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Safra paulista de grãos cresce 7% e atinge 8,4 milhões de toneladas
Resultado vai na contramão do que é observado no
cenário nacional, que aponta queda de quase 9,8%, e indica que São Paulo
caminha para recuperar sua liderança no agronegócio brasileiro, afirma Celso
Vegro, diretor do IEA. O
levantamento da previsão e estimativa da safra agrícola 2015/16, realizado
entre 1 e 24 de junho, pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado
de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), a partir de dados
fornecidos pelos técnicos das Casas de Agricultura dos 645 municípios paulistas,
indica que a colheita de grãos deve somar 8,24 milhões de toneladas, o que
corresponde a um acréscimo de 7% em relação ao ano agrícola anterior. “Essa
variação se deve à maior produção da soja e do amendoim das águas, combinadas
com ganhos de produtividade e aumento de 9,6% de área plantada”, afirmam José
Alberto Angelo, Carlos Bueno, Celma Baptistella, Denise Caser, Felipe Pires de
Camargo, Mario Olivette e Vagner Azarias Martins, pesquisadores da Secretaria
de Agricultura, que atuam no IEA, responsáveis pelo levantamento. Nesse
levantamento, encerrou-se a safra da cultura da soja. Os resultados confirmam a
tendência de expansão no Estado de São Paulo, com acréscimo de 10,1% na área
plantada, que alcançou 834,9 mil hectares. A produção foi estimada em 2,7
milhões de toneladas, 22,9% maior que a obtida na safra passada, com ganhos na
produtividade de 11,6%. Em termos de participação, as principais regiões
produtoras são: Itapeva (25,9%), Assis (15,2%), Ourinhos (8,3%), Orlândia
(8,1%), Avaré (7,8%), Itapetininga (7%), Presidente Prudente (4,9%), Barretos
(4,4%) e Araçatuba (3,4%). As
previsões para a safra da seca do amendoim 2015/2016, quando comparadas à safra
anterior, apontam forte retração na área plantada e, por consequência, redução
na produção, estimada em apenas 3,8 mil toneladas. Porém, somados os dois
plantios de amendoins (águas e da seca), a produção paulista apresentou
crescimento de 9% em relação à safra 2014/15 com 401,6 mil toneladas colhidas,
devido sobretudo aos ganhos de produtividade de 6,7%, uma vez que a área
plantada aumentou 2,1% (112,9 mil hectares). Os
números finais para a cultura do milho de primeira safra apontam redução de
4,3% na área plantada (incluindo milho irrigado) e incremento de 0,8% no volume
produzido. Com isso, foram estimados ganhos de produtividade de 5,3%. O
terceiro levantamento de dados de milho safrinha aponta problemas na produção
devido à estiagem ocorrida no Estado em um momento importante para o
desenvolvimento da cultura. Estima-se, até o momento, redução de 15,5% na
produtividade, número que pode aumentar, dado que o reflexo total deste evento
climático será mensurado no próximo levantamento. Em
junho de 2016, conduziu-se o quarto levantamento subjetivo da safra paulista de
café arábica 2015/16 (produção) - 2016/17 (comercial). Com previsão de colheita
de 5,97 milhões de sacas (equivalente a 355,61 mil toneladas), comparativamente
à estimativa final da safra 2014/15, realizado em setembro de 2015, a corrente
safra excede a anterior em 45,96%. “Esse volume é suficiente para substituir o
produto de origem capixaba, que normalmente abastece metade da indústria
paulista. São Paulo se destaca bastante, é o segundo maior produtor nacional de
café arábica e, com essa safra, vai conseguir contornar a escassez momentânea
que se enfrenta com o café Conilon capixaba”, ressaltou Celso Vegro. Nesse
levantamento, a área em produção estimada para colheita de cana-de-açúcar
apresenta ligeira queda (0,9%), sobressaindo os valores negativos relativos a
área nova (8,6%). Assim, este levantamento mostra que, de 2015 para 2016,
ocorre retração na expansão de novos cultivos da cultura no Estado, principalmente
nas regiões de: Mogi-Mirim, Jales e Itapetininga. Em relação à produtividade, a
safra atual, comparada à anterior, é 1,5% superior, visto o rendimento sofrer
um incremento em torno de 1,1 t/ha, contribuindo para leve elevação de 0,6% na
produção estadual, que poderá atingir 438,7 milhões de toneladas. O
volume total previsto para a cultura da laranja foi de 284,9 milhões de caixas
de 40,8 kg, 3,5% inferior ao obtido na safra de 2015. Quanto à área total
plantada, prevê-se menor área cultivada (2,8%), relativamente ao ano agrícola
anterior. O atual levantamento indica que o decréscimo das plantas em produção
continua, em função do processo de erradicação, por conta da eliminação de
pomares comprometidos com a incidência de problemas fitopatológicos,
principalmente cancro cítrico e HLB (greening). A
estimativa final para seringueira da safra 2015/16 apontou que o cultivo passou
de 105,1 mil hectares da safra passada para 111,1 mil hectares, aumento de
5,7%, sendo que 37,7 mil hectares são em área nova e 73,3 mil hectares em
produção. A produção foi estimada em 180,9 mil toneladas de coágulo, 5,2% maior
que a apurada na safra anterior, e a produtividade permanece a mesma do ano
anterior, com média de 2.466 kg de coágulos/ha (ou de 6,17 kg/pé). De
acordo com Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura, “os bons resultados que
observamos nesse levantamento não se deram em função de um grande aumento de
área plantada e sim de produtividade, o que significa que o produtor paulista
está investindo cada vez mais em tecnologia, o que indica que São Paulo foi, é e
será sempre um grande celeiro de conhecimento. Orientados pelo governador
Geraldo Alckmin, estamos fazendo a nossa parte”, afirmou. Para
ler o artigo na íntegra e conferir as tabelas, clique aqui.
Por:
Nara Guimarães Mais informações
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
(11) 5067-0069
Data de Publicação: 19/08/2016
Autor(es): Instituto de Economia Agrícola (iea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor