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Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR): alta no índice acumulado de 2016 em 20,97%
O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela
Agropecuária Paulista (IqPR)1, 2 (que mede a variação dos preços
recebidos pelos produtores paulistas) registrou queda de 0,56% no mês de
dezembro de 2016 na comparação com o mês anterior, puxado principalmente pelo
IqPR-V (grupo de produtos de origem vegetal), que baixou 0,89%. Para o Na tabela 1
são apresentadas as variações do final de novembro/2016 e das quatro
quadrissemanas de dezembro/2016 para os índices com cana e sem cana. Enquanto o
IqPR puxado pelos produtos vegetais IqPR-V apresentou desaceleração fechando o
mês negativo, o índice dos produtos animais teve comportamento inverso, saindo
de uma variação negativa na primeira quadrissemana para um pequeno reajuste no
final do mês (Tabela 1). Quando a cana-de-açúcar
(que em dezembro teve alta na tonelada no campo de 1,49%) é excluída do cálculo
do índice na ponderação dos produtos, o IqPR (geral sem cana) registra uma
queda mais robusta de 2,23%, 1,67 ponto percentual acima do IqPR com cana
(Tabela 2). Os produtos do IqPR que apresentaram as maiores
elevações nas cotações do mês de dezembro/2016 em relação a novembro/2016
foram, pela ordem: ovos (11,07%), carne suína (9,81%) e laranja para mesa
(4,51%) (Tabela 2). No caso dos ovos, a oferta apertada (fruto da menor
produção em 20163) não suportou o reajuste da demanda surgida no
período das festas. Reforça-se que, com a crise econômica, o ovo tem sido uma
das fontes de proteína mais acessíveis nas refeições, o que pressiona o setor
produtivo a um reequilíbrio da capacidade instalada nas granjas. Para a carne suína, o reajuste na produção foi
intensamente absorvido pelo mercado externo4, constituindo uma
situação na qual a elevação da demanda para as festas de fim de ano pressionou
para cima os preços do suíno vivo. Já os principais produtos que apresentaram quedas de
preços no mês de dezembro/2016 foram: batata (35,45%), tomate para mesa
(17,61%) e café (8,48%) (Tabela 2). Para a batata da safra das águas e o tomate para
mesa, a intensificação das colheitas no último mês de 2016 ampliou as ofertas
dos produtos, reduzindo seus preços recebidos pelos produtores. Em resumo, no mês de dezembro, nove produtos
apresentaram alta de preços (sete de origem vegetal e dois de animal) e nove apresentaram
queda (sete vegetais e dois de origem animal). Entre novembro e dezembro de
2016 não foram apresentadas cotações do produto amendoim. ACUMULADO DOS ÚLTIMOS 12 MESES No acumulado dos últimos 12
meses (dezembro/2015 a dezembro/2016), o IqPR (geral) acumulado foi de 20,97%,
devido à forte valorização do IqPR-V (vegetal) que acumulou alta de 26,91%. Já
o IqPR-A (animais) subiu no período 5,42% (Tabela 1 e Figura 1). Na figura 1 se observam as
variações acumuladas mensalmente (base 100 = dezembro/2015) dos três índices
(IqPR, IqPR-V e IqPR-A). De um modo geral, IqPR, e IqPR-V apresentam
praticamente o mesmo comportamento com altos crescimentos de janeiro até o mês
de março/2016, reflexo da desvalorização do real frente ao dólar. Para o mês de
abril/2016, nota-se certa estabilidade no IqPR, que volta a subir nos meses de
maio e junho/2016, puxados pelos produtos vegetais e pela recuperação dos
produtos de origem animal (carnes, ovos e leite). De setembro a novembro de 2016,
IqPR-V e IqPR-A apresentaram comportamentos distintos: puxados principalmente
pela cana-de-açúcar, que teve seus preços aumentados 11,56% no segundo
semestre, o índice geral (IqPR) acompanhou de perto o movimento apresentado
pelo indicador dos produtos vegetais; enquanto isso, no mesmo período, o índice
de produtos animais apresentou desaceleração com as quedas nos preços do leite,
ovos e das carnes de frango e bovina. Para dezembro/2016, inverte- -se esse
comportamento com a ligeira alta dos produtos animais e recuo dos vegetais. Retirado o produto cana-de-açúcar
(cujo valor da tonelada no campo teve variação positiva de 20,98% na comparação
com dezembro de 2015), os índices acumulados apresentaram valorizações maiores:
o IqPR (sem cana) vai para 22,15%, enquanto o IqPR-V (sem cana) sobe para 40,18%.
Esses números mostram que, no acumulado destes 12 meses, grande parte dos
produtos vegetais teve variações em seus preços bem superiores aos da
cana-de-açúcar (Tabela 1). Reforçando a análise da comparação dos preços de
dezembro/2016 em relação a dezembro/2015, os resultados das variações mostram
que apenas cinco produtos recuaram em suas cotações: batata (-48,02%), tomate
para mesa (-41,32%), trigo (-10,14%), soja 1A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada,
ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de
preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As
variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas
(referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a
referência = 01/12/2016 a 31/12/2016 e base = 01/11/2016
a 30/11/2016. 2Artigo completo
com a metodologia. PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos
pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.
38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em: jan.
2017. 3ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL – ABPA. Relatório anuam 2016. São Paulo: ABPA,
2016. Disponível em: http://abpa-br.com.br/storage/files/versao_final_para_envio_digital_1925a_final_abpa_relatorio_ 4Op. cit. nota 3. 5O Índice de Preços Pagos pelos Produtores (IPP) consiste em uma
medida de caráter geral das variações nos preços dos insumos e serviços
comprados pelos agricultores. Ele é composto por produtos de natureza
industrial (como adubos, defensivos, vacinas, medicamentos, combustíveis,
lubrificantes e outros), produtos de natureza agrícola (como sementes, mudas e
adubos vegetais e animais), máquinas e equipamentos. Palavras-chave: IqPR, preços
recebidos da agropecuária paulista, índice acumulado 2016.
IqPR-A (produtos de origem animal) o mês terminou em alta, com variação de
0,17% (Tabela 1).
(-2,22%) e carne de frango (-1,34%). Sendo assim, a maior parte deles apresentou
altas significativas, acima do Índice de Preços Pagos pelos Produtores (IPP)5 em 2016 (5,02%). No grupo de origem
animal, apresentaram as maiores elevações: ovos (15,73%) e leite cru resfriado
(14,06%). No grupo de produtos vegetais, os maiores percentuais foram para
banana nanica (119,51%), laranja para indústria (106,79%), laranja para mesa
(89,97%), arroz (25,09%), cana-de-açúcar (20,98%), algodão (16,07%), feijão
(11,87%), café (8,87%) e milho (6,23%). Abaixo da inflação anual se destacou o
reajuste com menor expressão dos preços da carne bovina (0,78%) (Tabela 2).
anual_2016_portugues_web1.pdf.
Acesso em: 13 jan. 2017.
Data de Publicação: 20/01/2017
Autor(es):
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor