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IEA analisa os desafios do produtor rural para atender à legislação de qualidade do leite no País
Após 14 anos
da publicação da legislação para ampliar a qualidade do leite que chega ao
consumidor, o Brasil ainda enfrenta desafios para atingir as metas determinadas
de Contagem de Células Somáticas (CCS) e Contagem Bacteriana Total (CBT), que
indicam, respectivamente, a incidência de mastite (infecção na glândula mamária
do animal) e a higiene nos processos de ordenha, conservação e transporte do
leite. De acordo com artigo da pesquisadora da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Rosana de Oliveira Pithan e
Silva, que atua no Instituto de Economia Agrícola (IEA), a mobilização de todos
os entes da cadeia produtiva do leite é fator fundamental para assegurar as
condições sanitárias e a qualidade do alimento produzido no Brasil,
revertendo-se, inclusive, em ganhos de produtividade e maior rentabilidade ao
produtor rural. Apesar da expectativa de melhorar a qualidade da produção
brasileira, atingir um padrão internacional, implantar um pagamento
diferenciado por esse predicativo e valorizar a composição do leite, com
mudanças no tipo de negociação entre produtor e indústria, a pesquisadora
afirmou que “passados os primeiros nove anos da publicação da Instrução
Normativa n° 51, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que eram as primeiras
do cronograma, não haviam alcançado as metas, e estimava-se que 70% dos
produtores de leite do País estava em desacordo com as regras”. A situação de aumento nos níveis de CBT e CCS não apresentou
melhoria desde nos últimos dez anos, nem desde a primeira Instrução Normativa
do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de 2002. Nos
últimos dois anos, as condições climáticas adversas nas principais regiões
produtoras provavelmente causaram impacto no aumento dos níveis, conforme
indicaram as análises da Clínica do Leite, ligada à Escola Superior de
Agronomia “Luiz Antônio de Queiroz” (Esalq/USP), uma das unidades credenciadas
junto ao MAPA para fazer a avaliação. Para a pesquisadora do IEA, as principais dificuldades para os
produtores se adaptarem à legislação são: a falta de pagamento dos laticínios
pela qualidade do leite, o que inibe o investimento por parte dos fornecedores;
a falta de sanções para quem descumprir a legislação; e a falta de
eletrificação rural, que limita o resfriamento do leite, condição exigida pela
norma federal. Um dos pontos necessários para sua implantação, concluiu o
artigo, pode ser a cobrança de uma estrutura de assistência técnica e extensão
rural pela cadeia de produção. “Ou seja, a adoção de uma política efetiva que
repasse informações ao produtor de técnicas, muitas vezes, simples, que poderão
melhorar a qualidade do leite produzido”, finalizou a pesquisadora. O artigo
completo pode ser acessado neste link. Na avaliação do secretário de Agricultura e Abastecimento,
Arnaldo Jardim, a busca pela qualidade do leite beneficia o produtor rural e
toda a sociedade. “Com a adoção dos padrões para atender à legislação, ganha o
produtor rural, que tem o seu produto mais valorizado, com a possibilidade de
ampliar sua renda e também o consumidor, que tem à mesa um produto com maior
qualidade. Estamos seguindo as diretrizes do governador Geraldo Alckmin, de
zelar pela saudabilidade dos alimentos e apoiar o agricultor paulista,
especialmente o pequeno produtor e o agricultor familiar”, afirmou o titular da
Pasta. Por: Paloma Minke
Data de Publicação: 20/07/2016
Autor(es): Instituto de Economia Agrícola (iea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor