferta de 1,50 milhão
de toneladas de frango, em peso vivo que representa um crescimento de 3,06%
sobre o volume de 2016. A produção de frangos em São Paulo, praticamente toda
voltada ao consumo dentro do próprio Estado, evolui dentro de oscilações em
torno de 650 a 750 milhões de aves abatidas ao ano. A participação do frango
resfriado no mercado varejista de São Paulo é grande e parece não se alterar de
maneira significativa com o passar do tempo. A figura 8 aponta para uma previsão do efetivo de
suínos no Estado de São Paulo da ordem de 982,84 mil cabeças, representando uma
queda de 3,24 % em relação ao estimado em 2016. Os animais previstos para o
abate totalizaram 1,15 milhão de cabeças, resultando em produção de 95,86 mil
toneladas de carne, indicando decréscimo da ordem de 6,79 % em relação ao ano
anterior. . ______________________________________ 1Os
autores agradecem aos técnicos das Casas de Agricultura e diretores dos EDRs,
da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), pelo desempenho na
coleta dos dados. Também agradecem a colaboração da Diretora de Núcleo de
Comunicação Institucional Talita Tavares Ferreira, do CCTC, da Oficial de Apoio
Irene Francisca Lucatto do Núcleo de Infraestrutura (NIn) e da equipe do Núcleo
de Informática para os Agronegócios (NIA) do IEA. 2Entende-se por método subjetivo a
coleta e sistematização de dados fornecidos pelos técnicos das Casas de
Agricultura, em função de seu conhecimento regional e/ou da coleta de dados de
forma declaratória, fornecida pelo responsável pela unidade de produção. Palavras-chave: produção animal, estimativas agrícolas, Estado de São
Paulo..
Data de Publicação: 04/05/2018
Autor(es):
Carlos Roberto Ferreira Bueno Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor