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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro no Ano de 2017
1 - BALANÇA
COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Em 2017, as exportações1 do
Estado de São Paulo somaram US$50,66 bilhões (23,3% do total nacional), e as
importações2, US$55,29 bilhões (36,7% do total nacional),
registrando deficit de US$4,63
bilhões. Em relação ao ano anterior, o valor das exportações paulistas aumentou
9,6%, e o das importações 6,8%, reduzindo em 16,6% o déficit comercial (Figura 1). Comparando-se 2017 com 2016, as
exportações paulistas cresceram (9,6%), menos do que as exportações brasileiras
(17,5%); nas importações, o acréscimo em São Paulo (6,8%%) foi menor do que no
Brasil (9,6%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e
importações, o deficit da
balança comercial paulista registrou queda de 16,6%, enquanto o superavit da balança comercial
brasileira aumentou de 40,5%. O
agronegócio3 paulista apresentou exportações crescentes
(+5,1%), atingindo US$18,84 bilhões; as importações setoriais também subiram
(9,3%), somando US$4,94 bilhões, resultando em um superavit de US$13,90 bilhões, o que representa aumento de
3,7% no saldo comercial do agronegócio em relação ao ano de 2016 (Figura 2).
Destaque--se que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o
agronegócio - somaram US$50,35 bilhões e as exportações US$31,82 bilhões,
gerando um deficit comercial desse
agregado, de US$18,53 bilhões em 2017. Assim, conclui-se que o comércio
exterior paulista seria muito mais deficitário não fosse o desempenho do
agronegócio estadual. Os cinco principais
grupos nas exportações do agronegócio paulista em 2017 foram: complexo
sucroalcooleiro (US$8,28 bilhões, em que o açúcar representou 90,5% e o álcool
9,5%), carnes (US$1,90 bilhão, a carne bovina respondeu por 77,2%), sucos (US$1,85
bilhão, dos quais 95,8% referentes a suco de laranja), produtos florestais (US$1,72
bilhão), e complexo soja (US$1,34
bilhão). Esses cinco agregados representaram 80,1% das vendas externas
setoriais paulistas (Tabela 1).
Tiveram
crescimento, na comparação de 2017 com o ano de 2016, as exportações paulistas
de: produtos apícolas (+45,5%); rações para animais (+23,7%), bebidas (+22,7);
demais produtos de origem vegetal (+21,4%); produtos alimentícios diversos
(+20,6%); animais vivos (+17,3%); lácteos (+17,2%); pescados (+16,6%); cereais,
farinhas e preparações (+16,3%); produtos florestais (+12,9%); frutas (+12,1%);
complexo sucroalcooleiro (+6,5%); demais produtos de origem animal (+6,3%);
produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (+4,5%); sucos (+2,4%);
produtos oleaginosos (+2,2%); café (+0,9%); e complexo soja (+0,1%). Houve
redução nas demais4, ou seja: fibras e produtos têxteis (-21,2%);
chá, mate e especiarias (-17,0%); couros, produtos de couro e peleteria (-12,5%);
carnes (-5,4%); plantas vivas e produtos de floricultura (-1,6%); e cacau e
seus produtos (-1,2%) (Tabela 1). A participação das exportações do
agronegócio paulista no total do estado diminuiu 1,6 ponto percentual, enquanto
a participação das importações aumentou 0,2 ponto percentual, na comparação dos
anos de 2016 e 2017 (Figura 3). A União Europeia, principal destino
com US$2.843,7 milhões, representa 15,1% das vendas externas do agronegócio
paulista. O grupo de produtos mais destacado na pauta de exportação foi o de sucos
com 40,9%, seguido de café (10,1%) e carnes (8,2%). A China ocupa o segundo lugar com
11,6%, sendo 50,3% deles referentes ao complexo soja e 21,6% do grupo de carnes. Na sequência aparecem os Estados
Unidos (10,0%), tendo os dois principais grupos de produtos, sucroalcooleiro (31,5%)
e sucos (21,1%), mais de 50% de representatividade. Os países que figuram em seguida,
dos Emirados Árabes Unidos até o Egito, têm participação individual abaixo de
5%, sendo que todos eles possuem como principal item da pauta o grupo do
complexo sucroalcooleiro, sempre com expressivos percentuais de participação
desse grupo acima de 80%. 2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL
A balança comercial brasileira
registrou superavit de US$66,99
bilhões no ano de 2017, com exportações de US$217,74 bilhões e importações de
US$150,75 bilhões. O aumento no superavit
comercial ocorreu em função do aumento das exportações (17,5%) maior do que
importações (9,6%) (Figura 4). Em 2017, as exportações do agronegócio brasileiro
aumentaram 13,0% em relação ao ano anterior, atingindo US$96,01 bilhões (44,1%
do total). Já as importações do setor subiram 3,8%, também na comparação com o
ano de 2016, somando US$14,15 bilhões (9,4% do total). O superavit do agronegócio no período foi de US$81,86 bilhões, 14,8%
superior ao do ano passado (Figura 5). Portanto, o comércio exterior brasileiro
só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os
demais setores, com exportações US$121,73 bilhões e importações de US$136,60
bilhões, produziram no período um deficit
de US$14,87 bilhões. Os cinco principais
grupos do agronegócio brasileiro nas exportações em 2017 foram: complexo
soja (US$31,72 bilhões); carnes (US$15,47 bilhões);
complexo sucroalcooleiro (US$12,23 bilhões); produtos florestais (US$11,53
bilhões); e café (US$5,27 bilhões). Esses cinco agregados responderam por 79,4%
das vendas externas do agronegócio nacional (Tabela 3).
Na comparação
com o ano de 2016, aumentaram as exportações de: produtos hortícolas, leguminosas,
raízes e tubérculos (+49,8%); produtos apícolas (+32,3%); animais vivos
(+26,1%); complexo soja (+24,8%); cereais, farinhas e preparações (+22,4%);
rações para animais (+18,6%); produtos alimentícios diversos (+18,5%); demais
produtos de origem vegetal (+13,4%); produtos oleaginosos (+12,8%); produtos
florestais (+12,6%); frutas (+11,1%); demais produtos de origem animal
(+10,8%); bebidas (+9,4%); carnes (+8,9%); complexo sucroalcooleiro (+7,8%);
chá, mate e especiarias (+6,5%); fibras e produtos têxteis (+6,0%); pescados
(+4,1%); e sucos (+1,8%). Diminuíram as exportações de: lácteos (-33,0%); cacau
e seus produtos (-6,6%); couros, produtos de couro e peleteria (-5,8%); café
(-3,6%); plantas vivas e produtos de floricultura (-3,4%); e fumo e seus produtos
(-1,5%) (Tabela 3). A participação do agronegócio no
total do país recuou 1,7 ponto percentual nas exportações e de 0,5 ponto
percentual nas importações (Figura 6).
Em
relação aos principais destinos das exportações brasileiras do agronegócio em
2017, destacam-se a China com 27,7% de representatividade do total exportado,
seguido pelo bloco da União Europeia (17,6%), Estados Unidos (7,0%), Japão
(2,7%) e Hong Kong (2,6%). A tabela 4 apresenta os dez
principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro em 2017, e para
cada um desses destinos a respectiva composição por grupo de produtos. A
China, principal destino com US$26.576,6 milhões, representa 27,7% das ex- A
União Europeia ocupa o segundo lugar na lista de principais destinos com 17,6%.
Ao contrário da China, sua composição é mais distribuída em vários grupos de
produtos, apresentando complexo soja (27,3%), florestais (16,1%), café (14,9%),
carnes (9,5%) e os demais grupos (26,0%). Na
sequência aparecem os Estados Unidos (7,0%), sendo os principais grupos de
produtos os florestais (35,0%), o café (15,2%) e sucroalcooleiro (11,3%). Já a
soma dos demais grupos representou 33,1%.
Os
países que aparecem em seguida, do Japão até a Coreia do Sul, têm participação
individual abaixo de 3%, sendo o grupo de carnes o principal item na pauta de
exportações do agronegócio para o Japão (36,3%), Hong Kong (9,3%), Rússia
(57,1%), Arábia Saudita (55,3%) e Egito (37,6%). Em relação ao agronegócio
brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no ano de 2017 representaram
19,6%, menor em 1,5 ponto percentual que o ano de 2016, enquanto as importações
representaram 34,9%, sendo 1,7 ponto percentual superior à representatividade
verificada no ano anterior (Figura 8). A participação do agronegócio
paulista no agronegócio nacional em 2017 destacou--se nos grupos: sucos
(86,4%); produtos alimentícios diversos (76,5%); complexo sucroalcooleiro
(67,7%); plantas vivas e produtos de floricultura (61,2%); demais produtos de
origem vegetal (58,9%); lácteos (52,7%); rações para animais (41,8%); demais
produtos de origem animal (41,2%); produtos oleaginosos (39,4%); produtos
apícolas (32,9%); bebidas (29,5%); e animais vivos (28,1%) (Tabela 5).
Em relação ao ano anterior,
sobressaíram-se os aumentos nas participações de São Paulo nos grupos: lácteos
(+22,5 pontos percentuais); demais produtos de origem vegetal (+3,9 pontos
percentuais); bebidas (+3,2 pontos percentuais); e produtos apícolas (+3,0
pontos percentuais). Já as maiores quedas ocorreram nas participações dos
grupos: produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (-6,7 pontos
percentuais); produtos oleaginosos (-4,1 pontos percentuais); animais vivos
(-2,1 pontos percentuais); e carne (-1,9 ponto percentual) (Tabela 5). 1Estado produtor (Unidade
da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação,
é aquele onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou
fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o
estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de
fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador
(Unidade da Federação importadora) é definido como aquele do domicílio fiscal
do importador. 3Os grupos de
produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat.
Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/ 4Sem considerar
fumo e seus produtos, devido aos baixos valores exportados nos anos de 2016 e
de 2017 (US$3 mil e US$14 mil, respectivamente).
Palavras-chave: agronegócio,
balança comercial, exportações, importações, mercado externo.
portações do agronegócio brasileiro. Desse montante, o grupo de produtos do
complexo soja foi o de maior destaque na pauta de exportação, com 77,7% de
representatividade, seguido pelos grupos de produtos florestais (10,7%) e
carnes (6,7%).
portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>. Acesso em: jan.
2018.
Data de Publicação: 12/01/2018
Autor(es):
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor