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Setor Agropecuário: tendência de queda nos empregos formais em 2016
Para
o Estado de São Paulo, observou-se comportamento semelhante com queda de 3,7%
no total de postos de trabalhos formais, concluindo o ano de 2016 com
13.194.120 vagas. Todos os setores econômicos demandaram menor número de
trabalhadores e, nos setores de serviços e de indústria, observaram-se as
quedas em números absolutos mais significativas. As
perdas de dois milhões de postos de trabalho no Brasil e 500 mil em São Paulo,
em 2016, refletiram a crise instaurada na política e na economia dos últimos
dois anos, repercutindo no aumento do desemprego, na migração para o trabalho
informal e, assim, comprometendo inclusive as contribuições para o sistema
previdenciário. As cinco principais atividades agropecuárias paulistas
concentraram 64,6% do total de empregos em 2016 e foram, também, aquelas com
maiores quedas de emprego formal em 2016 (Tabela 2). Atividades de apoio à
agricultura, cultivo de laranja, cana-de-açúcar, criação de aves e de bovinos
contabilizaram a perda de 24.104 postos de trabalho. Os dados referem-se ao
total de vínculos ativos em dia 31 de dezembro de 2016 em cada estabelecimento
agropecuário, ou seja, o período de entressafra para atividades agrícolas.
Menciona-se também que o número de estabelecimentos agropecuários declarantes
da RAIS diminuiu em 677 entre 2015 e 2016. Mas outros fatores contribuíram para
a queda dos empregos, como no caso da laranja que, com a erradicação de
pomares por conta de pragas e doenças, ofertou menos postos de trabalho, além
da verticalização dos extratores de sucos que detendo os pomares, arrebatam os
postos de trabalho agrícolas contabilizados no setor industrial. As
atividades de apoio à agricultura que compreendem desde a preparação de
terrenos, pulverização, irrigação, controle de pragas e plantio de mudas
realizados na forma de contratos acompanharam a tendência de queda,
influenciada por subatividades importantes já citadas, como laranja e
cana-de-açúcar. Porém,
cabe salientar que outras atividades apresentaram acréscimos na oferta de
empregos formais, como foi o caso da produção de sementes certificadas, de
florestas, cultivo de café, dentre outras (Tabela 2), nas atividades mais
relevantes do estado. Menciona-se aqui a
importância para São Paulo de produção de sementes que, dentre as 34 atividades
agropecuárias que compõem este setor econômico, teve recorde na geração de
empregos em 2016 no estado. Esta atividade econômica de base tecnológica
confere qualidade aos insumos utilizados no sistema de produção agropecuário. As
informações apresentadas para o ano de 2016 sobre o emprego formal agropecuário
revelaram uma tendência de queda, mas os dados da RAIS complementados com
informações mensais provenientes do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED)7, também do Ministério do Trabalho e Emprego,
já permitem traçar uma perspectiva para o ano de 2017. Esses dados correspondem
à movimentação mensal de admitidos e desligados nos estabelecimentos por setor
econômico. Dessa forma, para o Estado de São Paulo, ocorreram 190.753 admissões
e 156.025 desligamentos no setor agropecuário entre janeiro e novembro de 2017,
resultando num estoque positivo de 34.728 postos de trabalhos formais até o
último mês divulgado8. Com
a expectativa de melhora na economia em 2017, espera-se que o desempenho do
mercado de trabalho formal apresente crescimento em relação a 2016. Em que pese
o excessivo endividamento de importantes ramos do agronegócio paulista, o
ambiente de melhoria das condições econômicas estimula a retomada do
investimento. Tal dinâmica terá reflexos na geração de postos de trabalho
formais no agronegócio paulista que, associada ao esforço de incremento
tecnológico com ganhos na produtividade dos fatores, poderá mais que compensar
os empregos rurais perdidos em 2016, com tendência de se tornar um fenômeno
ainda mais vigoroso em 2018. 1MINISTÉRIO DO
TRABALHO E EMPREGO. Programa de Disseminação das Estatísticas do Trabalho.
Disponível em: <http://pdet.mte.gov.br>. Acesso em: 15 dez. 2017. 2Do total de
empregos, 79,4% do total de empregos referem-se aos vínculos celetistas, 18,7%
aestatutários e o restante, 1,9%, corresponde a outros tipos de vínculos
(contratos por lei municipal ou estadual, por prazo ou tempo determinados,
aprendizes, temporários, etc.). Disponível em: <ftp://ftp.mtps.gov.br/pdet/rais/ 3FREDO, C.E.; SILVA,
R.O.P; VEGRO, C.L.R. Setor Agropecuário é o Único com Crescimento nos Empregos
Formais em 2015. Análises e Indicadores
dos Agronegócios. São Paulo. Vol.11, n.12, dez/2016. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=14215>.
Acesso em: 03 jan. 2018. 4Op. cit. nota 3. 5SECRETARIA DO
MEIO AMBIENTE - SMA. Etanol Verde.
Protocolo Ambiental. São Paulo: SMA, 2007. Disponível em:
<http://www.ambiente.sp.gov.br/etanolverde/protocolo-agroambiental/>.
Acesso em: 3 jan. 2018 6SÃO PAULO (Estado).
Lei n. 11.241, de 19 de setembro de 2002. Dispõe sobre a eliminação gradativa
da queima da palha da cana-de-açúcar e dá providências correlatas. Diário Oficial do Estado, 20 set. 2002.
Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2002/lei-11241-19.09.2002.html>.
Acesso em: jan. 2018. 7Op. cit. nota 1. 8Em relação ao
Brasil, segundo os dados do CAGED, no setor agropecuário ocorreram 896.827
admissões contra 826.079 desligamentos – estoque de 70.748 empregos formais. Palavras-chave: emprego formal,
setor agropecuário, RAIS.
2016/nacionais/5-notatecnica.doc>. Acesso em: 03 jan. 2018.
Data de Publicação: 16/01/2018
Autor(es):
Carlos Eduardo Fredo (cfredo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Celso Luís Rodrigues Vegro (celvegro@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor