IqPR de Março de 2018: alta de 0,50%

O Índice de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1, 2 - que mede a variação dos preços recebidos pelos produtores paulistas - registrou alta de 0,50% em março/2018 na comparação com fevereiro/2018. Separado por grupos de produtos, o IqPR-V (grupo de produtos de origem vegetal) subiu 0,69% e o IqPR-A (produtos de origem animal) se manteve quase no mesmo patamar com uma pequena alta de 0,06% (Tabela 1). Nessa mesma tabela, são apresentadas as variações do final de fevereiro/2018 e das quatro quadrissemanas de março/2018 para os índices calculados com a cana-de-açúcar e sem a cana-de-açúcar.

 

 

Quando a cana-de-açúcar (que teve queda de 2,84% em março/2018 no comparativo com fevereiro/2018) é excluída do cálculo do índice na ponderação dos produtos, o IqPR (geral sem cana) teve alta de 3,21%, ou seja, 2,71 pontos percentuais maior que o IqPR (com cana). Já o IqPR-V sem cana apresentou uma elevação positiva de 7,27%, ou seja, 6,58 pontos percentuais superior ao IqPR-V com cana (Tabela 1).

O preço da tonelada da cana-de-açúcar no campo em março apresentou queda de 2,84% (Tabela 2), ainda influenciado pelos preços baixos do açúcar tanto no mercado na-cional quanto no internacional3, apesar do preço do kg da ATR ter apresentado leve aumento de 0,34% no mensal e 0,97% no acumulado4.

Com relação ao período de março de 2017 a março de 2018, a cana apresentou uma queda de 16,13% (Tabela 2).

 

 

Os preços praticados no período de abril de 2016 a março de 2018 (Figura 1) foram influenciados pelo preço do açúcar no mercado internacional principalmente no ano de 2017, e deverão continuar interferindo, tendo em vista o elevado estoque do produto no mercado mundial. No âmbito nacional, o preço do etanol também tende a cair em razão do início da safra 2018/19, intervindo no preço da tonelada da cana, pois o etanol é um dos componentes na formação do preço da tonelada.

 

Os produtos do IqPR que apresentaram as maiores altas nas cotações do mês de março/2018 em relação a fevereiro/2018 foram pela ordem: banana nanica (35,70%), laranja para mesa (22,28%), milho (17,45%), ovos (14,80%) e batata (4,37%) (Tabela 2). Já os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços no período foram: carne suína (-7,18%), arroz (-5,99%), amendoim (-5,50%), carne de frango (-4,45%) e cana de açúcar
(-2,84%) (Tabela 2).

Em resumo, dos 19 produtos analisados no mês de março, 10 produtos apresentaram alta de preços (8 de origem vegetal e 2 de animal), outros 9 apresentaram queda (6 vegetais e 3 animais).

 

ACUMULADO DOS ÚLTIMOS 12 MESES PARA O IQPR COM CANA

No período de abril/2017 a março/2018, o IqPR apresentou a maior alta no mês de outubro/2017, de 1,30% (quando os produtos vegetais apresentaram alta de 2,22%, puxados principalmente pela batata, milho, laranja para mesa e tomate para mesa)5. Já a maior queda, de 3,65%, aconteceu em junho/2017, novamente induzida pelo IqPR-V (com as quedas das laranjas – para indústria e para mesa -, batata e tomate para mesa)6. No caso do IqPR-A, o maior aumento (de 2,67%) ocorreu no mês de agosto/2017 (quando a carne bovina subiu 6,37%) e a maior baixa (de 3,24%) aconteceu no mês de junho/2017 (momento no qual a carne bovina recuou 6,62%)7 (Figura 3).

 

O IqPR apresentou variações positivas nos meses de: outubro/2017, dezembro/2017 a março/2018 e variações negativas de abril/2017 a setembro/2017 e novembro/2017, o que identifica mudança de tendência do índice nesse intervalo (Figura 3).

No acumulado dos últimos 12 meses (março/2017 a março/2018), todos os índices apresentaram variação negativa: o IqPR (geral) ficou em –8,26%, o IqPR-V (vegetal) com
–9,80% e o IqPR-A (animal) com –5,11% (Figura 4).

Na comparação dos preços de março/2018 em relação a março/2017, ao relacionar os resultados das variações, observa-se uma grande discrepância entre número de produtos com valores positivos e negativos (6 e 13 produtos, respectivamente). Apresentaram variações positivas: milho (21,95%), laranja para mesa (12,24%), batata (8,39%), trigo (7,96%), algodão (5,04%) e carne bovina (0,33%). Os demais produtos perderam valor em suas cotações, que pela ordem são: laranja para indústria (-36,26%), laranja para mesa
 (-35,74%), feijão (-34,08%), carne suína (-28,22%), arroz (21,45%), cana-de-açúcar
(-16,13%), amendoim (-14,82%), café (-12,91%), carne de frango (-12,33%), leite cru refrigerado (-11,51%), ovos (-8,01%), banana nanica (-6,20%) e tomate para mesa (-5,36%) (Tabela 2
).

 

 

 

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1A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência = 01/03/2018 a 31/03/2018 e ba-
se = 01/02/2018 a 28/02/2018.

 

2Artigo completo com a metodologia: PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v. 38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em:  maio 2018.

 

3INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Cotações de fechamento de produtos agropecuários mercado interno e internacional.  São Paulo: IEA, 2018. Disponível em: <http://ciagri.iea.sp.gov.
br/precosdiarios/Variacoes.aspx>. Acesso em: 12 abr. 2018.

 

4_____. Conjuntura. Quadrissemana: base de dados de 2017. São Paulo: IEA, 2017. Disponível em: <http://www.iea.agricultura.sp.gov.br/out/Quadrissemana2.php?codTipo=1&ano=2017>. Acesso em: 2 abr. 2018.

 

5Op. cit. nota 4.

 

6Op. cit. nota 4.

 

6Op. cit. nota 4.

 

 

Palavras-chave: IqPR, índice, preços recebidos, índices agrícolas, variações, indicadores.


Data de Publicação: 04/05/2018

Autor(es): Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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Katia Nachiluk (katia.nachiluk@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor