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Valor da Produção Agropecuária Paulista por Região: estimativa final 2016
O Valor da Produção Agropecuária (VPA) do Estado de
São Paulo em 2016, obtido a partir de 53 produtos selecionados, inclusive
florestais, foi estimado pelo Instituto de Economia Agrícola em R$78,5 bilhões,
superando em 24,1% o do ano anterior1. O VPA paulista trabalhado a partir da perspectiva
regional considera os 40 Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs), da
Secretaria da Agricultura e Abastecimento e a exclusão dos produtos florestais,
totalizando assim 50 produtos, num total de R$75,4 bilhões, 24,7% acima do
obtido em 2015. Em termos reais, considerando a inflação de 2016, medida
pelo IPCA em 6,58%, o aumento foi de 16,4%2. O VPA estadual
apresentou, portanto, variação positiva, acima do índice de inflação em quase
todas as regiões estudadas (Tabela 1). Numa realidade em que os custos médios
da agropecuária paulista subiram 2,66%, segundo os cálculos do Índice de Preços
Pagos (IPP) divulgados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA)3,
indica-se a existência de uma margem de rentabilidade em torno de 13,74% no ano
de 2016. A figura 1 propicia uma visão panorâmica da localização geográfica das
regiões consideradas, bem como dos principais produtos que as compõem. A cana-de-açúcar encontra-se entre os cinco produtos
de maior VPA em 33 das 40 regiões selecionadas e ocupa a 1ª colocação em 24
delas (Tabela 2). A renda agrícola da cultura tem peso destacado nas regionais,
com exceção de algumas como São João da Boa Vista, em que a participação é de
17,2% do total regional, relativamente equilibrada, e a participação de 2,7% em
Pindamonhangaba. O VPA da carne bovina situa-se entre os cinco
produtos de maior valor em 35 das 40 regiões, sendo que em 5 delas ocupa a 1ª
colocação. Considerando o total do VPA paulista, a carne bovina situa-se na 2ª
colocação, precedido apenas pela cana-de-açúcar. Para o leite, seu VPA encontra-se entre os cinco
maiores VPAs registrados em 12 regiões, principalmente na bacia leiteira do
Vale do Paraíba, que corresponde aos EDRs de Guaratinguetá e de Pindamonhangaba,
e também na regional de Presidente Venceslau, com participação menor que as
anteriores. O ovo de galinha está entre os cinco de maior VPA em
nove regiões, com destaque para o EDR de Tupã, onde ocupa a 1ª posição e
responde por 57,9% do VPA regional, seguido pelo da cana-de-açúcar, com 17%. A região de Sorocaba é onde a participação dos
classificados como demais produtos atinge o maior nível, 56,6% do VPA regional.
Sorocaba também se destaca por ser a única em que o VPA de uma olerícola, a
beterraba, ocupa a primeira colocação, seguida pelo VPA do repolho. Os demais
produtos que formam os cinco maiores VPAs são, em ordem decrescente: carne de
frango, carne bovina e cana-de-açúcar. Essa participação elevada dos
classificados como demais produtos pode estar relacionada com o fato de a
região ser importante abastecedora de produtos olerícolas, abrigando o verde da
cidade de São Paulo onde são produzidos muitos produtos que, quando
considerados individualmente, não são capazes de superar o valor dos cinco
produtos de maior VPA regional. A região representada pelo EDR de São João da Boa
Vista destaca-se mantendo-se na 1ª posição e respondendo por 5% do VPA total do
estado. Mostra-se diversificada e equilibrada em termos de produtos. Embora a
cana-de-açúcar tenha sido o produto de maior VPA, sua participação não é tão
superior como acontece, via de regra, nas regiões onde este produto se encontra
entre os cinco produtos de maior VPA, geralmente na primeira colocação. A
participação percentual dos cinco produtos de maior VPA da região varia de 9,7%
a 17,2%. Convém destacar que a participação dos demais produtos nesse EDR
também se destaca pela sua magnitude, 32,5% do VPA da região, evidenciando o
elevado grau de diversificação regional. Outras regiões também se mostram relativamente
equilibradas, considerando que não há grandes distâncias entre os VPAs de seus
produtos e a soma dos considerados demais produtos. Na região correspondente ao
EDR de Itapetininga, cujo VPA regional encontra-se na 4ª colocação, o VPA da
uva para mesa situa-se na 1ª colocação, participando com 16,9% do total
regional, enquanto o VPA do milho na 5ª posição participa com 8,5% e o VPA de demais
produtos representou 41,8%. O VPA da uva para mesa figura entre os cinco
maiores também na região de Campinas, ocupando a 2ª colocação precedido pelo
VPA da carne frango, e na regional de Jales, onde encontra-se na 4ª colocação,
representando 7,5% do total regional no qual a carne bovina figura em 1º,
representando 30,5% do total regional. Das 40 regiões, consideradas no estudo, em apenas 7
o VPA de demais produtos tem participação superior a 30%; são aqueles que
apresentam maior diversidade no setor agropecuário. Além das regiões de
Sorocaba (56,6%), Itapetininga (41,8%) e São João da Boa Vista (32,5%),
encontram-se nessa condição as correspondentes aos EDRs de Mogi Mirim (39,8%),
Avaré (37,8%), Campinas (32,6%) e Mogi das Cruzes (30,5%). A região correspondente ao EDR de Itapeva, 3º maior
VPA do estado, também é bem diversificada. Destaca-se na produção de grãos,
visto que entre os cinco produtos de maior VPA encontram-se a soja na 1ª
colocação, o milho na 3ª e o feijão na 5ª. Dois produtos olerícolas
encontram-se também entre os cinco: tomate na 2ª colocação e batata na 4ª. Essa
região é grande produtora de soja e milho do estado, seguida por Assis no caso
da leguminosa, e superada pelos EDRs de Itapetininga e de São João da Boa
Vista, no caso do milho. Tanto o VPA do milho quanto o da soja se posicionam
entre os cinco de maior valor em outras nove regiões. De maneira geral, as regiões
produtoras destacadas desses dois produtos coincidem uma vez que comumente
fazem parte de um sistema rotativo de culturas. O VPA do feijão também se
destaca na região de Avaré, onde ocupa a 2ª colocação, entre os cinco de maior
valor. O amendoim em casca foi
encontrado entre os cinco VPAs de maior valor em cinco regionais, destacando-se
as de Marília e Jaboticabal. A mandioca esteve em destaque apenas na regional
de Assis, onde há concentração de indústrias produtoras de farinha e fécula. No EDR de Barretos, 2° colocado no ranking, o VPA da cana-de-açúcar representou 64,6% do total regional. Ao agregar a laranja para
indústria, cujo VPA encontra-se na 2ª colocação,
e mais a laranja para mesa, com VPA colocado em 5º lugar na regional, o VPA desses
três produtos correspondem a 79,3% do total da região. Na regional de São José do Rio Preto, 8ª posição no ranking do estado, os VPAs da cana-de-açúcar
e da carne bovina somados representam 67,6% do total regional. Esta região e a
de General Salgado são as únicas nas quais o VPA da borracha (cultura da
seringueira) figura entre os cinco de maior valor, 4ª colocação na primeira e
5ª na segunda, correspondendo, respectivamente, a 4,2% e 3,3% dos VPAs das
referidas regionais. O VPA da banana situa-se em primeiro lugar nas
regionais correspondentes aos EDRs de Registro e de São Paulo. No de Registro
representou 86,1% do total regional, seguido pelo da carne bovina com 5,8%. Na
regional de São Paulo, o VPA da banana representou 62,5% seguido pelo da alface
com 24,2%. O VPA da banana também se situou entre os cinco de maior valor no
EDR de Pindamonhangaba, em 3º lugar com 10,8%, e no de Guaratinguetá, em 5º com
1,6%. O VPA da alface figura entre os cinco maiores tanto
na regional de São Paulo, ocupando a 2ª colocação (24,2%), quanto na regional
de Mogi das Cruzes, ocupando a 5ª colocação com 8,5% do total regional; nesta
região ainda o VPA do caqui figura em 1º lugar com 20,7%. Ambas as regionais
integram o cinturão verde que, entre outros benefícios, são responsáveis pelo
abastecimento de frutas e hortaliças. Entre as frutas cítricas, o VPA da laranja para
indústria se destaca, estando presente entre os cinco produtos de maiores VPA
em 20 das 40 regiões estudadas, embora esteja na 1ª colocação em apenas uma
regional, de Mogi Mirim, representando 20% do VPA regional. A laranja para mesa
aparece entre os cinco primeiros em quatro regiões. O limão figura entre os
cinco produtos de maiores VPAs em cinco regionais e a tangerina em duas. O VPA de 2016 apresentou variação positiva e
superior ao índice de inflação em 30 das 40 regiões consideradas. Nas três
primeiras colocações não houve alteração: as regiões de São João da Boa Vista,
Barretos e Itapeva permaneceram respectivamente na 1ª, 2ª e 3ª colocação no ranking do estado. Em três regiões a
colocação no ranking de VPA do estado
foi alterada expressivamente: na região correspondente ao EDR de Registro, o
VPA apresentou elevação de 85,4%, saltando da 35ª para 24ª colocação, por conta
do aumento do VPA da banana, causado pelos ganhos da ordem de 97,0% nos preços
recebidos pelos produtores em 2016. Na região de Franca, a variação foi de
62,9%, evoluindo da 16ª para 7ª posição, devido ao aumento da produção regional
de café beneficiado, de aproximadamente 159,0% (1,0 milhão de sc. 60 kg, em
2015, para 2,6 milhões de sc. 60 kg). O VPA da região correspondente ao EDR de
Itapetininga saiu da 9ª para 4ª colocação, em consequência da importância da
uva para mesa e dos ganhos nos preços recebidos pelos produtores (84,3%) da
laranja para indústria. Em resumo, 11 EDRs mantiveram a mesma colocação
ocupada em 2015, 10 ganharam posição em 2016 e 19 regionais perderam
relativamente a 2015, mas todos apresentaram aumentos reais de valor da
produção agropecuárias. ______________________________________________________ 1SILVA, J. R. et al.
Valor da produção agropecuária de Estado de São Paulo: resultado final
2016. Análise e Indicadores do
Agronegócio, São Paulo, v. 12,
n. 4, abr. 2017. Disponível em: <http://www.iea.sp. 2INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(IPCA). Rio de Janeiro: IBGE.
Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualização/periodicos/2376/ 3O
Índice de Preços Pagos pelos Produtores (IPP) consiste numa medida de caráter
geral das variações nos preços dos insumos e serviços comprados pelos
agricultores. O índice é composto por produtos de natureza industrial (como
adubos, defensivos, vacinas, medicamentos, combustíveis, lubrificantes e
outros), produtos de natureza agrícola (como sementes, mudas e adubos vegetais
e animais), máquinas e equipamentos. Palavras-chave: valor da
produção, agropecuária, preço.
gov.br/ftpiea/AIA/AIA-22-2017.pdf>. Acesso em: abr. 2017.
ipca_15_2016_dez.pdf>. Acesso em: mar. 2017.
Data de Publicação: 30/05/2017
Autor(es):
José Roberto Da Silva (josersilva@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Denise Viani Caser (dcaser@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Roberto Ferreira Bueno Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor