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Preços Médios Mensais no Varejo de Alimentos no Município de São Paulo: dezembro de 2016 encerra um ano de comportamento atípico
A cesta de mercado de
alimentos no município de São Paulo continua em queda; segundo dados do
Instituto de Economia Agrícola (IEA), o dispêndio familiar para aquisição de
alimentos no município em dezembro foi 1,32% menor comparado ao mês de
novembro. Se forem considerados apenas os produtos de origem animal, a queda de
dispêndio foi de -1,28%, um pouco menos acentuada que o grupo de origem vegetal,
que registrou queda de 1,37% (Tabela 1). Ainda na tabela 1,
observa-se com mais detalhes a queda de dispêndio nas proteínas animais. No
subgrupo “Carnes”, a queda foi de -1,31%, e no grupo “Ovos” os preços recuaram
em -0,55%. Ainda nos produtos de origem animal, o grupo “Leites e derivados” teve
queda de -1,30%. Em relação aos subgrupos de origem vegetal, apenas o grupo
“Outros produtos de origem vegetal” não apresentou queda, e ressalta-se que
este grupo é composto por produtos de origem vegetal que não se enquadram em
produtos básicos, como por exemplo, achocolatado e azeite de oliva. Os demais
subgrupos de origem vegetal apresentaram queda de dispêndio familiar, com
destaque para a redução de preços do limão (-26,98%), batata (-13,51%) e feijão
(-8,27%). A tendência de queda nos
preços de alimentos no mercado varejista iniciou-se no mês de agosto e
intensificou-se até o final do ano, conforme apontam os três indicadores de
variação de preços do IEA: Índice de Preços da Cesta de Mercado de Produtos de
Origem Animal (IPCMA), Índice de Preços da Cesta de Mercado de Produtos de
Origem Vegetal (IPCMV) e Índice de Preços da Cesta de Mercado Total (IPCMT).
Exceção pontual foi observada no IPCMA em agosto, com variação positiva de
1,18%, e em setembro, com 0,09%. A queda de preços generalizada, beneficia os
consumidores já saturados com expressivos aumentos de preços nos últimos dois
anos para produtos importantes da cesta de alimentos das famílias paulistanas (Figura
1). A tabela 2 mostra a
variação do dispêndio ao longo do ano de 2016. Em relação a dezembro de 2015, a
variação anual acumulada no dispêndio com alimentos das famílias paulistanas
foi de 9,20%, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o
mesmo período foi de 6,29%. Portanto, em 2016, a variação
do dispêndio com alimentos no município foi maior do que a inflação medida. Ao
analisar esta variação por grupos de produtos, verifica-se que nem todos os
grupos foram reajustados acima da inflação. O grupo “Carnes” teve um valor
acumulado no ano de 3,41%, índice inferior ao IPCA, e neste agrupamento chama a
atenção a variação acima da inflação dos produtos embutidos ou industria- Em relação aos produtos
de origem vegetal, observa-se queda de 15,76% no subgrupo “Hortaliças”. Os
subgrupos “Frutas”, “Outros produtos de origem vegetal” e “Produtos básicos”
registraram no período variação acima da inflação com 20,26%, 9,73% e 12,63%,
respectivamente. A queda no grupo “Hortaliças” foi influenciada, em especial, pelos
produtos cebola e tomate para mesa. O primeiro apresentou redução de preços de
41,30% ao longo do ano de 2016; ressalta-se que em 2015 (dezembro de 2015 é a
base de comparação), o preço da cebola foi influenciado pela escassez do
produto e pela alta do dólar, e o tomate para mesa teve redução de preços de
29,18% no ano, cuja queda foi ocasionada pela maior oferta do produto no
mercado. O grupo “Frutas” teve como destaque o produto banana; no ano, essa
fruta aumentou 45,06% motivada pela redução de sua produção no estado. No grupo
“Produtos básicos”, o feijão, no ano, apresentou aumento de 43,91%, impactando
significativamente o dispêndio das famílias paulistanas. O comportamento do IPCMT
para o ano de 2016 pode ser considerado atípico. Em um exercício analítico, ao comparar
os resultados deste ano com a média dos resultados do índice entre 2000 e 2015,
pode-se observar na tabela 3 que o índice médio mensal no ano de 2016 é
semelhante ao mesmo índice apurado entre 2000 e 2015, com 0,87% e 0,79%,
respetivamente. Por outro lado, as demais estatísticas são bem distintas: a
variação máxima entre 2000-15 foi de 1,90%, enquanto em 2016 chegou a 4,73%; a
variação média mínima (2000-15) foi de 0,22% e em 2016 foi de -1,32%; e também se
observa um coeficiente de variação muito mais alto em 2016 com 221,36%, ante a
72,51% na média entre 2000 e 2015. A figura 2 mostra a
evolução do índice ao longo do ano. Ao se comparar mensalmente o índice médio
(2000-15) e a linha de 2016, percebe-se que os resultados de IPCMT neste ano
foram diferenciados. Observa-se um pico de preços atípico no mês de junho, influenciado
por produtos como feijão e leite, e a partir de agosto verifica-se que o índice
é negativo, enquanto na média entre 2000 e 2015 o comportamento da tendência de
preços é crescente. Esse breve exercício analítico mostra que o ano de 2016 não
acompanha o padrão de evolução normal de variação do índice de preços médios da
cesta de mercado total no município de São Paulo. Palavras-chave: mercado
varejista de alimentos, município de São Paulo, preços.
lizados. Por exemplo, a salsicha aumentou 7,03% e o hamburguer 13,42%. O grupo “Ovos” seguiu a mesma tendência e
registrou uma variação bem acima da inflação com 22,88%. O percentual observado
nos itens industrializados de origem animal e ovos podem ser explicados pela
maior demanda do consumidor por produtos proteicos de menor custo. O grupo
“Leites e Derivados” apresentou variação de 16,44%, com aumento em todos os
itens que o compõem (Tabela 2).
Data de Publicação: 16/02/2017
Autor(es): Vagner Azarias Martins (vagnermartins@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor