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Preços da Raiz de Mandioca Devem Continuar em Alta em 2017
A produção brasileira de mandioca em
2017, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE1,
2 de janeiro, deverá apresentar uma redução de 11,8% relativamente ao ano
anterior. O levantamento aponta redução em todas as regiões do país, exceto na região
Nordeste, para a qual prevê elevação de 1,5%, situando a produção em 4,8
milhões de toneladas. Essa expansão está longe de recuperar os níveis de
produção anteriores a 2012, quando teve início o período de estiagem que
persiste até hoje. A produção média anual do período de 2009 a 2011 foi de 8,0
milhões de toneladas3.
A figura 1 ilustra a evolução da produção das diversas regiões do país desde
2009. As reduções de produção estimadas são
expressivas para os principais estados produtores. No Pará, maior produtor,
está prevista redução de 14,3%, e no Paraná e São Paulo, estados onde o perfil
da cultura é predominantemente comercial, com parque industrial moderno, tanto
para a fabricação de farinha quanto para a de fécula, natural e modificada, os
níveis de redução também são consideráveis, respectivamente, de 26,2% e 14,5%. Nessa conjuntura, a perspectiva é de que
os preços recebidos pelos produtores paulistas continuem o movimento de alta
que já está atingindo os elevados níveis verificados em 2013, no auge do
período de estiagem na região Nordeste (Figura 2). Em fevereiro de 2017, na
comparação deste mês com fevereiro do ano anterior, o preço da raiz está 131%
superior no Estado do Paraná, 95,86% superior no Estado do Pará e 162,97% maior
no Estado do Mato Grosso do Sul. Os preços da raiz nestes estados chegaram com
este movimento de alta a patamares superiores aos R$500,00/t apresentados pelo
Estado da Bahia em fevereiro de 20164. É de se esperar, portanto, que aumente a
demanda nordestina por farinha de mandioca paulista e paranaense, estimulando
este movimento de alta. Deve-se lembrar ainda que a produção atual de mandioca
desses dois estados é inferior aos níveis registrados em 2013 e 2014. Dessa
forma também, as condições de competição da fécula de mandioca com o amido de
milho devem ficar mais difíceis, uma vez que aumenta também a competição entre
indústria de fécula e indústria de farinha pela raiz. _____________________________________________ 1INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Sistema IBGE de recuperação automática (SIDRA): produção agrícola municipal. Rio de Janeiro: IBGE, 2017.
Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1612#resultado>. Acesso
em: 31 mar. 2017. 2______. Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola (LSPA). Rio de Janeiro: IBGE, jan. 2017. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/Levantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_[mensal]/Fasciculo/lspa_ 3MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Informativo sobre a estiagem no Nordeste n. 99. Brasília: MAPA,
2016. Disponível em:
<http://www.agricultura.gov.br/assuntos/politica-agricola/combate-a-seca-1/ 4COMPANHIA
NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Conjuntura
mensal. Brasília: CONAB, fev. 2017. Disponível em:[A3]
<http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/17_03_15_14_37_41_17.pdf[A4] >.
Acesso em: 31 mar. 2017. Palavras-chave:
fécula
de mandioca, raiz de mandioca, mercado de amido.
201701.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2017.
arquivos-combate-a-seca/99.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2016.
Data de Publicação: 05/04/2017
Autor(es):
José Roberto Da Silva (josersilva@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Ana Victoria Vieira Martins Monteiro (ana.monteiro@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor