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IEA aponta queda dos empregos formais no Campo em 2016
A redução de
dois milhões de postos de trabalho no Brasil, em 2016, 25% dos quais somente em
São Paulo, refletem a crise política e economia instaurada nos dois últimos
anos, resultando no aumento do desemprego, migração para o trabalho informal e
redução das contribuições para o sistema previdenciário, informa o Instituto de
Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado
de São Paulo. Dados da Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego, referentes ao ano de 2016,
indicam diminuição no número de empregos formais (celetistas e estatutários) em
todos os setores econômicos brasileiros. Os pouco mais de 46 milhões de
vínculos ativos apresentados em 2016, são resultado de uma retração de 4,2% em
relação ao ano anterior. O setor agropecuário, único com elevação no número de
postos de trabalho em 2015, não repetiu a situação positiva no ano de 2016,
quando teve queda de 1,7%, totalizando 1.483.211 postos de trabalho formais,
explicam Carlos Eduardo Fredo e Celso Vegro, pesquisadores do IEA. Para o Estado de São Paulo, observou-se
comportamento semelhante com queda de 3,7% no total de postos de trabalhos
formais, encerrando o ano de 2016 com 13.194.120 vagas. Todos os setores
econômicos demandaram menor número de trabalhadores e, nos setores de serviços
e de indústria, observaram-se as quedas mais significativas. As cinco principais atividades agropecuárias
paulistas concentraram 64,6% do total de empregos em 2016 e foram também as que
apresentaram as maiores quedas de emprego formal em 2016. Atividades de apoio à
agricultura, cultivo de laranja, cana-de-açúcar, criação de aves e de bovinos
contabilizaram a perda de 24.104 postos de trabalho. Outros fatores
contribuíram para a queda dos empregos, no caso da laranja, a erradicação de pomares por conta de pragas e
doenças, ofertou menos postos de trabalho, além da verticalização dos
extratores de sucos que detendo os pomares, arrebatam os postos de trabalho
agrícolas contabilizados no setor industrial. Em relação à cana-de-açúcar, a
legislação que impôs a proibição da queima da palha de cana-de-açúcar e
intensificação do processo tecnológico na forma da colheita mecânica,
aceleraram a diminuição dos postos de trabalho para essa atividade econômica. Por outro lado, outras atividades
apresentaram acréscimos na oferta de empregos formais, como foi o caso da
produção de sementes certificadas, de florestas, cultivo de café, dentre
outras. “Merece destaque a produção de sementes, que, dentre as 34
atividades agropecuárias que compõem este setor econômico no Estado de São
Paulo, teve recorde na geração de empregos em 2016”, comentam os
pesquisadores, destacando que esta atividade econômica de base tecnológica
confere qualidade aos insumos utilizados no sistema de produção agropecuário. Para a visão regional do comportamento
de emprego, as Regiões Administrativas de Campinas, Sorocaba e São José do Rio
Preto concentraram 40,5% do total de empregos formais num diversificado rol de
atividades agropecuárias como criação de bovinos, aves, cultivo de laranja e
cana-de-açúcar. Porém, em 2016, nessas regiões administrativas e em outras dez
do Estado ocorreram perdas de postos de trabalho. Com a expectativa de melhora na economia
em 2017, espera-se que o desempenho do mercado de trabalho formal apresente
crescimento. Em que pese o excessivo endividamento de importantes ramos do
agronegócio paulista, o ambiente de melhoria das condições econômicas estimula
a retomada do investimento. Tal dinâmica terá reflexos na geração de postos de
trabalho formais no agronegócio paulista que, associada ao esforço de
incremento tecnológico com ganhos na produtividade dos fatores, poderá mais que
compensar os empregos rurais perdidos em 2016, com tendência de se tornar um
fenômeno ainda mais vigoroso em 2018. Para
ler o artigo na íntegra e consultar os gráficos e tabelas, clique aqui. Por:
Nara
Guimarães
Mais informações
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Tel: (11) 5067-0562
Data de Publicação: 24/01/2018
Autor(es): Instituto de Economia Agrícola (iea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor