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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro do Primeiro Trimestre de 2018
1 - BALANÇA
COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO No primeiro trimestre de 2018, as
exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$12,57 bilhões (23,1%
do total nacional) e as importações2, US$14,61 bilhões
(36,1% do total nacional), registrando um deficit
de US$2,04 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre de 2017, o valor das
exportações paulistas cresceu 12,8% e o das importações 14,0%, aumentando o deficit comercial (21,4%) (Figura 1). O incremento nas
exportações paulistas (+12,8%), comparando-se os primeiros três meses de 2018 e
2017, foi maior do que o das exportações brasileiras (+7,8%); também nas
importações, o crescimento em São Paulo (+14,0%) foi maior do que no Brasil
(+12,1%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o deficit
da balança comercial paulista aumentou 21,4%, enquanto o superavit da
balança comercial brasileira recuou 3,1%. O
agronegócio3 paulista apresentou queda nas exportações (-3,1%),
registrando US$4,06 bilhões; enquanto as importações subiram (+1,5%), somando
US$1,32 bilhão, reduzindo em 5,2% o saldo comercial em relação ao primeiro
trimestre de 2017, atingindo US$2,74 bilhões (Figura 2). Essa redução do saldo
comercial decorre da menor exportação do grupo complexo sucroalcooleiro,
principal item da pauta do agronegócio paulista, que no período analisado registrou
quedas de 12,7% no volume e de 31,0% em valores. Há que
se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio
- somaram US$13,29 bilhões, e as exportações US$8,51 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$4,78
bilhões. Assim, conclui-se que o deficit
do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do
agronegócio estadual, cujo saldo manteve-se positivo (US$2,74 bilhões). Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista
em 2018 foram: complexo sucroalcooleiro (US$1,31 bilhão, em que o açúcar
representou 88% e o álcool 12%), carnes (US$551,65 milhões, em que a carne
bovina respondeu por 81,5%), sucos (US$515,98 milhões, dos quais 97,5%
referentes a sucos de laranja), produtos florestais (US$463,04 milhões) e complexo soja (US$336,28
milhões). Esses cinco agregados representaram 78,1% das vendas externas
setoriais paulistas (Tabela 1). Na comparação
do primeiro trimestre de 2018 com o de 2017, tiveram crescimento as exportações
paulistas de: animais vivos (+151,5%); chá, mate e especiarias (+138,0%);
pescados (+75,0%); cereais, farinhas e preparações (+50,6%); demais produtos de
origem vegetal (+39,7%); sucos (+39,1%); complexo soja (+34,6%); produtos oleaginosos
(+33,7%); frutas (+32,5%); produtos alimentícios diversos (+32,5%); carnes
(+29,1%); produtos florestais (+16,8%); e produtos apícolas (+4,2%). Houve
redução nas demais, ou seja: lácteos A
participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado
diminuiu 5,3 pontos percentuais, enquanto a participação das importações caiu
1,1 ponto percentual, na comparação do primeiro trimestre de 2018 com o de 2017
(Figura 3). 2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A
balança comercial brasileira registrou superavit
de US$13,95 bilhões no primeiro trimestre de 2018, com exportações de US$54,37
bilhões e importações de US$40,42 bilhões. O menor superavit comercial (-3,1%) resultou do aumento nas exportações
(+7,8%), inferior ao das importações (+12,1%) (Figura 4). No
primeiro trimestre de 2018, as exportações do agronegócio brasileiro aumentaram
4,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$21,47 bilhões
(39,5% do total). Já as importações do setor caíram 4,0%, também na comparação
com o primeiro trimestre de 2017, somando US$3,61 bilhões (8,9% do total). O superavit do agronegócio no período em
2018 foi de US$17,86 bilhões, sendo 6,6% superior ao primeiro trimestre do ano
passado (Figura 5). Portanto,
o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do
agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações de US$32,90 bilhões
e importações de US$36,81 bilhões, produziram no primeiro trimestre de 2018 um deficit de US$3,91 bilhões. Os cinco principais grupos do agronegócio brasileiro nas
exportações do primeiro trimestre de 2018 foram: complexo soja (US$6,73 bilhões); carnes (US$3,63
bilhões); produtos florestais (US$3,49 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$1,81
bilhão); e café (US$1,26 bilhão). Esses cinco agregados responderam por 78,9%
das vendas externas do agronegócio nacional (Tabela 2). Na
comparação com o primeiro trimestre de 2017, aumentaram as exportações de:
animais vivos (+128,3%); fumo e seus produtos (+90,0%); cereais, farinhas e
preparações (+76,6%); fibras e produtos têxteis (+72,3%); produtos hortícolas,
leguminosas, raízes e tu- bérculos (+48,4%); sucos
(+37,1%); produtos florestais (+35,2%); demais produtos de origem vegetal
(+27,2%); produtos oleaginosos (+25,6%); produtos alimentícios diversos
(+25,4%); frutas (+21,5%); demais produtos de origem animal (+11,4%); e
complexo soja (+0,1%). Diminuíram as exportações de: lácteos (-54,1%); plantas
vivas e produtos de floricultura (-36,7%); complexo sucroalcooleiro (-31,2%);
pescados (-30,1%); couros, produtos de couro e peleteria (-16,3%); cacau e seus
produtos (-14,7%); produtos apícolas (-12,5%); café (-12,0%); chá, mate e
especiarias (-11,5%); bebidas (-2,9%); rações para animais A
participação do agronegócio nos totais do país diminuiu em termos das
exportações (-1,2 ponto percentual) e diminuiu com relação às importações (-1,5
ponto percentual) (Figura 6). 3 - DESEMPENHO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A
participação paulista no total da balança comercial brasileira apresentou
aumento nas exportações (+1,0 ponto percentual) e nas importações (+0,5 ponto
percentual) (Figura 7). Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações
setoriais de São Paulo A participação
do agronegócio paulista no agronegócio nacional no primeiro trimestre de 2018
destacou-se nos grupos: sucos (87,7%); produtos alimentícios diversos (77,3%);
complexo sucroalcooleiro (72,2%); demais produtos de origem vegetal (64,7%);
plantas vivas e produtos de floricultura (53,9%); lácteos (46,7%); animais
vivos (39,2%); produtos oleaginosos (38,8%); produtos apícolas (35,7%); demais
produtos de origem animal (34,7%); rações para animais (33,8%); e bebidas
(29,4%) (Tabela 3). Em
relação ao primeiro trimestre do ano anterior, sobressaíram-se os aumentos 1Estado produtor (Unidade
da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação,
é aquele onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou
fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o
estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de
fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador
(Unidade da Federação importadora) é definido como aquele do domicílio fiscal
do importador. 3Os grupos de
produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat.
Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/ Palavras-chave: agronegócio,
balança comercial, exportações, importações, comércio exterior.
(-52,3%); complexo sucroalcooleiro (-31,0%); café (-29,3%); rações para animais
(-25,3%); couros, produtos de couro e peleteria (-23,3%); bebidas (-23,3%);
cacau e seus produtos
(-20,0%); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (-14,9%);
plantas vivas e produtos de floricultura (-13,5%); fibras e produtos têxteis
(-9,2%); e demais produtos de origem animal (-9,0%) (Tabela 1). O grupo de fumo
e seus produtos registrou variação expressiva de 2.900%, porém, é um item com
pequena participação (0,01%) na pauta de exportação do Estado de São Paulo.
(-2,8%); e carnes (-1,4%) (Tabela 2).
no primeiro trimestre de 2018 representaram 18,9%, ou seja, 1,5 ponto
percentual inferior ao primeiro trimestre de 2017, enquanto as importações
representaram 36,6%, sen-
do 2,0 pontos percentuais superior ao verificado no mesmo período do ano
passado
(Figura 8).
nas participações de São Paulo nos grupos: plantas vivas e produtos de
floricultura (+14,5 pontos percentuais); demais produtos de origem vegetal
(+5,8 pontos percentuais);
produtos apícolas (+5,7 pontos percentuais); produtos alimentícios diversos
(+4,1 pontos percentuais); e animais vivos (+3,6 pontos percentuais). Já as
maiores quedas ocorre-
ram nas participações dos grupos: produtos hortícolas, leguminosas, raízes e
tubérculos
(-12,0 pontos percentuais); rações para animais (-10,2 pontos percentuais);
bebidas (-7,8 pontos percentuais); e demais produtos de origem animal (-7,7
pontos percentuais)
(Tabela 3).
portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>. Acesso em: abr.
2018.
Data de Publicação: 24/04/2018
Autor(es):
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor